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A história da filosofia costuma ser dividida em quatro grandes períodos: a Filosofia Antiga (séc.

VII a.C. à V d.C.), a Filosofia Medieval (séc. V à XV), a Filosofia Moderna (séc. XVI à XVIII) e
a Filosofia Contemporânea (séc. XIX à atual).

Filosofia Antiga

Período: do surgimento das primeiras cidades na Grécia Antiga até a queda do Império Romano,
aproximadamente entre o século VII a.C. ao século V d.C. Contexto histórico: Antiguidade
Clássica; Surgimento das Pólis (cidades-estado); Sociedades escravistas; Politeísmo; Democracia
em Atenas (Grécia); Início da filosofia nas cidades gregas; República de Roma; Nascimento de
Jesus Cristo; Invasões Bárbaras. Correntes de pensamento: Mitologia: histórias sobre a origem
do mundo, dos valores e da moralidade; Pré-Socráticos: estudo da natureza (physis), suas
mudanças e transformações; Sofistas: relações humanas e políticas, discurso, relatividade e
argumentação; Socrático: questões éticas, valores morais, dialética, dúvida e maiêutica;
Platônico: mundo sensível X mundo das ideias, busca de verdades essenciais; Aristotélico:
metafísica, lógica, ato e potência, teoria das quatro causas; Estoicismo: filosofia ética que busca
viver de acordo com a razão universal; Epicurismo: busca de prazeres moderados como meio de
evitar as dores; Ceticismo: coloca em dúvida todas as teorias, questionamento generalizado;
Cinismo: desprezo pelos valores da sociedade, viver de acordo com a natureza; Ecletismo:
entende que a verdade não se limita a apenas um sistema filosófico. Características: Tentativa de
compreender a realidade sem o uso das histórias míticas; A Filosofia Antiga é caracterizada por
uma diversidade de concepções; No início da filosofia não há uma primazia da razão mas das
experiências; Experiências sensoriais, reflexões e da geometria como estudo da natureza;
Diversidades de concepções sobre o mundo, os seres e as transformações; Início do uso da razão
e da lógica como meio de entender a realidade; Conceitualização da filosofia como atividade
racional para alcançar verdades; Separação do mundo real e do mundo ideal, sendo o ideal como
verdadeiro; Desvalorização das experiências sensoriais e da percepção individual

Filosofia Medieval

Período: da queda do Império Romano no ocidente até a queda de Constantinopla,


aproximadamente entre o século V ao século XV. Contexto histórico: Ascensão do catolicismo e
da Igreja Católica no ocidente; A crença na fé passa a ser tida como o caminho para a verdade; O
cristianismo vai se propagando a muitos povos e regiões; Feudalismo: organização social
dividida em rei, clero, nobreza e servos. Hierarquia: divisão social e econômica de forma
hierarquizada Período de guerras, conflitos, fome e epidemias; Cruzadas: movimentos militares
de inspiração cristã para a terra santa; Inquisição: grupo de cristãos para combater todo tipo de
heresia; Cavaleiros nobres que lutavam em defesa da Igreja e seus ideais; Surgimento da
Burguesia com o início do desenvolvimento comercial; Correntes de pensamento:
Neoplatonismo: síntese da filosofia de Platão com elementos místicos; Cristianismo: crença num
único e Deus, a Bíblia é a fonte de verdade; Patrística: ideais dos padres da Igreja Católica que
defendem o cristianismo; Escolástica: sistematização do cristianismo pela interpretação de
Aristóteles; Nominalismo: as essências não existem em si mesmas, são apenas convenções;
Conceitualismo: os universais são conceitos que existem somente no espírito; Realismo
moderado: realidades singulares se aproximam da abstração universal; Escolástica tomista: busca
da harmonia entre o aristotelismo e o cristianismo. Características: Influências da Filosofia
Clássica (Platão e Aristóteles); Tentativa de estabelecer união entre a razão e a fé; Crença numa
única verdade, que é a fé do catolicismo; O conhecimento filosófico não pode contrariar os
preceitos da Igreja; Crença num único criador do mundo e na imortalidade da alma; Concepção
racional das verdades a partir da fé religiosa; Supremacia do espírito sobre o corpo, desprezo do
corpo; Aquele que deixa o corpo governar a alma é tido como pecador; A liberdade era vista
como harmonia das ações com a vontade de Deus; É preciso crer para compreender, por conta do
peso da fé sobre a razão; A filosofia se mantêm confinada apenas nos mosteiros.

Filosofia Moderna

Período da queda de Constantinopla até a Revolução Francesa, aproximadamente entre o século


XVI ao século XVIII. Contexto histórico: Antropocentrismo: o homem passa a ser visto como o
centro do universo; Renascimento Cultural: retorno à sabedoria clássica dos gregos; Reforma
Protestante: protesto contra diversos pontos da doutrina Católica; Surgimento da imprensa:
criação de um veículo de comunicação coletivo; Absolutismo: teoria política onde uma pessoa
detém o poder absoluto; Desenvolvimento do comércio: ampliação das relações comerciais;
Grandes Navegações: encontro do novo mundo, o continente americano; Produções Artísticas:
tendo como referência às artes greco-romanas. Correntes de pensamento: Dualismo: entende o
ser humano dividido entre pensamento e corpo; Idealismo: prioriza o ser pensante e o
pensamento em oposição à matéria; Racionalismo: a razão como princípio e único meio de
alcançar as verdades; Cartesianismo: busca da verdade pela evidência, análise, síntese e
enumeração; Humanismo: valorização do ser humano como um ser “naturalmente bom”;
Empirismo: o conhecimento parte da experiência sensorial, e não pela razão; Iluminismo: razão
como caminho para a liberdade e felicidade, contrário à fé; Liberalismo: defesa da liberdade
individual e econômica; Criticismo: questionamento sobre os limites de nossos conhecimentos;
Positivismo: crença no conhecimento científico como única fonte da verdade. Características:
Valorização da razão e de seu uso como meio de alcançar as verdades; Teoria heliocêntrica: a
Terra não é mais o centro do universo; Busca pela ordem, controle e previsão dos conhecimentos
adquiridos; Criação de um método científico rigoroso por meio de medições; Entendimento que
mente e corpo são substâncias diferentes e separadas; Busca por valores e saberes absolutos,
universais e generalistas; Propostas totalizantes, que abrangem todas as áreas do conhecimento;
Explicação mecânica e matemática do universo e dos seres; Crença da neutralidade do
observador ao observar os fatos; Olhar objetivo, evitando e suprimindo a intuição e a
subjetividade; Surgimento do sujeito do conhecimento.

Filosofia Contemporânea

Período da Revolução Francesa até os dias de hoje. Aproximadamente entre o século XIX aos
tempos atuais. Contexto: Revolução Francesa: ideais de liberdade, igualdade e fraternidade;
Revolução Industrial: trabalho assalariado com o uso de máquinas. Independências das
Américas: os países da América deixam de ser colônias; Capitalismo: liberdade de comércio,
exploração do trabalho humano; Inovações Tecnológicas: locomotiva elétrica, motor gasolina,
avião, telefone, etc. Romantismo: movimento cultural e artístico que valoriza a subjetividade;
Guerras Mundiais: experiência da primeira e segunda guerras mundiais; Nazismo, Fascismo,
Socialismo: diferentes ideologias político-econômicas; Conflitos ideológicos: conflitos entre
tendências ideológicas direita e esquerda; Filosofia e arte pós-moderna: questionamentos e
críticas sobre a modernidade; Revolução na Informática: desenvolvimento das ciências da
informação. Correntes de pensamento: Marxismo: análise socioeconômica por meio das relações
de classe e história; Existencialismo: estudo sobre a existência humana, liberdade e
singularidades; Fenomenologia: método de conhecimento por meio da análise dos fenômenos;
Anarquismo, Socialismo, Comunismo: ideais políticos contrários ao capitalismo; Filosofia
Analítica: análise da linguagem, do sentido das palavras e expressões; Pragmatismo: avaliação
dos fenômenos apenas por seus aspectos utilitários; Estruturalismo: entendimento da realidade a
partir de um sistema elementar; Escola de Frankfurt: teoria crítica sobre a sociedade com
influências de K. Marx; Arqueogenealogia: análise dos saberes e dos discursos sobre a
“verdade”; Desconstrucionismo: questionamento das “verdades” do pensamento ocidental.
Características: Não há mais valores absolutos nem uma única verdade absoluta; Compreensão
da pluralidade cultural e respeito às diferenças; Valorização da experiência pessoal de cada um;
Rejeição de uma concepção única da realidade, a realidade é múltipla; Não aceita o uso de poder
por meio de uma suposta “razão”; Coexistem diferentes interpretações sobre a realidade e os
fenômenos; Descrença na ciência para resolver os problemas da humanidade; Percepção que não
há como confiar apenas na razão; Tecnologias como melhorias ou como desumanização;
Desenvolvimento das Ciências Humanas e Sociais.

Fonte:

https://www.ex-isto.com/2018/05/historia-da-filosofia.html?m=1

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