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“Etimologicamente os termos ética (do grego, ethos) e moral (do latim, moralis) têm
procedência coincidente, designando os costumes socialmente constituídos e os hábitos
que se estabelecem segundo os costumes (LIMA VAZ, 2012). Outro ponto comum é que
tanto a moral quanto a ética orientam-se por um certo ideal de bem, de bom, de
humanidade, de justiça. No entanto, como nenhum significado etimológico é suficiente para
definir um conceito e uma descrição histórico-filosófica das teorias éticas não nos é possível
fazer aqui, devemos chegar a algum entendimento sobre o que seja a ética estabelecendo
relações e distinções com a moral”
“Por não sermos animais, nem santos ou deuses, nosso comportamento transita entre
a moralidade e a imoralidade, entre a heteronomia e a autonomia, entre o egoísmo e o
altruísmo”
Não sendo o valor um bem em si, as "morais" podem ser tanto discriminatórias,
opressoras, excludentes, machistas, misóginas, quanto podem ser justas, libertadoras,
igualitárias, inclusivas.
“Em boa medida, a moral tende a uma certa esclerose, a um atrofiamento dos valores que a
sustentam devido ao esquecimento do caráter ficcional de que são frutos. A ética, por sua
vez, requer o seu desesquecimento, ou seja, o esforço para compreender e, se possível,
identificar a gênese, os condicionamentos e os efeitos dos valores morais em nosso modo
de pensar e agir. Ela emerge do esforço de pensarmos com criticidade e rigor acerca da
moral que nos orienta, que cultivamos e que eventualmente defendemos, indagando acerca
do "[...] que são, de onde vêm e o que valem os costumes" (CHAUí, 2010, p. 386).
“… a reflexão ética não é uma tarefa que realizamos sem algum desconforto. Ela nos
desafia a revisar criticamente nossas convicções e heranças, o que só é possível pela
admissão do caráter finito de nossa condição humana e, especialmente, de que nosso
modo de ser-sujeito no mundo, nosso pensar e agir, são condicionados. Hegel (1986) já
advertiu que reconhecer e mapear os nossos condicionamentos (históricos, culturais,
morais, linguísticos, afetivos) é o primeiro passo para a liberdade. Em outros termos, implica
reconhecermos uma dimensão irredutível de heteronomia em nossa própria autonomia.”
Os códigos de ética profissional apresentam uma grande vantagem aos profissionais. Como
os dilemas morais são recorrentes e inevitáveis em situações complexas, é o código que
acaba respondendo pelo profissional ou lhe oferecendo diretrizes para que ele mesmo o
faça com maior estabilidade emocional e comportamental, uma vez que os valores
norteadores de sua prática já estão pré-definidos.
Em primeiro lugar, devido à insuficiência da norma que sempre apresenta um déficit diante
da complexidade da vida. Em segundo lugar, porque a posição a ser assumida pelo
profissional à luz do código tem a ver com os deveres definidos em função do papel que ele
ocupa na sociedade e que podem entrar em conflito com a sua posição subjetiva, a qual
não só é anterior à profissionalidade, mas a sustenta (SIROUX apud CANTO-SPERBER,
2013). Por ser elaborado com base em um número restrito e fixo de valores, o código
deontológico constrange a diversidade e a mobilidade das morais individuais, exigindo que
os sujeitos - agora posicionados profissionalmente
- assumam uma moral que já não é tão-somente subjetiva, mas compartilhada, inclusive
respaldada pelas leis da república.
ÉTICA PROFISSIONAL
“O que está em jogo na ética profissional é, fundamentalmente, a capacidade de o
profissional refletir de forma autônoma, crítica e responsável sobre sua própria prática.”
A moralidade tem sido estudada por psicólogos do ponto de vista afetivo (Psicanálise), do
ponto de vista comportamental (behaviorismo, teoria da aprendizagem social) e do ponto de
vista cognitivista (Piaget e Kohlberg).
Kohlberg realizou estudos longitudinais nos Estados Unidos acerca do tema, utilizando-se
de dilemas morais, aos quais expunha indivíduos que entrevistava utilizando-se do método
clínico, como Piaget, em suas pesquisas. Apresentava tais dilemas e pedia aos sujeitos que
apontassem soluções aos mesmos sempre justificando seus dizeres. A seguir, analisava e
categorizava as informações que obtinha considerando as justificativas, o valor moral
intrínseco e os argumentos apresentados pelo sujeito participante da entrevista
Dilema moral, no conceito de DE VRIES e ZAN (1998,p. 98), caracteriza-se por ser uma
situação na qual reivindicações, direitos ou pontos de vista conflitantes podem ser
identificados
“Na Europa, uma mulher estava quase à morte, com um tipo específico de câncer. Havia um
remédio que os médicos achavam que poderia salvá-la. Era uma forma de rádio que um
farmacêutico da mesma cidade havia descoberto recentemente. O remédio era caro para se
fazer e o farmacêutico estava cobrando dez vezes mais do que ele lhe custava na
fabricação. Ele pagava 200 dólares pelo rádio e cobrava 2000 dólares por uma pequena
dose do remédio. O marido da mulher doente, Heinz, procurou todo mundo que ele
conhecia para pedir dinheiro emprestado, mas só conseguiu aproximadamente 1000
dólares, a metade do preço do remédio. Ele disse ao farmacêutico que sua mulher estava
morrendo e pediu-lhe para vender o remédio mais barato ou deixá-lo pagar o restante
depois. Mas o farmacêutico disse: “Não, eu descobri o remédio e vou ganhar muito dinheiro
com ele”. Então Heinz ficou desesperado e assaltou a farmácia para roubar o remédio para
sua mulher.”
o dilema de Jane
A mãe de Jane promete que ela poderá ir ao baile no sábado se lavar a louça durante a
semana inteira. Jane lava a louça, mas chegando o sábado, sua mãe diz ter mudado de
idéia, e não a deixará ir ao baile. Jane sai escondida de casa e vai ao baile, confiando o
segredo à sua irmã Mary. Mary deve contar o fato para a mãe?”
A Escola Cluster
O objetivo dessa proposta era promover o desenvolvimento moral utilizando-se de um local
privilegiado por sua dimensão social: a 5 escola, local este onde crianças, jovens,
professores, enfim, toda a comunidade escolar faz uso da vida comum
Nível III- Pós-convencional (adolescência) Valor moral das ações não está nas
conformidade às normas e padrões morais e sociais vigentes; está vinculado aos princípios
éticos universais, tais como o direito à vida, à liberdade e à justiça. Portanto, as normas
sociais são entendidas na sua relatividade, cuja finalidade é garantir que estes princípios
sejam respeitados. Caso isto não aconteça, as leis devem ser transformadas e até
desobedecidas. Neste nível, a sociedade não teria sentido se não estivesse a seviço desses
direitos individuais fundamentais, que sejam universalizáveis, reversíveis e prescritivos.
Estágio 5: A orientação para o contrato social democrático
a) Orientação Moral: Orientação para o contrato social , para o relativismo da lei e para o
maior bem para o maior número.
b) Justificativa da argumetação: Obrigação de cumprir a lei em função de um contrato
social: protege seus direitos e os dos outros. Leis e deveres são baseados em cálculo do
maior bem para o maior número de pessoas (critério da utilidade)
c) Perspectiva sócio-moral: Distingue perspectivas, coordena-as e começa a hierarquizá-las
do ponto de vista de uma terceira pessoa moral, racional e universal.
O experimento de Milgram
Milgram diz:
Os aspectos jurídicos e filosóficos da obediência têm enorme significado, mas dizem muito
pouco sobre como as pessoas realmente se comportam numa situação concreta e
particular. Eu projetei um experimento simples em Yale, para testar quanta dor um cidadão
comum estaria disposto a infligir a outra pessoa somente por um simples cientista ter dado
a ordem. Foi imposta autoridade total à cobaia [ao participante] para testar as suas crenças
morais de que não deveria prejudicar os outros, e, com os gritos de dor da vítima ainda
zumbindo nas orelhas das cobaias [dos participantes], a autoridade falou mais alto na maior
parte das vezes. A extrema disposição para seguir cegamente o comando de uma
autoridade mostrada por adultos foi o resultado principal do experimento, e que ainda
necessita de explicação.
Objetivo:
Uma pessoa desconhecida pode seguir ordens de um instrutor ainda que tais ordens
acarretem sofrimento?
Procedimento
1. Sorteio: professor, aluno
2. Ser informado dos pares de palavras.
3. Gravar os pares corretamente
4. Cada erro era punido com uma carga elétrica que aumentava à medida que
os erros se somavam.
5. A punição visava corrigir os erros nas respostas.
6. O participante ouvia os gritos de dor e os apelos e ainda assim seguia
eletrocutando.
Resultado
65% dos participantes foi até à aplicação do mais alto nível 450 volts.
Todos os participantes foram até 300 volts.
O pós-humanismo estabelece que seríamos mais inteligentes, mais bonitos, mais saudáveis
e imortais.