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3) Reparo pós-replicação
Reparo por recombinação não homologa
Um tipo de lesão no DNA potencialmente perigosa ocorre quando as duas fitas
da du pla-hélice são quebradas, não havendo uma fita molde intacta para o
reparo. As quebras desse tipo são causadas por radiação ionizante, erros na
replicação, agentes oxidantes e alguns outros metabólitos produzidos pela
célula. Se essas lesões não forem corrigidas, rapidamente resultarão na
degradação dos cromossomos em fragmentos menores e na perda de genes
na divisão celular. Contudo, dois mecanismos distintos foram de senvolvidos
para tratar esse tipo de lesão (Figura 5–45). O mais fácil de entender é a
ligação de extremidades não homólogas, em que as extremidades da quebra
são sim plesmente justapostas e religadas, geralmente com a perda de
nucleotídeos no sítio da ligação (Figura 5-46). Esse mecanismo de ligação de
extremidades, que pode ser visto como uma solução “rápida e suja” para o
reparo de quebras nas duas fitas, é uma res posta comum nas células
somáticas de mamíferos. Apesar de causar uma alteração na sequência de
DNA (uma mutação) no local da quebra, pouco do genoma de mamíferos é
essencial para a vida, e esse mecanismo parece ser uma solução aceitável
para o pro blema de religar cromossomos “quebrados”. Quando um indivíduo
atinge 70 anos, uma célula somática típica contém mais de 2 mil dessas
“cicatrizes” distribuídas pelo geno ma, representando sítios em que o DNA foi
reparado de modo impreciso pela ligação de extremidades não homólogas.
Entretanto, a ligação de extremidades não homólogas apresenta um outro
perigo: como aparentemente não há um mecanismo que assegu re que as
duas extremidades ligadas estavam originalmente próximas no genoma, essa
ligação pode, por vezes, gerar rearranjos em que um cromossomo quebrado
seja liga do covalentemente a um outro. Como resultado, podemos ter
cromossomos com dois centrômeros ou cromossomos sem nenhum
centrômero; os dois tipos de cromossomos defeituosos são segregados de
forma incorreta na divisão celular. Como discutido ante riormente, a estrutura
especializada dos telômeros preserva as extremidades naturais dos
cromossomos e evita que sejam confundidas com quebras no DNA e
“reparadas” dessa maneira.
Um tipo mais preciso de reparo de quebras na fita dupla ocorre no DNA recém-
sin tetizado (Figura 5-45B). Nesse caso, o DNA é reparado usando a
cromátide-irmã como molde. A reação é um exemplo de recombinação
homóloga, considerada mais adiante neste capítulo. A maior parte dos
organismos emprega tanto a ligação de extremidades não homólogas como a
recombinação homóloga para reparar quebras de fita dupla no DNA. A ligação
não homóloga predomina em humanos; a recombinação homóloga so mente é
usada durante e logo após a replicação de DNA (nas fases S e G2 ), quando as
cromátides-irmãs estão disponíveis para servirem como moldes.
Reparo sujeito a erros