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REPARAÇÃO DO DNA
> A manutenção da estabilidade genética de um organismo necessária à
sobrevivência requer não apenas um mecanismo extremamente preciso
para replicar o DNA, mas também mecanismos para corrigir as diversas
lesões acidentais que ocorrem continuamente.
* Uma lesão no DNA pode ser removida por mais de uma via:
As células possuem mais de uma via de reparo, usando diferentes
enzimas para distintas lesões;
Apresenta duas das vias mais comuns. Em ambas, a lesão é
removida, a sequência de DNA original é restaurada por uma
DNA-polimerase que utiliza a fita não danificada como molde, e a
quebra resultante na dupla-hélice é ligada pela DNA-ligase;
As duas vias diferem na maneira pela qual a lesão é removida do
DNA;
a) Reparo por excisão de bases: Envolve enzimas denominadas
DNA-glicosilases, elas são capazes de reconhecer um tipo
específico de base alterada do DNA e de catalisar sua remoção
hidrolítica.
Existem pelo menos seis tipos dessas enzimas, incluindo as que
removem Cs desaminados, As desaminados, diferentes tipos de
bases alquiladas ou oxidadas, bases com anéis rompidos e bases
nas quais a ligação dupla carbono-carbono foi acidentalmente
convertida em uma ligação simples entre os carbonos.
Uma etapa-chave é a projeção do nucleotídeo alterado para fora
da hélice, em um processo mediado por enzimas que permite que
a DNA-glicosilase procure uma lesão em todas as faces da base.
A “lacuna” criada pela ação da DNA-glicosilase é reconhecida
por uma enzima chamada endonuclease AP (AP para apúrica ou
apirimídica, e endo para indicar que a nuclease cliva dentro da
cadeia polinucleotídica), que cliva a cadeia principal fosfodiéster,
depois do qual a lacuna resultante é corrigida.
b) reparo por excisão de nucleotídeos: Esse mecanismo pode
corrigir uma lesão causada por praticamente qualquer alteração
volumosa na estrutura da dupla-hélice de DNA.
Nessa via, um enorme complexo multienzimático verifica o DNA
à procura de distorções na dupla-hélice, em vez de uma alteração
específica de bases. Uma vez encontrada uma lesão, a cadeia
fosfodiéster da fita anormal é clivada nos dois lados da distorção,
e a DNA-helicase remove o oligonucleotídeo de fita simples
contendo a lesão. O intervalo produzido na hélice de DNA é,
então, corrigido pela DNA-polimerase e pela DNA-ligase;
* Reparo acoplado à transcrição
Todo o DNA celular é constantemente monitorado para
verificação de lesões, e os mecanismos de reparo descritos aqui
atuam em todas as partes do genoma;
A RNA- polimerase é uma enzima que transcreve DNA em RNA
na transcrição gênica. As células são capazes de direcionar o
reparo às sequencias de DNA por meio do direcionamento da
RNA-polimerase que é acoplada na via de reparo por excisão de
nucleotídeos;
A RNA-polimerase “para” nas lesões de DNA e, por meio de
proteínas acopladoras, direciona a maquinaria de reparo a esses
sítios;
Esse sistema de reparo pode corrigir vários tipos diferentes de
lesões no DNA;
* Estrutura do DNA e reparo:
A dupla-hélice de DNA parece ter sido construída para o reparo,
ela contém uma cópia extra de toda informação genética;
A natureza das bases do DNA também facilita a diferenciação
entre bases normais e danificadas;
Todo evento de desaminação possível no DNA produz uma base
“não natural”, que pode ser prontamente reconhecida e removida
por uma DNA-glicosilase específica;
RECOMBINAÇÃO DO DNA
É um mecanismo de reparo do DNA, é um grupo diverso de
reações conhecidas como recombinação homóloga;
Uma característica fundamental da recombinação homóloga
(também chamada recombinação geral) é uma troca de fitas do
DNA entre um par de sequências de DNA de duplex homólogos,
isto é, segmentos de dupla-hélice com sequências nucleotídicas
semelhantes ou idênticas;
Essa troca permite que um segmento do duplex de DNA atue
como um molde para recuperar uma informação perdida ou
danificada em um outro segmento de um duplex de DNA;
Como o molde para o reparo não está limitado à fita
complementar da fita que contém a lesão, a recombinação
homóloga pode corrigir inúmeros tipos de lesões no DNA;
Ela é a principal via para restaurar com precisão as quebras de
fita-dupla;
As quebras de fita dupla resultam de radiação ou compostos
químicos reativos; na maioria das vezes, no entanto, são causadas
por forquilhas de replicação estacionárias ou quebradas, sem
nenhuma relação com qualquer causa externa;
A recombinação homóloga corrige com precisão esses acidentes,
e, como eles ocorrem em quase todos os ciclos de replicação do
DNA, esse mecanismo de reparo é essencial para todas as células
em proliferação;
Durante a meiose, ela catalisa uma etapa-chave na produção dos
gametas (espermatozoide e óvulo) – a troca ordenada de porções
de informações genética entre os cromossomos homólogos
(materno e paterno), criando novas combinações de sequências de
DNA nos cromossomos que serão transmitidos à progênie.
*Recombinação Homóloga
O princípio da recombinação homóloga é que ela ocorre apenas
entre dois duplex de DNA com extensas regiões de sequências
similares (homologia);
A recombinação homóloga pode reparar corretamente as quebras
na fita dupla de DNA com precisão sem qualquer perda ou
alteração de nucleotídeos no local do reparo;
Para que a recombinação homóloga faça esse trabalho, o DNA
com a quebra deve
ser aproximado de um DNA homólogo sem quebras, que servirá
de molde para o reparo.
Por isso, a recombinação homóloga ocorre normalmente logo
após a replicação, onde as duas moléculas-filhas de DNA estão
bem próximas e uma pode atuar como molde para a correção da
outra.
Essencialmente, o duplex de DNA quebrado e o duplex-molde
realizam uma “dança das fitas”, de modo que uma das fitas
danificadas utiliza uma fita complementar do duplex intacto para
o reparo;
Primeiro, as extremidades do DNA danificado são removidas, ou
“recortadas” por nucleases especializadas produzindo uma
extremidade de fita simples 3’;
A próxima etapa é a troca de fitas (também chamada de invasão
de fitas), em que uma das extremidades 3’ da molécula de DNA
quebrada abre caminho até o duplex-molde e busca a sequência
homóloga pelo pareamento de bases;
Uma vez estabelecido o pareamento entre as bases, umas DNA-
polimerase com alta precisão alonga a fita invasora usando a
informação fornecida pela molécula-molde não danificada,
corrigindo o DNA danificado;
As últimas etapas – deslocamento da fita, síntese adicional do
reparo e ligação – regeneram as duas hélices duplas de DNA
originais e completam o processo de reparo;
A recombinação homóloga é semelhante a outras reações de
reparo do DNA, no sentido que a DNA-polimerase utiliza um
molde de pristina para restaurar o DNA danificado;
TRANSCRIÇÃO DO DNA
DO DND AO RNA
DNA genômico não controla a síntese de proteínas diretamente,
mas indiretamente, por meio do RNA;
A transcrição e a tradução são os meios pelos quais as células
leem, ou expressam, as instruções genéticas de seus genes;
Como muitas cópias idênticas de RNA podem ser produzidas a
partir do mesmo gene, e como cada molécula de RNA pode
promover a síntese de várias moléculas idênticas de proteína, as
células podem, quando necessário, sintetizar uma grande
quantidade de proteína a partir de um simples gene;
*As moléculas de RNA são fitas simples:
A primeira etapa executada pela célula para ler a informação
necessária a partir de suas instruções genéticas é a cópia de um
segmento específico da sequência de nucleotídeos do DNA – um
gene – sob a forma de uma sequência de nucleotídeos de RNA;
A informação na forma de RNA é escrita essencialmente na
mesma linguagem do DNA – a linguagem de uma sequencia de
nucleotídeos;
O RNA é um polímero linear composto por quatro tipos
diferentes de subunidades nucleotídicas unidas entre si por
ligações fosfodiéster;
O RNA difere quimicamente do DNA em dois aspectos: (1) os
nucleotídeos do RNA são ribonucleotídeos – isto é, eles contêm o
açúcar ribose (de onde vem o nome ácido ribonucleico) em vez de
desoxirribose; (2) embora, assim como o DNA, o RNA contenha
as bases adenina (A), guanina (G) e citosina (C), ele contém a
base uracila (U), em vez da timina (T), que ocorre no DNA;
O RNA se apresenta como fita simples, assim, as cadeias de RNA
podem se enovelar sob diversas formas, similarmente ao que
ocorre com uma cadeia de polipeptídeos que se enovela em uma
conformação determinada dando uma forma final à proteína;
A capacidade de se enovelar em formas tridimensionais
complexas permite que algumas moléculas de RNA
desempenhem funções estruturais e catalíticas;
O fluxo da informação genética nas células: DNA → RNA →
Proteína;
Dogma central da biologia molecular.
*A transcrição produz uma molécula de RNA complementar
a uma das fitas do DNA:
Todo o RNA de uma célula é produzido a partir da transcrição do
DNA, em um processo que apresenta certas similaridades em
relação ao processo de replicação do DNA;
A transcrição inicia com a abertura e a desespiralização de uma
pequena porção da dupla-hélice de DNA, o que expõe as bases
em cada fita do DNA;
Uma das duas fitas de DNA da dupla hélice servirá como molde
para a síntese de uma molécula de RNA;
A sequência de nucleotídeos da cadeia de RNA é determinada
pelo pareamento de bases complementares entre os nucleotídeos a
serem incorporados e o DNA-molde;
A cadeia de RNA produzida por transcrição – o transcrito– é, a
seguir, aumentada 1 nucleotídeo por vez e possui uma sequência
de nucleotídeos exatamente complementar à fita de DNA
utilizada como molde;
A transcrição difere da replicação de DNA em vários aspectos
importantes;
Diferentemente de uma fita de DNA recém-formada, a fita de
RNA não permanece ligada à fita de DNA-molde por ligações de
hidrogênio;
As moléculas de RNA produzidas pela transcrição são liberadas
do DNA-molde sob a forma de fita simples;
Além disso, como essas moléculas de RNA são copiadas apenas
de uma região definida do DNA, as moléculas de RNA são muito
menores que as moléculas de DNA;
* RNA-polimerases realizam a transcrição:
As enzimas que realizam a transcrição são denominadas RNA-
polimerases
Assim como a DNA-polimerase catalisa a replicação do DNA, as
RNA-polimerases catalisam a formação de ligações fosfodiéster
que conectam os nucleotídeos entre si formando uma cadeia
linear;
A RNA-polimerase se desloca passo a passo sobre o DNA,
desespiralizando a dupla-hélice à frente do sítio ativo de
polimerização e expondo, dessa forma, uma nova região da fita-
molde para o pareamento de bases complementares;
Os substratos são ribonucleosídeos trifosfato (ATP, CTP, UTP e
GTP);
A liberação quase imediata da fita de RNA do DNA, à medida
que a primeira está sendo sintetizada, significa que muitas cópias
de RNA podem ser produzidas a partir do mesmo gene em um
período de tempo relativamente pequeno; a síntese de moléculas
de RNA adicionais pode ser iniciada antes que as moléculas
anteriores de RNA tenham sido finalizadas;
Apesar de a RNA-polimerase catalisar essencialmente a mesma
reação química que a DNA-polimerase, existem algumas
diferenças importantes entre essas duas enzimas;
1ª a RNA-polimerase catalisa a ligação de ribonucleotídeos, e não
de desoxirribonucleotídeos;
2ª ao contrário das DNA-polimerases envolvidas na replicação de
DNA, as RNA-polimerases podem começar a síntese de uma
cadeia de RNA sem um iniciador. Acredita-se que essa diferença
seja possível porque a transcrição não necessita ser tão exata
quanto a replicação do DNA;
As RNA-polimerases cometem aproximadamente 1 erro a cada
104 nucleotídeos copiados em RNA;
menos significativas, pois o RNA não armazena de modo
permanente a informação genética nas células;
Embora não sejam tão exatas quanto as DNA-polimerases que
replicam o DNA, as RNA-polimerases possuem um modesto
mecanismo de correção;
Se um ribonucleotídeo incorreto for adicionado à cadeia de RNA
em formação, a polimerase pode retroceder e o sítio ativo da
enzima pode realizar uma reação de excisão que é semelhante ao
procedimento reverso da reação de polimerização, exceto que
uma molécula de água substitui o pirofosfato e um nucleosídeo
monofosfato é liberado.
*As células produzem diferentes categorias de moléculas de
RNA:
Todo o RNA de uma célula é produzido a partir da transcrição do
DNA;
A maioria dos genes presentes no DNA das células especifica a
sequência de aminoácidos de proteínas; as moléculas de RNA que
são copiadas a partir desses genes (e que consequentemente
promovem a síntese de proteínas) são chamadas de moléculas de
RNA mensageiro (mRNA);
O produto final de outros genes, entretanto, é a própria molécula
De RNA. Esses RNAs são conhecidos como RNAs não
codificadores, pois eles não codificam proteínas;
Tais moléculas de RNA, assim como as proteínas, servem como
componentes estruturais, reguladores e enzimáticos para uma
ampla gama de processos na célula;
Pequenos RNAs nucleares (snRNA, small nuclear RNA)
promovem o splicing (excisão de íntrons) do pré-mRNA para
formar o mRNA, que moléculas de RNA ribossômico (rRNA)
formam a porção central dos ribossomos e que moléculas de RNA
transportador (tRNA) formam os adaptadores que selecionam
aminoácidos e os colocam no local adequado nos ribossomos para
serem incorporados em proteínas;
Cada segmento de DNA transcrito é denominado unidade de
transcrição;
*Sinais codificados no DNA indicam à RNA-polimerase onde
iniciar e onde terminar a transcrição:
Para transcrever um gene com precisão, a RNA-polimerase deve
reconhecer seu início e término no genoma;
A iniciação da transcrição é uma etapa extremamente importante
na expressão de um gene, pois esse é o ponto principal onde a
célula regula quais proteínas serão produzidas e a frequência
dessa produção;
*A iniciação da transcrição nos eucariotos requer várias
proteínas
Os núcleos eucarióticos têm três: RNA-polimerase I, RNA-
polimerase II e RNA-polimerase III;
As três polimerases são estruturalmente similares entre si e
compartilham algumas subunidades, mas transcrevem diferentes
categorias de genes;
As RNA-polimerases I e III transcrevem os genes que codificam
RNA de transferência, RNA ribossômico e vários pequenos
RNAs;
A RNA-polimerase II transcreve a grande maioria dos genes,
inclusive todos aqueles que codificam proteínas;
A RNA-polimerase II eucariótica tem muitas semelhanças
estruturais com a RNA-polimerase bacteriana. No entanto, há
algumas diferenças importantes na maneira em que as enzimas
bacterianas e eucarióticas funcionam, e duas dessas diferenças nos
interessam diretamente.
1. Enquanto a RNA-polimerase bacteriana requer apenas um
único fator de iniciação da transcrição (s) para começar a
transcrição, as RNA-polimerases eucarióticas exigem muitos
desses fatores, chamados coletivamente de fatores gerais de
transcrição.
2. A iniciação da transcrição eucariótica deve ocorrer no DNA
que está empacotado nos nucleossomos e em estruturas de
cromatina de ordem superior, estruturas essas que estão ausentes
dos cromossomos bacterianos.