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públicas
Paula Montenegro Euzébio1
Cinthya Ferreira Bastos2
Paolla Magioni Santini3
1 INTRODUÇÃO
1
Graduada em Psicologia. PUCMinas. E-mail: montenegropaula95@yahoo.com
2
Graduada em Psicologia. PUCMinas. E-mail: Cinthya_bastos2yahoo.com.br
3
Psicóloga, Professora e Doutora em Psicologia. PUCMinas. E-mail: paollams@gmail.com
identidade de gênero que fogem aos padrões sociais estabelecidos ao longo do tempo,
englobando a chamada LGBTfobia. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia (2017), a cada
19 horas um LGBT é barbaramente assassinado ou se suicida no Brasil, vítima da
LGBTfobia, o que faz do país o campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. Em
2017 foi registrado o maior número de mortes desde os 38 anos que o grupo coleta e
divulga tais estatísticas.
A LGBTfobia pode ser refletida a partir da estrutura histórico-social patriarcal
presente na sociedade contemporânea, sendo o patriarcado um sistema de domínio dos
homens sobre as mulheres, filhos e servos, e o qual atribui uma divisão de papeis desiguais
para homens e mulheres, que se relacionam ao sexo biológico do indivíduo (SAFFIOTI,
2015), e culminam no chamado sexismo. Quanto a isso, às mulheres foi destinado o âmbito
privado e atribuída a maternidade, o cuidado; aos homens, a vida pública, âmbito político, e
atribuída a virilidade, força. Homens e mulheres que negam estes papeis, desafiando o
patriarcado, enfrentam a violência advinda dessa sociedade (SMIGAY, 2013). Neste sentido,
concebe-se a chamada “heteronormatividade”, ou “norma heterossexual”, nas relações.
100,00%
80,00%
60,00% 43,10% 41,40%
40,00% 37,90%
27,60%
19,00%13,80%
20,00% 10% 7%
0,00%
Sim Não Apenas por parte de Outros
alguns
40,00% 30,20%
20,00% 9,60% 11,50%
1,60% 3,20% 0
0,00%
Sim Não Outros
2.3 Discriminação
Quanto à categoria discriminação fora de casa, o maior índice foi encontrado no fator
discriminação na fase escolar (43,1%), seguido de discriminação nas redes sociais (41,5%),
discriminação no trabalho (24,2%), e discriminação na Universidade (15,4%). Apesar da
maior parte das pessoas não identificaram ter sofrido algum tipo de discriminação nestes
espaços, os dados representam altos índices de discriminações sofridas em diversos
ambientes. Quanto ao quesito trabalho, 4,8% relatou já ter tido dificuldade de obter emprego
devido sua orientação e 12,9% não tem certeza sobre. A maior parte considera não ter
sofrido discriminação nem dificuldades de obter emprego. Apesar disso, representa que a
orientação sexual pode influenciar o ambiente de trabalho e a possibilidade de conquista e
permanência no emprego. O fato de que nem todos os participantes já tiveram um emprego
pode representar uma limitação dos dados obtidos.
Entretanto, quanto à discriminação no ambiente familiar, o índice superou os
anteriores, sendo que 57,1% das pessoas responderam já ter sofrido discriminação neste
espaço e 34,9% acreditavam não ter sofrido. Outras respostas (8%) também foram dadas a
este fator, indicando suas percepções de que não sofreram discriminação na família por não
terem se assumido ainda, e que a discriminação ocorre indiretamente, de forma velada. O
fato de que nem toda a família sabe sobre a orientação de grande parte das participantes
pode influenciar os dados coletados.
Assim, o âmbito familiar se apresentou novamente como espaço de sofrimento para
o grupo, corroborando o analisado do tópico 2.1. Além disso, os dados indicam a
necessidade do espaço escolar estar compromissado com o combate a LGBTfobia, tanto
pelo alto índice de discriminação vivenciadas pelos sujeitos nesta fase, quanto pelas
potencialidades que o ambiente escolar apresenta para as transformações sociais. As redes
sociais, muito utilizadas na atualidade, também se apresentam como espaço possível de
intervenção, no sentido de difusão de informações e campanhas que almejam o respeito à
diversidade.
Gráfico 3: Discriminação
100,00%
57,10%
50,00% 31,05%
0,00%
Sim
2.5 Violência
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GRUPO GAY DA BAHIA. Mortes violentas de LGBT no brasil. Relatório 2017. Disponível
em: <https://homofobiamata.files.wordpress.com/2017/12/relatorio-2081.pdf>. Acesso em:
10 de janeiro de 2019.
SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias: Porto Alegre, ano 8,
n.16, jun./dez. 2006, p.20-45.
SOUZA, C.C.C. Políticas públicas para população LGBT no Brasil: do estado de coisas ao
problema político. VII Jornada Internacional de Políticas Públicas. Universidade Federal
do Maranhão. 2015.