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RESUMO: Este artigo tem por objetivo discorrer sobre aspectos importantes na
compreensão das formas de morrer, a visão de diferentes grupos sociais sobre este
processo, a discussão sobre os aspectos religiosos e culturais presentes, aplicada ao
enfrentamento da morte e a importância da preparação do luto antecipatório em
familiares e pacientes oncológicos. A metodologia utilizada para o desenvolvimento
deste estudo foi uma pesquisa de cunho bibliográfico. Os resultados deste estudo
evidenciaram que os pacientes e familiares que recebem a oportunidade de se prepararem
para a partida de um ente querido, através de apoio profissional adequado, técnicas de
enfrentamento e condições apropriadas para a despedida, apresentam maiores recursos de
enfrentamento, e condições para a elaboração do luto e maior compreensão e aceitação da
perda. Em conclusão, pode-se afirmar que a preparação do luto antecipatório é relevante
nos casos de pacientes e familiares que estão enfrentando a iminência da morte e essa
preparação pode vir a contribuir para a aceitação da finitude humana.
INTRODUÇÃO
É comum que cada indivíduo nos dias de hoje, faça o planejamento da sua
vida, com planos e objetivos a serem alcançados no futuro, como o que será realizado
durante a aposentadoria, planejamento profissional, matrimonial e a criação dos filhos.
Perceber-se como um sujeito com autonomia e capacidade de realizar os seus projetos,
implica em prognosticar o que se deseja alcançar em termos de vida afetiva, relações
familiares, sociais e laborais. Porém quando se está diante de um diagnóstico como o
câncer, com um prognóstico tão delicado, o indivíduo e a família tendem a receber essa
notícia como uma ’’sentença de morte’’, uma interrupção da linha de continuidade da
saúde, uma experiência-limite que desencadeia sofrimento psíquico. (CARDOSO et al.,
2018).
E esse sofrimento ocorre também pela perda dos sonhos, planos e objetivos
em relação ao futuro desse indivíduo. Esse processo é geralmente vivenciado de forma
dolorosa, transcendendo o âmbito individual e repercutindo na vida de todos os que
convivem com a pessoa que vivencia a terminalidade. E embora faça parte da existência
humana, é uma experiência árdua, dolorosa e indizível (Parkes, 2010).
Diante do sofrimento experienciado pelo sujeito diagnosticado, dos seus
familiares e dos indivíduos do seu convívio social, é importante que uma rede de apoio e
enfrentamento sejam disponibilizadas, a fim de permitir que essas pessoas tenham mais
recursos para o enfrentamento da situação.
De acordo com Fonseca (2014), a ameaça da sepração ou morte, pode
desencadear reações de luto, e processos de enlutamento, sendo estes: o luto indivídual de
cada um, o luto na dinâmica familiar, o luto social, o luto religioso e o luto pela futura
perda concreta. Essas reações estão presentes no indivíduo diagnosticado, e em seus
famíliares também, sendo compreendido através de um processo cognitivo, emocional e
comportamental. Considerando que este processo tende a se instalar em vida, ele é
denominado luto antecipatório.
Kübler-Ross (2000/1969) descreve o luto antecipatório como uma preparação
que o paciente necessita passar para a separação final, o que envolve diversas facetas da
vida do indivíduo, em especial o plano físico, emocional e espiritual. O luto
antecipatório, é o momento de tomada de consciência, enfrentamento, amadurecimento e
preparo para a morte, por parte do paciente e de seus familiares. Durante este processo, o
indivíduo é preparado, através da elaboração das perdas vivenciadas ao longo da vida,
das perdas futuras de situações que não serão mais concretizadas, e da perda da sua atual
condição de vida.
A preparação do luto antecipatório acontece através de processos
interacionais com o doente, com os familiares e com os amigos íntimos, o que inclui o
acompanhamento, oferta de cuidados, e resolução de pendências e conflitos latentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
SOBRE O TRABALHO
REFERÊNCIAS
Ferraz, G. (22 de jun de 2007). Conceitos e Critérios de Morte. Fonte: NASCER E CRESCER
Revista do Hospital de Crianças Maria Pia:
https://repositorio.chporto.pt/bitstream/10400.16/1123/1/ConceitosCriteriosMorte_16-4_Web.
pdf
Fonseca, J. P. (2014). Luto Antecipatório – situações que se vive diante de uma morte
anunciada. In F. S. Santos (Ed). Tratado brasileiro sobre perdas e lutos (pp. 145-154). São
Paulo, SP: Atheneu Editora.
Giacoia, O. (23 de jun de 2005). A VISÃO DA MORTE AO LONGO DO TEMPO. Fonte: Revistas
USP: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/418/419
Gomes, R. e. (10 de jun de 2011). A ESPIRITUALIDADE NO APROXIMAR DA MORTE. Fonte:
SCIELO: https://scielo.isciii.es/pdf/eg/v10n22/pt_reflexiones2.pdf
Kübler-Ross, E. (2000). Sobre a morte e o morrer. (P. Menezes, Trad.). São Paulo: Martins
Fontes (Original publicado em 1969).