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Contribuição teórica da Psicologia Hospitalar

É evidente que muitas doenças têm sua condição agravada devido ao emocional, a
psicologia hospitalar tem como objetivo reduzir o sofrimento do paciente e auxiliar
na sua recuperação. Existem níveis de intervenção realizados pelo psicólogo
hospitalar, temos o primário, o secundário e o terciário.
No primário o foco está na prevenção de que a doença se instale, com o objetivo de
que não haja necessidade de tratamento. No secundário o foco do psicólogo é
voltado para dentro do ambiente hospitalar, auxiliando os pacientes a lidarem com
suas emoções relacionadas a doença e a tratamento, são estabelecidos horários,
tempo e duração dessa intervenção. Na terciária o foco está direcionado a
urgências intensivas e globais, onde o psicólogo faz o contato com o paciente e
suas questões emocionais como medo, ansiedade, angústias e inseguranças no
período de internação.
É fundamental que o psicólogo auxilie o paciente a reconhecer suas próprias
capacidades de compreender suas atitudes e experiencias pessoais com relação a
seu adoecimento e o contexto de sua vida. Fortalecendo sua capacidade de
enfrentar crises e diminuir o sofrimento psicológico causado pela internação
(CAMPOS, 1995 apud ALVES et al., 2020).
Sendo assim não se trata apenas de adotar um modelo clássico, como uma terapia
clínica para o contexto hospitalar, mas sim de serem adotadas teorias e técnicas
voltadas para pessoas hospitalizadas, pois sabemos que há várias adversidades
dentro de um hospital, como estar sujeito a interrupções. O enfoque maior tem que
ser não só na doença do paciente, mas nas suas demandas psicológicas em
relação a doença, como processas que podem auxiliar na recuperação desse
paciente, mas também processos que podem agravar o seu estado.
A presença do psicólogo hospitalar em uma equipe multidisciplinar tem um papel
fundamental na questão da elaboração de fantasias, medos perante seu quadro
clínico e depressão que podem ser detectadas durante o processo de internação do
paciente, o papel do psicólogo é de que essas questões não venham a ser um
empecilho na reintegração do paciente a sua vida fora do ambiente hospitalar.
Somadas a estas questões, a relação com os processos de morte e morrer, com as
perdas irreversíveis impostas pelas doenças, e toda a angústia e sofrimento
gerados por tais situações, têm sido também alvo dos trabalhos do Psicólogo
Hospitalar (SEBASTIANI; MAIA, 2007).
A morte é um processo dinâmico que está em constante evolução ao longo da
história. Ela é moldada pela cultura e pelas experiências individuais do fim da vida.
Na fase inicial da vida, já experimentamos as primeiras perdas, mas é na
adolescência que ocorre uma compreensão mais profunda. Na fase adulta, a morte
se torna mais aceitável e compreensível. Além disso, existem crenças e rituais que
constituem e influenciam a maneira como cada indivíduo encara a morte. Nesse
contexto o psicólogo hospitalar desempenha um papel de apoio emocional
essencial, ajudando pacientes, suas famílias e a equipe médica a enfrentarem as
emoções que surgem a partir dessa finitude da vida, pois sabemos que a maior
preocupação de muitos que estão internados em hospitais é em relação a morte.
O psicólogo auxilia o paciente a explorar seus sentimentos, medos e preocupações
relacionados à morte, promovendo a aceitação. Além de facilitar as comunicações
entre familiares e a equipe médica. Ajudam a família a lidar com o processo de luto,
oferecendo suporte contínuo após o a perda de um ente querido. Embora a
profissionalização na área da saúde esteja voltada para uma ênfase na vida, a
morte sempre estará presente, necessitando preparo para o auxílio àqueles que a
vivenciam (FIDELIS, 2001 apud VON HOHENDORFF; MELO, 2009).

ALVES, Maria Nattália et al. Contribuições da psicologia no


contexto hospitalar e da saúde. Curitiba: Brazilian Journal Of
Development, 2020.

SEBASTIANI, Ricardo Werner; MAIA, Eulália Maria Chaves.


Contribuições da psicologia da saúde-hospitalar na atenção ao
paciente cirúrgico. São Paulo: Scielo, 2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/acb/a/qW8BWG4GWgP4NJqNtrBcSdn/?
lang=pt#. Acesso em: 08 out. 2023.

VON HOHENDORFF, Jean; MELO, Wilson Vieira de. Compreensão da


morte e desenvolvimento Humano: contribuições à Psicologia
Hospitalar. Rio de Janeiro: Redalyc.Org, 2009. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/4518/451844629014.pdf. Acesso em: 08
out. 2023.

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