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03/02/2018 Psiqweb

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Personalidade Psicopática
O psicopata é caracterizado por conduta anti-social crônica
que começa na infância ou adolescência como Transtorno de Buscar
Conduta.
| Forense | Personalidade | Tipo Qualquer palavra

Em Todos Temas
A psicopatologia em geral e a psiquiatria forense em especial têm dedicado, há tempo,
uma enorme preocupação com o quadro conhecido por Psicopatia (ou Sociopatia,
Transtorno Dissocial, Transtorno Sociopático, etc).

Trata-se de um terreno difícil e cauteloso, este que engloba as pessoas que não se
enquadram nas doenças mentais já bem delineadas e com características bastante NEWSLETTER
específicas, a despeito de se situarem à margem da normalidade psico-emocional ou, no Receba os boletins informativos do
mínimo, comportamental. As implicações forenses desses casos reivindicam da psiquiatria PsiqWeb no seu e-mail
estudos exaustivos, notadamente sobre o grupo de entidades entendidas como Seu e-mail aqui! OK
Transtornos da Personalidade.

O enorme interesse que o psicopata tem despertado atualmente se deve, em parte, ao


desenvolvimento das pesquisas sobre as bases neurobiológicas do funcionamento do
cérebro em geral e, particularmente, da personalidade. Em outra parte, deve-se também ao
enorme potencial de destrutividade de alguns psicopatas, quando ou se tiverem acesso
aos instrumentos que a tecnologia e a ciência disponibilizam.

Estudar o potencial da destrutividade humana é bastante interessante e poderá esclarecer Desalmado na paz, herói na guerra ?
certos pontos em comum entre grandes manifestações de destrutividade, como são as Há quem, mediante árdua ginástica
guerras, os genocídios, torturas, o terrorismo e, talvez, manifestações incomuns da mental, evoca até as teorias da evolução
personalidade humana, baseadas na psicopatologia, na psicologia e nas neurociências. e sobrevivência da espécie para
especular sobre os psicopatas como uma
Lorenz e outros etólogos consideram a agressividade organizada uma aquisição evolutiva
espécie de indivíduos dotados de
que aparece na espécie humana há uns 40.000 anos. Em sentido social, a agressividade
atitudes naturais para a sobrevivência da
organizada nasceu da necessidade de uma arma de sobrevivência mais eficaz. Nascia
espécie, do grupo. Diante de uma
assim uma forma especializada de agressão comunitária e organizada, um entusiasmo que
emergência seriam as pessoas capazes
agrega o grupo contra um inimigo comum.
de responder com características não
Uma de suas expressões seria a “paranóia de guerra”, que afeta e afetou populações habituais para fazer frente à situação
inteiras. Atualmente pode ser representada também por grupos étnicos, religiosos ou totalmente anômala, imprevista e
políticos que se unem através de uma conduta agressiva em função de alguma ameaça ameaçadora.
comum a todos integrantes do grupo (ameaça real ou acreditada).
Assim, num caso de guerra, aquele que
Devido à falta de um consenso definitivo, esse assunto tem despertado um virulento se conduz como desalmado, cruel e
combate de opiniões entre os mais diversos autores ao longo do tempo. Igualmente insensível aparece como o herói, aquele
variadas também são as posturas diante desses casos que resvalam na ética e na que toma a frente, que assume riscos,
psicopatologia simultaneamente. As dificuldades vão desde a conceituação do problema, que leva ações adiante e que se destaca
até as questões psicopatológicas de diagnóstico e tratamento. Como seria de se esperar, da maioria. Em tempo de paz, essas
também na área forense as discordâncias são contundentes. condutas caracterizariam a delinqüência,
criminalidade, etc. Isso seria o mesmo
A evolução dos conceitos sobre a Personalidade Psicopática transcorreu, durante mais de que afirmar que “tarado é uma pessoa
um século, oscilando entre a bipolaridade orgânica-psicológica, passando à transitar normal pega em flagrante”.
também sobre as tendências sociais e parece ter aportado, finalmente, numa idéia bio-
psico-social que, senão a mais verdadeira, ao menos se mostrou a mais sensata (veja A tendência em descobrir méritos nas
artigo Personalidade Criminosa, uma revisão das dúvidas sobre esse tema). atitudes sociopáticas, pelo simples fato
delas se ajustarem perfeitamente aos
Historia do conceito requisitos da emergência e da
O conceito de Psicopata, Personalidade Psicopática e, mais recentemente, Sociopata é um sobrevivência, caem por terra ao
tema que vem preocupando a psiquiatria, a justiça, a antropologia, a sociologia e a filosofia considerarmos as questões gregárias e
desde a antigüidade. Evidentemente essa preocupação contínua e perene existe porque éticas associadas aos propósitos das
sempre houve personalidades anormais como parte da população geral. atitudes.

Psicopatas são pessoas cujo tipo de conduta chama fortemente a atenção e que não se Vamos colocar a questão da seguinte
podem qualificar de loucos nem de débeis; elas estão num campo intermediário. São maneira:
indivíduos que se separam do grosso da população em termos de comportamento, conduta - Considerando os três elementos
moral e ética. Vejamos a opinião dos vários autores sobre a Personalidade Psicopática condutores mestres da ação humana
ao longo da história. como sendo o Querer, o Dever e o
Conseguir, na linguagem freudiana, o Id,

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Cardamo o Superego e o Ego, sociopata seria
Uma das primeiras descrições registradas pela medicina sobre algum comportamento que aquele que, não dispondo ou dispondo
pudesse se identificar à idéia de Personalidade Psicopática foi a de Girolano Cardamo deficitariamente do Dever (superego),
(1501-1596), um professor de medicina da Universidade de Pavia. O filho de Cardamo foi estaria autorizado, por si mesmo, a
decapitado por ter envenenado sua mulher (mãe do réu) com raízes venenosas. Neste proceder da maneira mais eficiente para
relato, Cardamo fala em "improbidade", quadro que não alcançava a insanidade total SEU prazer ou SUA sobrevivência.
porque as pessoas que disso padeciam mantinham a aptidão para dirigir sua vontade.
Portanto, a despeito da eficácia
Pablo Zacchia (1584-1654), considerado por alguns como fundador da Psiquiatria Médico existencial, o psicopata seria o exemplar
Legal, descreve, em Questões Médico Legais, as mais notáveis concepções que logo humano mais próximo da animalidade.
dariam significação às "psicopatias" e aos "transtornos de personalidade". Ora, aproximar-se da animalidade é um
fenômeno a que todos estamos sujeitos,
Pinel de acordo com a existência iminente de
Em 1801, Philippe Pinel publica seu Tratado médico filosófico sobre a alienação mental e severa ameaça existencial. A distinção e
fala de pessoas que têm todas as características da mania, mas que carecem do delírio. o mérito éticos de cada um se medem de
Temos que entender que Pinel chamava de mania aos estados de furor persistentes e acordo com o limiar, a partir do qual,
comportamento florido, distinto do conceito atual de mania (Berrios, 1993). recorremos à animalidade para conquista
de nossos objetivos.
Dizia, no tratado, que se admirava de ver muitos loucos que, em nenhum momento,
apresentavam prejuízo algum do entendimento, e que estavam sempre dominados por Quanto mais vulnerável à animalidade,
uma espécie de furor instintivo, como se o único dano fosse em suas faculdades menor o sentido (e sentimento) ético da
instintivas. A falta de educação, uma educação mal dirigida ou traços perversos e pessoa. Como o sociopata vive na
indômitos naturais, podem ser as causas desta espécie de alteração (Pinel, 1988). animalidade (das atitudes), falta-lhe
totalmente a condição ética. E há quem
Prichard pense que, para problemas éticos...
Prichard, tanto quanto Pinel, lutavam contra a idéia do filósofo Locke, o qual dizia não soluções éticas, para problemas
poder existir mania sem delírio, ou seja, mania sem prejuízo do intelecto. Portanto, nessa médicos... soluções médicas. O
época, os juizes não declaravam insanos nenhuma pessoa que não tivesse um psicopata não aprende com certas
comprometimento intelectual manifesto (normalmente através do delírio). Pinel e Pricharde experiências, nem com a argumentação,
tratavam de impor o conceito, segundo o qual, existiam insanidades sem comprometimento e menos ainda com o discurso ético.
intelectual, mas possivelmente com prejuízo afetivo e volitivo (da vontade). Tal posição
acabava por sugerir que essas três funções mentais, o intelecto, afetividade, e a vontade, Os psicopatas começam a manifestar
poderiam adoecer independentemente. sua psicopatia desde a infância e
adolescência, e não se modificam depois
Foi em 1835 que James Cowles Prichard publica sua obra Treatise on insanity and other
(veja Transtornos de Conduta). A
disorders affecting the mind, a qual falava da Insanidade Moral. A partir dessa obra, o
conduta anti-social começa desde a
historiador G. Berrios (1993) discute o conceito da Insanidade Moral como o equivalente ao
infância, caracterizada por atitudes de
nosso atual conceito de psicopatia.
mentir, roubar, falsificar cheques,
Morel prostituir-se, assaltar, maltratar animais,
Morel, em 1857, parte do religioso para elaborar sua teoria da degeneração. O ser humano etc). Nota-se, desde tenra idade, uma
tinha sido criado segundo um tipo primitivo perfeito e, todo desvio desse tipo perfeito, seria ausência da capacidade de sentimento
uma degeneração. A essência do tipo primitivo e, portanto, da natureza humana, é a de culpa e de arrependimento. Quando
contínua supremacia ou dominação do moral sobre o físico. Para Morel, o corpo não é teatralizam esses sentimentos, o fazem
mais que "o instrumento da inteligência". simplesmente para conseguir uma
atenuação da pena.
A doença mental inverteria esta hierarquia e converteria o humano “em besta”. Uma
doença mental não é mais que a expressão sintomática das relações anormais que se Personalidade Psicopática Amoral
estabelecem entre a inteligência e seu instrumento doente, o corpo. O prof. Eunofre Marques adota a
denominação de Personalidade
A degeneração de um indivíduo se transmite e se agrava ao longo das gerações, até Psicopática Amoral (ou, simplesmente,
chegar à decadência completa (Bercherie, 1986). Alguns autores posteriores, como é o PP) para o que se considera Sociopatia.
caso de Valentím Magnam, suprimiram o elemento religioso das idéias de Morel e Veja o que ele diz neste trecho
acentuaram os aspectos neurobiológicos. Estes conceitos afirmavam a ideologia da selecionado:
hereditariedade e da predisposição em varias teorias sobre as doenças mentais.
" O PP amoral é um indivíduo incapaz de
Koch e Gross incorporar valores. Ele funciona sempre
Em 1888, Koch (Schneider, 1980) fala de Inferioridades Psicopáticas, mas se refere à na relação prazer-desprazer imediato.
inferioridades no sentido social e não moral, como se referiam anteriormente. Para Koch,
as inferioridades psicopáticas eram congênitas e permanentes e divididas em três formas: São indivíduos incapazes de se integrar
a qualquer grupo, devido ao seu egoísmo
- disposição psicopática, absoluto e a não aceitarem qualquer tipo
- tara psíquica congênita e de regras. Só o que eles querem é o que
- inferioridade psicopática. interessa. No início, eles até fazem
amizades com facilidade mas, diante dos
Dentro da primeira forma, Disposição Psicopática, se encontram os tipos psicológicos primeiros conflitos, a sua amoralidade
astênicos, de Schneider. A Tara inclui a "as almas impressionáveis, os sentimentais aparece em todo o seu potencial.
lacrimosos, os sonhadores e fantásticos, os escrupulosos morais, os delicados e Terminam por ser rejeitados pelos grupos
susceptíveis, os caprichosos, os exaltados, os excêntricos, os justiceiros, os reformadores em pouco tempo. São, por isso, em geral
do estado e do mundo, os orgulhosos, os indiscretos, os vaidosos e os presumidos, os indivíduos solitários, que migram de
inquietos, os malvados, os colecionadores e os inventores, os gênios fracassados e não grupo em grupo até que não restem mais
fracassados". Todos estes estados são causados por inferioridades congênitas da grupos para os aceitarem" .
constituição cerebral, mas não são consideradas doenças.
Esse transtorno pode aparecer
Otto Gross, por sua vez, dizia que o retardo dos neurônios para estabilizarem-se depois da precocemente, em tenra idade, conforme
descarga elétrica determinava diferenças no caráter. Assim em seu livro Inferioridades diz o prof. Eunofre Marques:
Psicopáticas, a recuperação neuronal rápida determinava indivíduos tranqüilos, e os de
estabilização neuronal mais lenta, ou seja, com maior duração da estimulação, seriam os "Ainda crianças já aparece o seu
excitáveis, portadores dessa inferioridade. componente amoral, por não aceitarem
regras jamais, não respeitarem qualquer
Kraepelin limite e terem um comportamento
Kraepelin, quando faz a classificação das doenças mentais em 1904, usa o término absolutamente inadequado na escola, de

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Personalidade Psicopática para referir-se, precisamente, a este tipo de pessoas que não onde são freqüentemente expulsos.
são neuróticos nem psicóticos, também não estão incluídas no esquema de mania-
depressão, mas que se mantêm em choque contundente com os parâmetros sociais Já na adolescência tendem francamente
vigentes. Incluem-se aqui os criminosos congênitos, a homossexualidade, os estados para a marginalidade e tentam integrar-
obsessivos, a loucura impulsiva, os inconstantes, os embusteiros e farsantes e os se aos grupos marginais mas mesmo
querelantes (Schneider, 1980). esses, com a sua ética marginal rígida,
logo o rejeitam.
Para Kraepelin, as personalidades psicopáticas são formas frustras de psicose,
classificadas segundo um critério fundamentalmente genético e considera que seus Quando pressionado pelo ambiente,
defeitos se limitam essencialmente à vida afetiva e à vontade (Bruno, 1996). especialmente em ambientes fechados,
como numa penitenciária, eles atual de
Schneider modo primoroso, como que absorvendo
Em 1923, Schneider elabora uma conceituação e classificação do que é, para ele, a os valores rígidos do meio. No entanto, é
Personalidade Psicopática. Schneider (1980) descarta no conjunto classificatório da só surgir uma pequena brecha nas
personalidade atributos tais como, a inteligência, os instintos e sentimentos corporais e regras para que a sua amoralidade
valoriza como elementos distintivos o conjunto dos sentimentos e valores, das tendências e venha plenamente à tona.
vontades.
Boa parte deles não chega à idade adulta
Para Kurt Schneider as Personalidades Psicopáticas formam um subtipo daquilo que porque, misturados com os marginais,
classificava como Personalidades Anormais, de acordo com o critério estatístico e da acabam sendo mortos por estes. Mesmo
particularidade de sofrerem por sua anormalidade e/ou fazerem outros sofrer. assim, chegando à idade adulta,
terminam por serem recolhidos a alguma
Entretanto, a classificação de Personalidade Psicopática não pode ser reconhecida ou penitenciária, onde eles são encontrados
aceita pelo próprio paciente e, às vezes, nem mesmo por algum grupo social pois, a com freqüência. Mesmo dentro da
característica de fazer sofrer os outros ou a sociedade é demasiadamente relativo e penitenciária a sua existência está sendo
subjetivo: um revolucionário, por exemplo, é um psicopata para alguns e um herói para constantemente ameaçada, porque não
outros. se integram a nenhum dos grupos que lá
se formam.
Em conseqüência dessa relatividade de diagnóstico (devido à relatividade dos valores),
não é lícito ou válido realizar um diagnóstico do mesmo modo que fazemos com as outras
Aqueles que têm um nível de inteligência
doenças. Resumindo, pode-se destacar neles certas características e propriedades que os
superior conseguem parcialmente,
caracterizam de maneira nada comparável aos sintomas de outras doenças. O Psicopata
utilizando-se dos recursos cognitivos,
é, simplesmente, uma pessoa assim.
manterem-se relativamente integrados no
O psicopata não tem uma psicopatia, no sentido de quem tem uma tuberculose, ou algo meio até a idade adulta mas, mesmo
transitório, mas ele É um psicopata. Psicopata é uma maneira de ser no mundo, é uma estes, acabam por serem expulsos do
maneira de ser estável. seu meio e também vão parar nos
presídios. O PP amoral é o exemplo do
Como em tantas outras tendências, também há um certo determinismo na concepção de fracasso do ser humano"
Schneider. Para ele os psicopatas são assim em toda situação vital e sob todo tipo de
circunstâncias. O psicopata é um indivíduo que não leva em conta as circunstâncias Cérebro e Personalidade
sociais, é uma personalidade estranha, separada do seu meio. A psicopatia não é, A personalidade inclui, em meio a todos
portanto, exógena, sendo sua essência constitucional e inata, no sentido de ser pré- seus traços, a cognição e a percepção.
existente e emancipada das vivências. Essas atividades representam uma
operação complexa baseada em redes
Mas a conduta do psicopata nem sempre é toda psicopática, existindo momentos, fases e neuronais intrincadas e perfeitamente
circunstâncias de condutas adaptadas, as quais permitem que ele passe desapercebido integradas, as quais Eduardo Mata
em muitas áreas do desempenho social. Essa dissimulação garante sua sobrevivência chama de Módulos, portanto, a atividade
social. cerebral seria do tipo modular.

Kurt Schneider, psiquiatra alemão, englobou no conceito de Personalidade Psicopática A sobrevivência exige funcionamento
todos os desvios da normalidade não suficientes para serem considerados doenças adequado, muitas vezes automático e
mentais francas, incluindo nesses tipos, também aquele que hoje entendemos como inconsciente, de uma quantidade de
sociopata. Dizia que a Personalidade Psicopática (que não tinha o mesmo conceito do módulos que tratam muitos fatores
sociopata de hoje) como aquelas personalidades anormais que sofrem por sua simultaneamente: a motivação, a
anormalidade e/ou fazem sofrer a sociedade.Ele distinguia os seguintes tipos de percepção do ambiente, noção do que é
Personalidade Psicopática: necessário para sobreviver, regulação
dos impulsos agressivos e sexuais,
1) Hipertímicos, formação das relações com outros
2) Depressivos, indivíduos, regulação dos
3) Inseguros, comportamentos intencionais e inibição
4) Fanáticos, dos inapropriados.
5) Carentes de Atenção,
6) Emocionalmente Lábeis, Portanto, quanto mais eficientes forem
7) Explosivos, esses módulos (Assembléias Neuronais),
8) Desalmados, melhor desempenho terá a pessoa e
9) Abúlicos, e melhor apreensão da situação existencial
10) Astênicos. (no mundo), ou seja, a consciência global
é conseqüência da notável capacidade
Evidentemente o que entendemos hoje por psicopata ou sociopata seriam, na classificação de organização e integração neuronais
de Schnneider, os Desalmados. Muito mais tarde Mira y López definiu a Personalidade que o organismo possui.
Psicopática como "...aquela personalidade mal estruturada, predisposta à desarmonia
intrapsíquica, que tem menos capacidade que a maioria dos membros de sua idade, sexo Todo esse procedimento adaptativo
e cultura para adaptar-se às exigências da vida social". E considerava 11 tipos dessas resultante das Assembléias Neuronais
personalidades anormais muito semelhantes aos tipos de Schnneider. Eram eles: não se faz de maneira linear, seu curso e
seqüência não se pode prever. Na
1) Astênica, pessoa normal parece que não basta a
2) Compulsiva, compreensão dos fenômenos químicos
3) Explosiva, ou físicos para predizer como se dará a
4) Instaável, sucessão de atitudes adaptativas, tais
5) Histérica, como o autocontrole, a iniciativa, a
6) Ciclóide, regulação do afeto, do juízo, a

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7) Sensitivo-paranóide, destrutividade, o planejamento da fuga
8) Esquizóide, ou do ataque. De modo geral, há maior
9) Perversa, ou menor probabilidade da pessoa reagir
10) Hipocondríaca, e assim ou assado mas as atitudes serão
11) Homosexual. sempre circunstanciais, sem que
tenhamos certeza da previsão.
Cleckley
Em 1941 Cleckley escreveu um livro chamado "A máscara da saúde", o qual se referia a Quando conseguimos prever a maneira
este tipo de pessoas. Em 1964 descreveu as características mais freqüentes do que hoje com que a pessoas reagirá, como atuará
chamamos psicopatas. Em 1961, Karpmam disse "dentro dos psicopatas há dois grandes em determinadas circunstâncias, em
grupos; os depredadores e os parasitas" (fazendo uma analogia biológica). Os outras palavras, quando a pessoa reage
depredadores são aqueles que tomam as cosas pela força e os parasitas tomam-nas sempre dessa ou daquela maneira diante
através da astúcia e do engodo. das circunstâncias, e quando essas
atitudes fazem sofrer (ela ou os outros),
Cleckley, estabeleceu, em "A máscara da saúde", alguns critérios para o diagnóstico do provavelmente estaremos diante de um
psicopata, em 1976, Hare, Hart e Harpur, completaram esses critérios. Somando-se as Transtorno da Personalidade.
duas listas podemos relacionar as seguintes características:
Transtornos tais como os casos de
Critérios para diagnós co do Psicopata (Hare, Hart , Harpur) Personalidade Múltipla, Personalidade
1. Problemas de conduta na infância. Borderline e Transtornos Dissociativos
2. Inexistência de alucinações e delírio. poderiam ser considerados, pelo menos
3. Ausência de manifestações neuróticas. em parte, como perturbações de
4. Impulsividade e ausência de autocontrole. funcionamento ou da integração das
5. Irresponsabilidade redes neuronais. Isso caracterizaria uma
6. Encanto superficial, notável inteligência e loquacidade. perturbação do sistema cérebro/mente, a
7. Egocentrismo patológico, autovalorização e arrogância. qual poderia ter causas biológicas e/o
8. Incapacidade de amar. determinadas pela experiência.
9. Grande pobreza de reações afetivas básicas.
10. Vida sexual impessoal, trivial e pouco integrada. Uma observação interessante é a
11. Falta de sentimentos de culpa e de vergonha. crescente habilidade das crianças e
12. Indigno de confiança, falta de empatia nas relações pessoais. adolescentes para regular sua conduta, à
13. Manipulação do outro com recursos enganosos. medida que o cérebro amadurece. Esse
14. Mentiras e insinceridade. amadurecimento parece ser
15. Perda específica da intuição. conseqüência não só da experiência,
16. Incapacidade para seguir qualquer plano de vida. senão também da mielinização das áreas
17. Conduta anti-social sem aparente arrependimento. pré-frontais com as conseqüentes
18. Ameaças de suicídio raramente cumpridas. alterações nas redes neuronais. Trata-se
19. Falta de capacidade para aprender com a experiência vivida. de um processo que continua até o fim
da vida (em velocidade e quantidade
Henry Ey decrescentes).
Henry Ey, em seu "Tratado de Psiquiatria", inclui as Personalidades Psicopáticas dentro
do capítulo das doenças mentais crônicas, as quais considera como um desequilíbrio Transtorno de Personalidade
psíquico resultante das anomalias caracteriológicas das pessoas. Cita as características Borderline (Limítrofe)
básicas das Personalidades Psicopáticas como sendo a anti-sociabilidade e Caracteriza-se por um padrão de
impulsividade (Bruno, 1996). A idéia dos Transtornos de Personalidade tal como sugerido relacionamento emocional intenso porém
pelo DSM começou em 1966 com Robins. confuso e desorganizado. A instabilidade
das emoções é o traço marcante deste
O que mais se percebe em relação à Personalidade Psicopática são as controvérsias transtorno, que se apresenta pelas
entre os vários autores e nas várias épocas mas, de alguma forma, há uma perene flutuações ou rápidas variações no
tendência em se apontar para três conceitos básicos. estado de humor de um momento para
outros sem justificativa real, essas
A primeira posição reflete uma tendência mais constitucionalista (intrínseca, orgânica), pessoas reconhecem sua labilidade
entendendo que o psicopata se origina de uma constituição especial, geneticamente emocional mas para tentar encobrí-la
determinado e, em conseqüência dessa organicidade, pouco se pode fazer. justificam-nas geralmente com
argumentos implausíveis. Seu
A segunda tendência é a social ou extrínseca, acreditando que a sociedade faz o comportamento impulsivo
psicopata, a sociedade faz a seus próprios criminosos por não lhes dar os meios frequentemente é auto-destrutivo.
educativos e/ou econômicos necessários.
Estes paciente não possuem claramente
Através da análise de dois sistemas educacionais para problemas comportamentais, como uma identidade de si mesmos, com um
a escola inglesa Lymam, com um sistema disciplinar rígido, autoritário, duro, e a escola projeto de vida ou uma escala de valores
Wiltwyck, americana, onde a idéia era criar um ambiente cálido, afetuoso, propenso a duradoura, até mesmo quanto à própria
amistosidade, uma "disciplina de amor" segundo cita Cinta Mocha (Garrido, 1993), pode-se sexualidade. A instabilidade é tão intensa
contra-argumentar a tendência extrínseca da psicopatia. Os psicopatas constituíram o 35% que acaba incomodando o próprio
da população em ambas escolas. A instituição americana Wiltwyck teve um marcante êxito paciente que em dados momentos rejeita
inicial, mas a taxa de reincidência em atitudes anti-sociais, ao longo de alguns anos de a si mesmo, por isso a insatisfação
acompanhamento, foi o mesmo. pessoal é (veja
mais em Psicosite )
A terceira escola é a psicanalista, que só trata das perversões em relação com a
sexualidade. Quando o transtorno implica outras pulsões, Freud fala de libidinização da
Histórico
dita pulsão, a qual havia sido "pervertida" pela sexualidade. A perversão adulta aparece
O psiquiatra inglês C. Hugues utiliza, em
como a persistência ou reaparição de um componente parcial da sexualidade. A perversão
1884, o termo “borderline” para definir um
seria uma regressão a uma fixação anterior da libido. Recordemos que, para Freud, a
grupo de indivíduos que oscilavam entre
passagem à plena organização genital supõe:
os limites da demência e da normalidade:
a) superação do complexo de Édipo, “o estado fronteiriço (borderline) da
b) o surgimento do complexo de castração e loucura compreende um grande número
c) a concepção da proibição do incesto. de pessoas que passam a vida toda
próximos desta linha, tanto de um lado
Assim a perversão chamada fetichismo é ligada à negação da castração. A perversão seria como de outro”.
o negativo da Neurose, que faz da perversão a manifestação em bruto, não reprimida, da
sexualidade infantil (Laplanche, 1981). Em 1911, o psiquiatra suíço Eugène

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A maioria dos autores dessa época procurava substituir o conceito de "constituição Bleuler descreve a esquizofrenia latente,
psicopática" por "personalidades psicopáticas" já que sua etiologia não era claramente um distúrbio mental que contém, em
definida. Mas, apesar da etiologia não ser claramente entendida, o quadro clínico da germe, todos os sintomas e combinações
personalidade psicopática foi sendo cada vez mais cristalinamente descrito. de sintomas que estão presentes nos
tipos manifestos de esquizofrenia. Os
K. Eissler, no final da década de 40, considerava os psicopatas como indivíduos com indivíduos desse grupo, apresentavam
ausência de sentimentos de culpa e da ansiedade normal, superficialidade de objetivos de um comportamento social convencional e
vida e extremo egocentrismo. Os irmãos Mc Cord, em 1956, descrevem sua "síndrome nunca haviam manifestado seja um
psicopática" com as seguintes características: escasso ou nenhum sentimento de culpa, episódio psicótico bem definido, seja um
capacidade de amar muito prejudicada, graves alterações na conduta social, impulsividade rompimento substancial com a realidade.
e agressão. Porém, em camadas subjacentes de sua
personalidade, seriam portadores de
Outros autores, resumindo, nas décadas sucessivas de 60 e 70, foram também definindo elementos de esquizofrenia .
os traços característicos da psicopatia com termos tais como; perturbações afetivas,
perturbações do instinto, deficiência superegoica, tendência a viver só o presente, baixa Um exemplo de esquizofrenia latente,
tolerância a frustrações. Alguns classificam esse transtorno como anomalias do caráter e descrito por Bleuler: "...outro tipo, com
da personalidade, ressaltando sempre a impulsividade e a propensão para condutas anti- uma pronunciada irritabilidade: uma
sociais (Glover, Henri Ey, Kolb, Liberman). jovem normal e inteligente se casa aos
vinte anos e vive feliz por mais de cinco
Classicamente, hoje em dia e resumindo a evolução do conceito, a Personalidade anos. Muito gradualmente torna-se
Psicopática tem sido caracterizada principalmente por ausência de sentimentos afetuosos, irritável, gesticula enquanto fala, suas
amoralidade, impulsividade, falta de adaptação social e incorregibilidade. peculiaridades aumentam
continuamente; contudo, nenhuma
Neurofisiologia da Agressão empregada pára na casa. Briga
É necessário entender um pouco mais sobre a fisiologia da agressão para inserir, depois, a constantemente com seus vizinhos.
noção da sociopatia. Há nesse site um artigo sobre Cérebro e Violência que pode Dentro de seu próprio grupo familiar
completar o que se vê aqui agora. converteu-se numa tirana doméstica
insuportável, que não reconhece seus
Uma das hipóteses importantes na compreensão do funcionamento cerebral em relação à
deveres, apenas seus direitos. (...)
personalidade é aquela que trata de uma espécie de organização hierárquica do cérebro,
provoca transtornos constantemente com
anteriormente proposta Jackson, onde haveria centros superiores, médios e inferiores.
suas reclamações e caprichos. (...) não
Hoje se concebe a idéia segundo a qual os processos cerebrais ocorrem tanto através de
obstante, mostra-se completamente
uma “atitude” hierárquica, como também homogênea (veja Assembléias Neuronais na
indiferente para coisas importantes,
fisiologia da consciência.
como a relação com seus familiares
Dessa forma, o cérebro humano resultaria da integração de “três cérebros” distintos, com próximos. Não gosta dos filhos, é incapaz
diferentes características estruturais, neurofisiológicas e, especialmente, com diferentes de comportar-se. (...)"
performances comportamentais. Como herança de nossos antepassados, ou seja, dos
répteis, dos mamíferos e dos primeiros primatas, possuímos um conjunto de estruturas Em 1938, o psicanalista Adolph Stern
nervosas chamadas de Gânglios da Base e o complexo Estriado. Essa é a parte mais faz referência às neuroses borderline,
primitiva do cérebro humano. uma patologia que se caracteriza por
narcisismo doentio, “hemorragia
Juntamente com as estruturas neuronais acima, o ser humano possui também a medula psíquica” (termo utilizado pelo autor para
espinhal, o bulbo e a protuberância, formando parte do cérebro posterior e do cérebro descrever a impossibilidade de controle),
médio, ou mesencéfalo. Essas estruturas comportam os mecanismos básicos da hipersensibilidade, reações terapêuticas
reprodução e da autoconservação, incluindo a regulação do ritmo cardíaco, da circulação negativas, sentimentos de inferioridade
sanguínea e da respiração. Nos peixes e anfíbios essas estruturas formão quase o cérebro (ancorados constitucionalmente e
todo. fincados profundamente na
personalidade), masoquismo, rigidez
Essa introdução é importante porque mostra alguns elementos comuns ao ser humano e psíquica e física, estado de profunda
aos répteis, provenientes de algumas estruturas cerebrais arcaicas. As atitudes favorecidas insegurança orgânica e intensa
por essas estruturas antigas seriam, por exemplo, a seleção do lugar, a territorialidade, o ansiedade, uso de mecanismos
envolvimento na caça, o acasalamento e, também, alguns mecanismos que intervêm na projetivos e dificuldade no teste de
formação da hierarquia social, como a seleção de líderes. Aqui que se daria também a realidade.
participação nos comportamentos ritualistas. São condutas que existem naturalmente nos
animais inferiores e, devidamente domesticadas, no ser humano. Em 1953, Robert Knight apresenta um
estudo sobre os estados borderlines,
Em torno das estruturas do cérebro antigo ou arque-cérebro, se encontra o Sistema utilizando essa expressão para classificar
Límbico. Esse sistema, que é o maior responsável pela emoção, já aparece muito pacientes muito comprometidos
rudimentarmente nos répteis, algo mais desenvolvido nos mamíferos e bem mais completo psiquicamente mas que não podem ser
no ser humano. considerados como autênticos psicóticos.
E observa que certos critérios geralmente
O comportamento dos mamíferos, das classes mais inferiores até as mais desenvolvidas, usados — ruptura com a realidade,
incluindo os humanos, difere dos répteis por conta da enorme variedade de exclusão recíproca de neurose e psicose
comportamentos possíveis, sendo os répteis bem mais limitados, e também porque nos e a teoria da libido — são insuficientes
mamíferos já aparece a emoção, tão mais elaborada quanto mais desenvolvido for o para se chegar a um diagnóstico correto,
Sistema Límbico. São do Sistema Límbico as expressões de fúria do gato, do cão, algo um prognóstico preciso e a adequadas
semelhantes às atitudes de fúria do ser humano. Nos répteis não notamos nenhuma direções terapêuticas
expressão dessa natureza.

Acrescenta-se que a quase totalidade dos psicofármacos atua no Sistema Límbico.


Também os sistemas neuroendócrino, neuroimune, neurovegetativo, os ritmos circadianos,
são todos fortemente influenciados pelas emoções, pelo Sistema Límbico.

Uma parte importantíssima dessa região límbica é a chamada Amígdala, que tem um papel
transcendente na agressividade. Também existem motivos para acreditar que a base do
comportamento altruísta se encontra no Sistema Límbico. O amor, assim como o
comportamento altruísta, parecem ser aquisições do Sistema Límbico humano. Em
pesquisas, a destruição experimental das Amígdalas (são duas, uma para cada um dos
hemisférios cerebrais) faz com que o animal se torne dócil, sexualmente indistinto,
afetivamente descaracterizado e indiferente ás situações de risco.

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O estímulo elétrico agindo nas Amígdalas provoca crises de violenta agressividade. Em
humanos, a lesão da Amígdala faz, entre outras coisas, com que o indivíduo perca o
sentido afetivo da percepção de uma informação vinda de fora, como a visão de uma
pessoa conhecida ou querida. Ele sabe quem está vendo, mas não sabe se gosta ou
desgosta da pessoa que vê.

Localizada na profundidade de cada lobo temporal anterior, as Amígdalas funcionam de


modo íntimo com o Hipotálamo. É o centro identificador de perigo, gerando medo e
ansiedade e colocando o animal em situação de alerta, preparando-o para fugir ou lutar,
estariam assim, envolvidas na produção de uma resposta ao medo e outras emoções
negativas.

As áreas cerebrais mais primitivas relacionadas à agressão, mais precisamente à agressão


depredadora, são estruturas filogenéticamente muito antigas, onde se inclui o hipotálamo,
o tálamo, o mesencéfalo, o hipocampo e, como já vimos, as Amígdalas. As Amígdalas e o
Hipotálamo trabalham em estreita harmonia, de tal forma que um comportamento de
ataque pode ser acelerado ou retardado, estimulado ou inibido, dependendo da interação
entre estas duas estruturas.

Finalmente, na escala filogenética, aparece o neocórtex, a parte mais jovem do cérebro.


Esse neocórtex já existe em estado rudimentar nos mamíferos inferiores, e sofre um
desenvolvimento impressionante nos primatas. O processo evolutivo da neocórtex explode
em velocidade na linha dos ancestrais homínidos em comparação com outros animais, e
essa evolução abrupta surpreende também nos grandes mamíferos aquáticos.

A agressão requer a participação destas antigas estruturas cerebrais (Amígdalas, Núcleos


da Base e Complexo Estriado) e sem elas não haveria a agressão. Porém, a verdadeira
agressão planejada, ou talvez, elaborada segundo algum objetivo, ou talvez ainda os
subprodutos da agressão, perversidade e destrutividade, precisa de redes neuronais
complexas e abrangentes e envolve principalmente o Sistema Límbico.

Assim, até chegar ao estágio cerebral atual, o ser humano é fruto de uma evolução
anatômica e funcional.

Cérebro e Personalidade

A personalidade inclui, em meio a todos seus traços, a cognição e a percepção. Essas


atividades representam uma operação complexa baseada em redes neuronais intrincadas
e perfeitamente integradas, as quais Eduardo Mata chama de Módulos, portanto, a
atividade cerebral seria do tipo modular.

A sobrevivência exige funcionamento adequado, muitas vezes automático e inconsciente,


de uma quantidade de módulos que tratam muitos fatores simultaneamente: a motivação, a
percepção do ambiente, noção do que é necessário para sobreviver, regulação dos
impulsos agressivos e sexuais, formação das relações com outros indivíduos, regulação
dos comportamentos intencionais e inibição dos inapropriados.

Portanto, quanto mais eficientes forem esses módulos (Assembléias Neuronais), melhor
desempenho terá a pessoa e melhor apreensão da situação existencial (no mundo), ou
seja, a consciência global é conseqüência da notável capacidade de organização e
integração neuronais que o organismo possui.

Todo esse procedimento adaptativo resultante das Assembléias Neuronais não se faz de
maneira linear, seu curso e seqüência não se pode prever. Na pessoa normal parece que
não basta a compreensão dos fenômenos químicos ou físicos para predizer como se dará
a sucessão de atitudes adaptativas, tais como o autocontrole, a iniciativa, a regulação do
afeto, do juízo, a destrutividade, o planejamento da fuga ou do ataque. De modo geral, há
maior ou menor probabilidade da pessoa reagir assim ou assado mas as atitudes serão
sempre circunstanciais, sem que tenhamos certeza da previsão.

Quando conseguimos prever a maneira como a pessoas reagirá, como atuará em


determinadas circunstâncias, em outras palavras, quando a pessoa reage sempre dessa
ou daquela maneira diante das circunstâncias, e quando essas atitudes fazem sofrer (ela
ou os outros), provavelmente estaremos diante de um Transtorno da Personalidade.

Transtornos tais como os casos de Personalidade Múltipla, Personalidade Borderline e


Transtornos Dissociativos poderiam ser considerados, pelo menos em parte, como
perturbações de funcionamento ou da integração das redes neuronais. Isso caracterizaria
uma perturbação do sistema cérebro/mente, a qual poderia ter causas biológicas e/o
determinadas pela experiência.

Uma observação interessante é a crescente habilidade das crianças e adolescentes para


regular sua conduta, à medida que o cérebro amadurece. Esse amadurecimento parece
ser conseqüência não só da experiência, senão também da mielinização das áreas pré-
frontais com as conseqüentes alterações nas redes neuronais. Trata-se de um processo
que continua até o fim da vida (em velocidade e quantidade decrescentes).

Este modelo modular é também consistente com as pesquisas em relação à


compatibilidade do humor com a memória. Partem das observações de que quando se tem
determinado estado de humor, há tendência em se ter recordações específicas. Parece ter
sido ativada pelo estado de humor uma rede neuronal específica, parece ainda que ao
ativar determinada rede neuronal há bloqueio ao acesso a outras representações. Talvez

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seja por isso que o aconselhamento otimista para quem está deprimido tenha tão escasso
resultado, pois a depressão favorece certo tipo de lembranças, recordações, conclusões e
fantasias.

Na historia das teorias neurobiológicas da personalidade, registra-se que no século IV


antes de Cristo, Hipócrates havia precisado a existência de quatro estilos diferentes de
personalidade baseado nos humores. Mais de vinte séculos depois ainda não se tem uma
teoria neurobiológica absolutamente precisa, mas, não obstante, na última década do
século XX, a chamada “década do cérebro”, produziu-se avanços significativos na
neurociência, em particular na área da neuroquímica.

As pesquisas sobre a Personalidade Psicopática têm enfocado ora alguns aspectos


sintomáticos, ora outros. Alguns estudos enfocam essa alteração da personalidade em
relação às condutas delituosas, à violência, dificuldades no controle dos impulsos,
sexualidade de risco e desordenada e consumo abusivo de substâncias.

Algumas linhas de pesquisa têm dedicado considerável atenção aos aspectos anti-sociais
e criminais desse transtorno, enquanto outros começam a se preocupar com a falta de
empatia e loqüacidade comum aos psicopatas. Ressaltam-se ainda as pesquisas em
relação ao encanto superficial dos psicopatas, à falta de arrependimentos, à incapacidade
para amar e à gritante irresponsabilidade. São escassas ainda as pesquisas sobre a
Personalidade Psicopática e as condutas terroristas.

Atualmente o estudo da Personalidade Psicopática permite fazer a distinção entre duas


estruturas. A primeira delas (Fator 1), agrupa os sintomas de eloqüência, falta de
sentimentos de arrependimento ou culpa, afetos superficiais, falta de empatia, e extrema
dificuldade em aceitar responsabilidades. Esta variante não caracteriza necessariamente a
pessoa anti-social, antes disso, parece caracterizar uma grande puerilidade ou defeito na
maturidade plena da personalidade.

A segunda estrutura (Fator 2) consiste nos verdadeiros traços anti-sociais, ou seja, na


agresividade e na falta de controle dos impulsos. O Fator 1 não está necessariamente
associado ao Fator 2, mas este sim, para que seja dado diagnóstico de Psicopatia, deve
obrigatoriamente ter como pré-requisito o Fator 1.

Lewis cita, entre outros, as tipologias de Blackburn. Esse autor refere que, enquanto a
psiquiatria norteamericana define a conduta anti-social em termos comportamentais, outras
definções têm se preocupado com as alterações emocionais.

Existem dois grupos em relação a esse aspecto. Um deles formado por pessoas com
escassos ou nenhum sentimento de arrependimento ou culpa referentes à sua conduta
anormal e têm pouca ou nenhuma empatia para com seus pares embora se façam
simpáticos e agradáveis (Fator 1, de Hare). Parece que o critério de observação é ético por
excelência.

O outro grupo é formado por pessoas com tendências neuróticas: apesar da conduta
anormal apresentam emotividade excesiva e queixas de conflito interno em relação à
culpa, ansiedade, depressão, arrependimento, paranóia, e outros sintomas neuróticos.
Aqui os critérios de observação são psicodinâmicos, psicopatológicos. No primeiro caso é
a chamada Psicopatia Primária (verdadeira), e a segunda Psicopatia Secundária.

Segundo idéias de Zuckermam (1, 2), uma das características do psicopata seria um
marcante traço da personalidade caracterizado por psicoticismo, impulsividade, busca de
sensações e atitudes não socializadas, porém, esse supertraço sociopático não estaria
presente só na Personalida Psicopática, mas também na Personalidade Borderline.

Fowles ressalta a “falta de medo” dos psicopatas, mas só na Psicopatia Primária, ou seja,
naqueles que não sentem ansiedade. Horvath e Zuckerman afirmam que, na busca de
sensações e experiências intensas, os psicopatas assumem diversos tipos de riscos, como
por exemplo, trabalhos ou esportes perigosos, inprudência ao dirigir, exposição a situações
ilegais, uso abusivo de drogas, sexo inseguro. Na vida militar costumam aceitar
voluntariamente missões voluntárias de risco.

Principais Sintomas
Tem havido bastante controvérsia em relação ao conceito de Personalidade Psicopática
ou Anti-social. Há autores que diferenciam psicopata de anti-social, mas, em nosso caso,
essa distinção é dispensável em benefício do melhor entendimento do conceito. Howard
sugere que os conceitos de psicopatia podem agrupar-se em três tipos:

Conceitos de Psicopa a de Howard


1) Um tipo Sociopata, caracterizado por conduta anti-social crônica
que começa na infância ou adolescência como Transtorno de
Conduta;

2) Um tipo Secundário, caracterizado por um traço de


personalidade com alto nivel de impulsividade, isolamento social, e
perturbações emocionais (a conduta sociopática seria secundária à
essas alterações emocionais e da sociabilidade); e

3) Um tipo Primário caracterizado apenas por a impulsividade sem


isolamento social e perturbações emocionais (a qual pode-se aplicar
aos criminosos comuns).

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Isso não implica que cada um desses três tipos seja mutuamente excludente; a sociopatia
é vista como um conceito amplo que engloba tanto a psicopatia primária como a
secundária, assim como uma alta proporção de criminosos comuns.

Otto Kemberg classifica a sociopatia de moso diferente. Para ele é extremamente difícil
fazer o diagnóstico da psicopatia, quando a situação clínica não está claramente definida.

Autores psicanalíticos consideram a Psicopatia como uma grave patologia do Superego


como sendo uma síndrome de Narcisismo Maligno, cujas características seriam a conduta
anti-social, agressão ego-sintônica dirigida contra outros em forma de sadismo, ou dirigida
contra se mesmo em forma de tendências automutiladoras ou suicidas sem depressão e
conduta paranóide.

A estrutura de tipo narcisística do psicopata teria a seguintes características: auto-


referência excessiva, grandiosidade, tendência à superioridade exibicionismo, dependência
excessiva da admiração por parte dos outros, superficialidade emocional, crises de
insegurança que se alternam com sentimentos de grandiosidade.

Portanto, dentro das relações de objeto (com os outros), seria intensa a rivalidade e inveja,
consciente e/ou inconscientemente, refletidos na contínua tendência para exploração do
outro, incapacidade de depender de outros, falta de empatia com para com outros, falta de
compromisso interno em outras relações.

Otto Kemberg vê neste narcisismo patológico um componente psicodinâmico para o


diagnóstico da psicopatia. O narcisismo não patológico é conseqüência de uma boa
evolução do Ego, uma aceitação da realidade e como essa realidade pode ser usada para
satisfazer as necessidades dirigidas ao exterior e ao objeto. As pessoas que não
realizaram bem esta formação, por não haver interiorizado suficiente amor e estima
recebidos do meio, acabam por desenvolver defesas narcisistas muito fortes.

Narcisismo Maligno
Muitas vezes é extremamente difícil fazer o diagnóstico da psicopatia, quando a situação
clínica não está claramente definida. Por isso Otto Kernberg faz um diagnóstico diferencial
entre três tipos de ocorrências anti-sociais:

1) A Síndrome do Narcisismo Maligno, representando o Psicopata cuja eventual causa


da sociopatia seria fruto do meio e de elementos psicodinâmicos. Aqui a conduta anti-
social tem origem no Narcisismo Maligno, há incapacidade em estabelecer relações que
não sejam exploradoras, não existe capacidade de identificar valores morais, não existe
capacidade de compromisso com os outros e não há sentimentos de culpa;

2) A Estrutura Anti-Social Propriamente Dita. Aqui o quadro é basiacamente o mesmo


da anterior, ou seja, também se manifestam condutas anti-sociais mas não há o fenômeno
do Narcisismo Maligno. Há também incapacidade de relações não exploradoras,
incapacidade de identificação dos valores morais, incapacidade de compromisso com
outros e incapacidade de sentimentos de culpa.

3) A Personalidade Narcisística com Conduta Anti-social. Além da conduta anti-social


existe uma estrutura narcisística. Não há Narcisismo Maligno, há igualmente incapacidade
de relações não exploradoras, incapacidade de identificar valores morais, incapacidade de
compromisso com os outros, porém, existe capacidade de sentimento de culpa (Kernberg,
1988).

Principais Sintomas
1. - Encanto superficial e manipulação
Nem todos psicopatas são encantadores, mas é expressivo o grupo deles que utilizam o
encanto pessoal e, conseqüentemente capacidade de manipulação de pessoas, como
meio de sobrevivência social.

Através do encanto superficial o psicopata acaba coisificando as pessoas, ele as usa e


quando não o servem mais, descarta-as, tal como uma coisa ou uma ferramenta usada.
Talvez seja esse processo de coisificação a chave para compreendermos a absoluta falta
de sentimentos do psicopata para com seus semelhantes ou para com os sentimentos de
seu semelhante. Transformando seu semelhante numa coisa, ela deixa de ser seu
semelhante.

O encanto, a sedução e a manipulação são fenômenos que se sucedem no psicopata.


Partindo do princípio de que não se pode manipular alguém que não se deixe manipular, só
será possível manipular alguém se esse alguém foi antes seduzido.

2. - Mentiras sistemáticas e Comportamento fantasioso.


Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira
psicopática. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente
está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente
olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada.

O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se


de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou
arrependimento, nem sequer sente desprazer quando mente. E mente, muitas vezes, sem
nenhuma justificativa ou motivo.

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Normalmente o psicopata diz o que convém e o que se espera para aquela circunstância.
Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações
vantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulando
tentativas de suicídio, etc.

É comum que o psicopata priorize algumas fantasias sobre circunstâncias reais. Isso
porque sua personalidade é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais
bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu
personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade é
narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria
como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que
estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro.

3. - Ausência de Sentimentos Afetuosos


Desde criança se observa, no psicopata, um acentuado desapego aos sentimentos e um
caráter dissimulado. Essa pessoa não manifesta nenhuma inclinação ou sensibilidade por
nada e mantém-se normalmente indiferente aos sentimentos alheios.

Os laços sentimentais habituais entre familiares não existem nos psicopatas. Além disso,
eles têm grande dificuldade para entender os sentimentos dos outros mas, havendo
interesse próprio, podem dissimular esses sentimentos socialmente desejáveis. Na
realidade são pessoas extremamente frias, do ponto de vista emocional.

4. - Amoralidade
Os psicopatas são portadores de grande insensibilidade moral, faltando-lhes totalmente
juízo e consciência morais, bem como noção de ética.

5. - Impulsividade
Também por debilidade do Superego e por insensibilidade moral, o psicopata não tem
freios eficientes à sua impulsividade. A ausência de sentimentos éticos e altruístas, unidos
à falta de sentimentos morais, impulsiona o psicopata a cometer brutalidades, crueldades e
crimes.

Essa impulsividade reflete também um baixo limiar de tolerância às frustrações, refletindo-


se na desproporção entre os estímulos e as respostas, ou seja, respondendo de forma
exagerada diante de estímulos mínimos e triviais. Por outro lado, os defeitos de caráter
costumam fazer com que o psicopata demonstre uma absoluta falta de reação frente a
estímulos importantes.

6. - Incorregibilidade
Dificilmente ou nunca o psicopata aceita os benefícios da reeducação, da advertência e da
correção. Podem dissimular, como dissemos, durante algum tempo seu caráter torpe e
anti-social, entretanto, na primeira oportunidade voltam à tona com as falcatruas de praxe.

7. - Falta de Adaptação Social


Já nos primeiros contatos sociais o psicopata, desde criança, manifiesta uma certa
crueldade e tendência a atividades delituosas. A adaptação social também fica
comprometida, tendo em vista a tendência acentuada do psicopata ao egocentrismo e
egoísmo, características estas percebidas pelos demais e responsável pelas dificuldades
de sociabilidade.

Mesmo no meio familiar o psicopata tem dificuldades de adaptação. Durante o período


escolar tornam-se detestáveis tanto pelos professores quanto pelos colegas, embora
possam dissimular seu caráter sociopático durante algum tempo. Nos empregos a
inconstância é a característica principal.

Personalidade Psicopática, Sociopata, Personalidade Anti-social ou Dissocial ?


Alguns autores não vêem como sinônimo, a Personalidade Psicopática e a
Personalidade Anti-social. A Personalidade Anti-social, segundo os autores que a
diferenciam da psicopática, se constitui num caso mais franco, declarado e aberto de
anomalias no relacionamento, ou seja, menos dissimulado e teatral que a psicopática.
Essas pessoas costumam ser mais impetuosas, contestam com mais franqueza as normas
sociais, criam mais transtornos e animosidades com os demais e, por fim, estão mais
associados aos fatores de criminalidade que os psicopatas.

De acordo com essa visão, os psicopatas costumam ser até mais perigosos que os
sociopatas, tendo em vista sua maneira dissimulada de ocultar a índole contraventora. Os
sociopatas atentam contra as normas sociais mais abertamente que os psicopatas.

Para nós, e creio que academicamente também, será benéfico tomar o sociopata e o
psicopata como a mesma ocorrência. O DSM.IV chama esses casos de Personalidades
Anti-sociais e a CID.10 de Personalidades Dissociais, ambos afastando-se da
denominação Psicopata. Isso se deve, exclusivamente, à natureza etimológica da palavra.
Por uma questão de coerência, assim como a cardiopatia significa qualquer patologia que
acontece sobre o coração, o termo psicopatia deveria referir-se a qualquer patologia
psíquica. Portanto não é correto, etimologicamente, chamar de psicopatas apenas os
sociopatas. (Veja esses transtornos no DSM.IV e na CID.10 como Personalidade
Dissocial).

F Eloqüência 2 1 0
1 Encanto e simpa a superficiais
1 Sensação de grandiosidade
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1 Men ras patológicas
1 Autoridade e mando
1 Manipulação
1 Falta de arrependimento e culpa
1 Afetos superficiais
1 Instabilidade emocional
1 Falta de empa a para com os outros
1 Não aceita responsabilidade por suas ações
2 Necessidade de es mulação con nuada
2 Tendência ao Aborrecimento
2 Es lo de vida parasita
2 Poiuco controle da conduta
2 Problemas de conduta precoce
2 Falta de metas realistas
2 Impulsividade
2 Irrsponsabilidade Delinqüência juvenil
TOTAL

Pontuação:
Os traços são separados em duas categorias; F1 e F2, sendo:
F1= Traços centrais da psicopatia.
F2= Traços de instabilidade.
Valoração:
- 2 Pontos: quando a conduta do sujeito é consistente e se ajusta à intenção do item.
- 1 Ponto: a conduta do sujeito se ajusta em certa medida mas não no grau suficiente para
pontuar 2. Existem dúvidas, conflitos na informação que não podem resolver-se a favor da
pontuação 2, nem tampouco em 0.
- 0 Ponto: o item não se aplica. O sujeito não mostra o traço ou a conduta na questão que
propõe o item.

Conclusão:
0-20: normal.
21-30: grupo médio.
31 o mais: psicopata.

Quanto maior o número de pontos no grupo F2 mais grave a psicopatia


Referência especial:
Acad. Prof. Dr. Hugo Marietán, Alcmeon, número 27, 1998. Veja em http://www.alcmeon.com.ar/8/31/Marietan.htm

Ballone GJ, Moura EC - Personalidade Psicopática - in. PsiqWeb, Internet, disponível em


www.psiqweb.med.br/, revisto em 2008.

Referências
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2. Berrios G - Puntos de vista europeos em os transtornos da personalidad, Comprehensive
Psychiatry, Nº 1, 1993.
3. Bruno A, Tórtora G - Las psicopatías, Psicologia forense, Sexologia e praxis, año 3, vol. 2, Nº
4, año 1996.
4. Garrido GV – Psicópata, Editorial Tirant Lo Blanch; Valência; 1993.
5. Hare RD, Forth AE - Psychopathy and lateral preference. Journal of Abnormal Psychology,
94(4): 541-546, 1985
6. Howard RC - Psychopathy: A Psychobiological perspective. Pers. Indiv. Diff. 7 (6): 795-806;
1986
7. Kernberg O - Diagnóstico Diferêncial da Conducta Antisocial, Revista de Psiquiatría,
1988,volúmem 5, página 101 a 111, Chile
8. Laplanche J, Pontalis B - Diccionario de psicoanálisis, Editorial Labor, Barcelona, 1981
9. Lewis CE - Neurochemical Mechanisms of Chronic Antisocial Behavior (Psychopathy). The
Journal of Nervous and Mental Disease. 179(12):720-727, 1991.
10. Pinel P - Tratado médico filosófico da enajenação mental o mania, Edições Nieva, Madride
1988.
11. Schneider K - Las personalidades psicopáticas, Edições Morata, 8º edição, Madrid, 1980
12. Zuckerman M - Impulsive unsocialized sensation seeking: the biological foundations of a
basic dimension of personality, in Temperament: Individual differences at the interface of biology
and behavior, Washington D.C. American Psychological Association, 1944 (Edited by J.E.Bates &
T.D. Wachs).
13. Zuckerman M - Psychobiology of Personality. Cambridge University Press, New York, USA,
1991.

Leia também...

Transtornos da Linhagem Sociopática Os principais tópicos que


relacionam a psiquiatria com a atitude violenta, agressiva e anti-social.
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=72 10/11
03/02/2018 Psiqweb
Cérebro e Violência Existe alguma configuração cerebral envolvida com o comportamento
violento?

Biologia da Agressão Fatores orgânicos


relacionados à agressão e
violência.

Comportamento Violento Existem pessoas naturalmente violentas, cujo comportamento


simplesmente É assim?

Violência e Personalidade Haveria um tipo de personalidade


naturalmente propensa à violência?

Personalidade Psicopática (e Moral) Faculdade Moral


tem nomes distintos segundo os autores. Trata-se do
Sentido Moral, de Hutchison, ou a Simpatia, de Adam
Smith, o Instinto Moral, de Rousseau

Transtorno de Conduta -
Delinqüência Essas crianças ou
adolescentes costumam apresentar
precocemente um comportamento
violento, reagindo agressivamente a
tudo e a todos.

Personalidade Criminosa Cogita-se a existência de determinada


personalidade inclinada significativamente para o crime.

Dependência Química e outras doenças mentais Os


usuários de drogas são vulneráveis a doenças mentais
ou algumas doenças mentais é que levam às drogas?

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