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ISSN 2317-3793 Volume 8 Número 8 (2019)

A PERSONALIDADE DO PSICOPATA QUE COMETE ASSASSINATOS EM


SÉRIE
THE PERSONALITY OF THE PSYCHO THAT COMMIT SERIAL KILLINGS
Janaína Torres de Paula1; Luís Sérgio Sardinha2; Valdir de aquino Lemos3

RESUMO
A psicopatia é classificada por um grupo de traços disruptivos de personalidade e comportamentos antissociais,
apresentada como um construto resultante de décadas de pesquisas clínicas e empíricas, ainda hoje é muito complicado
defini-la de forma clara e objetiva, entretanto, sabe-se que se trata de um transtorno de personalidade. Porém, para
compreender melhor o termo, é necessário entender primeiramente a personalidade de um indivíduo dito como
“normal”, para deste modo chegar à definição de um suposto serial killer. Desta forma, compreende-se personalidade
como o conjunto de propriedades psicológicas que definem os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a
individualidade pessoal e social de cada ser. A formação da personalidade é um processo gradativo, enigmático e
singular de cada indivíduo, diante disso subentende-se por normal a pessoa que está em suas plenas faculdades mentais,
ou seja, o indivíduo que apresenta a personalidade de forma padronizada. Dado o exposto, o objetivo desse trabalho é
descrever e discutir sobre o perfil dos psicopatas que cometem assassinatos em série. Para a construção do
embasamento teórico desse trabalho de conclusão de curso, foram utilizados como recurso: 44 livros e 38 artigos
científicos. Resultando num total de 82 obras. Datadas do ano de 1901 à 2018, os artigos utilizados foram extraídos das
bases de dados SciELO e PePSIC. Foram realizadas buscas por materiais pertinentes a temática, por meio de palavra
chaves como: psicopatia, transtorno de personalidade, perfil psicológico, assassinatos em série. Os resultados do
presente estudo mostram que os transtornos de personalidade não podem ser definidos como doenças, mas, sim como
anomalias que ocorrem ao longo do desenvolvimento psíquico do indivíduo, ou seja, o indivíduo transtornado apresenta
especificamente falta de sensibilidade aos sentimentos alheios, desta forma, pesquisas apontam que os transtornos como
o de personalidade podem apresentar, nos indivíduos, falta de sentimentos para com os outros. Sendo assim, com base
nos resultados do presente estudo, pode-se concluir que o psicopata que comete assassinatos em série tem um perfil de
personalidade específico, no qual ele está privado de todo e qualquer índice de empatia em seus relacionamentos
interpessoais e que se sente na maioria das vezes excitado pelo crime que comete.
Palavras Chave: Psicopatia, Transtorno de personalidade, Perfil psicológico, Assassinatos em série.

ABSTRACT
Psychopathy is classified by a group of disruptive personality traits and antisocial behaviors, presented as a construct
resulting from decades of clinical and empirical research, it is still very complicated to define it clearly and objectively,
but, it is known that if it is a personality disorder. However, to better understand the term, it is first necessary to
understand the personality of an individual referred to as "normal", in order to arrive at the definition of a supposed
serial killer. Thus, personality is understood as the set of psychological properties that define the patterns of thinking,
feeling and acting, that is, the personal and social individuality of each being. The formation of the personality is a
gradual, enigmatic and singular process of each individual, before that it is understood by normal the person who is in
its full mental faculties, that is, the individual who presents the personality in a standardized way. Given the above, the
purpose of this paper is to describe and discuss the profile of psychopaths who commit serial killings. To build the
theoretical basis of this course work, 44 books and 38 scientific articles were used as resources. Resulting in a total of
82 works. Dating from 1901 to 2018, the articles used were extracted from the SciELO and PePSIC databases. Searches
were conducted for materials pertinent to the theme, using keywords such as: psychopathy, personality disorder,
psychological profile, serial killings. The results of the present study show that personality disorders cannot be defined
as diseases, but as anomalies that occur along the individual's psychic development, that is, the disordered individual

1 Bacharel em Psicologia pela Universidade BrazCubas. Possui interesse em temas de pesquisa como: transtorno de
personalidade antissocial, psicopatia, psicologia forense e seriais killers.
2 Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo, Brasil (2011).
Coordenador e docente do curo de Psicologia do Centro Universitário BrazCubas – Mogi das Cruzes. Docente junto
à Universidade do Grande ABC, UniABC, Santo André.
3 Doutorado em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo, Brasil (2016). Pesquisador do Comitê
Paraolímpico Brasileiro. Docente do curso de Psicologia do Centro Universitário BrazCubas – Mogi das Cruzes.
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specifically lacks sensitivity to the feelings of others, thus , research indicates that personality disorders
can present, in individuals, lack of feelings towards others. Thus, based on the results of this study, it can
be concluded that the psychopath who commits serial killings has a specific personality profile, in which
he is deprived of any empathy in his interpersonal relationships and feels most of the time excited by the
crime he commits.
Keywords: Psychopathy, Personality disorder, Psychological profile, Serial killings.

INTRODUÇÃO
Quando se discute sobre personalidade, os conceitos são múltiplos e distintos.
Vindo desde concepções de senso comum à teorias e definições científicas. Para os
leigos, a personalidade é usada para definir aptidões sociais ou até mesmo para se aludir
à uma impressão marcante que uma pessoa causa a partir de uma característica central
(BOCK, 1997).
Já o conhecimento científico, ainda segundo Bock (1997) define a personalidade
como um modo ininterrupto e específico de perceber, pensar, sentir e agir do indivíduo.
A acepção do sentido de personalidade tende a ser vasta e acaba por incorporar
competências, atitudes, doutrinas, emoções, desejos, a forma de se comportar e,
inclusive, os aspectos físicos do indivíduo. A elucidação da personalidade compreende
também a forma de como todas essas características se interagem, se organizam,
agregando idiossincrasias ao indivíduo.
Allport (1937) defende que a personalidade é uma composição dinâmica, que
ocorre dentro do ser, dos processos psicofísicos que definem a conduta e os
pensamentos característicos. Os traços de personalidade são reais e existem em cada
indivíduo, e estes não são características teóricas, desenvolvidas para ilustrar os
comportamentos emitidos.
Dentre várias características citadas no parágrafo acima, pode-se elencar a
psicopatia como um traço da personalidade de um indivíduo. Entretanto, traço esse,
ainda muito discutível dentre os profissionais de saúde mental, afinal a psicopatia está
entre os aspectos mais intrigantes que envolve a mente humana (GONÇALVES, 1999).
De acordo com Schneider (1955), a personalidade psicopática, seria a eclosão de
uma desordem mental, tendente à um sofrimento próprio ou alheio, no qual a
imoralidade dos sentimentos prevaleceria, afetos, impulsos temperamentais, sem sequer
passar por um evento de ilusão e/ou alucinação. Atualmente, algumas definições ainda
prevalecem, Gonçalves (1999; 2008) ressalta que a psicopatia ainda é apontada como
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resultado de dois fatores correlacionais, um deles é descritivo da constelação de caráter


clínico e o outro fator resulta das condutas que indicam um estilo de vida antissocial.
A história desse transtorno mental é relativamente curta, entretanto é abundante
em diferentes colaborações e concepções. Por muito tempo, ocorreu a incessante
exposição de comportamentos ilegais e dos direitos dos outros, em um registro
comportamental grave (LYKKEN, 2007).
Em 1952 o primeiro manual de diagnóstico e estatística de doenças mentais
(DSM) publicado pela American Psychiatric Association (APA), nomeou a psicopatia
como sociopatia. Entretanto, mais tarde a APA (1980) começou a utilizar a
denominação “distúrbio antissocial da personalidade”, para se referir à psicopatia. Em
2002 a mesma associação renomeou o distúrbio como uma “perturbação antissocial da
personalidade” (GONÇALVES, 2008). No entanto, a APA (2014) passou a utilizar a
definição de transtorno da personalidade antissocial, sendo que o mesmo encontra-se
como integrante do grupo B, grupo que se classifica dos indivíduos com personalidades
instáveis e/ou manipuladoras.
Segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) “Pode
também haver irritabilidade persistente como um aspecto associado. Transtorno de
conduta durante a infância e a adolescência, ainda que não invariavelmente presente,
pode ser maior suporto ao diagnóstico” (OMS, 1996, p. 199-200).
Dentro deste contexto, temos os denominados “serial killers”. Segundo
Schechter (2013) a definição deste termo não é algo tão claro, mas, o Federal Bureau of
Investigation (FBI) tentou definir algumas características que facilitam a caracterização
de um assassino em série, essas são: QUANTIDADE, LUGAR e TEMPO, essa
definição enfatiza três elementos: É necessário que haja três ou mais homicídios; os
crimes de assassinato precisam ocorrer em locais distintos; precisa existir um período,
conhecido como “calmaria”, entre um assassinato e outro, este pode durar desde
algumas horas até anos. “E são as duas últimas características que diferem o assassinato
em série do assassinato em massa” (SCHECHTER, 2013, p. 16).
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Algumas obras literárias e científicas permitem acreditar que os psicopatas que


cometem os crimes de assassinatos em série apresentam um traço psicológico
específico. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho de conclusão de curso é
descrever e discutir sobre o perfil de personalidade dos psicopatas que cometem
assassinatos em série. Em virtude dos fatos mencionados fica o questionamento: Há um
perfil personalidade específico dos psicopatas que cometem assassinatos em série?

MÉTODO
A pesquisa bibliográfica procura solucionar uma incógnita (hipótese) por
intermédio de referenciais teóricos publicados, investigando e argumentando as
inúmeras contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará benefícios para o
conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que ópticas e/ou perspectivas foi
abordado o assunto apresentado na literatura científica. Contudo, é de extrema
importância que o pesquisador planeje sistematicamente o processo de pesquisa, o que
abarca desde a demarcação temática, passando pelo levantamento coeso do trabalho até
a escolha da forma de comunicação e divulgação (BOCCATO, 2006).
O método utilizado para a realização deste estudo foi uma revisão da literatura,
utilizando como fonte artigos organizados pela base de dados SciELO e PePSIC e
pesquisas em livros específicos que abordaram os aspectos relacionados ao perfil de
personalidade de um psicopata que comete assassinatos em série no período de 1901 a
2018.
As palavras-chave utilizadas para busca das obras e dos artigos científicos foram
psicopatia, transtorno de personalidade, perfil psicológico, criminologia, assassinatos
em série. Foram selecionados 44 livros e 38 artigos, totalizando 82 obras que discorrem
sobre o traço de personalidade de pessoas nomeadas psicopatas, publicados nos últimos
117 anos, de modo a focar os resultados deste trabalho nas contribuições mais recentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Soeiro e Gonçalves (2010) afirmam que a pluralidade de estudos permitiu
analisar quais os fatores que melhor definem esta perturbação da personalidade,
permitindo o desenvolvimento de um forte vínculo entre as interpretações empíricas
relacionadas com a avaliação dos traços de psicopatia e as interpretações conceituais,
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relacionados com a definição do constructo. Desta forma, busca-se descrever e discutir


sobre o perfil psicológico de psicopatas que cometem assassinatos em série,
selecionando para este presente estudo artigos científicos, teses e livros, totalizando em
82 obras, para que possa se explanar mais sobre o tema.
Pasquali (2003) afirma que a personalidade também pode ser definida como
temperamento e ainda envolve aspectos como emocionalidade, sociabilidade,
reatividade, energia e interação com o meio ambiente. A análise de Pasquali permite
chegar à conclusão de que a personalidade não se alude a uma característica, mas, à
várias, o que justifica as várias teorias da personalidade. Ou seja, a personalidade de um
indivíduo define-se a partir de suas causas subjacentes do comportamento e da vivência
individual e são os traços de personalidade que diferem um ser do outro (FIGUEIRÓ et
al, 2010).
Diante disso, por décadas, pesquisas clínicas e empíricas conseguiram traçar um
constructo psicológico dimensional da psicopatia. Mesmo havendo dificuldades e
limitações para definí-la, atualmente, a psicopatia pode ser avaliada e medida por meio
de instrumentos psicométricos. A aplicação dessas ferramentas tem expandido a rede
epistêmica do constructo, relacionando-o a diversas outras variáveis e aprofundando o
conhecimento técnico sobre o assunto (HARE; NEUMANN, 2008).
Segundo Morana et al (2006) os transtornos de personalidade não podem ser
definidos como doenças, mas sim, anomalias que se dão ao decorrer do
desenvolvimento psíquico, sendo então considerados pela psiquiatria forense, como
perturbação da saúde mental. Transtornos como os de personalidade afetam de forma
desarmônica a afetividade e a excitabilidade com a integração deficitária dos impulsos,
das atitudes e das condutas, manifestando-se nos relacionamentos interpessoais.
Esse tipo de transtorno de personalidade é marcado específicamente por uma
ausência de sensibilidade ao sentimento dos outros. Quando há um levantamento do
grau dessa ausência afetiva, o indivíduo é levado a um pujante desinteresse afetivo, o
que contribui para que o sujeito desenvolva possíveis comportamentos criminais
recorrentes e assim permitindo que o transtorno de personalidade tome forma de
psicopatia (MORANA et al, 2006). Ainda por meio da análise de um grupo de
indivíduos criminosos diagnosticados com transtorno antissocial da personalidade,
Morana et al (2006), afirmam haver dois tipos de personalidades antissociais, o
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transtorno global (TG) e o transtorno parcial, que são equais numéricamente à


psicopatia e não psicopatia.
Cordeiro e Muribeca (2017) afirmam que, para que um indivíduo seja definido
como um assassino serial, é necesário que sua motivação para o cometimento do crime
seja destacada, o que na maioria das vezes é de caráter psicológico, ou seja, advém de
fantasias e de desejos internos do agressor, o que na maioria das vezes é encarado como
algo ilógico para outras pessoas.
Dentro deste contexto a personalidade psicopática, pode referir-se a um
indivíduo tendencioso a execução de comportamentos criminosos (ABDALLA-FILHO,
2004b). Porém, é preciso levar em consideração que nem todo indivíduo que possui um
diagnóstico de desordem antissocial da personalidade comete, indispensável e
necessariamente, crimes de assassinato (ABDALLA-FILHO, 2004b; IRIA; BARBOSA,
2008; NUNES, 2009).
Casoy (2004) afirma que os psicopatas são nomeados como “predadores
intraespécies”, que usam seu charme, manipulação, intimidação e violência para
controlar outros indivíduos e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de
confiança e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem,
violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento.
Ballone (2003) afirma que, quando os seriais killers são capturados, costumam
encenar uma insanidade, garantindo ter múltiplas personalidades, esquizofrenia ou
qualquer coisa que o absolva de responsabilidades, mas de fato, apenas 5% dos
assassinos em série podem ser considerados mentalmente transtornados no momento de
seus crimes de assassinato. Entretanto, para Fonseca (1997) em contrapartida, tem sido
comprovado antecedentes pessoais e familiares de psicopatia em cerca de 80% dos
criminosos.
Em um de seus estudos Grann (2000), afirmou existir uma distinção entre
homens e mulheres em relação à prevalência, entretanto, também afirmou que em
relação ao grau de intensidade do transtorno não há uma diferença significativa entre os
sexos. O estudo desenvolvido em um hospital, na Suécia, verificou que, de 36 homens e
36 mulheres que passaram pela testagem da escala HARE PCL-R para verificar a
presença de traços psicopáticos, chegou ao resultado de que, 31% dos homens e 11%
das mulheres apresentaram o transtorno. No entanto, apesar desta diferença de
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porcentagem, o grau de psicopatia apresentou pouca diferença entre os sexos, sendo


19,42% em homens e 17,78% em mulheres.
Hansenne (2003) realizou um estudo com 800 pares de gêmeos, na qual
questionou diversos traços de personalidade. Ao fim deste estudo, chegou a duas amplas
terminações, sendo a primeira a afirmar que os traços de personalidade se perpetuam
relativamente atávicos e a segunda que o que mais influência a personalidade não é a
esfera social comum entre diferentes crianças de uma mesma família, mas sim o meio
que não é comum entre elas.
Contrapondo a ideia anterior, Almeida (2013) afirma que até o fim do século
XIX, o debate entre esses dois domínios teóricos era relativamente intenso, mesmo que
de modo conflitivo e que a partir da reconstituição do conceito histórico, pode-se
destacar que há poucos pontos de relação entre a teoria sociológica sobre a
criminalidade e o desvio social e a discussão psiquiátrica da psicopatia, sendo o
diagnóstico mais diretamente relacionado à condutas antissociais ou criminais.
Por tudo que foi referido até aqui, pode-se afirmar que a complexidade do
funcionamento psicopático requer, claramente, uma avaliação múltipla que incorpore os
fatores clínicos, a coleta de dados, objetivos mediante o recurso a instrumentos
padronizados (ABDALLA-FILHO, 2004a), bem como uma atenção exclusiva aos
elementos que permitam anuir à história de vida do indivíduo. Portanto, interessa
configurar um plano completamente valorativo e que combine a averiguação de
diferentes elementos por meio do recurso a diversos instrumentos, técnicas e estratégias,
por intermédio da adoção de modelos que se complementem. Afinal, cabe novamente
observar que, a respeito da avaliação do comportamento violento, recomenda-se a
consideração da perspectiva clínica a par do recurso a instrumentos estruturados,
levando em conta a complexidade destas condutas. Para assim, poder observar a
importância de uma avaliação que distinga o equilíbrio entre o exame clínico e os
fatores fornecidos pelos instrumentos padronizados (ABDALLA-FILHO, 2004a).

CONCLUSÕES
Com base nos resultados do presente estudo pode-se concluir que o homem
nasce com o instinto agressivo e não violento, mas o meio que ele está inserido pode ou
não ser algo influenciador para as atitudes que são tomadas. Sabendo que a
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personalidade de um indivíduo tido como normal é a junção de diversos fatores, sejam


eles, ambientais, sociais e psicológicos, pode-se compreender que o perfil de
personalidade do psicopata que comete assassinatos em série, acaba sendo específico,
pois suas características específicas se referem à um indivíduo, frio, calculista e
excitado pelo crime, indivíduo este denominado como serial killer.
O serial killer apresenta um aspecto peculiar em sua atuação, que é humilhar
suas vítimas e fazê-las sofrerem, reforçando seu pensamento de estar no comando e de
que ele é o detentor da situação, desta forma, o prazer do psicopata que comete crimes
de assassinatos está no apogeu do constrangimento e desespero de sua vítima. Sabendo-
se que o instinto agressivo, leva o indivíduo a cometer ações violentas, o mesmo, acaba
por se basear em atitudes para poder controlar a sua vítima e o ambiente ao seu redor, o
que lhe permite grande sensação de prazer.
Desta forma, são características específicas da personalidade de um serial não
possuir grau algum de empatia, remorso ou qualquer sentimento de culpa em relação ao
ato cometido, que viole à vida de outro indivíduo, além de sentir a necessidade de
cometer os crimes de assassinato de forma sequencial.
Sendo assim, esse trabalho de revisão para conclusão de curso, pode ser
utilizado como base para uma pesquisa de campo e ampliar as publicações, produzindo
um aumento nas discussões que possam trazer novas evidências acerca do perfil de
personalidade dos psicopatas que cometem assassinatos em série.

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