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Ana Lázara Fernandes, Michelle Corrêa Moucherek

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PSICOPATIA SOCIAL: IDENTIFICANDO O PERFIL DO


PSICOPATA

SOCIAL PSYCHOPATHY: IDENTIFYING THE PSYCHOPATH


PROFILE

PSICOPATÍA SOCIAL: IDENTIFICACIÓN DEL PERFIL DEL


PSICÓPATA

Ana Lázara Fernandes1


Michelle Corrêa Moucherek2

DOI: 10.54751/revistafoco.v16n4-076
Recebido em: 24 de Março de 2023
Aceito em: 28 de Abril de 2023

RESUMO
A psicopatia é uma síndrome que pode ser definida em termos de uma combinação de
certos traços de personalidade e conduta socialmente desviante. Este trabalho tem
como objetivo descrever o perfil do indivíduo psicopata, evidenciando possíveis
características comportamentais em indivíduos portadores de transtorno de psicopatia.
O estudo, concerne uma revisão integrativa da literatura, utilizando os métodos de
pesquisa SCIELO, LILACS e PUBMED, através da combinação de uni termos do
operador booleano OR, nas bases de dados, como: “Psicopatia social OR Psicopata,
traços psicopáticos OR psicopatia social” e de palavras chaves como: psicopata,
psicopatia social, características psicopáticas, comportamento de um psicopata, traços
psicopáticos. A partir das bases de dados escolhidas, artigos selecionados de acordo
com critérios de inclusão e exclusão e com base no tema proposto pelo presente
trabalho, foram sujeitados a analises criteriosas para seleção de artigos a serem
inclusos no estudo integrativo. Atualmente existem inúmeras medidas baseadas em
diferentes conceituações da personalidade psicopática.

Palavras–chave: Psicopatia; perfil psicopata; causas da psicopatia; transtornos de


personalidade.

ABSTRACT
Psychopathy is a syndrome that can be defined in terms of a combination of certain
personality traits and socially deviant behavior. This work aims to describe the profile of
the psychopathic individual, highlighting possible behavioral characteristics in individuals
with psychopathy disorder. The study concerns an integrative literature review, using the
research methods SCIELO, LILACS and PUBMED, through the combination of
keywords of the Boolean operator OR, in the databases, such as: “Social psychopathy
1
Graduanda em Psicologia. Unidade de ensino superior do sul do Maranhão Iesma (Unisulma). Rua São Pedro, nº11,
Jardim Cristo Rei1, Jardim ua Sãtel. E-mail: ana.lazara@hotmail.com
2
Especialista em Vigilância em saúde. Unidade de ensino superior do sul do Maranhão Iesma (Unisulma). Rua São
Pedro, nº11, Jardim Cristo Rei1, Jardim ua Sãtelt. E-mail: michelle.moucherek@unisulma.edu.br

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PSICOPATIA SOCIAL: IDENTIFICANDO O PERFIL DO PSICOPATA
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OR Psychopath, psychopathic traits OR social psychopathy” and keywords such as:


psychopath, social psychopathy, psychopathic characteristics, behavior of a psychopath,
psychopathic traits. From the chosen databases, articles selected according to inclusion
and exclusion criteria and based on the theme proposed by the present work, were
subjected to careful analysis for the selection of articles to be included in the integrative
study. There are currently numerous measures based on different conceptualizations of
psychopathic personality.

Keywords: Psychopathy; psychopath profile; causes of psychopathy; personality


disorders.

RESUMEN
La psicopatía es un síndrome que se puede definir en términos de una combinación de
ciertos rasgos de personalidad y una conducta socialmente desviada. Este trabajo tiene
como objetivo describir el perfil del individuo psicopático, destacando posibles
características conductuales en individuos con trastorno psicopático. El estudio se
refiere a una revisión integrativa de la literatura, utilizando los métodos de investigación
SCIELO, LILACS y PUBMED, a través de la combinación de términos uni del operador
booleano OR, en las bases de datos, tales como: “psicopatía social OR Psychopath,
rasgos psicopáticos OR psicopatía social” y palabras clave como: psicópata, psicopatía
social, características psicopáticas, comportamiento de un psicópata, rasgos
psicopáticos. De las bases de datos escogidas, los artículos seleccionados según
criterios de inclusión y exclusión y con base en la temática propuesta por el presente
trabajo, fueron sometidos a un cuidadoso análisis para la selección de los artículos a
ser incluidos en el estudio integrador. Actualmente existen numerosas medidas basadas
en diferentes conceptualizaciones de la personalidad psicopática.

Palabras clave: Psicopatía; perfil psicopático; causas de la psicopatía; Desorden de


personalidad.

1. Introdução
A psicopatia é uma palavra de origem grega, Psykh e Pathós, que tem
como significado Alma e Doença (BATISTA, 2021). Definido corretamente como
transtorno de personalidade antissocial, a psicopatia, de acordo com o CID 10
(F60.2) e o DSM-5 (301.7), também é conhecida como sociopatia ou transtorno
de personalidade antissocial.
Historicamente, o conceito ‘psicopatia, surgiu dentro dos parâmetros da
medicina legal, após medidos notarem um comportamento padrão em
criminosos agressivos, considerados cruéis, pois eles não apresentavam sinais
de sanidade, como era esperado dos demais (FILHO; TEXEIRA; DIAS, 2009).
Alguns estudos antigos demarcavam algumas características da
psicopatia como;

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1) Charme superficial e boa inteligência; 2) Ausência de delírios e


outros sinais de pensamento irracional; 3) Ausência de nervosismo e
manifestações psiconeuróticas; 4) Não-confiabilidade; 5) Tendência à
mentira e insinceridade; 6) Falta de remorso ou vergonha; 7)
Comportamento anti-social inadequadamente motivado; 8) Juízo
empobrecido e falha em aprender com a experiência; 9) Egocentrismo
patológico e incapacidade para amar; 10) Pobreza generalizada em
termos de reações afetivas; 11) Perda específica de insight; 12) Falta
de reciprocidade nas relações interpessoais; 13) Comportamento
fantasioso e não convidativo sob influência de álcool e às vezes sem
tal influência; 14) Ameaças de suicídio raramente levadas a cabo; 15)
Vida sexual impessoal, trivial e pobremente integrada; 16) Falha em
seguir um plano de vida. (CLECKLEY, 1941/1976)

É caracterizada pelo fato do indivíduo não conseguir se colocar no lugar


do outro, possuir facilidade para a manipulação, ser impulsivo, tirar proveito de
todas as situações, colocando-as ao seu favor, não respeitar regras e enxergar
o próximo somente como objeto para atender suas necessidades. Os primeiros
indícios podem aparecer na infância ou começo da adolescência e persistir
durante toda a vida adulta (AGUIAR, 2016).
A psicopatia é uma síndrome que pode ser definida em termos de uma
combinação de certos traços de personalidade e conduta socialmente desviante.
Os psicopatas apresentam-se como lisonjeiros e grandiosos, tendo estilo de vida
parasita, sem remorso pelos danos que causam a outros, com pobre capacidade
de empatia. Evidências emergentes trazem o conceito de variantes fenotípicas
da psicopatia (BINS, 2016).
Para Santana apud Hidalgo e Serafim (2016), “a psicopatia não tem cura
(2018)”, pois não é uma doença e sim um traço de personalidade, o jeito de ser
do indivíduo. Constructo composto por diversas variáveis, é frequentemente
associado ao contexto forense, mas também é interesse de estudo para a área
da saúde mental, tendo em vista que é considerado uma das mais graves
desarmonias na formação da personalidade (FRITZEN, 2018). Silva (2014),
divide a psicopatia pode ser dividida em três níveis, sendo eles grau leve, grau
moderado e grau grave.
O psicopata que se encaixa no grau moderado ao grave, é aquele que
pode chegar a se tornar um assino em serie, matando três ou mais pessoas,
acompanhando um padrão com características próprias, e não sentindo culpa
pelo ato que cometeu. E aquele que possuem grau leve, geralmente são pouco

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identificados, podendo chegar a cometer crimes como estelionatário, fraudes ou


lesões as outras pessoas (LABATE, 2018)
Segundo avaliações recentes, pouco menos de 1% dos homens não
institucionalizados nos Estados Unidos são psicopatas. Apesar dessa pequena
porcentagem, as pessoas que têm psicopatia têm 20 a 25 vezes mais chances
de serem encarceradas do que os não psicopatas, e metade de todos os crimes
violentos nos EUA são cometidos por psicopatas (BAPTISTA; SILVA, 2020).
De acordo com Matos (2021) quando o grau de psicopatia chega a um
nível alto que esse passa a cometer vários assassinatos, esses ficam conhecidos
como seriais killers.

“Todo serial Killer é um psicopata, mas nem todo psicopata é um serial


killer. O termo psicopata ficou bastante disseminado na linguagem
popular para qualquer pessoa que cometa um crime com um grau
excessivo de violência, mas, na verdade existem cerca de apenas 3%
de psicopatas em toda a população, há de se falar em um número
ainda menor no meio de criminosos e assassinos. (MATOS; SILVA;
SILVA, 2021. Apud SILVA, 2019)”

Não se sabe de que forma exatamente a personalidade de um psicopata


pode ser desenvolvida, porem considera-se que algumas circunstâncias,
ocorridas na infância, podem aumentar a probabilidade de psicopatologia, mas
também algumas anomalias genéticas e cerebrais também desempenham um
papel importante (BAPTISTA; SILVA, 2020). É provável, porém, que se uma
criança experimenta fatores de risco, como falta de desenvolvimento dos pais,
pais antissociais, separações, uso de substancias licitas e ilícitas, abuso físico e
negligencia infantil, mostram tendências psicopáticas quando criança, há uma
boa chance de que ela se torne um psicopata adulto se não for solicitada
intervenção. Poucas crianças que experimentam esses fatores, se
desenvolverão com o transtorno de personalidade antissocial, pois outros fatores
neuro cognitivos também devem estar presentes e serem levados em
consideração. (BAPTISTA; SILVA, 2020).
Não se sabe ao certo qual é o peso da carga genética, mas acredita-se
que este não é o único fator determinante para o desenvolvimento da psicopatia.
Fatores como ambiente e sociedade também podem contribuir para o
desenvolvimento da patologia (ARFELI, 2021). Ambientes hostis, onde a

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violência psicológica e física é rotina, acabam que reforçando a agressividade e


a falta de cuidado com o outro, corroborando que estas são formas corretas de
agir. Esta não é uma regra, pois há casos em que um ambiente feliz e
considerado normativo (dentro dos padrões da sociedade), também pode dar
origem a um indivíduo psicopata (AGUIAR, 2016).
Perante a necessidade de entender melhor esse assunto e relatar o que
já se tem pesquisado sobre o tema, este trabalho tem como objetivo descrever
o perfil do indivíduo psicopata, possibilitando a evidencia possíveis
características comportamentais em indivíduos portadores de transtorno de
personalidade antissocial, conhecido como psicopatia. Aumentando o leque de
informações e conhecimento sobre o assunto exposto.

2. Metodologia
O presente estudo, concerne uma revisão integrativa da literatura. Para
Garcia (2016), a revisão integrativa é uma série de publicações amplas, com o
objetivo para descrever e discutir o desenvolvimento de uma determinada
temática, sob o ponto de vista contextual ou teórico. Logo, o trabalho é de caráter
exploratório e cunho qualitativo. Explorando artigos para se obter resultando
usando o qualitativo para seleção dos mesmos.
Esta revisão integrativa teve início em abril de 2022 e seguiu até agosto
de 2022, por meio de pesquisas cientificas, em plataformas de pesquisas. Para
dar início a pesquisa, foi enfatizada a questão: Como identificar o perfil do
indivíduo com transtorno de personalidade psicopata? Assim, foi possível
identificar os conteúdos mais relevantes para a revisão.
Em termos complementares, foram realizadas buscas eletrônicas e, a
partir daí, selecionadas as bases de dados: National Library of Medicine
(PUBMED), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e na Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).
Como critério de inclusão foram considerados os subsequentes aspectos:
Artigos com temas relacionados a pesquisa, publicados entre os anos de 2015
e 2022, disponíveis nas plataformas digitais gratuitamente. Já os critérios de
exclusão foram artigos não relacionados aos objetivos propostos no estudo,
assim como relatórios, estudos clínicos e textos repetidos nas bases de dados.

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Para estratégia de busca foi executada uma metodização que pactuasse


com amostras didáticas das estratégias de revisão integrativa da literatura com
base nos métodos de pesquisa SCIELO, LILACS e PUBMED, usando a
combinação de unitermos através do operador booleano OR, nas bases de
dados como: psicopata, psicopatia, psicopatia social, características
psicopáticas, comportamento de um psicopata, traços psicopáticos.
Identificou-se 229, sendo excluídos 124, artigos, em inglês e português,
relacionados ao tema, contudo, foram selecionados apenas 12 para inclusão. A
etapa de seleção dos artigos selecionados será apresentada na tabela a seguir.

Tabela 1: Processo de Seleção do material.


Base de Estratégias Resultados Lidos Inclusos Exclusos
dados
“Psicopatia” 8 3 0 3
Scielo “Psicopatia Social” 2 2 1 1
“Perfil de um Psicopata” 1 1 0 1
“Traços psicopáticos” 3 2 1 1
“Psicopatia Social OR Psicopata” 42 6 2 4
“Traços psicopáticos OR
Psicopatia Social” 16 1 0 1
“social psychopathy” 13 2 1 0
“Psychopath” 28 5 0 5
PubMED “Social Psychopathy OR 29 6 2 4
Psychopath”
“Psychopathic traits OR social 21 3 1 0
psychopathy”
“Psicopatia social” 12 3 1 2
“Psicopata” 10 4 1 3
LILACS “Características Psicopáticas” 2 1 0 1
“Comportamento de um 4 1 0 1
Psicopata”
“Psicopatia Social OR Psicopata” 23 6 2 1
Fonte: Autor (2022).

3. Resultados
Foram encontrados 229 artigos, a partir da pesquisa inicial, nas bases de
dados escolhidas, usando critérios de inclusão e exclusão. Após a primeira
filtragem, foram excluídos 124 artigos, a partir de títulos e artigos duplicados,
restando assim 105 selecionados a partir do título, sendo então submetidos a
leitura de resumos fundamentando-se os mesmos, foram excluídos 59 artigos,
restando então 46 artigos para leitura na integra. A amostra final sucedeu a 12
artigos.

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N Base de Ano Titulo Objetivo Autores Resultados


dados
01 SCielo 2015 Analisando a mentira Explora o engano na fala de um Almela A Psicopatia envolve uma série de
no discurso de um psicopata por meio de análise Alcaraz-Mármol G características cognitivas, sociais e
psicopata: uma quantitativa por meio de Cantos P emocionais específicas que
abordagem categorias psicolinguísticas de diferenciam o psicopata do resto da
quantitativa. forma descritiva. Isso significa população; as duas características
que os resultados não devem ser mais notáveis são os déficits
projetados estatisticamente emocionais extremos e profundos
devido ao pequeno tamanho da refletidos na apatia do próprio
amostra. egoísmo. Também vale destacar as
habilidades de comunicação dos
psicopatas, que usam a linguagem
para mentir
02 SCielo 2021 Traços psicopáticos e Investigar a relação entre Leal RG A IE está diferentemente relacionada
habilidade inteligência habilidade inteligência emocional Robles AM o comportamento de risco,
emocional em homens (IE) e traços psicopáticos em uma Lopez MTS dependendo do domínio de risco
encarcerados. amostra de homens Berrocal PF estudado, apoiando
encarcerados. a ideia de que o risco é uma
Título original: construção específica do domínio.
Emotional intelligence Sugerimos que níveis mais altos de EI
in incarcerated men podem ser adaptativos para
with psychopathic traits. comportamentos de risco
independentemente da direção do
relacionamento. Implicações práticas
e futuras linhas de pesquisa são
discutidas.
03 SCielo 2018 A estrutura conceitual e Analisar a organização Garcia BG O comportamento antissocial é um
epistemológica do epistemológica das teorias construto que se distingue por sua
comportamento explicativas do comportamento multiplicidade de causas e
antissocial: uma antissocial. consequências, implicando em
revisão integrativa. diversos fatores de risco e proteção,
bem como caracteriza-se pela
pluralidade de formas de
apresentação e contextos de
emergência.

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04 SCielo 2017 A cognição social dos Este estudo tem por objetivo Vasconcellos SJL O psicopata apresenta traços na
psicopatas: achados realizar uma revisão teórica, não Salvador-silva R personalidade relacionados à
científicos recentes. sistemática, discutindo pesquisas Vargas F ausência de remorso e uma maior
recentes sobre o tema. Hoffmeister FX dominância social, expressos muitas
Título original: The Prates PF vezes como manipulação de outros
social cognition of Silva RM indivíduos. Em estudos atuais sugere-
psychopaths: recent se que psicopatas podem apresentar
scientific findings. deficiências no processamento de
estímulos emocionais em uma
situação de interação social.
05 PubMed 2018 Correlatos neurais da Investigar uma amostra de Zijlmans J descobertas indicam que o traço
avaliação moral e adultos jovens com vários Marhe R afetivo insensível da psicopatia pode
traços psicopáticos em problemas (18-27 anos) com Bevaart F estar relacionado a padrões de
adultos jovens níveis variados de traços Luijks MJA ativação alterados generalizados
multiproblemáticos do psicopáticos. Duin L durante a avaliação moral em jovens
sexo masculino. Tiemeier H adultos multiproblemáticos.
Popma A

Titulo original: Neural


correlates of moral
appraisal and
psychopathic traits in
multi-problem young
male adults.

06 PubMed 2021 O reflexo de Sintetizar as evidências Oskarsson S. Esses resultados estão de acordo
sobressalto como existentes da relação entre a Patrick CJ. com a ideia de que indivíduos
indicador de psicopatia e o reflexo de Bertoldi BM. psicopatas têm um déficit específico
personalidade sobressalto em paradigmas de Evans B. de empatia, no qual não respondem
psicopática da infância tarefa, subtipos e subdimensões fisiologicamente ao observar outros
à idade adulta: uma de personalidade psicopática, em sofrimento.
revisão sistemática. amostras de participantes (ou
seja, encarcerados/clínicos ou
Titulo original: The não infratores) e grupos etários
startle reflex as an usando o modelo triárquico de
indicator of psicopatia como um quadro de
psychopathic referência.

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personality from
childhood to adulthood:
A systematic review

07 PubMed 2020 Uma Revisão Realizar uma revisão sistemática Johansson M


Sistemática da da literatura sobre neuroimagem Vaurio O
Literatura de por ressonância magnética de Tiihonen J A psicopatia central é caracterizada
Neuroimagem de traços psicopáticos, resumir os Lähteenvuo M por grandiosidade, insensibilidade,
Traços Psicopáticos. achados de diferentes manipulação, falta de remorso,
Titulo original: A modalidades de ressonância empatia e culpa. Muitas vezes é
Systematic Literature magnética que cobrem diferentes comorbidade com transtorno de
Review of aspectos da função e estrutura conduta e transtorno de personalidade
Neuroimaging of neural e examinar se esses antissocial (ASPD).
Psychopathic Traits. aspectos eram consistentes.
08 PubMed 2022 COMT Val/Met e traços Realizar uma revisão sistemática Kant T. Aprender sobre fatores de risco
psicopáticos em para analisar os efeitos Koyama E. genéticos enquanto considera
crianças e da COMTVal158Met sobre traços Zai CC. potenciais covariáveis, como o estágio
adolescentes: uma psicopáticos em crianças e Beitchman OH. de desenvolvimento, para psicopatia
revisão sistemática e adolescentes e apresentar novas Kennedy JL. juvenil pode levar a intervenções
novas evidências de evidências sobre a trajetória de precoces específicas e estratégias de
uma trajetória de desenvolvimento da associação prevenção para diferentes grupos de
desenvolvimento em de Val158Met e traços risco, reduzindo assim o risco de
direção à psicopatia. psicopáticos juvenis. psicopatia adulta desde um estágio
inicial.
Titulo original:
COMT Val/Met and
Psychopathic Traits in
Children and
Adolescents: A
Systematic Review and
New Evidence of a
Developmental
Trajectory toward
Psychopathy

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09 Lilacs 2021 Psicopatia e Autores de Avaliar diferenças no perfil Teixeira JNS A pesquisa mostra que psicopatas são
Violência Sexual contra criminal de autores de violência Resende AC mais indisciplinados e têm mais
Crianças e sexual contra crianças e Perissinotto R chances de reincidir criminalmente do
Adolescentes. adolescentes (AVS) considerados que os não psicopatas, e que,
psicopatas e não psicopatas. comumente, costumam vitimizar mais
pessoas e cometer uma maior
variedade de crimes do que os não
psicopatas.
10 Lilacs 2020 Psicopatia e Estresse Investigar se os agressores Zilki AGGR. Os dados foram analisados usando o
em Crianças e sexuais (AS) de crianças e Resende AC. teste t-the-Student e análise de
Adolescentes adolescentes, com e sem regressão linear. Os resultados
Agressores Sexuais. psicopatia, diferem em relação à mostraram que 16% da psicopatia foi
capacidade de lidar com o explicada pois os mesmos mostravam
Titulo original: estresse e a angústia. um menor nível de estresse e
Psychopathy and Stress angústia.
in Child and Adolescent
Sexual Aggressors.
11 Lilacs 2019 O tratamento dado para Elucidar o tratamento dado aos Nascimento GS observando as limitações que o
crimes cometidos por crimes cometidos por psicopatas, Almeida MJC ordenamento jurídico brasileiro
psicopatas: uma tendo como ponto principal a Couto GPSB enfrenta bem como principal motivo o
abordagem jurídica Medida de Segurança e sua Frizzo EM modo como o psicopata reage às
sobre a medida de aplicação diante de tais crimes. Junior CAD penalizações impostas a ele,
punição. demonstrando completa irrelevância
para as mesmas.
12 Lilacs 2021 Fatores biológicos e Elucidar o tratamento dado aos Porfirio BLS Chegou-se a conclusão que tanto
ambientais na crimes cometidos por psicopatas, Silva LMF fatores biológicos como ambientais e
constituição da tendo como ponto principal a a relação entre eles podem influenciar
psicopatia e um Medida de Segurança e sua no desenvolvimento da psicopatia e
levantamento teórico aplicação diante de tais crimes. que atitudes preventivas, como
para sua prevenção. cuidado na infância, podem ter
grandes efeitos na redução do
transtorno.

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3.1 Psicopatia
A psicopatia pode ser entendida como um transtorno cujas origens
remetem a eventos neuro-biológicos e psicossociais relativos ao
desenvolvimento da personalidade. Isso significa dizer que as diferentes
estruturas cerebrais verificadas como alteradas em psicopatas adultos revelam-
se, no que se refere à sucopas regularidades funcionais, passíveis de
manutenção ou modificação, conforme o próprio ambiente no qual o indivíduo se
desenvolve (PEREZ, 2012 apud VASCONCELL´DUOS, 2017).
Patrick (2018) diz que a psicopatia é um transtorno de personalidade
neuro cognitivo que envolve sintomas emocionais, interpessoais e
comportamentais, como falta de empatia, culpa reduzida, aumento da atividade
criminosa e violenta, aumento das tendências narcisistas e aumento de
comportamentos antissociais, característicos do transtorno de personalidade, ou
psicopatia.
A psicopatia pode ser considerada como o transtorno de personalidade
mais grave, uma vez que os indivíduos caracterizados por essa patologia são
responsáveis pela maioria dos crimes violentos, e apresentam as maiores taxas
de reincidência criminal quando comparados àqueles que cometem crimes, mas
não são diagnosticados com esse transtorno (BALSIS et al., 2017).

3.2 Características do Transtorno de Personalidade Psicopata


A personalidade psicopática tem sido tradicionalmente conceituada e
medida como uma condição unitária marcada por desvios antissociais e
tendências à criminalidade grave (LYNAM et al., 2018).
O comportamento do psicopata é caracterizado por características
específicas, como mentira patológica, controles comportamentais deficientes,
falha em aceitar a responsabilidade por suas próprias ações, estimativa
grandiosa de si mesmo, afeto superficial e ausência de remorso ou culpa. Essas
cinco características podem ser consideradas as mais relevantes, embora não
as únicas (ALMELA, et al., 2015).
Zijlmans (2018) diz que a psicopatia é um construto multifatorial
caracterizado por traços de personalidade insensíveis-emocionais e grandiosos-

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manipuladores, muitas vezes acompanhados por comportamento imoral e


baixos níveis de empatia.
Considerando os sintomas interpessoais, os psicopatas se destacam por
serem egocêntricos, manipuladores, dominadores e por estabelecerem vínculos
mais superficiais e instáveis. Em relação aos sintomas afetivos, os psicopatas
revelam superficialidade, frieza, falta de empatia, falta de remorso ou culpa e
falta de ansiedade. No que diz respeito aos sintomas comportamentais, eles
violam regras sociais, são impulsivos e irresponsáveis, ávidos de sensações e
mais predispostos a fazer uso de substâncias psicoativas (VERSCHUERE et al.,
2017).

3.3 Traços de Personalidade


De acordo com Leal, et al. (2021) apud Ali (2009) pessoas com altos
traços psicopáticos apresentam uma série de déficits emocionais. Esses
indivíduos são caracterizados por uma falta de compreensão de seus próprios
estados emocionais e dos outros, apresentam deficiências no reconhecimento
da emoção, um baixo nível de emoções morais, como remorso e culpa, déficit
na capacidade de regular seu humor e têm também se mostrou aparentemente
indiferente a situações que deveriam produzir sentimentos de vergonha.
Um modelo de personalidade relevante na compreensão do surgimento e
manutenção dos comportamentos antissociais é a chamado Dark Triad. Trata-
se de um conjunto de três traços de personalidade considerados socialmente
aversivos e que devem ser mensurados conjuntamente, a saber: maquiavelismo,
expressão de comportamentos manipuladores, inescrupulosos e de baixa
empatia; narcisismo, traço de características marcadas pela ideia de vaidade,
egocentrismo, superioridade e dominação; e Psicopatia, atributo de expressões
relativas à amoralidade, crueldade, desinibição e frieza (GOUVEIA et al., 2016).
Para Nigel et al. (2019) alguns estudos indicam que os traços psicopáticos
têm uma influência significativa na vivência do estresse, reduzindo sua
reatividade e proporcionando respostas mais pacíficas do que as esperadas em
situações de impacto emocional e interpessoal, relacionando-os com os fatores
ambientais, Silva e Porfirio expõe que os fatores ambientais são, “Família
disfuncional, negligência e abuso na infância, gravidez indesejada, local violento,

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entre outros, podem contribuir para o surgimento da psicopatia (2021).

3.4 Comportamentos de um Psicopata


A exibição de comportamentos psicopáticos é um preditor confiável para
baixo desempenho acadêmico, criminalidade, problemas comportamentais e
para consequências psicossociais adversas e saúde mental (HEMPHÄLÄ et al.,
2015).
As perdas no âmbito dos afetos e interações interpessoais estão no cerne
desse transtorno, proporcionando falta de empatia, remorso e culpa,
manipulação patológica e mentira, que também facilitam comportamentos
antissociais e criminosos. Porém, ao olhar a empatia pelos aspectos cognitivos,
afetivos e comportamentais, há um prejuízo em relação à empatia
comportamental e afetiva, que estaria relacionada à agressividade e frieza
emocional, enquanto a empatia cognitiva que se refere ao campo da
compreensão não apresentaria qualquer dano às pessoas diagnosticadas com
psicopatia (SALVADOR-SILVA, 2020).
Em 2009, surge o modelo triárquico da psicopatia, cuja essência engloba
três construções fenotípicas (ou facetas) distintas da psicopatia, que têm
subjacentes diferentes processos de desenvolvimento e etiológicos. Segundo os
autores, essas três facetas permitem compreender a psicopatia em todas as
suas manifestações, que podem ser conceituadas, medidas e compreendidas de
forma independente (PATRICK et al., 2009; BLAGOV et al., 2016).
Os três construtos do modelo triárquico foram teorizados parcialmente a
partir da literatura psicofisiológica sobre psicopatia e comportamento antissocial,
e são conceituados como traços biocomportamentais (PATRICK et al., 2019).
O primeiro modelo triáquico é a ousadia, que reflete a capacidade de
permanecer calmo em situações ameaçadoras, novas ou estressantes,
juntamente com eficácia social, domínio e não ansiedade. Indivíduos com alta
ousadia exibem ativação autonômica reduzida e ausência de reflexo defensivo
quando expostos a estímulos de ameaça (ESTELLER et al., 2016).
A Mesquinhezé é semelhante aos aspectos insensíveis e não emocionais
da personalidade psicopática e implica empatia deficiente, exploração e
manipulação agressiva dos outros. A maldade foi conceituada como refletindo o

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polo inferior de uma dimensão neurocomportamental de tendência afiliativa


(VIDING & MCCRORY, 2019).
A terceira construção do modelo triárquico, é a desinibição, engloba baixo
controle de impulso, regulação prejudicada do afeto e uma propensão geral a
problemas externalizantes, e acredita-se que reflita déficits nos circuitos
reguladores frontais do cérebro (PATRICK & DRISLANE, 2015).

3.5 Fatores Biológicos da Psicopatia


A psicopatia envolve uma série de características neurobiológicas, sociais
e emocionais específicas que tornam o psicopata diferente da população em
geral. Do ponto de vista biológico, o cérebro dos psicopatas apresenta diversas
anormalidades estruturais e funcionais, como redução da massa cinzenta nas
áreas frontal e temporal, além de anomalias no córtex pré-frontal (ALMELA, et
al., 2015).
Estudos feitos por cientistas de Neurociência Cognitiva e Afetiva Social,
já obtiveram resultados capazes de atestar traços psicopáticos ligados ao
aumento de volume e conectividade funcional no córtex pré-frontal, ou seja,
razão biológica capaz de assegurar essa disfunção com a psicopatia, onde foram
feitos testes com presos do sexo masculino, analisando a conectividade
funcional em estado de repouso em áreas cerebrais onde o volume estava
relacionado à gravidade da psicopatia (KORPONAY et al.,2017).
Bins e Taborda (2016) afirmam que os estudos de neuroimagem mostram
que, no decorrer da tomada de decisão, principalmente quando se pode causar
danos a outros, as áreas cerebrais que estão relacionadas ao processamento
emocional são ativadas. No psicopata, essa área se mostra reduzida na sua
estrutura e em seu funcionamento.

4. Discursão
Atualmente existem inúmeras medidas baseadas em diferentes
conceituações da personalidade psicopática. Isso levou a debates sobre quais
características dos sintomas são mais centrais para a psicopatia e como os
traços associados a ela podem ser melhor medidos (SELLBOM et al., 2018).
A trajetória de desenvolvimento da psicopatia e sua expressão fenotípica

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pode ser influenciada por diferentes fatores, incluindo predisposições genéticas,


conectividade neural e fatores ambientais (SILVA et al., 2020).
As perdas no âmbito dos afetos e interações interpessoais estão no cerne
desse transtorno, proporcionando falta de empatia, remorso e culpa,
manipulação patológica e mentira, que também facilitam comportamentos
antissociais e criminosos. Porém, ao olhar a empatia pelos aspectos cognitivos,
afetivos e comportamentais, há um prejuízo em relação à empatia
comportamental e afetiva, que estaria relacionada à agressividade e frieza
emocional, enquanto a empatia cognitiva que se refere ao campo da
compreensão não apresentaria qualquer dano às pessoas diagnosticadas com
psicopatia (SALVADOR-SILVA & HAUCK FILHO, 2020).
É importante lembrar que a psicopatia tem sido considerada um transtorno
psicopatológico de difícil remissão, tratamento e com altas taxas de reincidência
criminal (BALSIS et al., 2017). Esses achados são relevantes, especialmente
para avaliação de risco e desenvolvimento de programas de tratamento mais
específicos. Esses são indicadores da necessidade de desenvolver diferentes
abordagens terapêuticas que funcionem para os psicopatas, bem como da
necessidade de estudar formas de mantê-los sob controle e reduzir o impacto
devastador dessas pessoas, tanto no ambiente prisional quanto na sociedade
(ZILKI & RESENDE, 2021).
Sobre o contexto dos programas de tratamentos e intervenções nas
características psicopáticas, diversas estratégias foram postas em prática na
história. Alguns pesquisadores como Cleckley (1955) e Hare (2013) afirmam que
os psicopatas não respondem totalmente aos tratamentos psicoterapêuticos,
apresentando poucas mudanças comportamentais significativas ou declaram
que algumas características psicopáticas se tornam mais evidentes após o
tratamento. Atualmente, na literatura tem sido mais frequente os tratamentos
voltados para as perspectivas cognitivo-comportamentais e psicanalíticas, as
quais vêm apresentando diversos resultados e críticas acerca das diferentes
estratégias e seus componentes (PEREIRA, 2020).
De acordo com Hecht et al. (2018), quando se refere aos componentes
das estratégias cognitivas e comportamentais, estas normalmente são
constituídas por intervenções grupais ou individuais, focando no manejo de raiva,

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variáveis de reincidência, treino de habilidades sociais, treino de empatia,


reestruturação cognitiva, manejo de contingências, resolução de problemas,
tratamento do abuso de substancia e tratamento de ofensores sexuais.
Para Hecht et al. (2018) quando se refere ao tratamento de psicopatas,
estas estratégias são consideradas as mais promissoras ao serem comparadas
com outras abordagens. Elas vêm mostrado resultados favoráveis em relação à
indivíduos antissociais, adolescentes com traços psicopáticos e ofensores com
fortes níveis de psicopatia. Apesar disso, os tratamentos podem ser iatrogênicos,
tornando mais evidentes algumas características psicopáticas. Sendo estes os
fatores que justificam a escolha das terapias cognitivas e comportamentais como
foco desse trabalho.

5. Consideraçoes Finais
A partir do estudo realizado, nota-se que a psicopatia, apesar de ainda
não ter um conceito nítido, é um tema cada dia mais notório no nosso meio social,
com um vasto campo de investigação a ser desbravado.
Diante do exposto, entende-se que o transtorno de personalidade vem
chamando a atenção de estudiosos que buscam compreender de forma mais
clara a mente de psicopatas, investigando como se sucede e de maneira
criteriosa buscam informações para esclarecer suas dúvidas com coerência e
eficiência. É evidente que estudos sobre as causas da psicopatia ainda são
limitados, assim é notório a falta de meios de investimentos para pesquisas mais
detalhadas e estudos mais desenvolvidos voltados ao tema. Notando-se uma
necessidade de mais estudos e pesquisas, em busca de compreender melhor.

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