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Estratégica em Saúde
Belo
Especialização EAD Horizonte
em Gestão Estratégica em Saúde
2023.
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA
APLICADOS AOS SERVIÇOS DE SAÚDE
MATERIAL COMPLEMENTAR
Elaboração: 2021. 2
Revisão: 2023.
Especialização EAD em Gestão Estratégica em Saúde
Apresentação................................................................................................ 04
Objetivos....................................................................................................... 05
Referências................................................................................................... 111
Anexos........................................................................................................... 113
“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se
entende, e não há sucesso no que não se gerencia” (Willian Edwards Deming, 1950).
Epidemiologia pode ser definida como a “ciência que estuda o processo saúde-
doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores
determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde
coletiva, com vistas a propor medidas específicas de prevenção, controle ou
erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao
planejamento, administração e avaliação das ações e políticas de saúde”
(ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003).
Atributos da Epidemiologia
Paciente/ População
Espaço
Tempo
Embora seja incerto definir o início e quem foi o pioneiro a propor conceitos e
aplicabilidades da epidemiologia, alguns autores indicam que a epidemiologia
nasceu com Hipócrates na Grécia antiga, em uma época em que se atribuía as
doenças, as mortes e as curas a deuses e demônios. 1
1 Por volta do século 6º a. C., o mundo grego passou por profundas transformações, que se estenderam
também à Medicina. Houve um enfraquecimento das crenças mitológicas – não abandonadas
completamente –, buscando-se explicar as enfermidades com base no raciocínio humano. Nessa
época, alguns médicos sugeriram que a saúde seria o resultado do equilíbrio entre determinados
poderes do corpo (úmido, seco, frio, quente, amargo e doce) e que a doença seria o resultado do
excesso ou da desarmonia entre eles. Maiores informações em: <
https://www.unifesp.br/reitoria/dci/publicacoes/entreteses/item/2194-contagio-miasmas-e-
microrganismos>. Acesso em junho de 2021.
2 Hipócrates, em “Tratado dos ares, das águas e dos lugares” (século V a.C.), coloca os termos
epidêmico e endêmico, derivados de epidemion (verbo que significa visitar: enfermidades que visitam)
e endemion (residir enfermidades que permanecem na comunidade). Ele sugere que condições tais
como o clima de uma região, a água ou sua situação num lugar em que os ventos sejam favoráveis
são elementos que podem ajudar o médico a avaliar a saúde geral de seus habitantes. Maiores
informações em: < http://www.historiadamedicina.ubi.pt/cadernos_medicina/vol14.pdf>. Acesso em
junho de 2021.
"... aquele que deseje compreender a ciência médica, deve considerar os efeitos
das estações do ano, as águas e suas origens, o modo de vida das populações..."
Principais ações
de saúde
consistiam em
manter a matéria
orgânica longe
dos centros
urbanos.
(Corpus Hippocraticum)
Fonte: Adaptação da autora. Coletânea de imagens. Disponível em: google imagens e no material do site:
<http://www.escoladesaude.pr.gov.br/arquivos/File/Material_1_Aula_1_Conceitos_Saude_e_Doenca_milene.pdf
>. Acesso em junho de 2020.
Louis Villermé (1782-1863): que pesquisou o impacto da pobreza e das condições de trabalho na
saúde das pessoas.
Louis Pasteur (1822-1895): considerado o “Pai da Bacteriologia”, pois identificou inúmeras bactérias
e tratou diversas doenças. Ele influenciou profundamente a história da epidemiologia, pois introduziu
as bases biológicas para o estudo das doenças infecciosas (PEREIRA, 2013), determinando o
agente etiológico das doenças e possibilitando o estabelecimento futuro de medidas de prevenção
e tratamento.
Jhon Snow (1854): pioneiro na procura sistemática dos determinantes das epidemias, descobriu a
transmissão da cólera por meio de um microrganismo (“parasitas invisíveis”) e não por miasmas.
De modo especial, diversos autores citam Jhon Snow – médico britânico – como
“pai da epidemiologia”, por ter intervido com seus conhecimentos de base
epidemiológica durante as duas epidemias de cólera em Londres ocorridas em 1849
e 1854. Através de uma ampla e inovadora pesquisa com pacientes acometidos pela
doença, Jhon Snow registrou as feições clínicas da doença e descobriu que o
“veneno da cólera” seria um ser vivo proveniente do solo e dos poços de água.
De acordo com o Plano Brasileiro (Brasil, 2011)4 as DCNT são as principais causas
de morte no mundo, correspondendo a 63% dos óbitos em 2008. Aproximadamente
80% das mortes por DCNT ocorrem em países de baixa e média renda. Um terço
dessas mortes ocorre em pessoas com idade inferior a 60 anos. A maioria dos óbitos
por DCNT são atribuíveis às doenças do aparelho circulatório (DAC), ao câncer, à
diabetes e às doenças respiratórias crônicas. As principais causas dessas doenças
incluem fatores de risco modificáveis, como tabagismo, consumo nocivo de bebida
alcoólica, inatividade física e alimentação inadequada.
4 Inspirado e adaptado de: Brasil. Ministério da Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento
das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília, 2011. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf
5
Para maiores informações acesse às fontes de informações:
12
Sobre câncer de pulmão: Doll R, Hill AB. Smoking and carcinoma of the lung. BMJ 1950;2: 739-58.
Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2038856/>. Acesso em junho de 2021.
Sobre câncer de mama: leia mais em: <https://super.abril.com.br/especiais/cancer-a-trajetoria-da-
doenca/>.
Sobre estudos epidemiológicos de HAS: leia mais em :< http://publicacoes.cardiol.br/caminhos/03/ >.
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MACRODETERMINANTES
Modelo de
Determinação Social
da Saúde proposto por
Dahlgren & Whitehead
(1991).
MICRODETERMINANTES
Figura 02: Modelo da determinação social das doenças
Elevação da pressão
Fatores de Risco sanguínea arterial;
Intermediários Elevação da glicemia;
Obesidade
Hipertensão Arterial
Principais doenças Sistêmica (HAS);
crônicas Diabetes Mellitus (DM);
Infarto Agudo do
Fonte: Modelo de Determinação Social da Doença. Adaptação decorrentes Miocárdio (IAM);
da autora. 2022. Acidente Vascular
Encefálico (AVE)
14
Tais diferenças ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de saúde das
pessoas se distribuem desigualmente na população, acometendo mais alguns
grupos do que outros (PEREIRA, 1995).
SERVIÇOS DE
SAÚDE
ALIMENTAÇÃO HABITAÇÃO
SAÚDE
MEIO
LAZER AMBIENTE /
SANEAMENTO
TRABALHO/
EDUÇCAÇÃO
RENDA
Fonte: Elaboração da Autora. Adaptação e alusão ao artigo 196 da CF de 1988. (BRASIL, 1988)
16
Bem estar
Emocional/Mental
Bem estar
Espiritual
Fonte: Esquema elaborado pela autora. Alusão ao conceito ampliado de saúde, proposto pela OMS, 1978.
Por isso, garantir a saúde dos cidadãos, não é uma responsabilidade exclusiva do setor
saúde. Embora seja a diretriz central de muitas políticas nacionais e internacionais da
área, ainda continua sendo um grande desafio para gestores e a população em geral.
17
Contudo, durante toda a vida todos nós precisamos ter acesso à água tratada, ar puro,
ambiente limpo e saudável, alimentação adequada, situações social, econômica e
cultural favoráveis, prevenção de problemas específicos de saúde, assim como
educação e informação. De modo que, estes determinantes sociais e não puramente
biológicos são os componentes mais importantes capazes de promover saúde e evitar
o adoecimento das pessoas (WHO, 2009).
No Brasil, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi editada como política
pela primeira vez no ano de 2006 com o esforço em rever o conceito de saúde em uma
lógica ampliada, e reforçar mudanças dos estilos de vida, redução de fatores de risco e
a vigilância em saúde, privilegiando o bem de todos e a construção de uma sociedade
solidária, cujo objetivo geral se concentra em torno da redução de vulnerabilidade e
riscos à saúde e da qualidade de vida (SILVA e BAPTISTA, 2015).
18
Alguns autores afirmam que Promoção da Saúde é uma das estratégias mais efetivas
para o desenvolvimento social, econômico e cultural de uma nação, e, de forma objetiva,
representa uma das mais importantes dimensões da qualidade de vida das pessoas.
(BUSS, 2000; BYDLOWSK e WESTPHAL, 2004; BRASIL, 2012; SILVA e BAPTISTA,
2015).
6 Maiores detalhes consultar: Bases legais do SUS: Leis Orgânicas da Saúde. Disponível em: <
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/15655/1/Bases%20legais%20do%20SUS%20-
%20Leis%20org%C3%A2nicas%20da%20sa%C3%BAde.pdf >.
19
Com a missão organizar e ser a “porta de entrada” dos usuários do sistema de saúde –
quer público, privado, filantrópico ou de qualquer outra natureza jurídica – a Atenção
Primária à Saúde (APS) corresponde a uma resolubilidade assistencial robusta de
aproximadamente 80% dos problemas de saúde da população a ele vinculada. Integra
a rede assistencial de cuidados primário7, fundamentais para o enfrentamento de
epidemias, como no caso da Pandemia de COVID-19.
7Veja maiores informações no site do Ministério da Saúde, caput que refere-se à Atenção Primária em
Saúde (APS) e Equipes de Saúde da Família. Disponível em : <https://aps.saude.gov.br/smp/smpoquee>.
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Fique atento:
Sua Saúde é o seu maior bem.
Prevenir é melhor do que remediar!
Fonte: Elaboração da Autora, 2021. Modelo de estruturação de assistência nos serviços de saúde.
21
Segundo Laurell (1983) o termo “processo saúde-doença” refere-se ao modo pelo qual
ocorre nas pessoas ou grupos da coletividade, o processo biológico de desgaste e
reprodução, destacando como momentos particulares a presença de um funcionamento
biológico diferente, com consequências para o desenvolvimento regular das atividades
cotidianas, isto é, o surgimento de doença ou incapacidade.
CLINICA EPIDEMIOLÓGICA
8
Veja maiores detalhes em:< http://mitologiaecivilizgrega.blogspot.com/2009/12/hipocrates.html>.
22
23
A COVID-19 vem exigindo uma forte organização dos serviços de saúde, especialmente
na seara de vigilância epidemiológica através da reorganização dos processos de
trabalho para atender eficazmente os casos, encaminhar ao nível de complexidade de
cuidado exigido além de mitigar a cadeia de contágio protegendo trabalhadores,
transeuntes e outros pacientes à contaminação da doença.
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Veja mais detalhes e informações na obra do Ministério da Saúde: Diretrizes Nacionais da Vigilância em Saúde.
Disponível em:<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_vigilancia_saude.pdf.>.
24
25
NOTA: A demonstração das informações epidemiológicas permite a comparabilidade entre os serviços de saúde e a
contingência em casos de emergências sanitárias – como é o caso da Pandemia do novo Coronavírus. Esses aspectos
são imprescindíveis para o desenvolvimento e performance dos programas de atenção à saúde coletiva.
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27
Variáveis de análise10
10
O conjunto de valores de uma característica associada a uma coleção de indivíduos ou objetos de
interesse é dito ser uma população
28
- Variáveis Quantitativas:
a) Quantitativa discreta:
● N° de exames positivos confirmados para COVID-19 ao dia / semana e
mês;
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b) Quantitativa contínua:
● Média de dias de afastamento entre os policiais militares da ativa,
notificados como casos positivos para COVID-19 (4,0 dias 5,8 dias, 8,5
dias, etc);
● Média de internações ao mês entre os trabalhadores de uma Unidade,
para tratamento de sintomas da síndrome SARS – Cov2 (COVID-19).
- Variáveis Qualitativas
a) Qualitativa nominal:
● Sexo de maior incidência e prevalência entre os que apresentaram
resultados positivos para COVID-19.
● Estado civil,
● Cor da pele auto referida;
● Posto/graduação do policial militar acometido pela doença, etc.
b) Qualitativa ordinal:
● Faixa de idade de maior prevalência de casos positivos para COVID-19 entre os
militares da ativa da PMMG (20 a 29 anos / 30 a 39 anos / 40 a 49 anos / 50 a 59
anos / acima de 60 anos).
● Distribuição de casos positivos entre as comorbidades crônicas pré-existentes
(Doenças Cardiovasculares, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes
11 O teste molecular (RT-PCR) permite a identificação direta do vírus através da pesquisa do material
genético viral em amostras do aparelho respiratório. É o método diagnóstico de escolha com maior
validação no mundo e com ampla disponibilidade em Minas Gerais, por se tratar de padrão-ouro na
identificação do vírus.
30
Outro ponto importante é que nem sempre uma variável representada por números é
quantitativa. O número do telefone de uma pessoa, o número da casa, o número de sua
identidade. Às vezes o sexo do indivíduo é registrado na planilha de dados como 1 se
masculino e 2 se feminino, por exemplo. Isto não significa que a variável sexo passou a
ser quantitativa.
31
Frequência absoluta (n° de ocorrências de uma determinada Frequência relativa (proporção que de uma
variável) determinada variável)
32
✔ MÉDIA
● Só deve ser utilizada quando a distribuição dos dados for simétrica (normal ou
Gaussiana).
✔ MEDIANA
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● Pode se manter inalterada ainda que haja alguma variação entre os valores de
determinada amostra;
✔ MODA
Sua utilização é pouco usual, e serve apenas para demonstrar qual o valor ou
atributo mais frequente (que mais se repete) em um conjunto de dados.
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A B C D E F G 07 militares
Nº de dias de 3 4 5 7 7 10 14 50 dias
afastamento
Nota: dados meramente hipotéticos, não alusivos a qualquer correlação entre indivíduos. Não há
possibilidade de identificação de sujeitos.
(Média) Ʃ = 7,14 dias de afastamento do trabalho por algum CID -10 que esteja
relacionado ao COVID-19.
35
3 4 5 7 7 10 14
*OBS: no exemplo citado observamos que o valor da média é – ainda que sutilmente -
superior (7,14) ao valor da mediana (7) e da moda (7). Neste caso, temos uma
distribuição assimétrica para a Direita, e, portanto, o uso da mediana seria mais
apropriado ou confiável em comparação à média para as análises desejadas, vez que
não sofre interferência de valores extremos.
3 4 5 7 8 10 12 14
36
Medidas de dispersão
✔ AMPLITUDE
Essa medida pode ser utilizada para verificar se um conjunto de dados está estável ou
não, isto é, as “distâncias” entre as suas variações são menores ou maiores. Amplitudes
muito elevadas mostram uma grande variação entre os limites do conjunto de dados,
enquanto menores amplitudes indicam um equilíbrio (tendência a um parâmetro de
normalidade ou distribuição sem grandes variações) no conjunto de dados.
37
21 24 27 30 33 15 24 29 32 35
A partir dos resultados podemos dizer que o grupo de pacientes internados observados
no Hospital A corresponde à uma amplitude menor, isto é, houve menos variação dos
dados.
Dis t ribuiç ão (ni) dos dias de int ernaç ão Dis t ribuiç ão ( ni) dos dias de int ernaç ão
de pcientes idosos no Hospital "A" de pcientes idosos no Hospital "B"
(n=5). (n=5).
40 40
DIAS DE INTERNAÇÃO
DIAS DE INTERNAÇÃO
35
30 35
33 30
32
30
20 27 25 29
24
21 20 24
10 15
10 15
0 5
1 2 3 4 5 0
AMOSTRA DE PACIENTES 1 2 3 4 5
AMOSTRA DE PACIENTES
38
39
S (A)2 = 2√ (21 – 27) 2 + (24 – 27) 2 + (27 – 27) 2 + (30– 27) 2 + (33 – 27)2 =
(5 – 1)
4 4
2
𝑆(𝐴) = √22,50 = 4,74
S (B)2 = 2√ (15– 27)2 + (24 – 27) 2 + (29 – 27) 2 + (32– 27) 2 + (35 – 27)2 =
(5 – 1)
4 4
2
𝑆(𝐵) = √61,5 = 7,84
✔ VARIÂNCIA
As medidas de variação medem a tendência de distribuição de um conjunto de valores
em torno de um valor central que, geralmente, é a média. Portanto, as tendências
centrais podem não ser suficientes na descrição e discriminação de diferentes conjuntos
de dados. Consideremos ainda o Exemplo A:
40
21 24 27 30 33 15 24 29 32 35
Fórmula da Variância (𝑆 2 𝑜𝑢 𝜎 2 ):
41
Hospital A Hospital B
21 24 27 30 33 15 24 29 32 35
𝑆 2 (A) = (21 – 27) 2 + (24 – 27) 2 + (27 – 27) 2 + (30– 27) 2 + (33 –27)2 = (6) 2 + (3) 2 + (0) 2 + (3) 2 = (6) 2
(5 – 1) 4
(36+ 9+0+9+36) = 90
4 4
𝑆 2 (B) = (15 –27) 2 + (24 – 27) 2 + (29 – 27) 2 + (32– 27) 2 + (35 –27)2 = (12) 2 + (3) 2 + (2) 2 + (5) 2 = (7) 2
(5 – 1) 4
4 4
2
𝑆 (B) = 57,75 dias
A partir dos resultados podemos dizer que o grupo de pacientes internados observados
no Hospital A é mais homogêneo em comparação ao Hospital B.
42
43
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑆
𝐶𝑉 =
𝑋̅
Aplicando a fórmula às amostras A e B do mesmo exemplo:
27 27
- Amostra A
Tabela da amostra A: N° de dias de afastamento por licenças de militares da ativa, na Unidade “X”,
homologadas no dia 25 de maio de 2020.
A B C D E F G H 08 militares
Nº de dias de 3 4 7 11 13 14 14 17 83 dias
afastamento
Nota: dados meramente hipotéticos, não alusivos a qualquer correlação entre indivíduos.
44
Tem-se:
S = (3 – 10)2 +(4 – 10)2 + (7– 10)2 + (11– 10)2 + (13– 10)2 + (14– 10)2 + (14– 10)2 + (17– 10)2
(8-1)
(8-1)
2
𝑆 = √26,42 = 5,14
Amostra B
Tabela da amostra B: N° de dias de afastamento por licenças de militares da ativa, na Unidade “Y”,
homologadas no dia 25 de maio de 2020.
A B C D E F G H 08 militares
Nº de dias de 4 6 6 8 10 14 15 18 50 dias
afastamento
Nota: dados meramente hipotéticos, não alusivos a qualquer correlação entre indivíduos.
45
(4 – 10)2 +(6 – 10)2 + (6– 10)2 + (8– 10)2 + (10– 10)2 + (14– 10)2 + (15– 10)2 + (18– 10)2
(8-1)
(8-1)
2
𝑆 = √25,28 = 5,02
● S = 5,02.
Nota-se nos exemplos em questão que a dispersão dos dados a partir da média foi
considerável, para ambas as amostras (S = 5,14 dias e S = 5,02 dias). Isto é, em ambos
os grupos observados, encontrou-se uma mesma média (10 dias) de afastamento
relacionado aos grupos de CID´s para COVID-19, mas com variabilidade distinta partir
da média entre os grupos (Grupo B discretamente menos heterogêneo em comparação
ao grupo A).
Como o desvio padrão demonstra o quão confiável é o valor a partir da média, e, neste
caso, houve um elevado desvio padrão, pode-se inferir que ambas as amostras são bem
heterogêneas, mas entre elas, a que representa maior dispersão dos dados é o grupo
“A”.
46
Tipos de amostras
48
Distribuição Amostral
49
50
51
52
A chave para uma seleção de amostra adequada na AAS é obter e manter uma lista
atualizada de todos os indivíduos ou itens a partir dos quais a amostra será extraída.
Tal lista é conhecida como a estrutura de população (universo) ou simplesmente
população. A lista da população irá servir como população-alvo, de modo que se muitas
amostras probabilísticas diferentes forem retiradas desta lista, é de se esperar que cada
amostra seja a representação em miniatura da população e que ela produza estimativas
razoáveis de suas características.
53
Ao compor amostras com seres humanos, é em geral mais apropriado ter uma amostra
com pessoas diferentes do que permitir medições repetidas da mesma pessoa. Assim
sendo, empregaríamos o método de amostragem sem reposição, de modo que, uma
vez retirado determinado indivíduo, o mesmo não poderia ser selecionado novamente.
Ao fazer amostras sem reposição a chance de que qualquer membro da população seja
selecionado na primeira retirada da cesta é de 1/N. Quem quer que seja selecionado,
as informações pertinentes são registradas em um arquivo principal, e então o cartão
específico é colocado de lado, em vez de recolocado na cesta (amostragem sem
reposição). Os N-1 cartões remanescentes na cesta são então bem embaralhados e o
segundo cartão é retirado.
54
De modo semelhante, a amostra poderia ser coletada através de uma matriz de dados
com os números/códigos dos exames dispostos em uma matriz com 40 linhas e 20
colunas. Neste caso, dever-se-à sortear uma coluna, cujos números indicariam os
elementos da amostra. Nesse caso, cada elemento da população ainda teria
probabilidade 40/800 de pertencer à amostra, porém existem agora apenas 20 colunas
que contém as amostras (40 códigos), que com as mesmas chances de serem
sorteadas.
55
Por isso, é imprescindível conhecer a população e ter acesso aos atributos da mesma
para melhor delineamento amostral.
O número de etapas de uma amostra por conglomerados varia de acordo com o tipo de
estudo/pesquisa e o quanto o universo estudo deve ser dividida de forma a auxiliar a
investigação. Quanto maior e mais heterogênea uma população, mais divisões se
tornam necessárias.
59
Ao exemplo desse método pode-se citar: uma pesquisa que busque identificar as
dificuldades do serviço operacional para policiais militares em áreas de risco. Neste
caso, o objeto principal de análise requer que intencionalmente sejam selecionadas
60
61
A. Identificação da população-alvo;
62
64
Resultado histopatológico ou
Tabagismo
exame de imagem para
adenocarcinoma de pulmão.
ACURÁCIA PRECISÃO
Corresponde à capacidade de um determinado Corresponde ao grau de variação gerado por
método ou instrumento em captar o evento diferentes medições, de tal modo que quanto mais
(variável ou fator de observação) desejado. preciso um processo/instrumento de pesquisa ou
Assim, quanto mais acurado o instrumento de método, menor será a variação entre os valores
medição, mais próximo está o resultado da resultantes. Ou seja, quanto mais próximo os
medida do valor tido como verdadeiro ou de resultados de uma medição em cada observação,
referência. mais preciso e o instrumento utilizado.
A precisão tem como base o desvio-padrão de uma
série de repetições da mesma análise (baixos
desvios-padrões correspondem a uma elevada
precisão).
A ausência de precisão é consequência de erros
aleatórios, decorrentes de variabilidade do aferidor,
do instrumento e do sujeito da pesquisa.
66
TESTES PARA AFERIR ACURÁCIA EM SAÚDE TESTES PARA AFERIR PRECISÃO EM SAÚDE
Medida de sensibilidade, especificidade de um Medida da reprodutibilidade/repetibilidade (índice
teste diagnóstico, valores preditivos positivos e Kappa – K), análise de confiabilidade ou
negativos, área sob a curva (ROC), razão das consistência interna de um método (alfa de
chances de diagnóstico, etc. cronbach, KR-21, etc).
NOTA
68
- Probabilidade:
Medida de ocorrência para um fato incerto, isto é, o número de vezes que se espera
que ocorra um evento no futuro. Pode-se obter seu cálculo pelo número de eventos
que ocorrem dentro de um número de eventos possíveis. No cálculo da
probabilidade, compara-se o número de casos favoráveis com o de casos
possíveis. Por exemplo, a probabilidade de sair “cara” quando lançamos uma moeda
(probabilidade 1/2) e de sair “seis” quando lançamos um dado (probabilidade 1/6).
Importante dizer que em epidemiologia, chance (utilizada nos estudos com o termo
em inglês - odds) tem entendimento distinto da probabilidade propriamente dita. A
chance de ocorrência de um evento refere-se à probabilidade de ocorrência deste
evento dividida pela probabilidade da não ocorrência do mesmo evento. Isto é, no
caso do cálculo da chance é necessário obter uma razão de probabilidades (razão
entre a probabilidade de o evento acontecer dividida pela probabilidade do evento
não acontecer). Aplicando esse conceito ao mesmo exemplo da moeda, teríamos:
a chance de ao lançarmos a moeda e sair “cara” seria igual a 1/1; e de sair “seis”
quando lançamos um dado de 1/5.
69
- Taxa:
70
Enquanto a Incidência traz a ideia de intensidade com que acontece uma doença
numa população, mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos de
doença na população. Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer. A
prevalência, por sua vez, indica qualidade do que prevalece e implica em acontecer e
permanecer existindo num momento considerado. Destarte, a prevalência é o número
total de casos de uma doença, existentes num determinado local e período.
- COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA
71
-COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA
14
As constantes utilizadas nos coeficientes de incidência e prevalência, frequentemente utilizam a base de 10 ou mais
para facilitar a interpretação dos resultados (especialmente em se tratando de grandes populações).
15
São termos sinônimos encontrados para essa mesma medida de frequência: "taxa de
incidência" ou "taxa de ataque" -
72
- Prevalência lápsica: abrange um lapso de tempo mais ou menos longo e que não
concentra a informação em um dado ponto desse intervalo. Na prevalência lápsica estão
incluídos todos os casos prevalentes, inclusive os que curaram, morreram e emigraram.
73
Pontos de reflexão
Prevalência
O coeficiente de prevalência é mais utilizado para doenças crônicas de longa duração (Ex:
hipertensão arterial, diabetes melittus, cardiopatias, etc.);
Casos prevalentes são os que estão sendo tratados (casos antigos), mais aqueles que foram
diagnosticados (casos novos);
A prevalência perpassa a ideia de acúmulo e indica a força com que subsiste a doença na
população.
74
Incidência
A prevalência, por sua vez tem maior aplicabilidade em casos de doenças crônicas
ou de longa duração (PEREIRA, 1995, MEDRONHO, 2005, ROUQUAYROL e
ALMEIDA FILHO, 2003). Entre as finalidades das medidas de prevalência em saúde
pública destacam-se o planejamento de ações e serviços de saúde e a previsão de
recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos.
75
Estudos observacionais
76
Relato de Casos
DESCRITIVOS
Série de Casos
ESTUDOS
Ecológico
OBSERVACIONAIS
Transversal
ANALÍTICOS
Caso-controle
Coorte
Fonte: Esquema de classificação dos Estudos Observacionais. Elaborado pela autora. 2021.
77
Estudos de Caso
Vantagens Limitações
78
Esses estudos representam uma forma expandida do relato de caso individual. De igual
maneira, descreve características de um número de pacientes com uma determinada
doença ou outro efeito/desfecho que se deseja observar e podem levar à formulação de
novas hipóteses, especialmente sobre doenças raras.
79
80
EXPOSTO a b
NÃO EXPOSTO c d
Para se calcular a prevalência (P) da doença (D) entre expostos (exp), e a prevalência
entre os “não expostos” (não exp) utiliza-se a fórmula a seguir:
a+b c+d
16A tabela de contingência 2 x 2 é a base para a aplicação das variáveis epidemiológicas que compõe as
estimativas dos estudos epidemiológicos.
81
Mas, pode-se também calcular também a prevalência da exposição entre doentes e não
doentes:
a+c b+d
Estudos Transversais
Vantagens Limitações
82
Neste sentido, é capaz de determinar a incidência de uma doença. Iniciam com grupos
homogêneos de não doentes, agrupados segundo uma variável como ano de
nascimento, área geográfica, dentre outras, o que se denomina de coorte, registra-se
exposição aos fatores de risco e após um tempo de seguimento, observa-se a
ocorrência ou não do desfecho em quatro grupos. Ao contrário dos estudos de caso-
controle, possui natureza temporal prospectiva ou retrospectiva, podendo ser de dois
tipos:
83
Amostra ou uma
População definida 2000
Sem seguimento
2010
(avaliação de exposição EXPOSTOS NÃO EXPOSTOS
no passado )
Início 2020
Desfecho DOENTES DOENTES
(doentes x não doentes)
Estudos de coorte permitem o cálculo das medidas de efeito que são medidas de
associação entre exposição e doença. As medidas de efeito avaliam as diferenças de
riscos entre grupos que diferem em relação à exposição ao fator de risco estudado.
Ra = I Exp = a
a+b
84
I Não Exp = c
c+d
RR = I Exp
- I Não Exp
São estudos em que inicialmente dois (02) grupos principais de participantes são
selecionados, a saber: um grupo com os “casos” ou indivíduos portadores de uma
doença ou agravo, e o outro contendo os controles ou indivíduos que não apresentam
o desfecho estudado, mas, possui características semelhantes aos “casos”.
(Casos) (Controles)
FORAM EXPOSTOS NÃO FORAM EXPOSTOS FORAM EXPOSTOS NÃO FORAM EXPOSTOS
OR D. Exp = a
a+c
86
c/a+c c
% Não D. Exp = b
b+d
d/b+d d
b/d c c d.c
87
Note que, neste tipo de estudo há a intenção de se testar uma intervenção em particular
e, para tanto, ocorre alocação de pacientes em grupos previamente estabelecidos:
grupo que receberá a intervenção e o grupo que receberá o placebo. Correspondem a
tipos de estudo nesta categoria os chamados Ensaios Clínicos Randomizados (ERC),
Ensaios Comunitários (EC) e o Ensaio Clínico de Campo (ECC).
88
Ensaio clínico
de Campo
ESTUDOS
ANALÍTICOS
EXPERIMENTAIS
Ensaio
Comunitário
Fonte: Esquema sumariado de classificação dos Estudos Experimentais. Elaborado pela autora. 2021.
O ECR adquire tal nomenclatura porque, face ao teste da intervenção que se deseja
medir, os indivíduos selecionados na amostra são aleatoriamente - ou também
chamados de randomicamente - alocados para os grupos intervenção e controle, e os
resultados são avaliados comparando-se os desfechos entre esses grupos. Trata-se de
um experimento planejado que envolve pessoas doentes, e é formulado para determinar
o tratamento mais apropriado nos futuros pacientes com a mesma doença.
A força dos resultados alcançados no ERC está diretamente ligada à aleatorização dos
pacientes (alocação por sorteio e/ou técnicas sistemáticas randômicas) nos grupos e
controle de perdas amostrais. Isso garante a comparabilidade entre os grupos desde o
início da intervenção e as diferenças observadas não serão afetadas por viés do
investigador.
89
Ensaios de campo, em contraste com os ensaios clínicos, envolvem pessoas que estão
livres de doença, mas sob o risco de desenvolvê-la. Os dados são coletados “no campo”,
isto é, entre pessoas da população geral não institucionalizada (internadas em hospitais,
clínicas ou até em Instituições de Longa permanência).
90
.
91
92
93
Fonte: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/49057/9789275720059_por.pdf?sequence=5.
Acesso em Julho de 2021.
17
Vea maiores detalhes em: < http://www.ripsa.org.br/vhl/indicadores-e-dados-basicos-para-a-saude-
no-brasil-idb/ >. Acesso em julho de 2021.
95
Cobertura - Medem o grau de utilização dos meios oferecidos pelo setor público
e pelo setor privado para atender às necessidades de saúde da população na
área geográfica referida. (RIPSA, 2012)
96
98
A mortalidade em determinado lugar e tempo pode ser medida de várias maneiras, como
números absolutos, proporções e taxas. Diferentemente da morbidade, a morte é um
evento único e claramente identificável que reflete a ocorrência e a gravidade de uma
doença. Recomenda-se desagregar os dados de mortalidade segundo diferentes
características como causa idade, sexo, local de residência e ocorrência e grupo étnico
(OPAS, 2018) Os dados de mortalidade representam uma fonte fundamental de
informação demográfica, geográfica e de causa de morte. Estes dados são usados para
quantificar os problemas de saúde e determinar ou monitorar prioridades ou metas em
saúde (OPAS, 2018).
Cálculo: número de óbitos em menores de 1 ano de idade (por 1.000), dividido pelo
número de nascidos vivos na população no ano considerado.
100
Indicadores de Morbidade
O cálculo das taxas de morbidade requer a observação direta (com inquéritos e outras
pesquisas), a notificação dos eventos aos sistemas de vigilância e a notificação de
doenças nos sistemas de informação de ambulatórios, hospitais ou em outros registros.
São exemplos desse grupo de indicadores:
Cálculo: número de casos existentes de hipertensão arterial (por 100.000), dividido pelo
número de indivíduos que formam a população em determinado momento. A taxa pode
ser desagregada por sexo, idade, grupo étnico e outras variáveis de interesse.
101
De acordo com a OMS, estes quatro comportamentos de risco estão associados aos
quatro (04) grupos de causas de morte (doenças cardiovasculares, neoplasias, diabetes
102
Cálculo: número de indivíduos com idade entre 15 e 69 anos com nível insuficiente de
atividade física (por 100), dividido pelo número de indivíduos entrevistados com idade
entre 15 e 69 anos.
19 Detalhes na publicação da OMS: Organização Mundial da Saúde. Global Action Plan for the Prevention
and Control of NCDs 2013-2020. Disponível em inglês em:
http://www.who.int/entity/cardiovascular_diseases/15032013_updated_revised_draft_action_plan_
spanish.pdf?ua=1
103
Cálculo: número de adultos (acima de 15 anos) que referem consumo regular de frutas
e hortaliças (por 100), dividido pelo número de adultos (acima de 15 anos) entrevistados.
Entende-se como consumo regular de frutas e hortaliças consumir estes alimentos cinco
dias ou mais por semana.
Cálculo: número de leitos hospitalares (por 1000) dividido pelo número total de
habitantes no ano considerado (em geral, ajustado para o meio do ano).
Fonte: os dados para o numerador deste indicador são normalmente obtidos dos
institutos nacionais de estatística, registros das instituições de saúde ou pesquisas
sobre a estrutura dos serviços de saúde.
105
Cálculo: número de nascimentos por parto cesáreo (por 100) dividido pelo total de
nascimentos na população no ano considerado.
Cálculo: número de óbitos por doenças que podem ser evitadas por vacinação em
menores de 1 ano de idade (por 100.000) dividido pelo total de nascimentos na
população no ano considerado.
106
107
20 Detalhamento da ficha técnica dos indicadores podem ser acessados em: https://www.gov.br/ans/pt-
br/arquivos/assuntos/prestadores/qualiss-programa-de-qualificacao-dos-prestadores-de-servicos-de-
saude-1/fichas-tecnicas-dos-indicadores-monitoramento-da-qualidade-hospitalar.pdf
21 Informações detalhadas podem ser vislumbradas no site: https://www.gov.br/ans/pt-
br/assuntos/prestadores/qualiss-programa-de-qualificacao-dos-prestadores-de-servicos-de-saude-
1/monitoramento-da-qualidade-hospitalar
108
Continuação:
Figura 01 – Indicadores do Programa QUALISS da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS)
109
Fonte: Adaptado da autora. Informações disponíveis no site da Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS). Disponível em: < https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/prestadores/qualiss-programa-de-
qualificacao-dos-prestadores-de-servicos-de-saude-1/monitoramento-da-qualidade-hospitalar>. Acesso
em fev.2022.
Por fim, para agregar ao conteúdo sumarizado neste capítulo recomenda-se a leitura da
referência (Organização Pan-Americana da Saúde. Indicadores de saúde. Elementos
conceituais e práticos. Washington, D.C.: OPAS; 2018).
110
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
111
112
ANEXO A – Glossário
GLOSSÁRIO22
ANTICORPO MONOCLONAL: anticorpo produzido pela progênie de uma única célula, fato que
o torna extremamente puro, preciso e homogêneo.
22
Informações do Glossário extraídas do Guia de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde. [Brasil. Ministério
da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância
epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. –
7. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 816 p.]. Algumas informações foram adaptadas pela autora em 2021 para
auxiliar na compreensão.
113
ÁREA DE FOCO: área de transmissão para esquistossomose, com localização bem definida,
limitada a uma localidade ou pequeno número desta, em um município.
114
CASO INDUZIDO: caso de malária que pode ser atribuído a uma transfusão de sangue ou a
outra forma de inoculação parenteral, porém não à transmissão natural pelo mosquito. A
inoculação pode ser acidental ou deliberada e, nesse caso, pode ter objetivos terapêuticos ou de
pesquisa. CASO INTRODUZIDO: na terminologia comum, esse nome é dado aos casos
sintomáticos diretos, quando se pode provar que os mesmos constituem o primeiro elo da
transmissão local após um caso importado conhecido.
CASO PRESUNTIVO: pessoa com síndrome clínica compatível com a doença, porém sem
confirmação laboratorial do agente etiológico. Histórico de exposição não evidenciado ou pouco
provável.
CASO SUSPEITO: pessoa cuja história clínica, sintomas e possível exposição a uma fonte de
infecção sugerem que possa estar ou vir a desenvolver alguma doença infecciosa.
CEPA: população de uma mesma espécie, descendente de um único antepassado ou que tenha
espécie descendente de um único antepassado ou mesma origem, conservada mediante uma
série de passagens por hospedeiros ou subculturas adequadas. As cepas de comportamento
semelhante são chamadas “homólogas” e as de comportamento diferente, “heterólogas”.
Anteriormente, empregava-se o termo “cepa” de maneira imprecisa, para aludir a um grupo de
organismos estreitamente relacionados entre si e que perpetuavam suas características em
gerações sucessivas.
COORTE: grupo de indivíduos que têm um atributo em comum. Designa também um tipo de
estudo epidemiológico.
CONTATO: pessoa ou animal que teve contato com pessoa ou animal infectado, ou com
ambiente contaminado, criando a oportunidade de adquirir o agente etiológico.
115
DESINFECÇÃO: procedimento pelo qual são tomadas medidas de saúde para controlar ou
matar agentes infecciosos na superfície corporal de um ser humano ou animal, no interior ou na
superfície de bagagens, cargas, containers, meios de transporte, mercadorias e encomendas
postais, mediante exposição direta a agentes químicos ou físicos.
117
FÔMITES: objetos de uso pessoal do caso clínico ou portador, que podem estar contaminados
e transmitir agentes infecciosos e cujo controle é feito por meio da desinfecção.
118
GOTÍCULAS DE FLÜGGE: secreções oro nasais de mais de 100 micras de diâmetro, que
transmitem agentes infecciosos de maneira direta mediata.
HOSPEDEIRO: organismo simples ou complexo, incluindo o homem, capaz de ser infectado por
um agente específico.
INFLAMAÇÃO: resposta normal do tecido à agressão celular por material estranho; caracteriza-
se pela dilatação de capilares e mobilização de defesas celulares (leucócitos e fagócitos).
OPORTUNISTA: organismo que, vivendo normalmente como comensal ou de vida livre, passa
a atuar como parasita, geralmente em decorrência da redução da resistência natural do
hospedeiro.
PANDEMIA: epidemia de uma doença que afeta pessoas em muitos países e continentes.
PARASITA: organismo, geralmente microrganismo, cuja existência ocorre à expensa de um
hospedeiro. Entretanto, não é obrigatoriamente nocivo a seu hospedeiro. Existem parasitas
obrigatórios e facultativos; os primeiros sobrevivem somente na forma parasitária e os últimos
podem ter uma existência independente.
121
PERÍODO DE LATÊNCIA: intervalo entre a exposição a agentes patológicos e início dos sinais
e sintomas da doença.
PERÍODO PRODRÔMICO: lapso de tempo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos
sinais ou sintomas, que baseia o estabelecimento do diagnóstico.
PROFILAXIA: conjunto de medidas que têm por finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas
complicações e consequências. Quando a profilaxia basear-se no emprego de medicamentos,
tratase da quimioprofilaxia.
QUIMIOTERAPIA: uso de uma droga com o objetivo de tratar uma doença clinicamente
reconhecível ou de eliminar seu progresso.
122
123
TRANSMISSÃO DIRETA MEDIATA: transmissão direta, em que não há contato físico entre a
fonte primária de infecção e o novo hospedeiro; a transmissão ocorre por meio das secreções
oronasais (gotículas de Flügge).
124
VEÍCULO: ser animado ou inanimado que transporta um agente etiológico. Não são
consideradas, como veículos, as secreções e excreções da fonte primária de infecção, que são,
na realidade, um substrato no qual os microrganismos são eliminados.
VEÍCULO ANIMADO (vetor): artrópode que transfere um agente infeccioso da fonte de infecção
para um hospedeiro suscetível.
VETOR MECÂNICO: vetor acidental que constitui somente uma das modalidades da
transmissão de um agente etiológico. Sua erradicação retira apenas um dos componentes da
transmissão da doença.
125
126
Carga Horária: 30 h
Ementa
Conteúdo
Bibliografia Básica:
MEDRONHO R.A. Epidemiologia. 2ª Edição. Atheneu, 2009. (Atenção que a 3ª. Edição
encontra-se em fase de finalização) Gordis L. Epidemiologia 5ª ed. Rio de Janeiro: Revinter;
2017.
127
Bibliografia Complementar:
BRASIL. Saúde Brasil 2009: uma análise da situação de saúde e da agenda nacional e
internacional de prioridades em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 368 p. (Série G.
Estatística e Informação em Saúde). Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/29_11_10_saude_brasil_web.pdf
SOARES, J.F. SIQUEIRA, A.L. Introdução à estatística médica. 2.ed. Belo Horizonte:
COOPMED, 2002. 300p.
128