Cuidado integral de Saúde da Pessoa Idosa

e Avaliação Multidimensional

Francisco Silva
Assessor técnico da Coordenação de Saúde da
Pessoa Idosa na Atenção Primária
COPID/CGACI/DGCI/SAPS/MS​
1
Organograma SAPS/MS
 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA
PESSOA IDOSA
Portaria de Consolidação GM/MS N° 2/2017;
Anexo XI (Origem: PT GM/MS 2528/2006)

FINALIDADE: Recuperar, manter e promover a autonomia e a

independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas
e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.

Idosos Idosos com dependência

Independentes Idosos em risco de de cuidados
fragilização
 Envelhecimento e populações

• O ganho em longevidade é uma grande

conquista do ser humano;

• As pessoas envelhecem e vivem a velhice de

forma diversa, tendo em vista os aspectos e
condições ambientais, psicológicas, sociais,
culturais e econômicas vivenciadas em seu
curso de vida;

• O processo de envelhecimento e a velhice

não são sinônimos de doença;

NECESSÁRIO COMBATER
ESTIGMAS E PRECONCEITOS
Envelhecimento e populações

Segundo o último Censo IBGE 2022:

Há 32,11 milhões de pessoas com 60 anos + no

Brasil, o que equivale a 15,82% da população
total.

• 14,2 milhões são homens (7% da população

total)
• 17,8 milhões são mulheres. (8,81% da
população total)
 Envelhecimento e populações
• Maioria feminina no envelhecimento populacional

• Homens são a maioria na faixa etária de 0 a 19 anos.

• Mais mortes prematuras de homens ao longo do

curso da vida

O cuidar e o cuidado:

Segundo estudos do ELSI-Brasil:

• 79% das pessoas que realizam o cuidado no domicílio são

mulheres, e 1/3 tem 60 anos ou mais;

• 90% de todos os cuidadores são familiares não

remunerados (informais).
 Curso de Vida

• O curso de vida é um modelo

multidisciplinar que permite o estudo
dinâmico da vida de pessoas e populações
em seus contextos estruturais e sociais.

• Ele se concentra na conexão entre vidas

individuais e o contexto histórico e
socioeconômico em que elas se
desenvolvem – e que afeta a saúde.

Organização Mundial da Saúde. Promoting

health through the life course Genebra: OMS; 2019].
 Temporalidade

Abordagem do curso Variam muito entre

Vários aspectos do Histórico, social e de vida em saúde as as gerações e afetam
tempo. pessoal. dimensões da as trajetórias de
experiência diária. saúde.

Hendricks J. Considering life course concepts. J Gerontol: Series B.

2012;67B(2):226–31.
 As trajetórias de vida de pessoas e
Transições
populações têm transições que são marcos
em si mesmas.

As transições definem momentos de mudança

na vida que podem ser de origem biológica,
econômica, psicológica, social, política e
geográfica.

Seu momento não é necessariamente

predeterminado ou previsível, como no caso da
adolescência, menarca, gravidez,menopausa,
ingresso na escola, início da vida profissional ou Rutherford JN. 2013. The primate placenta as an agent of
developmental and health trajectories across the life course. In:

aposentadoria. Clancy KBH, Hinde K, Rutherford JN, editors. Building babies: primate
development in proximate and ultimate perspectives. New York:
Springer; 2013:27–53.
 Períodos Críticos/Sensíveis
Períodos críticos se referem a janelas de tempo de suscetibilidade em
que determinadas exposições podem mudar a direção das trajetórias de
saúde.

Esses momentos ou períodos de tempo podem funcionar como pontos

de virada, modificando a programação biológica ou a trajetória social
de pessoas e populações e criando efeitos a curto e longo prazo.

Período sensível são períodos mais longo do desenvolvimento, pode

contribuir para perda e ganhos significativos ( movimento; linguagem
etc.).

Ben-Shlomo Y, Kuh D. A life course approach to chronic disease epidemiology: conceptual

models, empirical challenges and interdisciplinary perspectives. Int J Epidemiol. 2002;31(2):285
 Impacto acumulativo

Esse princípio nos permite

entender como a capacidade
intrínseca (cognição, Humor,
Sensorial, Locomoção e
Vitalidade),dos indivíduos ou
das próprias doenças

O impacto cumulativo
Resultado de fatores
enfatiza a dimensão
positivos ou negativos
cronológica da saúde
que se acumulam ao
como fatores de risco
longo da vida,
positivos ou negativos
principalmente em
que pioram com o
períodos críticos.
tempo.

Case A, Fertig A, Paxson C. The lasting impact of childhood health and

circumstance. J Health Econ. 2005;24(2)
 AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DA PESSOA
É um processo diagnóstico estruturado de múltiplas dimensões, de caráter
interdisciplinar, que serve para identificar as necessidades de saúde da pessoa
idosa, suas vulnerabilidades ou habilidades dos pontos de vista clínico, psicossocial
e funcional.

Objetivo: formular o Projeto Terapêutico Singular, coordenado e integrado, a

curto, médio e longo prazos, visando especialmente a recuperação e/ou a
manutenção da capacidade funcional da pessoa idosa.

Procedimento: 03.01.09.003-3 - AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DA PESSOA

IDOSA
Portaria nº 1.771, de 21 de novembro de 2017 .
 DIMENSÃO CLÍNICA

Avaliação
DIMENSÃO PSICOSSOCIAL
Multidimensional

DIMENSÃO FUNCIONAL

A realização da avaliação multidimensional oportuniza um diagnóstico

mais acurado e o direcionamento de ações preventivas, curativas e
reabilitadoras, que melhorem a qualidade de vida da pessoa idosa com melhor
efetividade.
 AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DA PESSOA IDOSA E
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

A estratificação de risco permite chegar ao objetivo

fundamental das redes de atenção à saúde que é
promover o cuidado certo com o custo certo.

A organização do cuidado segundo as diferentes

complexidades, permite orientar as intervenções em
relação aos grupos de risco e a utilização racional dos
recursos.
Estratificação de risco

Escala Visual de Fragilidade Clínico Funcional, proposta por Moraes e Lanna (2016)
 Vidas Vinculadas
O princípio de "vidas vinculadas" destaca a interdependência do curso da vida de
uma pessoa com a vida de outras pessoas em seu ambiente.

A vida e a saúde de indivíduos e gerações estão ligadas a suas famílias e

comunidades e também são influenciadas pelas gerações que os precederam.

Condições desfavoráveis no nível familiar e social limitam a obtenção de melhores

cotas de bem-estar e contribuem para a transmissão intergeracional de níveis
subótimos de desenvolvimento.

Bacallao J, Alerm A, Ferrer M. Paradigma del curso de la vida: implicaciones en la clínica, la

epidemiologia y la salud pública. Havana: Editorial Ciencias Médicas; 2016.
 Transferência de características e Recursos

A abordagem do curso de vida inclui o conceito de que os recursos

podem ser transferidos entre gerações.

A transferência intergeracional do status socioeconômico

tem sido extensivamente estudada, principalmente em
relação à renda e à educação.

Banderali G, Martelli A, Landi M, et al. Short and long term health effects of
parental tobacco smoking during pregnancy and lactation: a descriptive review. J
Transl Med. 2015;13:327. doi:10.1186/s12967-015-0690-y
 Década do Envelhecimento Saudável

Estratégia interinstitucional para melhorar a vida das pessoas

idosas, suas famílias e as comunidades em que vivem.

Década do
Envelhecimento
Saudável nas
Américas
(2021-2030)

19
https://www.paho.org/pt/documentos/decada-do-envelhecimento-saudavel-2021-2030-na-regiao-das-americas
 Qualificação da assistência a pessoa idosa
Fortalecimento da Rede Assistencial Saúde (RAS)

Atenção Primária Ações Intersetoriais

 Fortalecimento da RAS: ambulatórios de

 Capacitação e qualificação da assistência prestada
pelas Equipes de Saúde da Família (ESF).
 Estratégias de Educação continuada.
 Fortalecimento de serviços e tecnologias como
teleconsultoria/Matriciamento.
 Treinamento das equipes na aplicação de
instrumentos de rastreio multidimensional para
identificação oportuna de Pessoas Idosas em risco de
fragilização e de ALTA COMPLEXIDADE.
Geriatria, de cuidados paliativos e de outras
especialidades médicas; centros de reabilitação
fisioterapeutas, TO, nutrição, psicologia.
 Desenvolvimento de Plano de Cuidados
Individualizado como instrumento de
contrarreferência às ESF garantindo rotatividade e
ampliação da cobertura da assistência
especializada.
ASPECTOS IMPORTANTES PARA
O CUIDADO DA PESSOA IDOSA

Ministério da Saúde. Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no SUS: proposta de modelo de atenção integral. XXX
Congresso Nacional de Secretarias Municipais e Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
 REDE DE APOIO
Algumas iniciativas locais para a promoção do envelhecimento
ativo com prática de atividade física.

Centros de Convivência
e UBS

Ações das secretarias municipais de esporte, lazer e

turismo, da pessoa idosa e de assistência social.

Programas Públicos como: Academia da Saúde, Saúde na

Escola, Segundo Tempo, Esporte e Lazer na Cidade e
ações como Ruas de Lazer e Idosos em Movimento.

Projetos de Instituições de Ensino Superior,

SESC, SESI, SEST/SENAT e SENAC.
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GUIA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA/Ministério da Saúde
 Qualificação do Cuidado
CURSOS na Plataforma da UNASUS
Abordagem das síndromes geriátricas e cuidados paliativos
Abordagem familiar e manejo das fragilidades e da rede de apoio
Avaliação Multidimensional da Saúde da Pessoa Idosa
Condições Clínicas e Agravos à Saúde Frequentes na Pessoa Idosa
Ações estratégicas no cuidado à pessoa idosa na Atenção Primária
Cuidados de Enfermagem para a pessoa idosa na Atenção Primária à
Saúde
Envelhecimento da População Brasileira

Vagas por cada curso - 50.000 matrículas até 12/01/2024

Para inscrição acessar o link: https://www.unasus.gov.br/ 23

Este Guia foi escrito para quem se interessa pelo tema
saúde da pessoa idosa e aborda aspectos gerais do
processo de envelhecimento, e traz informações
básicas sobre os cuidados necessários à pessoa idosa
e orientações para o autocuidado, cuidadores e
familiares.

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_cuidados_pessoa_idosa.pdf

https://youtu.be/YOhiVfm8Mic?si=ZUfsNEfg_THNOBye

6. O monitoramento e avaliação
já devem ser planejados na fase
de formulação da política e deves
acontecer em todos os momentos
do ciclo, permite saber se as
metas e objetivos estão sendo
alcançados e se os resultados
esperados estão sendo
alcançados.
5. Fase marcada pela ação, com
as estratégias pensadas, definidas
e as prioridades feitas. Agora é o
momento de colocar o
planejamento em ação. Nesta
fase, os recursos financeiros,
tecnológicos, humanos e
materiais são direcionados para
que a política possa ser
implementada. Nesta fase as
parcerias, as pactuações feitas são
fundamentais.
DESAFIOS DE TODOS
4. Planejar como a política
pública será implementada, isto
é, os programas e ações.
3. Levantamento das alternativas
de soluções possíveis para
resolver o problema, decisão das
soluções que serão postas em
prática - formulação da política.
1. Expressa uma situação
negativa na sociedade, para uma
coletividade. Quem governa se
dispõe a mobilizar recursos para
solucioná-lo
2. A partir dos problemas
públicos prioritários é que a
agenda governamental se forma.
Mas, diante de um volume alto de
problemas que precisam ser
solucionadas, nem todas as ações
previstas na agenda receberão
resposta imediata, até porque a
viabilização de muitos projetos
depende de fatores como a
avaliação do custo-benefício,
recursos disponíveis e urgência
da demanda.
25
OBRIGADO
dgci@saude.gov.br