Definição
As condições de vida e trabalho dos indivíduos e dos grupos
da população estão relacionadas com sua situação de
saúde.
Determinantes Sociais da Saúde são os fatores e
mecanismos através dos quais as condições sociais
afetam a saúde e que potencialmente podem ser
alterados através de ações baseadas em informação.
Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da
Saúde (CNDSS): os DSS são os fatores sociais,
econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais que influenciam a ocorrência de
problemas de saúde e seus fatores de risco na população.
Organização Mundial da Saúde (OMS): os DSS são as
condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham.
Em meados do século XIX, predominava a teoria
miasmática, que respondia às mudanças sociais e práticas
de saúde observadas no âmbito dos novos processos de
urbanização e contaminação da água e dos alimentos.
Nas últimas décadas do século XIX, afirma-se o paradigma
bacteriológico para a explicação do processo saúde-
doença.
Rudolf Virchow
• A ciência médica é intrínseca e essencialmente
uma ciência social, que as condições econômicas
e sociais exercem um feito importante sobre a
saúde e a doença.
•
político e sua prática implica a intervenção na vida
política e social para identificar e eliminar os
fatores que prejudicam a saúde da população.
O conflito entre saúde pública e medicina e entre os
enfoques biológico e social do processo de saúde-doença
estiveram no debate sobre a formação do novo campo
de conhecimento, de prática e de educação.
Na conformação inicial da saúde pública como campo
científico, há a preponderância do enfoque médico
biológico em detrimento dos enfoques sociopolíticos e
ambientais. Ou seja, a saúde pública é orientada ao controle
de doenças específicas, fundamentada na bacteriologia e
Raissa Aragão @psicoraissa
passa a se distanciar das questões políticas, dos reforços
por reformas sociais e sanitárias.
Definição de saúde de acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS): estado completo de bem-estar físico,
mental e social.
• Conferência da Alma-Ata Final dos anos 70
no ano 2000
Estudo das iniquidades em saúde
Desigualdades de saúde entre grupos populacionais que são
evitáveis, injustas e desnecessárias.
• 1º geração: descreve as relações entre pobreza
e saúde.
• 2º geração: descreve os gradientes de saúde de
acordo com vários critérios de estratificação
econômica.
• 3º geração: estudo dos mecanismos de produção
das iniquidades.
O principal desafio dos estudos sobre as relações dos
determinantes sociais e de saúde é identificar onde e
como devem ser feitas as intervenções, com o objetivo
de reduzir as iniquidades de saúde.
Além disso, outro desafio é fazer a distinção entre os
determinantes de saúde dos indivíduos e os de grupos e
populações, pois alguns fatores que são importantes para
explicar as diferenças no estado de saúde dos indivíduos
não explicam as diferenças entre grupos de uma
sociedade ou entre sociedades diversas.
Os fatores individuais são importantes para identificar que
indivíduos no interior de um grupo estão submetidos a
maior risco, e as diferenças nos níveis de saúde entre
grupos e países estão mais relacionadas com outros
fatores, como o grau de equidade na distribuição de renda.
Abordagens para o estudo dos mecanismos através dos
quais os DSS provocam as iniquidades de saúde.
A abordagem que tem enfoque nos aspectos físico-
materiais na produção da saúde e da doença entende que
as diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez
de recursos dos indivíduos e pela ausência de
investimentos em infra-estrutura comunitária
decorrentes de processos econômicos e decisões
políticas.
O enfoque nos fatores psicossociais estuda as relações
entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos
psicobiológicos e situação de saúde, com base no conceito
de que as percepções e as experiências de pessoas em
sociedades desiguais provocam estresse e prejuízos à
saúde.
Os enfoques ecossociais e enfoques multiníveis integram
as abordagens individuais e grupais, sociais e biológicas
numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica,
E os enfoques que buscam analisar as relações entre a
saúde das populações, as desigualdades nas condições de
vida e o grau de desenvolvimento da trama de vínculos e
associações entre indivíduos e grupos.
As relações de solidariedade e confiança entre pessoas e
grupos foram desgastadas, esse acontecimento foi
chamado de desgaste do capital social e é um mecanismo
através do qual as iniquidades de renda impactam
negativamente a situação de saúde.
que os comportamentos podem ser considerados tanto
responsabilidade individual quanto determinante social.
3º camada (redes sociais e comunitárias): a maior e menor
riqueza expressa o nível de coesão social.
4º camada (condições de vida e de trabalho): as pessoas
em desvantagem social correm um risco diferenciado,
criado pelas condições habitacionais mais humildes,
exposições a condições mais perigosas ou estressantes
de trabalho e acesso menor aos serviços.
5º camada (condições socioeconômicas, culturais e
ambientais gerais): têm grande influência sobre as demais
camadas.
Modelo de Diderichsen e Hallqvist
Esse modelo enfatiza a estratificação social gerada pelo
contexto social, que confere aos indivíduos posições
sociais distintas, as quais por sua vez provocam
diferenciais de saúde.

Modelo de Dahlgren e Whitehead

Os determinantes sociais da saúde são dispostos em
diferentes camadas, desde uma camada próxima dos
determinantes individuais até uma camada distal que se
situam os macrodeterminantes.
Esse modelo não procura explicar com detalhes as
relações e mediações entre os diversos níveis e a gênese
das iniquidades.

O modelo de Diderichsen e Hallqvist representa (I) o

processo segundo o qual cada indivíduo ocupa determinada
posição social como resultado de vários mecanismos
sociais, como o sistema educacional e o mercado de
trabalho. Além disso, ocorrem diferenciais de acordo com
a posição social de cada grupo, como (II) a exposição a
riscos que causam danos à saúde; (III) o diferencial de
vulnerabilidade à ocorrência de doença, uma vez exposto
a esses riscos; e (IV) o diferencial de consequências
socais, como o impacto que a doença pode ter na situação
socioeconômica da família, ou físicas, uma vez contraída
a doença.
1º camada (idade, sexo e fatores hereditários): as
características individuais exercem influência sobre seu
potencial e suas condições de saúde.
2º camada (estilo de vida dos indivíduos): separa os
fatores individuais e os determinantes sociais da saúde, já

Raissa Aragão @psicoraissa