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A readaptação dos professores em tempos de crise: uma


abordagem das experiências e vivências.
O contexto físico e emocional dos profissionais.

Davi Paula de Menezes, UNIATENEU, davi_eusou@hotmail.com


Paulo Victor Rodrigues da Silva, UNIATENEU, paulovictorodds@gmail.com
Deborah Ferreira Paiva, UNIATENEU, deborahf.p.rbr@gmail.com

RESUMO

A pandemia mundial, causada pelo vírus da COVID-19 ( SARS-CoV-2) mudou


de várias maneiras o mundo, deixando um rastro de transformação na forma de
pensar e de agir das pessoas e das instituições, quer sejam elas públicas ou
privadas. Com as instituições de educação também não foi diferente, os professores
em especial como parte crucial e de muita importância nas organizações de ensino
foram pegos de surpresa com a implantação do modelo de aula remoto. De forma
inesperada, tiveram que arquivar seu planejamento anual de aula e remontar as
suas aulas através de uma nova estrutura. Muitos, abalados psicologicamente com
tudo o que acontecia no mundo e com as incertezas que carregavam, buscaram se
reinventar e se adaptar a esse novo “normal”. Muitos deles sem experiência com
esse modelo de ensino e alguns até mesmo sem material ou ferramentas
adequadas para planejar e/ou executar suas aulas. Nesse cenário, buscou-se a
necessidade de entender como funcionou a readaptação do docente. Através de
uma abordagem qualitativa destacou-se a relação entre a realidade pessoal vivida
por cada professor e os desafios de dominar as principais ferramentas de
transmissão das aulas, as plataformas digitais. O corpo desse trabalho esclarece
como se deu essa readaptação do professor, em meio ao cenário de isolamento
social.

Palavras chaves: Professor; Ensino remoto; Readaptação; Pandemia.

1 Introdução

No atual momento, os métodos de ensino-aprendizagem predominantes na


educação estão sendo desafiados bruscamente pelas ações de distanciamento
social, motivadas em razão do combate ao vírus da COVID-19 (SARS-CoV-2) que
tem impactado o mundo, dando vazão à busca por recursos tecnológicos, métodos e
ferramentas com o potencial de auxiliar e garantir o acesso à educação. Nesse
contexto, a modalidade de ensino remoto e educação à distância (EAD) ganha força.
Caracterizada pelo distanciamento físico entre professor e aluno, fazendo-se
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necessária a adoção de uma tecnologia para mediar a comunicação entre eles


(ROMANI, 2000).
Este artigo, traz um tema autêntico e surgiu da necessidade de entender
melhor a realidade vivida pelos professores no processo de readaptação de aulas
presenciais para aulas remotas. Através de uma abordagem qualitativa e análise de
conteúdo, destacam que, na história mais recente, o mundo tem experimentado de
alguma forma os impactos causados por esse fenômeno. Em todos os casos,
serviços essenciais continuam operando, enquanto outros, como os serviços
educacionais, tiveram que parar ou pelo menos serem interrompidos por algum
momento (SAMARASEKERA et al., 2020). Tem como finalidade principal apresentar
discussões baseadas nas pesquisas exploratórias e descritivas acerca de tal
adaptação em tempos de crise, tendo como pano de fundo a pandemia causada
pelo vírus da COVID-19.
Atualmente no cenário de crise pandêmica e isolamento social, as
instituições de ensino adotaram veementemente ferramentas tecnológicas para o
planejamento e realização de aulas remotas o que, segundo Almaiah, Al-Khasawneh
e Althunibat (2020) representa um enorme desafio tecnológico, individual, cultural e
do curso no qual o professor atua.
Em meio a essa dinâmica social, foram implementadas medidas que
interromperam completamente ou limitaram fortemente a reunião de pessoas em
locais públicos e o funcionamento de entidades educacionais. A duração dessas
medidas, promovidas de forma extensiva, refletiu nas interações sociais e de
trabalho, na empregabilidade e sustento econômico das pessoas, assim como
comprometeram as atividades de escolas, universidades e demais centros de
formação profissional (BARROS-DELBEN; et al., 2020; CRUZ et al., 2020).
Um grande desafio. Apresentamos neste material a oportunidade de
discorrer sobre os principais desafios vividos na prática nos momentos antes,
durante e depois da apresentação de suas aulas. Partindo do pressuposto que nem
todos os docentes estão no mesmo nível de aptidão com as ferramentas digitais a
desenvoltura é um ponto a ser avaliado. Roca; Chiu; Martinez (2006) acreditam que
saber manipular tais ferramentas é o grande diferencial para uma boa readaptação
às aulas, no modelo remoto ou híbrido de ensino. Portanto, evidenciamos que essas
mudanças no modelo e no comportamento dos professores trouxeram uma vasta
abordagem no que desrespeita a estrutura do preparo das aulas.
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Parte deste artigo, é dedicada para destacar as formas, métodos e


ferramentas que os professores se apropriaram nesse processo de readaptação
para o modelo remoto de aula e expõe de maneira qualitativa os desafios vividos até
o momento, considerando informações de pesquisas exploratórias na análise de
conteúdo.

2.1 Pandemia mundial da Covid-19

O primeiro caso da Covid-19 no brasil foi na cidade de São Paulo, no dia


26 de fevereiro de 2020 segundo o Ministério da Saúde O paciente tinha 61 anos
teve na região de Lombardia área mais atingida na Itália dias antes de testar positivo
para o vírus Agencia Brasil (2020). Primo do vírus da SARS, infectou centenas de
pessoas desde o início do surto em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. O
cientista Leo Poon, virologista da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong
Kong, que primeiro decodificou o vírus, acredita que esse, teve origem em um
animal e se espalhou para os seres humanos . É uma doença infecciosa, causada
por um coronavírus, que já é conhecida desde muito tempo Atualização
epidemiológica, em entrevista com a alto diagnósticos ( Dr. Alberto Chebabo para o
G1.2021).

O Coronavírus é um grupo de vírus que é comum entre os animais. Em


casos raros, ele é o que os cientistas chamam de zoonótico, o que significa que
pode ser transmitido de animais para seres humanos, de acordo com os Centros dos
EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), como afirma a Organização
Mundial da Saúde (OMS).
Um estudo que envolveu pesquisadores do Brasil e do Reino Unido mostra
que o novo coronavírus (covid-19) já circulava no país, antes mesmo de serem
adotadas medida de prevenção como o uso da máscara de proteção, os cuidados
básicos de higiene, evitar aglomerações, isolamento social , medidas essas,
imprescindíveis enquanto perdurar a pandemia. Por isso, a Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) diz que o combate à Covid-19 é um compromisso com a
saúde. O governo também adotou medidas para mitigar o efeito da doença na
economia, como linhas de crédito para as empresas, e enviou ao Congresso
Nacional proposta de criação de auxílio emergencial, direcionado à população mais
vulnerável, Todo o mundo parou para fazer estudos sobre a vacina contra covid-19
e o Brasil começa a vacinar, grupos prioritários após longos meses de estudos.
No primeiro momento foram desenvolvidas vacinas com até 50% de
eficácia a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso
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emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford como aponta Organização Pan-


americana de saúde, (2021). Com casos de contágio ainda em alta e a vacinação
em andamento, no início de 2021, vários estados decretaram toque de recolher para
tentar conter o avanço da doença. Além disso, grandes festas Brasileiras como
carnaval, foram canceladas para evitar aglomerações.
A pandemia do vírus SARS-CoV-2, ainda tem causado seus efeitos a nível
social, geográfico e econômico. Não se sabe até quando durará tais impactos, mas é
possível observar em pequena, média e grande escalo que o mundo tem recebido
esse impacto, e tem tentado se adaptar e se reinventar para que os danos não
sejam ainda maiores. Em destaque a Educação tem procurado recursos para se
esquivar e driblar as sequelas já apresentadas até o presente momento.

2.2 Ênfase no trabalho remoto

A tecnologia e seu desenvolvimento sempre exerceram um papel


importante de grande influência sobre todas as áreas do trabalho bem como aos
distintos modos produtivos, modificando ou mesmo excluindo algumas formas de
trabalhar (SAKUDA, 2001).
Além de afetar a relação do ser humano com a natureza, a tecnologia tem
ao longo do tempo alterado substancialmente as formas de comunicação, de
medição e de gerenciamento do tempo, além de como as pessoas agem e
controlam o espaço no qual estão inseridas (ALVES, 2008).

Nas últimas décadas, as revoluções no campo das


telecomunicações, a expansão da internet e o progresso da
linguagem digital exerceram profundas mudanças na comunicação
global. As tecnologias da informação e comunicação (TIC) foram
decisivas: nas transformações na geração, processamento e
transmissão da informação, bem como para a instantaneidade no
seu acesso e disseminação; na criação de redes informacionais; na
diversificação das modalidades de conectividade; na
desterritorialização das atividades e das conexões, as quais tiveram
impacto sobre a redução da necessidade de mobilidade e
culminaram na dispensabilidade do contato presencial em algumas
atividades. As citadas alterações foram acompanhadas de
transformações na organização social e do trabalho (ALVES, 2008).

De forma geral, é possível dizer que as TIC causaram um impacto tão


profundo na maneira com que os seres humanos, a ponto de mudarem a forma de
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verem o mundo. Com o auxílio da internet, em especial, foi possível quebrar as


fronteiras espaço-temporais, flexibilizando as relações, inclusive as de trabalho
(ALVES, 2008).
Os processos e atividades passam a ser reconfigurados e entre tais
mudanças surgem novas modalidades de trabalho mediadas por tecnologias, entre
elas as modalidades que possibilitam o exercício do trabalho em lugar diferente do
costumeiramente ocupado pelos trabalhadores (ROSENFIELD; ALVES, 2011).
Em outros país como por exemplo os EUA essa modalidade carregou a
nomenclatura de home office, termo esse que o Brasil se apropriou para aquele
trabalho que é possível ser feito do próprio domicílio do indivíduo. Somente em
2017, com a Reforma Trabalhista, que o teletrabalho, ou como é comumente
conhecido, home office, foi regulamentado especificamente. Até então vigorava a Lei
nº 12.551 de 2011, que equiparou juridicamente o trabalho realizado à distância ao
exercido presencialmente mediante alteração do art. 6 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT):

Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no


estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do
empregado e o realizado a distância, desde que estejam
caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Parágrafo
único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e
supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do
trabalho alheio (BRASIL, 2011).

Logo depois, através da Lei nº 13.467 de 2017 que também alterou a CLT,
o home office – foi regulamentado, estabelecendo que deve ser compreendido como
“a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do
empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que,
por sua natureza, não se constituam como trabalho externo” (BRASIL, 2017).
Mais recentemente, devido a instituição de estado de calamidade pública
no país por causa da pandemia da COVID-19, as medidas provisórias 927 e 936 de
2020 e posteriormente a Lei nº 14.020 de 2020 abordam o teletrabalho, trabalho
remoto ou trabalho à distância (BRASIL, 2020), a fim de contemplar aqueles que
tiveram sua modalidade de trabalho alterada por causa da pandemia, possibilitar ao
empregador instituir o modelo de trabalho remoto durante esse período, apresentar
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alternativa que ajude as organizações a enfrentar a crise e evitar aglomerações


(CFA, 2020; REIS et al., 2020).
Ao longo do desenvolvimento do trabalho, especialistas na área buscaram
respostas para a defesa e outros por sua vez, para a reprovação desta modalidade
de trabalho, sendo possível perceber uma gama de material na literatura dedicada a
este fim. Para nos ajudar com uma visão dimensional e com resultados mais
acurados, Filardi, Castro e Zanini (2020) listaram de maneira analítica as vantagens
e as desvantagens do trabalho remoto, conforme o quadro 1.

Quadro 1. Vantagens e desvantagens do home office


Autores (Ano) Vantagens Desvantagens
Flexibilidade de horários;
Conflito trabalho e vida familiar;
melhoria da produtividade e
baixo desenvolvimento e
qualidade do trabalho; poder
Soares (1995) Tremblay (2002) motivação; falta treinamento
ficar próximo à família e
específico; isolamento social;
redução no tempo de
tecnologia falha, mais trabalho.
deslocamento.
Autonomia para organizar
tarefas; economia de custos e Custos de equipamentos;
espaço; empregado por conta dificuldade de
própria; flexibilidade de desenvolvimento, de motivação
horários e nas relações de e organizacionais; erros de
Pérez, Sanchez e Carnicer
trabalho; gerenciamento por seleção de tarefa; isolamento
(2007)
objetivos; liberdade; melhoria profissional; mudanças na
da produtividade e qualidade estrutura organizacional;
do trabalho; menor percepção de perda status e
absenteísmo e oportunidade problemas psicológicos.
para deficientes.
"Concentração; refeições em
casa; flexibilidade de horários; Aumento custo de água e luz;
maior interação com a família; dificuldade de controle;
menos interrupções; distração com atividades
Freitas (2008) privacidade; redução de custos domiciliares; falta de
para a empresa e para o infraestrutura; isolamento
empregado; redução no tempo profissional e social e receio de
de deslocamento; segurança e má avaliação.
silêncio."
Flexibilidade de horários;
melhoria da produtividade;
menos exposição Conflito trabalho e vida familiar;
violência/stress em falta infraestrutura e
Barros e Silva (2010)
deslocamentos; redução supervisão; isolamento
custos profissional e cobrança.
para a empresa e para o
empregado.
Autonomia para organizar Conflito trabalho e vida familiar;
tarefas; maior interação com a dificuldade controle; falta de
Nohara, Acevedo, Ribeiro família; melhor qualidade de reconhecimento colegas de
et al. (2010) vida; menos stress em trabalho e de supervisão;
deslocamentos e redução no isolamento; mais
tempo de deslocamento. trabalho.
Boscatte (2010) Melhor qualidade de vida;
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melhoria produtividade; menor


absenteísmo e redução de
custo
empregado.
Autonomia para organizar
tarefas; flexibilidade de
horários; maior interação
Dificuldade de controle e de
familiar; melhor planejamento
Gaspar et al. (2011) avaliação de desempenho;
das atividades; melhor
Nogueira e Patini (2012) falta de infraestrutura e
qualidade e produtividade
isolamento profissional.
no trabalho; menos stress em
deslocamentos e redução de
custos do empregado.
Autonomia para organizar
tarefas e flexibilidade de Conflito trabalho e vida familiar;
horários. Equilíbrio entre dificuldade desenvolvimento;
trabalho e vida pessoal; falta supervisão; isolamento
Costa (2013)
flexibilidade de horários; social;
melhor qualidade de vida e maior cobrança, montar
redução no tempo de estrutura em casa.
deslocamento.
Melhor qualidade de vida;
melhoria da produtividade e
qualidade do trabalho;
Mello, Santos, Shoiti oportunidade para pessoas
et al. (2014) com
deficiência e redução de custos

para a empresa.
Autonomia para organizar
tarefas; equilíbrio entre
Hislop et al. (2015) Isolamento social.
trabalho e vida pessoal e
flexibilidade de horários.
Equilíbrio trabalho/vida
pessoal;
Isolamento profissional e social
melhor qualidade,
Eom, Choi, Sung (2016) e não adequação ao
produtividade
teletrabalho.
no trabalho; redução
poluição/tempo deslocamento
Melhor qualidade de vida,
produtividade; menos
Isolamento social e tecnologia
Villarinho e Paschoal (2016) interrupções, stress e tempo
falha.
em
deslocamentos.
Aderaldo, Aderaldo e Lima Amadurecimento profissional Precarização e descontrole da
(2017) dos jovens. carga de trabalho.
Fonte: adaptado de Filardi, Castro e Zanini (2020)

Na exposição do quadro 1 é possível perceber a concordância de alguns


pontos, por diferentes autores em diferentes períodos que suas obras foram
publicadas. Na esfera organizacional, a economia de custos e espaço e a
flexibilidade nas relações de trabalho são apontadas como vantagens do
teletrabalho, enquanto a dificuldade de controle e o escasso suporte de
infraestrutura e de treinamento específico aos trabalhadores são destacados como
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as principais fragilidades na adoção de tal modalidade. (MENDES, HASTENREITER


FILHO e TELLECHEA, 2020).
No que circunscreve a vivência dos trabalhadores, as vantagens mais
destacadas são a flexibilidade de horários, a autonomia para organizar tarefas, a
melhoria da produtividade, a maior interação familiar e a redução de tempo com
deslocamentos. Em contrapartida, são destacados como mais recorrentes
desvantagens o conflito entre trabalho e vida pessoal, o maior isolamento
profissional e social, o descontrole com a carga de trabalho, os impactos
psicológicos, a baixa motivação, e o aumento dos custos residenciais (a exemplo
dos custos com energia elétrica, internet, telefone e água). (MENDES,
HASTENREITER FILHO e TELLECHEA, 2020).

2.3 A INCLUSÃO DO PROFESSOR NO MODELO REMOTO DE AULA

A crise existente, resultado da pandemia do COVID-19, mudou como um


todo a forma de agir e de pensar no que diz respeito à educação e tudo o que está
envolvido nessa matéria. É difícil saber ou trilhar os caminhos que se seguirão com
todas as consequências deixadas pela pandemia do COVID-19. Sabe-se, porém,
que de todas as incertezas, algo é fato, de que nunca mais voltaremos ao normal,
considerando “normal” a maneira que vivíamos antes da humanidade ser assolado
pelo vírus da COVID-19, pois já estamos inseridos no novo normal. Mudanças na
forma de planejar, organizar e de executar ideias já são notadas no comportamento
das empresas públicas e privadas. (GHEBREYESUS, 2020).

Analisando esse contexto, pode imaginar um grande desafio


para os docentes atuais em participarem de um processo de
mudança tão grande, no qual de um lado, uma grande parcela
dos alunos nasce e cresce em contato constante com o meio
digital, através de seus tabletse smartphonespor exemplo, e do
outro lado,docentes que já se atentavam com suas diversas
atividades, agora tendo que repensar novas possibilidades
mediante a conjuntura das novas tecnologias. E não falamos
apenas do esforço em conhecer o uso de um novo
dispositivo, ou ambiente virtual, aplicativo etc., mas, sim,
pensarmos em como colocar isso em prática e de maneira com
que o processo de ensino aprendizagem alcance seus objetivos.
(ALVES, 2018, p.27)
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A maneira de ver as coisas mudou e na educação não foi diferente.


Segundo o (INSTITUTO PENÍNSULA,2020), em uma pesquisa feita com 2.961
professores em todas as regiões do Brasil, mais de 73% dos professores ao
responder a pergunta: Do que eles sentem mais falta ao seguir com o modelo
remoto de aula disseram que é a falta de contato com os alunos em sala de aula
física e mais 50% disseram que sentem falta do ambiente físico da escola. Por meio
dessas informações podemos introduzir que o processo de adaptação dos docentes
ao modelo de aulas remotas, não foi e ainda não está sendo tão fácil como
esperado.
Com base nas informações até aqui, as instituições de ensino públicas e
privadas, tiveram que recorrer ao modelo de aulas remotas. O Ministério da
Educação, MEC(2020) fez a seguinte orientação:

Neste período de afastamento presencial, recomenda-se que as


escolas orientem alunos e famílias a fazer um planejamento de
estudos, com o acompanhamento do cumprimento das atividades
pedagógicas não presenciais por mediadores familiares (BRASIL,
2020c, p. 9).

Aos estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a orientação foi


que, em razão das dificuldades para acompanhar e realizar atividades on-line, torna-
se indispensável a supervisão e mediação de um adulto nesse processo. Aos alunos
dos anos finais do Ensino Médio, essa dificuldade é menor devido a autonomia dos
estudantes, necessitando maiormente da orientação e acompanhamento de um
mediador. Contudo, o MEC destaca que esse mediador não substitui a atividade
profissional do professor. O mediador/supervisor apenas acompanha e orienta o
aluno na organização de sua rotina diária de estudos.(CUNHA,SILVA,SILVA,2020,
P. 12)
O processo educativo, essencialmente pedagógico, é função do professor
(BRASIL,2020c) e ainda o CONSED, 2020 listou todas a medidas estaduais
adotadas nesse período de isolamento social, em todos os estados brasileiros as
aulas a distância estão presentes, quer seja por meio de aulas online ou gravadas,
por Tv ou Rádio, por rede social ou plataforma especializado.
Como visto, é impossível falar de educação sem descartar ou até mesmo
minimizar a figura do professor. No modelo remoto também não é diferente. Os
docentes tiveram que de maneira rápida e imprevisível mudar seus métodos,
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costumes e práticas para garantir que a aprendizagem seguisse caminho na vida


dos alunos. Behar(2020) corrobora com o pensamento quando diz:

Podemos dizer que o que iria talvez ocorrer na educação em uma


década acabou acontecendo de forma “emergencial” em um, dois ou
três meses. Os professores estão aprendendo mais do que nunca a
criar aulas online, testando, errando, ajustando e se desafiando a
cada dia. Cabe enfatizar que as atividades remotas emergenciais não
são só videoaulas. Nesse tipo de atividade, o professor tem que
participar ativamente do conteúdo, interagindo ao vivo com seus
alunos e organizando tarefas para serem realizadas e postadas ao
longo da semana na plataforma selecionada pela Instituição.

As instituições públicas e privadas do país, tiveram que investir todas as


forças para adaptar a necessidade de garantir o direito à educação, com assegura a
Constituição Federal e a LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) a
situação vivida no momento, ou seja, o isolamento social, decorrente da Covid-19.
Nesse cenário começou a corrida dos professores para o ensino remoto na prática.
Assim como o estilo de trabalho, a autopercepção de ser capaz de desenvolver o
seu trabalho em um diferente contexto é um ponto a ser avaliado. A autoeficácia na
utilização de ferramentas tecnológicas pode ser um diferencial importante na lida
nesta nova realidade (ROCA; CHIU; MARTINEZ, 2006).
Entretanto, pode, o professor, conseguir adaptar seu conteúdo para o
contexto de aulas remotas, ser auto eficaz no uso de ferramentas de TI, mas sendo
ele incapaz de testar o sistema antes de efetivamente utilizá-lo, pode representar
uma enorme diferença na desenvoltura da aula, especialmente nos primeiros
encontros com os alunos (ROGERS, 2003).
O fato é que cada um teve e ainda tem uma experiência diferente como
essa mudança. Uns sentem-se mais à vontade com o uso das plataformas digitais,
outros por sua vez, não estimam lá a mesma aptidão (CUNHA, SILVA, SILVA,2020).
Por motivos que não impulsionam essa pesquisa, mas abrem precedentes para uma
outra abordagem futura. Além do fator em que os professores estão em níveis
diferentes de eficácia com as plataformas digitais suas realidades pessoais como,
família, poder aquisitivo, rotinas, contato com o luto por pessoas próximas que
morreram por causa do vírus, ou seja, estrutura emocional e outros, interferem
diretamente no desempenho prático ou na performance do professor nesse modelo
de aula.
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A preparação para as aulas remotas, agora tem uma nova roupagem,


antes o professor pegava sua bagagem de conhecimento e material e tinha um
momento reservado para organizar sua aula e fazer seu planejamento na escola.
Um lugar preparado para essa atividade, geralmente chamada de “sala dos
professores”. Em contrapartida, sem acesso a esse ambiente, impedido pelo
isolamento social, seu esforço para preparar a aula, pode ser bem maior e mais
desafiador.
Portanto, nesse novo cenário as chances de dividir o tempo que antes era
dedicado para o planejamento da aula, com as rotinas do lar, aumentam. É preciso
muito mais disciplina e dedicação para alcançar o objetivo de lecionar uma boa aula,
com uma elevada taxa de aprendizagem, que possa se igualar ao modelo
presencial. Em concordância ao que foi apresentado (MACHADO; BELLINI; LEITE,
2012) diz:

Portanto, para a realização da aula no modelo remoto, o professor


deveria ser capaz de adequar o conteúdo ou vislumbrar que adotar o
novo modelo não traria prejuízo a sua forma de interação com o
aluno, bem como sua capacidade de transmissão de conteúdo.
Assim, seu estilo de trabalho poderia estar em consonância com a
ferramenta a ser utilizada (MACHADO; BELLINI; LEITE, 2012).

Mais um desafio que os professores enfrentam no modelo remoto. A


situação pode ficar ainda mais difícil, se o docente não tiver boas ferramentas de
trabalho em sua casa, como por exemplo um espaço confortável e silencioso, um
computador com um bom processador ou até mesmo uma boa iluminação.
Ferramentas essas que podem atrapalhar tanto o planejamento como a execução de
sua aula.
BARBOSA,VIEGAS,BATISTA (2020) complementa a ideia, anteriormente
citada quando diz que nesse processo ensino/aprendizado, o profissional de
educação, pode ser acometido por uma outra problemática, talvez já desconhecida,
que seja, a frustração do não conhecimento e domínio pleno da ferramenta,
ampliando sua carga horária de trabalho em busca dessa competência. Cabendo,
ainda, mais atenção, pois tudo isso, passando pelo processo pandêmico, de total
isolamento social, requer de equilíbrio emocional e boas práticas para manter,
também, uma saúde física, mental e financeira.

2.4 A readaptação
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Ao falar de readaptação na educação, esta pesquisa buscou o equilíbrio


entre a educação como um todo e as dificuldades vivenciadas pelos professores
antes da pandemia. Entender como os docentes vivem suas rotinas é fundamental
para traçarmos os principais impactos com a nova realidade a qual foram inseridos.
No anuário brasileiro da educação básica de 2019 página 87 segundo o
Instituto brasileiro de geografia e estatísticas (IBGE), o indicador de alfabetismos
funcional (inaf) mostra que 71% da população brasileira pode ser considerada
funcionalmente alfabetizada. Mas, como sabemos que essas pessoas estão aptas
para a era digital, se nem tudo é saber ler e escrever?
Estamos refém do ensino remoto, por conta da pandemia da COVID-19, e
vemos grandes problemas que a educação brasileira sofre (principalmente a pública)
como, problema socioeconômico, evasão escolar, analfabetismo, falta de
investimentos, entre outros serem acrescentados, ainda mais por falta de acesso à
internet ou pelo menos de uma boa internet, falta de tecnologias específicas e
conhecimento básico de TI.
Pensamos juntos como os profissionais da educação estão lidando com
tudo isso. Se levarmos em consideração os aspectos de conhecimento, aspectos
quantitativos do saber exclusivamente os conceitos específicos da área de cada
professor, esses anos estão sendo anos atípicos e com muito mais problemas.
Temos diante de nós, anos de preparo, licenciaturas, estudos de leis, estudo da
psicologia da educação, estudos didáticos específicos de cada área e nada disso
está sendo requisitado no momento. Não estamos mais lidando com a questão
central de disciplina ou com comportamento da sala de aula, estamos lidando com
coisas que ninguém estudou em nem uma licenciatura, e não teve sequer um minuto
de preparo. Estamos lidando agora com, “como trabalhar em tempos de
pandemia?”. Qual a melhor iluminação para seu vídeo aula? a internet é boa o
bastante para a aula? Estão escutando bem o conteúdo? Perguntas essas que o
docente não precisa se preocupar em responder.
De um dia para o outro, o planejamento pedagógico para o ano letivo de
2020 teve de ser arquivado e repensado, visando assim a minimização dos impactos
causados pela pandemia na aprendizagem. Os profissionais da educação passaram
a fazer atividades mediadas pelo uso da internet.
O ensino remoto não foi uma escolha e sim implementado para fins de
evitar a disseminação do vírus da COVID-19. Como exemplo prático da seriedade
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do vírus e de seus impactos, temos a última fala de Camilo Santana (PT) governador
do estado do Ceará, Brasil que por meio de suas redes sociais em 24 de abril de
2021 trouxe dados sobre a continuidade da propagação do novo corona vírus no
estado. “Até que a vacina chegue a todos, a prevenção é a única forma de frearmos
esse rápido aumento dos casos", afirmou ele. Portando, prorrogando por mais 30
dias a suspensão de aulas presenciais em escolas, cursos, faculdades e
universidades públicas e privadas entre outras restrições conforme o Decreto
nº33.532, de 30 de março de 2020.
No periódico, os docentes tiveram que executar suas aulas em quase
todos os casos através da internet. Nesse cenário toda sua produção para
elaboração de suas aulas, foi desprovida do espaço físico da instituição e da
presença dos outros colegas professores
São momentos memoráveis para professores que têm o desafio de
oferecer ao aluno coisas úteis e como profissional e obrigação acompanha o que
tem de mais moderno mais atual na onda da inovação, sabendo que são pessoas
que preparam e selecionam, e dizem quais sites são confiáveis e procura dados
coerentes para apresentar, sabendo de todas as armadilhas que o mundo virtual nos
traz, como as fake news.
Os professores precisam enfrentar grandes desafios de adaptação, como
afirma o professor Marcos Soares – Bahia em entrevista com Avera Notícias:

“No início foi bem complicado se adaptar com o novo. Parecia que
seria mais fácil, mais tranquilo, mas não foi. Era necessário ter um
material pronto diariamente para enviar aos alunos e ter uma boa
rede de internet em casa. […] Não foi simples”, declarou.

De acordo com a mesma instituição entrevistadora dados da Organização


Não Governamental (ONG) Nova Escola (precisa colocar o ano dessa pesquisa),
cerca de 1/3 dos professores no Brasil avaliaram como ruim ou péssimo o ensino
remoto durante a pandemia. Ainda segundo a pesquisa, os principais desafios estão
relacionados a adaptação ao formato, o crescimento gradativo das demandas de
atendimentos individuais às famílias, a falta de estrutura e claro, a falta de
capacitação e preparo para esse modelo de aula.

2.5 Estatísticas e pesquisas


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Perceber a realidade vivida na prática por cada docente de maneira


individual e única é importantíssima para entender que cada professor reage de
forma adversa a nova realidade implantada de maneira emergencial na educação.

De acordo com pesquisa realizada pelo “Movimento Todos Pela


Educação”, com base nos dados do CETIC (2018) e INEP (2017),
67% dos professores, por exemplo, declaram necessidade de
aperfeiçoamento ou formação para fazerem o uso pedagógico das
tecnologias para mediar adequadamente o processo de ensino. O
estudo evidenciou, ainda, que 76% dos professores se mobilizaram
para aprender a respeito das tecnologias educacionais, cujo objetivo
foi superar as dificuldades do momento. Além disso, apontam que a
maioria dos professores não tiveram em sua formação inicial e nem
continuada a preparação para o uso de tecnologias na educação.
(CUNHA, SILVA, SILVA. 2020)

O isolamento social no período de pandemia da COVID-19, trouxe aos


professores de maneira emergencial a necessidade de planejar e executar suas
aulas de suas próprias residências, tornando o espaço de suas casas em “sala dos
professores” e “salas de aulas”. De maneira espacial, os cômodos que de alguma
forma, em algumas realidades, poderiam ser divididos com outros membros da
residência, tornaram ainda mais desafiador a tarefa de lecionar remotamente.
Com o cenário apresentado até aqui, onde vemos as residências se
tornado o palco das aulas e ainda, um porto de ideias, formas e pensamentos, para
os professores (CUNHA, et al, 2020) traz à tona outra realidade existente quando
afirma que:

[...] Ao tratarmos da limitação referente ao espaço para o


desenvolvimento das atividades docentes, não podemos nos
esquecer da relação entre espaço, no caso espaço doméstico, e as
questões de desigualdade de gênero. [...] é oportuno destacar alguns
dados apresentados pela revista Nova Escola, publicados em
reportagem no mês de julho de 2020, acerca do desafio que as
professoras enfrentam na pandemia.

Outra relevante questão é a forma com que os professores interagem com


seus alunos. Apesar de existirem várias plataformas de comunicação, o WhatsApp
ainda é a plataforma mais utilizada para criar a comunicação entre o mentor da
informação e o receptor dela. Ou seja, entre o Professor e o aluno. Segundo o
INSTITUTO PENÍNSULA(2020) mais de 84% dos professores preferem usar o
WhatsApp para trocar informações com seus alunos.
15

Outro destaque marcante são os resultados apresentados pelo Instituto de


Pesquisa Econômica Aplicada (2020) quando tratou sobre estatísticas de gênero, o
período de isolamento trouxe à tona a desigualdade entre homens e mulheres no
tempo empregado com as atividades do lar. As mulheres cuidavam dos afazeres
domésticos em média 7,5 horas a mais que os homens, em todas as faixas etárias a
partir dos 10 anos, sejam elas brancas, pretas ou pardas.

Fica evidente que, fazer as atividades da profissão em home office


para as mulheres, nesse caso as professoras, não representa
facilidade já que, agora, no mesmo tempo e espaço precisam fazer
verdadeiro malabarismo para conseguir promover o ensino remoto
com todas incumbências inerentes e ainda se ocupar, sobremaneira,
com os afazeres domésticos, para os quais lhes é imputado uma
responsabilidade inata. Esse contexto pandêmico para as
professoras afeta drasticamente a saúde das mesmas. O desgaste
físico com a sobreposição de tarefas tem certamente efeito sobre a
qualidade de sua atividade docente, que nestas circunstâncias
rivaliza com as demandas domésticas e familiares (SALAS, 2020).

Por falar em home office fica difícil desvincular a relação entre trabalho e
rotina familiar do lar. TREMBLAY,(2002), traz uma percepção interessante: “a percepção
de atratividade do trabalho domiciliar costuma ter inicialmente maior impacto sobre
indivíduos casados e com filhos, por acreditarem que terão mais tempo com a família ao
economizar com o deslocamento até o posto de trabalho. Todavia, a proximidade com a
família não significa que a pessoa conseguirá estar disponível e cuidar dos filhos a todo
momento.

3 Metodologia

Para a construção deste artigo acadêmico foi empregado o estudo de caso.


Que possibilitou encontrar algumas respostas para o objetivo deste trabalho. Onde
foi tangível através da comparação de rotinas e aspectos comportamentais dos
docentes no período antes da pandemia do COVID-19. Algumas dessas rotinas,
atividades, padrões de condutas, práticas de uso e outros requisitos
comportamentais foram revelados através de uma reanálise de conteúdo, onde
também foi possível fazer uma releitura da literatura dos dados e então, conseguir
mais embasamento para compreender o universo em que viviam os professores de
maneira geral.
16

Além disso, utilizou-se uma abordagem quantitativa, na tentativa de


entender a natureza do problema. Ou seja, como se deu na prática a readaptação
do docente e quais os principais desafios enfrentados no processo de readaptação
no período de pandemia. Sendo amparada por esta análise, pautados os resultados
nas pesquisas já existentes na literatura e no campo semântico destas questões.
Foi possível por meio deste método, encontrar absolutos como pode
exemplo, o de que todos de alguma forma foram impactados por essas
transformações e por essa radicalidade que o sistema de isolamento social trouxe
ou causou. Também puderam ser detectadas variáveis como por exemplo, a de que
os homens no modelo de trabalho home office se desgastam bem menos que as
mulheres, em virtude de que as mulheres usam mais tempo para os afazeres do lar,
além de suas tarefas do trabalho, em relação aos homens.
Para chegarmos a conclusões das narrativas e dos pensamentos aqui
apresentados, como a de que a figura do professor é uma peça primordial para
educação, independentemente do modelo de aula a ser empregado, usou-se como
principal método a análise qualitativa onde fora revisado o conteúdo de outros
autores e órgãos, usando como pano de fundo a literatura disponível. Desta forma
comprovou-se que, a força das ferramentas digitais, são grandes aliadas da
educação, mas que existem seus limites no papel de aprendizagem. Da mesma
forma que o professor também carrega em si, por influências vívidas, limitações.
Tais quais, a grande capacidade de superá-las.

4 Considerações finais

Aprendendo em tempo recorde, a usar as ferramentas digitais, a


dedicação dos professores nos trouxe conforto de dias que nos prepara para um
futuro que chegou bem mais cedo do que se imaginava. Então, é oportuno
pensarmos que a COVID – 19 nos aditou vários anos futuros visto que tiveram que
trocar os quadros e carteiras escolares pelas telas e pelos aplicativos e plataformas
digitais. Professores de todas as partes do país tiveram que se transformar para não
perderem a conexão com os alunos, literalmente.
Assim como alguns alunos ficaram desmotivados, os professores se
deparam com a frustração de engajar conteúdos, adaptando-se e organizando-se
para trabalhar em casa. Foi necessário dividir tempo entre alunos e lar, tendo que
preparar materiais para envios diários para as turmas.
17

A necessidade de olhar para habilidades socioemocionais como


persistência, assertividade, empatia e autoconfiança deixando-as em estabilidade
trouxe para o professor uma visão de que o objetivo principal da aprendizagem das
matérias já não é o suficiente para serem apresentados em sala, seja ela virtual ou
presencial. Além disso, é possível que nos próximos anos os alunos questionem
tudo que foi recebido hoje como bagagem de conhecimento, não que seja um fator
ocasionado pela pandemia, mas sim o de que, ao longo dos tempos e das evoluções
vem sendo visto a possibilidade e a necessidade de melhoria.
O contexto pandêmico, trouxe um novo despertar e um novo ânimo para
os autodesafios dos professores. Se por um lago alguns desanimaram na tarefa de
se reinventar, outros por sua vez, saíram do comodismo e despertaram para novos
conhecimentos e aquisição de novas habilidades, como por exemplo, a do manuseio
das plataformas e ferramentas digitais. Grandes problemas foram enfrentados no
começo, mas como tudo novo, traz anseios e dúvidas, esse processo de
readaptação também não foi diferente. As formas, os testes, os erros e acertos, os
momentos de observação e a vontade de seguir tentando em busca do
aperfeiçoamento, ajudaram os docentes até aqui.
É verdade que ainda existem algumas barreiras a serem vencidas, mas, a
desenvoltura dos professores tem mostrado que mesmo com os problemas, é
possível seguir pelo menos com uma didática básica de educação. Entretanto,
quando em alguns fatores houver um planejamento, uma reestruturação do
ambiente familiar, quer seja físico ou emocional, será possível entregar uma melhor
performance no que se refere à educação de qualidade e aprendizagem ativa
colaborativa.
Conhecimento agregado por uma situação inevitável trouxe grandes
questionamentos, apesar de não ser o objetivo deste artigo, é importante pensar
como se dará na prática a organização, o planejamento e execução das aulas
quando as aulas presenciais voltarem à sua normalidade, ou pelo menos de sua
forma tradicional. Quais impactos positivos e negativos serão, ou poderão ser
apresentados? Como se dará a valorização do presencial? E ainda, o EAD será
ainda mais potencialidade? São boas problemáticas para uma pesquisa futura.

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