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3.

A RELAÇÃO HOMEM VS MEIO AMBIENTE


A relação entre homem e meio ambiente tem se tornado cada vez mais
insustentável, pois, com o crescimento demográfico avançando continuamente, a
vida sustentável do planeta está cada vez mais escassa. A população tem crescido
assustadoramente, e, com isso, o consumismo tem aumentado. Com o crescimento
desordenado das grandes cidades e as grandes devastações das áreas verdes, a
extinção de plantas e animais silvestres está aumentando a cada dia. É cada vez
mais comum ouvir pessoas reclamarem de poluição, doenças relacionadas a tal
coisa, e, em alguns lugares, há até escassez de alimentos (MARTINE, 1993). A
harmonia entre o homem e a natureza precisa ser estabelecida, antes que não haja
mais natureza para preservar.

Quando falamos sobre preservação ambiental, precisa-se compreender que é algo


muito além do que ensinamos na sala de aula. Vivemos em uma sociedade
capitalista e o que sempre fazemos é explorar os recursos naturais, até esgotá-los.
No material de estudos fornecidos pela UCAM, (2014, p. 9), que se trata de uma
apostila que apresenta aspectos voltados à Projetos, Planejamento e Licenciamento
Ambiental, um trecho esclarece que:

Os artigos 1º e 2º da Lei 9.795/99, que dispõe sobre educação ambiental e institui a


política nacional de educação ambiental, definem educação ambiental como os
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade, sendo um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada,
em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não
formal (UCAM, 2014, p. 9).

Segundo Hogan (1991), em seu artigo “Crescimento Demográfico e Meio


Ambiente”, sabe-se que a pressão demográfica já foi responsabilizada por todos os
males do mundo moderno, tais como: desertificação, fome, esgotamento de
recursos, degradação ambiental, etc. O que pôde ser constatado com esse
argumento é que está longe de ser resolvida a questão do crescimento populacional
sem que ocorra a degradação do meio ambiente. Existe, ainda, uma problemática
maior que tem se intensificado a cada ano. É a questão do lixo. Quanto mais cresce
a população, mais lixo se fabrica todos os dias. Um problema que envolve todos na
busca de solução. As instituições de ensino educação infantil e ensino fundamental
que têm seus currículos voltados à educação ambiental percebem que, ainda na
infância, é possível corrigir vários erros dos nossos antepassados.
As formas de trabalhar a conscientização ambiental nas escolas vão muito além de
sua inserção no currículo escolar. O trabalho é realizado em conjunto com
familiares e autoridades locais. Em visita ao depósito de lixo da cidade de Pedro
Leopoldo – MG, foi possível observar que os esforços da política ambiental local
tinham como escopo dar um fim às toneladas de lixos que são fabricadas todos os
dias pelos moradores. A reciclagem foi desenvolvida como solução para o
problema, pois, além de dar emprego a muitas famílias, resolveu, em parte, a
produção descontrolada de lixo, diminuindo, assim, os impactos causados pelo lixo.
Quanto ao restante do lixo, ou seja, aquele que não tem mais como reutilizar é
despejado em uma grande caçamba e, depois, levado para cidade de Sabará –
MG, onde existe um aterro bem estruturado.

Com os recursos e cuidados necessários na captação e queima de gás, tratamento


de chorume e demais cuidados necessários, visando, dessa forma, acabar com a
infestação de animais e urubus no local, é possível obter resultados bastante
satisfatórios, porém, cabe a mudança de postura. Foi um grande avanço, pois, no
passado, o lixo era depositado à céu aberto, trazendo transtornos para os
moradores próximos ao lixão e, assim, muitas doenças eram transmitidas às
pessoas que procuravam materiais no lixo. Tratando-se de soluções para preservar
o meio ambiente, é preciso colocar em pauta dois fatores. De um lado está a
natureza, localizada onde sempre esteve. Do outro, o homem, que, por sua vez,
busca e cria novas tecnologias, utilizando, para isso, recursos que, na maioria das
vezes, agridem e destroem o meio ambiente.

No tocante à criação de instrumentos legais, a Constituição Federal determina, em


seu artigo 23, inciso VI, que cabe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios a competência concorrente para “proteger o meio ambiente e combater
a poluição em qualquer de suas formas”. Essa possibilidade decorre da
concretização do denominado federalismo cooperativo refletido no parágrafo único
do art. 23, que prevê que uma lei complementar fixe normas para a cooperação
entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, visando equilíbrio de
desenvolvimento e bem-estar em âmbito nacional (CERVI, 2009, s/p).

E, na busca de seus ideais, esquecem que sem preservação não existe natureza e
sem natureza não tem sobrevivência. Há que se concordar com Dias (2003) quando
infere que a falta de planejamento adequado na utilização dos recursos naturais
acarretará, à médio prazo, o esgotamento desses recursos, que, em muitas das
vezes, são irrecuperáveis ou são recompostos em um espaço de tempo muito
longo.

4. O CRESCIMENTO POPULACIONAL E A SUA


RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE
A busca pela sobrevivência está cada vez mais disputada entre homens e natureza,
e, nessa busca desenfreada, é comum encontrar vários rastros de destruição
deixados pelo ser humano. Não adianta lembrar e falar sobre Protocolo de Kyoto,
Eco-92 e de demais instituições que tratam do assunto de preservação ambiental
se não colocarem em prática tudo que foi tratado. As fábricas continuam poluindo,
as florestas estão sendo destruídas, os rios poluídos com o despejo de esgotos,
além de resíduos tóxicos das grandes fábricas, sem contar o lixo hospitalar que
ainda causa transtorno no manejo e descarte. A aceleração do crescimento
populacional tem contribuído muito com o estrago da natureza. Todo os anos são
colocadas grandes frotas de veículos nas ruas e, apesar da fiscalização, o grau de
poluição emitidos pelas descargas dos veículos ainda é muito preocupante.

Nesse contexto, visualiza-se, ainda hoje, que a poluição emitida na atmosfera é


contínua e faz com que os hospitais fiquem lotados e as pessoas doentes em
razão de problemas respiratórios, sendo que os mais prejudicados são as crianças
e os idosos. A qualidade de vida está cada vez pior, principalmente nas grandes
cidades, onde existe uma quantidade maior de veículos nas ruas e fábricas
poluidoras. Não é preciso ir muito longe para vislumbrar o que o ser humano tem
feito para destruir o meio ambiente. No nosso bairro, nas ruas de nossa cidade e
mesmo na vizinhança ao lado vemos a ignorância do ser humano à respeito do
assunto. É necessário, urgentemente, implantar a educação ambiental no currículo
escolar, de forma obrigatória, com pessoas capacitadas para instruir as crianças à
respeito da importância e os cuidados que se deve ter para com o meio ambiente.

Deve-se orientar e educar desde cedo, pois esse é o recurso mais eficiente. Não
devemos esperar que essas crianças se tornem adultos para que se comprometam
com o meio. Aprender a respeitar a natureza é uma tarefa que deve ser ensinada
em casa, nas empresas e nas escolas. Muito se houve falar na destruição da
floresta amazônica com o desmatamento, incêndios, etc. Contudo, esquecemos
que a educação ambiental começa dentro de nossas residências, quando
orientamos a família e aplicamos medidas cabíveis quanto ao descarte de nosso
lixo, usando a reciclagem e fazendo o uso consciente da água e energia elétrica,
evitando desperdícios desnecessários. A maior parte das águas potáveis que
consumimos vem dos rios (PAIVA, 2011). Além do lixo que vai parar no leito de um
rio depois de fortes chuvas, existe, também, a contaminação pelo esgoto não
tratado das residências e indústrias.

Não podemos esquecer que a distribuição irregular da população vem afetando


muito a condição climática, pois a densidade demográfica tem aumentado cada vez
mais na região sudeste e litorânea, motivo pelo qual essa região concentra maior
crescimento populacional cujos impactos ambientais são maiores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com tudo que foi exposto na pesquisa concluiu-se que o problema com o
meio ambiente abrange todo planeta. Com uma visão mais futurista foi possível
perceber que a solução para tais problemas está nas mãos de cada um, pois já não
é mais um problema somente político-organizacional. Se cada indivíduo
conscientizar e começar, mesmo com medidas simples, dentro do seu próprio
ambiente onde habita e trabalha, cuidando do seu espaço, a contribuição para a
preservação será visível à todos. A mudança de atitude das pessoas diante da nova
realidade propicia uma qualidade de vida melhor. Para viver de forma sustentável é
necessário que homem e natureza vivam em harmonia. Para que aconteça a
melhoria não podemos cobrar nada da natureza, pois ela está onde sempre esteve.
Cabe, a nós, preservá-la.

O invasor é o ser humano que degrada, agride, maltrata sem se importar com as
consequências futuras, que, na verdade, já não pertencem mais ao futuro, é uma
realidade. Da forma de como está acelerada a devastação muito em breve os
problemas relacionados aos atos humanos sobre a natureza serão irreversíveis.
Lembrando que o homem foi feito por causa da natureza, não o inverso.
Conscientizar a população sobre preservação ambiental é a melhor solução para
melhorar a qualidade de vida e contribuir, também, para com um desenvolvimento
sustentável em cada localidade. Com algumas atitudes como: reflorestar as áreas
desmatadas, criar um processo de despoluição dos nossos rios e córregos e com a
adesão a medidas sustentáveis, como, por exemplo, o uso consciente dos recursos
naturais, evita-se, assim, qualquer tipo de poluição.

Devemos, também, conscientizar as gerações futuras sobre a preservação


ambiental, criando leis que garantam essa preservação, pois, desse modo, tem-se
esperança em salvar o planeta. Com o aumento da população, aumenta-se a taxa
de mortalidade. Preservando e cuidando do meio ambiente, acarreta, por outro
lado, a melhora da qualidade e expectativa de vida.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Artigo 23, inciso VI, 1998.

CERVI, T. M. D. C. O estudo de impacto ambiental: A realidade entre a proteção


jurídica do meio ambiente e o desenvolvimento. 2009. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/o-estudo-de-impacto-
ambiental-a-realidade-entre-a-protecao-juridica-do-meio-ambiente-e-o-
desenvolvimento/. Acesso em? 10 jun. 2020.

CRESCIMENTO POPULACIONAL. Página Inicial. 2020. Disponível em:


http://www.portaldomeioambiente.org.br/cidadania/2087-crescimento-da-
populacao/html. Acesso em: 12 mar. 2020.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006.

HOGAN, D. J. Crescimento demográfico e meio ambiente. Revista Brasileira de


Estudos de População, v. 8, n. 1/2, p. 61-71, 1991.

MARCONI, M. de. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas,


2002.

PAIVA, R. Mundo Amigo. 1ª ed. São Paulo: Edições SM, 2011.

PEDRO LEOPOLDO. Prefeitura Municipal. Secretaria de meio Ambiente e


Secretaria de Planejamento Urbano, 2016.

PENNA, A. M. Projetos, Planejamento e Licenciamento Ambiental. Revisão


atualizada segundo o novo acordo ortográfico: Prof.ª. Ms. Camila Menezes. Coronel
Fabriciano: Prominas, 2014.

Licenciatura Plena Pedagogia (Graduação), Licenciatura em Letras (Graduação),


[1]

Engenharia Ambiental (Pós Graduação), Psicopedagogia Institucional, Clínica e


Educação Especial (Pós Graduação), Inspeção Escolar (Pós Graduação), Tutoria
EAD e Docência do Ensino Superior (Pós Graduação).
[2]
Mestrado em Fitotecnia (Produção Vegetal). Graduação em Agronomia.

Enviado: Agosto, 2019.

Aprovado: Junho, 2020.

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