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RESUMO
Toda a história humana diz respeito ao modo como os homens mantêm uma relação entre si e com a
natureza externa a eles, o meio ambiente. A partir da Revolução Industrial, a ação do homem sobre o
meio ambiente tem se tornado cada vez mais insustentável e destrutiva. A educação ambiental aponta
para uma solução: a conscientização ambiental e a construção de uma nova relação entre o homem e a
natureza. O conhecimento sobre a crise ambiental que ameaça a sobrevivência de todas as espécies
vivas, inclusive a dos seres humanos, pode contribuir para que haja melhor participação social dos
coletivos que provavelmente irão interferir de forma diferente no meio ambiente. O objetivo da
pesquisa é fazer uma reflexão sobre a relação entre o homem e a natureza que demonstra um cenário
atual de iniquidades sociais e ambientais. Isto se torna importante, pois à medida que a reflexão sobre
a temática ambiental for considerada poderá contribuir de forma adequada para que possa ser
trabalhada na transmissão de conhecimento pelos educadores.
Descritores: Homem. Natureza. Interdisciplinaridade. Educação Ambiental
RESUMEN
La historia de la humanidad se refiere a cómo los hombres han mantenido una relación con los demás
y con la naturaleza exterior a ellos, el medio ambiente. Desde la revolución industrial, la acción del
hombre sobre el medio ambiente se ha convertido cada vez más insostenible y destructiva. La
educación ambiental a una solución: la conciencia ambiental y la construcción de una nueva relación
entre el hombre y la naturaleza. El conocimiento sobre la crisis ambiental que amenaza la
supervivencia de todas las especies vivientes, incluyendo los seres humanos, puede contribuir para que
haya una mejor participación de la colectividad que probablemente han de intervenir de manera
diferente en el medio ambiente. El objetivo de la investigación es hacer una reflexión sobre la relación
entre el hombre y la naturaleza que muestra un escenario actual de desigualdades sociales y
medioambientales. Esto es importante, deveras se considere la reflexión sobre la temática ambiental
podrá contribuir de forma adecuada para que sea trabajada la transmisión de los conocimientos de los
educadores.
INTRODUÇÃO
A inclusão das discussões de questões sociais no currículo escolar tem por objetivo
discutir o sentido ético da convivência humana nas suas relações com várias dimensões da
vida social: o ambiente, a cultura, a sexualidade e a saúde. Essas temáticas que deveriam ser
incorporadas nas áreas já existentes do trabalho educativo de escolas. Ou seja, devem ser
trabalhadas interdisciplinarmente.
O objetivo da pesquisa é realizar uma reflexão sobre a relação entre o homem e a natureza
que demonstra um cenário atual de iniquidades sociais e ambientais. Isto se torna importante. Além
disso, a forma como esta relação é considerada poderá determinar como a temática ambiental
será trabalhada na transmissão de conhecimento pelos educadores.
natureza. Para cada fenômeno natural havia um deus, uma entidade responsável e
organizadora da vida no planeta: o deus do sol, do mar, da Terra, dos ventos, das chuvas, dos
rios, das pedras, das plantações, dos raios e trovões etc. O medo da vingança dos deuses era o
moderador do comportamento dessas pessoas, impedindo uma intervenção desastrosa, ou,
sem uma justificativa plausível ante a destruição natural (MENDES, 2014; GONÇALVES,
2008).
O documento reconhece que a mudança climática é um dos maiores desafios dos dias
de hoje e que ações devem ser tomadas para manter o aumento de temperatura global para
abaixo de 2° C. Entretanto, o evento foi marcado por certa decepção, pois o Acordo de
Copenhague, assinado na conferência, foi apenas um documento político, não legalmente
vinculante; ele talvez aponte para um futuro, mas não concretiza um passo suficiente para a
transição para um futuro de baixo carbono (LUEDEMANN; HARGRAVE; 2010).
que propõe como necessário. Os Estados Unidos da América anunciaram uma meta de
redução de 17% em 2020 com relação a 2005 que implicava redução de apenas 4% com
relação ao ano base de 1990, e essa meta requeria ainda uma problemática aprovação do
Senado. A China assumiu o compromisso de redução da intensidade de carbono do PIB de 40
a 45% entre 2005 e 2020, mas continuou negando-se a estabelecer um pico de emissões e um
ano de estabilização. Logo, por falta de consenso sobre as metas de diminuição de emissão de
gases, a COP-15 limitou-se a elaborar um acordo não imperativo, contendo apenas metas
desejáveis (VIOLA, 2010).
Um dos valores comuns que também deve ser objeto de atenção é o uso racional dos
recursos ambientais, que passam por problemas que superam os limites territoriais entre os
Estados, abrangendo não só as alterações climáticas, mas também a poluição dos recursos
hídricos, a deterioração da camada de ozônio, a extinção de espécies da fauna e da flora, a
devastação de florestas, entre outros.
Por outro lado, foi publicado na Folha de São Paulo que alguns especialistas não
concordam com a ideia de haver uma guerra por espaço no interior do Brasil entre o plantio
de comida e produção de biocombustíveis. O autor declarou que a expansão do cultivo de
cana-de-açúcar para produzir etanol não havia afetado, até hoje, áreas de cultivo de alimentos.
O autor esclarece que a cana avança para cima dos pastos e os plantios de café, laranja ou
feijão não se alteraram com o crescimento das plantações de cana mesmo em São Paulo,
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grande produtor nacional de etanol. Isso não significa que o Brasil esteja produzindo menos
carne. Ressalta ainda que uma eficiência maior poderia evitar inclusive que a pecuária se
expandisse em função do desmate da Amazônia, como vem acontecendo no país (MIOTO,
2010).
Reestruturar áreas degradadas, equipar áreas carentes e buscar mais equidade na vida
urbana constituem ainda a grande preocupação dos dias atuais para todos aqueles que se
ocupam da gestão das cidades. Esses locais são produtos da produção capitalista do espaço
que valoriza alguns lugares na cidade em detrimento de outros. Desvalorizados e esquecidos
pelo capital, são também abandonados pelo poder público e tornam-se os possíveis lugares da
moradia da população pobre e/ou excluída que, vulnerável, se insere informal e precariamente
no espaço urbano. Assim, esses locais sem infraestrutura, sem oportunidades de trabalho e de
condições de vida formam “territórios de risco” que alimentam o ciclo vicioso da
“imobilidade social”. Ferreira, Vasconcelos e Penna (2008) assim se referem às desigualdades
sociais e territoriais:
e sociais que promovem a participação dos indivíduos na sociedade sob bases consideradas
socialmente como legítimas. Em sociedades de classes, as relações que se estabelecem entre
as classes determinam diferentes possibilidades e restrições ao desenvolvimento da vida e,
consequentemente, diferentes formas ou possibilidades de viver, adoecer e morrer. Nessas
sociedades, uma classe terá maior ou menor desgaste no trabalho e maior ou menor
possibilidade de acesso aos produtos da produção social, na dependência como se insere na
produção de consumo (BARBOSA; COSTA, 2013).
De acordo com Beserra et al. (2010), para elaborar estratégias educativas sobre saúde
ambiental, faz-se necessário uma discussão prévia sobre o desequilíbrio ambiental, na busca
pelo conhecimento da realidade para que se possa interferir de maneira eficaz, permitindo
assim a proteção e a promoção de saúde de forma integral às comunidades, além de capacitar
a sociedade a realizar ações saudáveis para o meio ambiente, despertando com isso uma
consciência ecológica.
Nesse sentido, torna-se difícil opinar e conceber o que seria sustentabilidade que
passa pela sustentabilidade ambiental, mas inclui também as formas para que o que o homem
se sustente (ALVES, 2013). Assim, embora os ambientalistas, em sua maioria critiquem a
desigualdade social e a exploração do homem e da natureza no sistema capitalista, não
assumem posições políticas de esquerda.
A Educação Ambiental surge justamente para tentar criar propostas de uma nova
relação homem/natureza que consiga conciliar sustentabilidade ambiental e igualdade social.
Essa proposta é normalmente é entendida como um ramo da educação cujo objetivo é a
disseminação do conhecimento sobre o meio ambiente, a fim de ajudar na sua preservação e
na utilização sustentável de seus recursos. Assim, a educação ambiental propõe modificar as
bases do nosso olhar sobre a natureza, transformar nossa maneira de concebê-la e reavaliar
nossas ações sobre o planeta (ALBUQUERQUE, 2007).
Tratar o meio ambiente como tema transversal nas escolas ficou fortalecida com a
promulgação da lei n. 9795/1999 (BRASIL, 1999), que dispõe sobre a Educação Ambiental e
instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que existe um vínculo entre natureza e ação humana, ou seja, entre o
espaço natural e o espaço geográfico. Mas essa relação não é tranquila e harmoniosa, muitas
vezes os seres humanos exploram além natureza, provocando profundas alterações sobre o
meio natural. Quando áreas inteiras de florestas são devastadas observa-se o impacto da
sociedade sobre a natureza. Em tempos de globalização, os efeitos negativos da relação
homem-natureza são gradativamente mais intensos, o que proporciona preocupações
generalizadas com questões como o agravamento do efeito estufa, o aquecimento global, os
desastres, entre outros tipos de impactos ambientais.
O que hoje é chamado de “crise ambiental” foi desencadeado por esse modo de
pensar e agir da sociedade que interferem nos âmbitos biológicas, culturais, sociais e
econômicos. Essa crise não é considerada só um problema nacional, atinge também
proporções internacionais. Portanto, mais do que simplesmente consumir a totalidade dos
recursos naturais e agredir a natureza de forma frenética, a humanidade precisa desenvolver
técnicas sustentáveis de melhor aproveitamento desses recursos. Falar em sustentabilidade é
falar em garantir a preservação dos recursos naturais para as próximas gerações, o que se
tornou um grande desafio para todas as sociedades do mundo contemporâneo.
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