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A relação do homem com a natureza

Para KUPSTAS, (2005), a relação do homem com a natureza é uma construção histórica
e social que foi se moldando ao longo dos tempos. Compreender a concepção da natureza nos
permite também a compreensão das questões que envolvem a relação homem-natureza e a
ruptura que colocou ambos em posições contraditórias determinando, a crise ambiental agravada
em decorrência do modelo econômico que vem se reconfigurando. Porém, embora se tenha tido
um intenso desenvolvimento e maior conhecimento técnico científico que proporcionou o maior
aprofundamento dos conhecimentos sobre os processos ecológicos, ainda não se conseguiu
reverter essa relação dicotomizada.

O ser humano intervém de forma irresponsável em seu habitat. Transforma o ambiente,


explora recursos, ocasionando alterações climáticas, devasta ecossistemas, levando várias
espécies à extinção, inclusive a ele próprio. A relação homem e meio ambiente, quando
compreendida de um modo antropocêntrico, ocorre de forma insustentável. É necessário reverter
este processo. A Educação Ambiental (EA) surge como necessidade imediata para promover uma
nova relação entre os seres humanos e os espaços ao seu redor, fazendo-os refletir sobre seus
hábitos e ações, consequências tanto a curto quanto a longo prazo.

Época do equilíbrio natural – Remontando ão paleolítico, encontramos uma relação


equilibrada, onde o ambiente vai exercer uma forte influência sobre o homem. Com as atividades
de subsistência restritas à caça e à pesca, dispondo dos recursos do fogo, vegetais e animais, o
impacto do ser humano sobre o ambiente era muito reduzido. A natureza, por sua vez, era quem
detinha certo controle sobre o homem. Pode-se dizer que, nesse período, a relação homem-
natureza não diferia muito dos outros animais, caracterizando-se por uma dimensão biológica. O
aspecto cultural, enquanto criação e invenção da mente humana, ainda não se manifestam: é um
período de profunda adaptação ao ambiente natural (MENDONÇA, 2005).

Da integração com a natureza ão desequilíbrio – Segundo MORONI, (1997), é no neolítico


que se dá o início do desequilíbrio entre homem e ambiente. Com a escassez dos alimentos, o ser
humano começa a ter os primeiros sinais de diferença e separação entre ele e a natureza. Com
esse estado de consciência, tem início uma relação marcada pela descoberta do poder do homem
sobre a natureza. Esta tem que produzir o alimento necessário ao seu “senhor”; desmatamentos,
queimadas e o ritmo da agricultura itinerante (nomadismo), vão deixando os traços do
desequilíbrio na biodiversidade; espécies animais e vegetais vão desaparecendo

A ética e meio ambiente

De um modo geral, o significado ético da relação do homem com o meio ambiente traduz a
responsabilidade moral do homem para com a natureza e as outras formas de vida nela contidas.
A humanidade é um dos principais elos na corrente da vida, uma das malhas na rede de relações
entre os seres vivos.Nós não estamos apenas inseridos no meio ambiente, nós de fato somos parte
deste meio ambiente, dessa rede de conexões.( PÁDUA,2004).

A questão da ética ambiental coloca-se, fundamentalmente, em razão da necessidade de


preservação das espécies e da biodiversidade. Nesse sentido, as regras éticas são novamente
necessárias para coibir o comportamento humano no gerenciamento dos recursos naturais.No
plano ambiental, a ética deve ser entendida como um pressuposto fundamental do comportamento
humano, sob o qual as decisões de gestão dos recursos naturais devem visar ao consumo presente,
sem prejuízo para as gerações futuras.

Uma das questões importantes da intersecção entre a ética, meio ambiente e ser humano é a
questão do aquecimento global. O aquecimento global é um fenômeno causado pelo consumo
excessivo de energia e de outras fontes de emissão de gases de efeito estufa, que tem impactos
ambientais e na sociedade humana.

Referência bibliográfica

 KUPSTAS. M. Ecologia em debate. Editora Moderna. São Paulo, 1997.


 MENDONÇA, Rita. Conservar e criar: natureza, cultura e complexidade. Editora Senac
São Paulo. São Paulo, 2005.
 MORONI, A., Uma Leitura dos Acontecimentos Históricos da relação homem-ambiente,
in Dicionário de Teologia Moral, PAULUS, São Paulo. 1997.
 PÁDUA, José Augusto; LAGO, Antônio. ética. Editora Brasiliense: Coleção Primeiros
Passos. São Paulo, 2004.

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