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CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ALCINEIDE DE SOUZA MOTA

A RELAÇÃO HISTÓRICA HOMEM/NATUREZA E SUA


IMPORTÂNCIA NO
ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO AMBIENTAL

PORANGATU/GO
2020
ALCINEIDE DE SOUZA MOTA

A RELAÇÃO HISTÓRICA HOMEM/NATUREZA E SUA


IMPORTÂNCIA NO
ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO AMBIENTAL

Trabalho apresentado à disciplina Educação


Ambiental do curso de Ciências Biológicas UEG-
Unidade de Porangatu, como requisito parcial para
a obtenção de nota sob a orientação da professora
Nathana Sales.

Porangatu/GO
2020
1 A RELAÇÃO HISTÓRICA HOMEM/NATUREZA E SUA IMPORTÂNCIA NO
ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO AMBIENTAL

O artigo de Naves e Bernardes aborda a compreensão do homem sobre a


natureza, e objetivou apresentar como as relações do homem com o espaço
geográfico interfere em sua concepção de natureza e, dessa forma, apresentou os
processos e caminhos contemporâneos relacionados à questão ambiental e seus
desdobramentos.
Os autores fazem uma contextualização da das discussões da questão
ambiental e sobre as intervenções humanas no espaço, e expõem como a
importância da preservação da natureza e práticas ecológicas são ressaltados na
mídia televisiva. Nesse contexto, é enfatizado como o “problema ambiental” tem sido
colocado “nas costas” do homem, uma vez que, mesmo a mídia apresentando as
questões ambientais em situações de desastres e associando isso aos fenômenos
naturais, atualmente essas questões estão sendo vinculadas ao desenvolvimento da
tecnologia.
A degradação ambiental deixam de ser um problema relativo à natureza e
passa a ser visto como um problema socioambiental relacionado ao
desenvolvimento da civilização, questões econômicas, políticas e sociais. O ensaio
deixa claro que o desenvolvimento da civilização acarretou mudanças globais que
comprometeram a sustentabilidade do planeta.
Ao abordar a construção histórica das relações homem/natureza os autores
citam a dependência dos antepassados nômades dos recursos naturais e afirmam
que essa dependência ganhou novo significado quando estes viram a possibilidade
de dominar o meio circundante e criar valores humanos para os fenômenos naturais,
porém ainda associavam os recursos naturais à dádiva divina.
Com o fim da vida nômade e advento da tecnologia que substituíram
processos naturais ocorreu o rompimento da relação de dependência entre o
homem e a natureza, nesse contexto, o debate intelectual ganhou forças, ocorreu o
crescimento no campo científico e uma nova interpretação da natureza.
A delimitação de territórios e cidades contribuíram para maior preocupação
em preservar os espaços sociais e manter o controle de bens e posses construídos
pelas pessoas que ali viviam, dessa forma, tornaram-se mais importantes os
sistemas de proteção de fronteiras das cidades, frente ao debate social relacionado
ao funcionamento da natureza, no qual as relações urbanas passa a ver a natureza
de forma lógica, material e racional.
Com o desenvolvimento das cidades surgiu uma nova maneira de pensar a
natureza, a metafísica. Essa perspectiva rompeu o antropomorfismo e deu lugar ao
antropocentrismo, apenas na Idade Média com o declínio do Império Romano,
rompeu-se a lógica racional metafísica. Nesse contexto, as bases da filosofia greco-
romana deram lugar à visão teocêntrica.
Os autores questionam a visão teocêntrica através da relação Deus-homem-
natureza, na qual o homem se submete à Deus mas a natureza é vista como um
meio e, em sua fragilidade feminina, deve ser dominada. Nesse momento inicia-se a
dissociação do homem e natureza e Deus passa a ser o responsável pelo
ordenamento da natureza.
Com a emergência do modelo mecanicista de René Descartes a ciência
experimental ganhou força, surgiu então o método cartesiano como pressuposto
fundamental para a construção do conhecimento. Descartes afastou a visão
antropológica teológica e deu origem a uma apreensão da realidade (Revolução
Científica).
A concepção de Descartes, utilizada até hoje na sociedade, vê a natureza
como um recurso a ser apropriada pelos homens, assim como a visão teológica e, o
homem passa a ser o centro do mundo por ser capaz de raciocinar, dessa forma,
homem e natureza são totalmente dissociados.
Apesar das ciências mecanicistas, racionalistas e cartesianas terem
contribuído para o desenvolvimento e para a melhoria das condições de vida
humana e para as relações sociais, tanto urbanas quanto rurais, os autores criticam
esses pensamentos afirmando que as ciências humanas não se beneficiaram com
esse paradigma.
Embora a ciência moderna tenha contribuído para os avanços científicos que
corroboraram na Revolução Industrial e advento da tecnologia para otimizar as
ações do homem e alavancar a economia, o homem moderno deixou de ver a
necessidade de preservação da natureza, dessa forma, a ideia de natureza intocável
passou a representar ameaça à economia.
Porém, o surgimento do ambientalismo nas últimas décadas colocou em
cheque o paradigma desenvolvimentista e começou a pensar em limites para a
apropriação da natureza, apresentando-se como um desafio para o posicionamento
do homem em sua relação com o espaço geográfico.
Dessa forma, percebe-se que muitas foram as vertentes que marcaram as
relações homem/natureza, e os autores deixam claro como a ideia de
desenvolvimento deixa de lado as questões ambientais visando os interesses
capitalistas. Portanto, através da construção histórica das relações homem/natureza,
fica evidente que é necessário que o homem encontre uma nova forma de ver a
natureza e de se enxergar no mundo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NAVES, João Gabriel de Paula; BERNARDES, Maria Beatriz Junqueira. A relação


histórica homem/natureza e sua importância no enfrentamento da questão
ambiental. Revista Geosul, v. 29, n. 57, p. 7-26, 2014. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/21775230.2014v29n57p7/278
82 Acesso em 22 de dezembro de 2020

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