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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Métodos e Técnicas de Pesquisa
Discente: Johnathan Wesley da Trindade Silva

Resumo Crítico

JENKINS, Keith. O que é a história? In: JENKINS, Keith. A história repensada. 2. ed.
São Paulo: Contexto, 2004. p. 23-52.

No início do capítulo o autor se propõe a responder a pergunta “o que é a História?” em


etapas, mostrando o que é na teoria, o que é na prática e depois unindo em sua
definição.

Ao abordar a teoria, o autor afirma que seria preferível chamar história de


“historiografia”, dado que passado e história são coisas distintas. Afirma que muitos
usam o termo “história” para se referir ao passado, e a partir daí, oferece três exemplos
interessantes da importância desta distinção entre passado e história.

Os exemplos são de fácil entendimento e auxiliam na compreensão do texto. A autor


ainda faz uso de mais um exemplo para mostrar que passado e história não estão unidos:
o exemplo de uma paisagem vista de uma janela por um geógrafo, um sociólogo e um
historiador. Ele afirma que cada um desses profissionais interpretará a paisagem de
forma diferente, analisando os aspectos dela relacionados à sua área. Assim, ele
demonstra que a história é um discurso e que o mundo chega até nós por meio de
narrativas.

Para responder à questão de como conciliar a história com o passado, o autor discorre
acerca de três campos, a epistemologia, a metodologia e a narrativa. Inicia definindo o
que é epistemologia e discorre a respeito da epistemologia da história, demonstrando
que a mesma é frágil. Daí dá 4 respostas para o motivo desta fragilidade. Recorre ao
livro The past is a foreign country, de David Lowenthal para isso. Cita também o poeta
Velemir Khlebnikov para fazer uma alegoria.

Para demonstrar que mesmos acontecimentos podem gerar múltiplas interpretações, o


autor utiliza um exemplo interessante: cita Taylor e Roper, que apesar de serem
experientes, terem acesso aos mesmos documentos e terem grandes habilidades,
discordavam um do outro acerca das causas da Segunda Guerra Mundial.

No decorrer do texto vários autores são citados, como Geoffrey Elton, E. P.


Thompson, A. Marwick, George Orwell, etc, demonstrando um bom embasamento
teórico. O autor chega a recomendar a leitura de Lowenthal para quem pretende se
aprofundar no assunto.
Para mostrar que o conhecimento e a “verdade” não provém de procedimentos
metodológicos, o autor demonstra que existem diversos métodos diferentes, e que cada
método produzirá um resultado distinto. Para ele a interpretação é determinada não pelo
método, mas pela ideologia.

Demonstra que tanto as histórias dominantes quanto as “histórias ideológicas” sofrem


influência de ideologias, apesar de que isso comumente só é apontado na segunda
categoria. Os dominantes também utilizam da narrativa histórica para legitimar suas
ações.

Ao encerrar a primeira parte do texto, ele conclui que a história é teoria e que a teoria é
ideologia, que nada mais é, segundo o autor, do que interesse material.

Já no trecho reservado à parte prática, ele inicia considerando as pretensões


ideológicas acadêmicas acerca do campo da história. A partir daí discorre sobre os
profissionais chamados de historiadores e suas influências. Passa a listar as pressões
recebidas por eles no cotidiano que possam influenciar no trabalho. O autor conclui a
parte sobre prática auxiliando aos que se desiludem com o campo da história devido à
subjetividade e ao dito “relativismo”.

No final do texto o autor conclui cumprindo com o proposto no início, dando uma
definição de história um tanto longa.

É um texto introdutório importantíssimo nas discussões acerca do que é história e de


suas problemáticas. É ótimo também para auxiliar iniciantes na área a se habituarem ou
conhecerem o ramo historiográfico, sendo utilizado por professores universitários de
disciplinas introdutórias.

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