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ARTIGO DE OPINIÃO

ANSELMO CRISTÓVÃO DOS SANTOS CATALA

O PLURALISMO JURÍDICO E A ORDEM PLURAL ANGOLANA

Luanda, aos 7 de outubro de 2022


O PLURALISMO JURÍDICO E A ORDEM PLURAL ANGOLANA

Anselmo Cristóvão Dos Santos Catala(1)

1. O COSTUME

1.1 Noções preliminares

O costume foi até certa época (digamos, até à segunda metade do século
XVIII e princípios do século XIX) a mais relevante fonte de Direito, mas cuja
importância decresceu, passo a passo, com o andar dos tempos e se acha hoje,
pelo menos na generalidade dos ordenamentos jurídicos internos, muito
reduzida.

Nas sociedades primitivas era através do costume que o Direito se


formava, com emanação instintiva da consciência social. Usos, práticas, tradições
que se tinham gerado de maneira insensível e gradual, transmitiam-se de pais a
filhos e pautavam a conduta dos homens. Esses modos de agir que vinham do
passado, repetidos constantemente com a convicção da sua obrigatoriedade, e
fortalecidos pela espécie de religiosidade decorrente da sua antiguidade, eram
acolhidos pelos julgadores, que deles se serviam como critérios de resolução dos
conflitos sujeitos a veredicto.2

O costume, no sentido jurídico estrito do termo, como fonte de direito,


aparece-nos definido pelos autores como uma prática social, reiterada, uniforme e
constante, seguida com a convicção da sua obrigatoriedade.3

Pela sua importância e abrangência no âmbito das fontes de direito e o


seu papel catalisador de um verdadeiro pluralismo jurídico em Angola urge
conferir referências privilegiadas do costume em Angola.

2. O PLURALISMO JURÍDCO E A ORDEM PLURAL ANGOLANA4

1Estudante do 3.º ano da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Angola e


Director Geral e articulista na RCJ- Revista de Comunidade Jurista.
2TELLES, Inocêncio Galvão, Introdução ao Estudo do Direito , volume I, 11ª edição,

Coimbra Editora, 2001. Pág 115.


3Neste sentido,ASCENÇÃO, Oliveira, O Direito. Introdução e Teoria Geral, págs. 218 e

segs. Apud, DA SILVA, Carlos. A.B. Teoria Geral do Direito Civil, 2º edição. 2015. Pág
38.

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2.1. O pluralismo jurídico: breves aproximações pragmático-
descritivas5

As sociedades contemporâneas regem-se por uma grande complexidade


de “códigos" construção, percepção e interpretação da realidade, de preceitos de
conduta, conceitos normativos e aparelhos de resolução de conflitos, apresentando
naturezas, fontes, legitimidade e autoridade diferentes.

Esses “códigos” normativo-sociais traduzem diferentes formas de


legitimidade, processos de formação (e confirmação), padrões de validade e
modelos organizativos de actuação: são “constelações normativas”6 . São esses
mesmo códigos que dão sentido, coerência e regulação aos diferentes núcleos
sociais onde as pessoas se inserem. Numa palavra, os diferentes contextos socais
configuram e traduzem os diferentes modus vivendi das respectivas comunidades,
que podem concretizar diferentes regras de conduta jurídica.

Apesar do paradigma normativo de o Estado moderno pressupor que em


cada Estado só há um Direito e a unidade desse Direito, e segundo Boaventura de
Sousa Santos « a verdade é que socioligicamente , circulam na sociedade vários
sistemas jurídicos e o sistema estadual nem sempre é, sequer , o mais importante
na gestão normativo do quotidiano da grande maioria dos cidadãos»7. Ou pelo
menos, em algumas matérias, regiões ou grupos sociais. Ou seja, de um ponto de
vista sociológico, e ao contrário do que faz crer a teoria jurídico-política liberal, as
sociedades contemporâneas são juridica e judicialmente plurais. Circulam nelas
não só um mas vários sistemas jurídicos e judiciais.8

4Resumo da parte I da Tese de Doutoramento em Direito Público do Professor Doutor


Carlos Feijó “A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais na
ordem jurídica plural angolana”.

6BENDA-BECKAM, Franz e Keebet Von, «The Dynamics of Change…»: 2; também


SANTOS, Boaventura de Sousa, «O Estado Heterogéneo…»: 2. Apud, FEIJÓ, Carlos, A
coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais na ordem jurídica
plural angolana, Edições Almedina, 2012, pág 91.
7 Ibidem: 92.

8 Ibidem.

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Apesar de que nem toda a pluralidadese reconduza a normas estaduais,
parece mais rigoroso recorrer-se à expressão “pluralismo jurídico” do que à
expressão próxima, mas equívoca, de “pluralismo normativo”. Com efeito,
enquanto aquela aponta inequivocamente para o campo da juridicidade (o que é
que quer que isso seja é um outro problema), a segunda das expressões aponta
para um campo mais vasto, que, sem excluir o Direito, não se ancora apenas nele:
a expressão “normativos” pode induzir para as áreas técnico-científicas, moral,
ética e das regras de convívio e boa educação.9

O pluralismo jurídico trata, pois, de descrever os processos, termos e


condições necessários à resposta científica à questão: é possível a coexistência,
no mesmo tempo e espaço, de ordens normativas com diferentes códigos genéticos
culturais, sociais, históricos e ideológicos.10

António Manuel Hespanha encontra traços genéticos de pluralismo jurídico no


período do Império Romano: ao permitir a coexistência do Direito dos povos
conquistados (os jura propria ) ao lado do jus romanum dos cidadãos romanos, o
Direito Romano permitia a convivência de ordens jurídicas diferentes dentro do
seu território.11

2.2. O pluralismo jurídico como reacção contra o positivismo jurídico

Da perspectiva antropológica e sociológica, o princípio da unidade da ordem


jurídica estadual foi há muito ultrapassado: o ponto de partida consensualmente
partilhado pela observação, é o da multiplicidade de formas de produção e de
manifestação ou revelação de normas jurídicas (fontes de Direito), com origem,

9FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais


na ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012, pág 94.
10 Claro que as marcas de religiosidade , lá onde se manifestam, também produzem a

sua impressão nesses códigos genéticos.


11 HESPANHA, António Manuel, «Direito Comum e Direito Colonial», in Panóptica,

Vitória, ano 1, nº 3, Nov. 2006:95-116. Apud, FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa


entre o Estado e as autoridades tradicionais na ordem jurídica plural angolana,
Edições Almedina, 2012, pág

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fundamento e legitimidades assentes nas instituições socialmente reconhecidas e
vigentes nas comunidades.12

Segundo Norberto Bobbio, a génese do positivismo e da teoria estadualista do


Direito decorre da formação dos grandes Estados em consequência da dissolução
da sociedade feudal13. Com efeito, este tipo de sociedade era pluralista em sentido
amplo, uma vez que albergava vários ordenamentos jurídicos ao mesmo tempo: ao
nível superior ao dos poderes que vieram a tornar-se Estados nacionais, convivia
uma constelação de ordenamentos jurídicos complexos como a Igreja e o Império e,
simultaneamente, ao nível interno, orbitravam num plano inferior ao da
dimensão nacional, os feudos, as corporações e os municípios, e também a família,
considerada pelo pensamento cristão da época como um ordenamento em si
mesmom em decorrência da sua qualificação.

Em Angola, a identificação do Direito com o Direito estadual é assim uma


consequência da tendência de idêntificar a produção normativa e poder coercivo do
Estado durante o processo histórico de concentração e formação de poder do
Estado, no qual o Estado moderno se foi fortalecendo, mediante a superação das
ordens plurais do feudalismo e a rejeição de reconhecer qualquer outro sistema
jurídico no território qual o Estado exerça autoridade.14

2.2.1 Breve caracterização dogmática do positivismo

O positivismo jurídico foi uma manifestação típica do direito moderno, sendo


esta doutrina caracterizada pelas seguintes premissas:15

a) O Direito é considerado um mero facto e não um valor;


b) O Direito é definido em função do elemento da coação;
c) A lei é vista como fonte exclusiva – ou ao menos prioritária – do Direito;

12FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais


na ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012, pág 102.
13BOBBIO, Norberto, Teoria Geral Del Derecho, Ed. Temis-Bogotá, 987:9, apud

BORELLO,Raúl G., op. Cit:3.


14FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais

na ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012, pág


15BOBBIO, Norberto, O Positivismo Jurídico: Lições de Filosofia do Direito. 131, apud,

FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais


na ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012, pág

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d) A teoria segundo o qual a norma jurídica resulta da vontade do legislador;
e) A teoria do ordenamento jurídico;
f) A teoria da interpretação mecanista; e
g) A teoria da obediência.
A dogmática positivista assenta numa narrativa monista, na estadualidade e
na racionalidade para manter a sua premissa de que o Direito é a lei. Nas palavras
de Hans Kelsen, um dos maiores representantes dessa corrente dogmática: « o
Direito vale unicamente como o Direito positivo estatuído»16, como resultado de um
acto especial de determinação positiva, ou seja, como efeito de um acto de vontade
do legislador.
A prática positivista postulava, pois, um centralismo legal, de acordo com o
qual:17
a) A única fonte de Direito válida é a lei emanada pelo poder legislativo;
b) A lei deve ser aplicada uniformemente em todo o território do Estado;
c) Não existe qualquer outro ramo do Direito válido para além do Direito
estadual ou dos termos impostos por este.18
d) A lei é exclusivamente aplicada e garantida por um único dispositivo de
instituições estatais.

Será verdade que a lei é a única fonte imediata de direito? E o Costume?


Sabendo de antemão que o costume tem vida própria. Se os nosso argumentos se
basearem na imprecisão do costume, o que dizer da lei? Sabendo que a lei pode ser
justa e injusta, sabendo também que muitas das vezes é mal aplicada. Outro
aspecto, é o facto de que o costume não depende da lei para existir. Como séria o
nosso ordenamento jurídico sem essa coexistência normativa? É preciso uma
superação dessa teoria dogmática positivista. Além disso, o Costume busca a sua
validação na Constituição.

16 KELSEN, Hans, Teoria Pura do Direito, Arménio Armando Editor, Porto, 1939:61. Apud,
FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais na
ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012, pág 105.
17 Ibidem.

18 Neste caso, a relação é de subordinação hierárquica , não sendo admitida a autonomia

normativa fora do quadro fa lei estatal.

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“É reconhecida a validade e a força jurídica do Costume que não seja
contrário à Constituição nem atente contra a dignidade da pessoa humana”

Aritigo 7.º da Constituição da República de Angola.

2.2.2. A Superação do positivismo

Como doutrina geral, o positivismo justificou-se no século XIX, ainda no


rescaldo da luta contra o feudalismo e das tentativas de unificações e centralização
do Estado, contra o Direito canónico (no sentido da laicidade) e contra a
prevalência de direitos estrangeiros (ancoradas em nacionalismo), mas já não se
justifica mais. Ou pelo menos, a prática dos Estados de Direito contemporâneos
sugere que assim seja.19

Apesar do seu credo, a concepção de Direito do positivismo não


correponde à totalidade do universo jurídico, visto que contemporaneamente se
assiste a uma desestruturação do Direito20 conduzindo a um Direito “multiforme”,
isto é, que se manifesta de várias formas, as quais escapam ao alagado monopólio
do Estado.

Como sustenta N´Gunu TINY21, uma total ordem jurídica plural pode
caracterizar-se pelos seguintes elementos chaves:

1. Existência de relações não hierárquicas entre as ordens coexistentes22;


2. A ordem plural é uma ordem de interacção das ordens coexistentes;
3. Em caso de conflito, a solução passa pela conjugação (um mútuo
ajustamento, através de um processo de acomodação) e não pela exclusão;
4. As ordens coexistentes devem convergir para dinâmicas de interacção;

19FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais


na ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012, pág 106 – 107.
20GRAU, Eros Roberto, O Direito Posto e o Direito Pressuposto, Malheiro, São Paulo,

2002:107, apud FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as


autoridades tradicionais na ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012,
op cit.:106.
21V. TINY, N´Gunu, «The Politics of Accommodation…»:79-81, op cit: 116.

22Neste domínio, o Professor Carlos Feijó diz que a questão que se levanta é a

definição de fronteiras da relação hierárquica, ou seja: como garantir a


coerência e a unidade do sistema de actuação admnistrativo apesar, ou por causa
da autonomia.

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5. O reconhecimento deve ser compatível com os valores democráticos e não
um “cheque em branco” (blank check)23.
6. A conformidade de um determinado facto com o seu sistema original não o
invalida em caso de desconformidade vis-à-vis outra ordem coexistente,
quando muito poderá determinar o seu afastamento, não tutela ou
inadmissibilidade.
7. Os conflitos decorrentes da relação da coexistência pluralista são
inevitáveis dado que concorrem uma multiplicidade de valores
fundamentais que requerem soluções ou tratamentos diferentes e, muitas
vezes, em tensão conflitual24.
8. Trata-se de um processo aberto, que varia no tempo e em função da
sociedade que o origina25.
3. A ORDEM JURÍDICA PLURAL ANGOLANA: A QUESTÃO DO
COSTUME EM ANGOLA

I.Quo vadis costume em Angola?

O professor Limo Diamvutu26 em uma entrevista concedida em julho de


2016 a revista Vida Jurídica, lhe foi colocada a seguinte questão “quo vadis
costume em Angola?”. O professor começou por dizer o seguinte:

I. o Código Civil Português de 1966, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47 344, de


25 de Novembro, foi mandado aplicar às então colónias portuguesas pela

23Esta característica ajuda a expplicar os limites da relação heterárquica: o Estado


deve reconhecer, mas ao mesmo tempo conformar, os termos da compatibilidade com
a ordem jurídica mais ampla. Trata-se de não defraudar o quadro constitucional da
sua própria legitimidade democrática e jurídica.
24Esta ideia ancora no facto de, neste modelo de reconhecimento declarativo, o Estado

não se pronunciar sobre a legitimidade, validade ou eficácia das normas do sistema


reconhecido, mas apenas sobre a sua eficácia perante o Direito do Estado: a tutela ou
eficácia das instituições reconhecidas passa pela sua conformidade com a grundnorm
ou com a rule of recognitition estadual.
25Tiny não o afirma expressamente, mas a sua proposta de resolução de conflitos

também ajuda a caracterizar o pluralismo como um processp aberto: as respostas


não são dadas a priori e resultam das dinâmicas do caso concreto; estamos perante
um processo de resolução do caso e não dos conflitos do sistema.
26Docente da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.

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Portarian.º 22 809, de 4 de Setembro de 1967. O mesmo encontra-se ainda em
vigor no capítulo das fontes do direito do Código Civil.

II. Essa ausência de reconhecimento do costume como fonte do direito no


Código Civil levou alguns juristas a questionar, tendo em conta o pluralismo
jurídico existente em Angola, o lugar que era preciso atribuir ao costume .É sabido
que apesar da introdução do direito positivo em África, e, em Angola, em
particular, no período colonial, a aplicação do direito consuetudinário manteve-se
nas zonas rurais, principalmente no campo do direito civil. O direito em Angola,
com as diversas emendas a que foi sujeito no período pó-indepemdência. Os seus
quatros primeiros artigos versam sobre as fontes do direito27. Nenhuma referência
ao costume é feita reito penal foi quase suplantado pelo direito escrito portugês
em função do brocardo latino “Nullum crimensine lege”28. Não obstante esse
reconhecimento parcial, a aplicação do direito consuetudinário era limitada de
forma radical (i) a certas matérias de direito, (ii) às relações jurídicas entre
nativos, (iii) na medida em que não fosse contrário à lei, (iv) nem à ordem pública.

III. A aplicação do direito consuetudinário permaneceu vigor nas sociedades


tradicionais depois da independência, coexistindo lado a lado, no ordenamento
jurídico angolano, o direito positivo e o direito consuetudinário. Assim, na
Constituição da República de Angola de 2010, foi introduzido o artigo 7.º
(Costume) com seguinte teor: “ É reconhecida a validade e força jurídica do
costume que não seja contrário à Constituição e nem atente a dignidade da pessoa
humana”. Desse preceito legal podem-se extrair a seguintes ilações29:

a) O costume passa a ter tutela constitucional;


b) A validade do costume não depende da sua conformidade com a lei
estadual, mas apenas da sua conformidade com a Constituição e com a
dignidade da pessoa humana. De acordo com a CRA, o costume e a lei

27Videartigos 1º (fontes imediatas) e artigos 2º, 3º e 4º ( fontes mediatas) todos do


Código Civil.
28REYNTJENS, Filip, Introduction aux droits africains, 2ª Edição,ULB,1996/97, p. 38-

40. Ver também: ARAÚJO, Raúl Carlos Vasques , NUNES, Elisa Rangel, Constituição
da República de Angola Anotada, Tomo I. Luanda, 2014, pp 202 e ss.
29FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais

na ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012, pág 395.

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ficam em igualdade: nenhum é, por si mesmo, superior ao outro; ambos
devem subordinação à Constituição e à dignidade da pessoa humana.
c) A terceira idéia segundo Professor Carlos Feijó, decorre do preceito
constitucional é a da condicionalidade do reconhecimento da validade do
costume: a validade e a força jurídica só merece tutela do Estado, se não
contrariarem a Constituição e não atentarem contra a dignidade da pessoa
humana.
O professor conclui que relativas à fórmula de reconhecimento angolana o
seguinte:

A actual fórmula de reconhecimento constitucional angolana em si mesmo,


o reconhecimento do costume e das autoridades tradicionais tem um efeito
meramente declarativo, tratando-se de uma verdadeira confirmação-: essas
realidade jurídicas passam a gozar de tutela jurídia do Estado e dos seus
órgãos, designadamente de uma tutela jurisdicional contra eventuais abusos
dos vários poderes do Estado. Sem esquecer que ainda encontramos reforço na
lei de terras.

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Raúl Carlos Vasques, NUNES, Elisa Rangel, Constituição da


República de Angola Anotada, Tomo I. Luanda, 2014.

DA SILVA, Carlos. A.B. Teoria Geral do Direito Civil, 2º edição. 2015.

FEIJÓ, Carlos, A coexistência normativa entre o Estado e as autoridades


tradicionais na ordem jurídica plural angolana, Edições Almedina, 2012.

TELLES, Inocêncio Galvão, Introdução ao Estudo do Direito , volume I, 11ª


edição, Coimbra Editora, 2001.

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