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Fichamento de Resumo
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
I. Hermenêutica
O autor explica a função do intérprete das leis que possuem dúvidas no seu conteúdo.
Ainda fomenta sobre como uma antinomia de norma deve ser resolvida pelo hermeneuta
através da interpretação pelos princípios constitucionais e, ressalta o caso de uma inadequação
da interpretação. Logo, Lenza descreve as alterações formais (reforma) e informais (mutação)
da constituição, sendo a primeira uma modificação concreta no texto constitucional através de
emendas; e, a segunda, uma alteração no sentido interpretativo da regra enunciada. Ambas não
podem ir contra os princípios constituintes.
Nesta parte, o autor relata a complexa distinção entre regras e princípios (ambos são
normas) e sobre como não possuem hierarquia entre si. Nesse viés, expressa a ideia de
Canotilho, de um sistema normativo aberto de regras e princípios (pois é dinâmico, dialógico,
estruturado por normas e essas se apresentam como princípios ou regras). Além disso, mostra,
através do pensamento de Humberto Ávila, que um sistema não pode ser composto apenas por
regras ou por princípios, uma vez que, um sistema só de regras seria muito rígido e um só de
princípios seria muito flexível. Assim, ambos dependem um do outro.
Lenza também destaca que segundo Ávila, a interpretação e a aplicação dos princípios
e regras se dá pelos postulados inespecíficos e específicos. Por conseguinte, coloca os critérios
estabelecidos por Canotilho, no que diz respeito à diferenciação entre os princípios e regras, e
também, a distinção qualitativa estabelecida por Barroso, cujo parte da proposta de
diferenciação formulada por Dworkin e Alexy (sendo as ideias de ambos inconfundíveis). Por
fim, esquematiza a diferença entre os princípios e regras e, a constatação de Barroso sobre as
ideias de Dworkin e Alexy quanto a aplicação da ponderação.
O autor aponta que Ávila se refere à postulados normativos que não se confundem com
princípios e regras, os qualificados como metanormas. Logo, essas podem ser caracterizadas
como normas metódicas que fornecem critérios precisos para a aplicação do Direito e tem
como destaque os postulados inespecíficos e específicos.
Reconhece ainda a ideia de superabilidade e destaca o que diz Ávila que, as regras não
são superadas facilmente e para isso têm-se algumas condições, como: requisitos de forma e
requisitos de conteúdo. Analogamente, apresenta uma crítica de Vasconcellos sobre essa ideia
e exemplifica dois casos que a utilizaram.
Sobre os postulados, caracterizados como normas metódicas, afirma que esses são base
para interpretação e aplicação de princípios e regras, sendo os inespecíficos: ponderação
(atribui-se peso), concordância prática e proibição de excesso (garantir eficácia de direitos
fundamentais); e os específicos: igualdade, razoabilidade e proporcionalidade.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
II. Hermenêutica
Neste método, o autor diz que a Constituição deve ser encarada como lei e, todos os
métodos hermenêuticos devem se valer de elementos de interpretação. Esses, seriam genético,
lógico, gramatical, sistemático, histórico, sociológico, popular, doutrinário e evolutivo. Cada
um dos elementos possui uma finalidade, cabendo ao intérprete descobrir o significado da
norma e utilizar ou não os elementos de exegese.
Nesse método, Lenza explica que a análise da norma se fixa na realidade social e nos
valores subjacentes constitucionais. Além disso, ressalta a interpretação da constituição como
constante renovação e em fôrma dinâmica. Ainda destaca o pensamento de Mártires Coelho,
que o Direito, o Estado e a Constituição no método científico-espiritual são fenômenos
culturais ou fatos que remetem à valores.
Aqui, Lenza aponta que a doutrina defensora deste método reconhece uma inexistência
de identidade entre norma jurídica e texto normativo. Em seguida, explica que isso se dá pelo
fato do teor natural da norma dever ser analisado à luz da concretização da norma na realidade
social, não só pela atividade do legislador como também pela atividade de outros poderes e
competentes. Em suma, termina com a ideia de Coelho, que, valendo-se de Müller descreve o
teor literal de qualquer prescrição do direito positivo como uma “ponta de iceberg”, sendo o
resto o que o intérprete deve levar em conta, constituído pela expressão de Reale: situação
normada.
O autor destaca a ideia de Peter Habërle e explica o que seria um quinto método de
interpretação (o de comparação), sendo este um modo de comunicação entre as Constituições
e através disso, implementa-se a interpretação dos institutos.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
Poder Constituinte:
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
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Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. Direito constitucional descomplicado. 14. ed. rev. e atual. - Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2015.
Os autores explicam que existem dois tipos de poder constituintes mais estudados pela
doutrina: originário e derivado; embora existam autores que destaquem também o difuso e o
supranacional. Destarte, o poder originário é atuante no procedimento de elaboração da
Constituição, em um momento formal (decisão política de criação do Estado) ou informal
(responsável por dar juridicidade e forma à Constituição em si), como concebe Jorge Miranda.
Além disso, os autores destacam as características do poder originário, tais quais são:
inicial (representa a base da ordem jurídica), político (faz nascer a ordem jurídica),
incondicionado (não obrigado a seguir qualquer procedimento predeterminado), permanente
(não se esgota no momento do exercício) e ilimitado (não tem de respeitar limites postos pelo
direito anterior). Outrossim, destacam o poder constituinte derivado, que é criado pelo
originário e pode ser reformador ou decorrente. É um poder com limites constitucionais
(temporais, circunstanciais, materiais e formais) e atuação fiel às regras predeterminadas,
possuindo o poder de modificar a Constituição.
Os autores, assim como Lenza, apontam que o titular do poder constituinte é o povo,
mesmo que seu exercício talvez não seja realizado democraticamente. Destacam ainda, que
isto não tem relevância para determinar quando há manifestação do poder constituinte, uma
vez que, sempre que houver ruptura da ordem constitucional estabelecida, uma nova
Constituição é outorgada por um ato autoritário (poder constituinte originário) e não
democrático.
Aula 2.5 (30/09/2017)
Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. Direito constitucional descomplicado. 14. ed. rev. e atual. - Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2015.
Os autores explicam que este tipo de poder é o primário para a elaboração de uma
Constituição. Sendo este, atuante em um momento material e em um momento formal. O
primeiro, remete à decisão política de criação de um novo Estado - triunfo de certa ideia de
Direito ou nascimento de certo regime. O segundo, é “responsável pela elaboração da
Constituição em si” - formalização da ideia ou do regime no texto da Constituição. Ademais,
os autores também apontam as características desse poder, segundo a doutrina, que podem ser
políticos, iniciais, incondicionados, permanentes e ilimitados.
De acordo com os autores, este poder seria o que modifica a Constituição. Nesse viés, é
um poder criado e instituído pelo originário, integra o próprio Direito, possui limitações
expressas e implícitas (temporais, circunstanciais, materiais e formais) e, sua atuação deve
observar fielmente as regras constitucionais, como os procedimentos de emenda (art. 60
CF/88) e de revisão constitucional (ADCT, art. 3º).
Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. Direito constitucional descomplicado. 14. ed. rev. e atual. - Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2015.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
Nesse tópico, Lenza analisa o que acontece com uma Constituição quando outra entra
em vigor. O autor se refere a isso como “direito intertemporal lato sensu”, a qual é a relação
entre passado, presente e futuro. Ainda aponta que sua importância se dá no que concerne ao
passado e explica que com a proibição da retroatividade da norma legal, o respeito ao Direito
adquirido é um instrumento de “paz social e impeditivo do arbítrio e do abuso de poder por
parte de seu detentor”.
O autor explica o que seria a repristinação (uma norma revogada em outra época voltar
a produzir efeitos se observar-se sua compatibilidade com a atualidade) e que o Brasil adotou
a impossibilidade desse fenômeno. Destaca que o STF se posiciona e salienta a não admissão
da repristinação no sistema jurídico brasileiro.
Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. Direito constitucional descomplicado. 14. ed. rev. e
atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2015.
Os autores afirmam que as normas são classificadas com base no seu grau de eficácia e
sua aplicabilidade. Todas as normas possuem eficácias, mas, em graus diferentes. Apontam
também a classificação de Ruy Barbosa quanto à normas “autoexecutáveis” (produzem efeito
assim que entram em vigor) e não “autoexecutáveis” (necessitam de legislação posterior para
aplicar os seus efeitos). Ademais, citam as classificações de José Afonso da Silva quanto ao
grau de eficácia, sendo estas plena, contida e limitada.
Segundo a classificação de José Afonso da Silva, normas de eficácia plena são aquelas
que desde a entrada em vigor da Constituição produzem efeitos essenciais aos interesses,
comportamentos e situações que o legislador constituinte, direta e normativamente, quis
regular, além da aplicabilidade direta, imediata e integral. Elas não exigem a elaboração de
novas normas legislativas que lhes completem o alcance e o sentido porque já se apresentam
suficientemente explícitas na definição dos interesses nelas regulados.
As de eficácia limitada são aquelas que não produzem, com a simples entrada em
vigor, os seus efeitos essenciais, porque o legislador constituinte não estabeleceu, sobre a
matéria, uma normatividade para isso bastante, deixando essa tarefa ao legislador ordinário ou
a outro órgão do Estado. São de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente
incidem totalmente a partir de uma normação infraconstitucional ulterior que lhes desenvolva
a eficácia. Enquanto não editada essa legislação infraconstitucional integrativa, não produz
todos os efeitos. Também são classificadas em dois grupos distintos: definidoras de princípio
intuitivo e definidoras de princípio programático.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
Lenza apresenta a classificação de Maria Helena Diniz quanto à eficácia das normas,
baseada em diversas classificações. Ela classifica as normas com eficácia absoluta, plena,
relativa restringível e relativa complementável. As normas de eficácia absoluta seriam aquelas
intangíveis e com uma força paralisante total de qualquer legislação que contrariá-las. As de
eficácia plena são as que possuem elementos para produção imediata de efeito. Uma norma
com eficácia relativa restringível (ou de eficácia contida segundo a classificação de José
Afonso da Silva) de aplicabilidade imediata ou plena. Por fim, explica que uma norma de
eficácia relativa complementável são as que dependem de lei complementar ou ordinária para
o exercício do direito ou benefício.
O autor explica que Celso Ribeiro Bastos e Carlos Ayres Brito classificam as normas
constitucionais em normas de aplicação (irregulamentáveis ou regulamentáveis) e de
integração (completáveis ou restringíveis). As de aplicação seriam aquelas aptas a produzirem
todos os seus efeitos, dispensando ou permitindo regulamentação. Já as de integração, Lenza
explica que seriam aquelas integradas pela legislação constitucional, ora completáveis (exigem
legislação integrativa para completa produção de efeitos), ora restringíveis (possibilidade de o
legislador infraconstitucional reduzir o comando constitucional).
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
O autor explica que, segundo Uadi Lâmmego Budi, são normas de eficácia exaurida e
aplicabilidade esgotada, as normas que já extinguiram a produção de efeitos. Logo, estão
esgotadas, uma vez que, cumpriram o encargo à qual foram propostas.
Lenza comenta que, segundo José Afonso da Silva, as normas definidoras de garantia e
direitos democráticos e individuais, possuem aplicação imediata. São normas dotadas de
elementos necessários à sua pronta incidência aos fatos que elas regulam. Além disso, citando
Maria Helena Diniz, reforça a existência de um gradualismo eficacial das normas
constitucionais, pois, essas possuem um grau de eficácia variável.