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CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES

CASAS RÚBIO MAIA COUTINHO

Autoria e edição:

Prof. Bel. Luiz G. Madruga Júnior

Profa. Daniela Santos Pontes

Equipe colaboradora:

Vereadora Exma. Sra. Cleonice Oliveira

Servidores do Poder Legislativo:

Ilma. Sra. Magna Maria Costa Souza Rodrigues

Ilmo. Sr. Natan Evangelista da Silva

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................. 3

I – HISTÓRIA DAS LEIS............................................................................ 4

1.2. CONSTITUIÇÃO E LEI....................................................................... 9

1.3.O PODER LEGISLATIVO NA ATUALIDADE..................................

1.4. A IMPORTÂNCIA DO PODER LEGISLATIVO


MUNICIPAL............................................................................................................. 10

II - ITAPOROROCA, SUAS ORIGENS.................................................... 16

EIS QUE SURGE O DIVISOR DE ÁGUAS............................................... 18

III - PIONEIROS DA CÂMARA................................................................. 27

IV- CÂMARA MUNICIPAL DE ITAPOROROCA: O PASSADO E O


PRESENTE DA CASA DE RÚBIO MAIA COUTINHO....................................... 33

V - RODRIGO SANTOS DE CARVALHO................................................. 35

VI – AÇÕES DA GESTÃO ATUAL (Acervo iconográfico)....................... 37

VII – BIBLIOGRAFIA................................................................................... 52

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Desde os tempos imemoriais que o homem busca viver em harmonia, para isso
chegou a criar regras, normas, leis que pudessem garantir a vivência em harmonia consigo
e com os seus semelhantes.

A busca dessa harmonia tão sonhada através das leis chega a ser tão sublime que
dela só podemos falar através da linguagem poética e por isso lembro que o poeta mineiro
o fez tão bem em seu poema:

Esse é tempo de partido,

tempo de homens partidos

Em vão percorremos volumes,

viajamos e nos colorimos.

A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.

Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.

As leis não bastam. Os lírios não nascem

da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se

na pedra.

Visito os fatos, não te encontro.

Onde te ocultas, precária síntese,

penhor de meu sono, luz

dormindo acesa na varanda?

Miúdas certezas de empréstimos, nenhum beijo

sobe ao ombro para contar-me

a cidade dos homens completos.

Calo-me, espero, decifro.

As coisas talvez melhorem.

São tão fortes as coisas!

Mas eu não sou as coisas e me revolto.

Tenho palavras em mim buscando canal,

são roucas e duras,


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irritadas, enérgicas,

comprimidas há tanto tempo,

perderam o sentido, apenas querem explodir.

II

Esse é tempo de divisas,

tempo de gente cortada.

De mãos viajando sem braços,

obscenos gestos avulsos.

***

Na frase destacada acima: “os lírios não nascem da lei”, podemos observar
claramente o desencanto do poeta pela justiça advinda da lei, por essa harmonia na
sociedade que para alguns denomina-se justiça, mas fazendo um parêntese podemos
reflexionar melhor ao nos debruçarmos sobre a História humana e constatarmos que se
os lírios não nascem da lei sem ela tampouco a sociedade sobreviveria em sua busca
constante por harmonia, por paz e justiça.

Mas como nasceram as leis? Como pensaram em um sistema de normas que


pudessem garantir a paz na sociedade? Quando esse fenômeno legal começou? Onde se
localizou precisamente?

História das Leis

No curso da história o regramento disciplinar do comportamento humano se


manteve sempre presente na vida em sociedade, e até mesmo antes do homem sair dos
arredores da caverna na busca de seu sustento e escolher seu chefe militar e temporário,
no sentido de tornar possível a convivência humana. No entanto, se expõe de maneira
diversificada, de acordo com o nível de desenvolvimento das sociedades, ao longo do
tempo, levando-se em conta os aspectos Políticos, Econômicos, Religiosos e Sociais.

Nesse contexto, teremos oportunidade de comentar, por primeiro, as diversas


manifestações de conduta nas sociedades antigas, sobretudo as primitivas, gregas e
romanas, marcadas por forte influência dos costumes, da religião e da moral.

O surgimento da escrita atendia a necessidade de melhor organizar a sociedade recém


criada. Por isso, logo se passou a registrar, na forma escrita, os códigos de lei.

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As leis foram criadas para organizar a sociedade, estabelecendo o que cada
indivíduo poderia ou não fazer. Eram as leis que determinavam o que era certo e o que
era errado. Mas é claro, obedecendo às determinações religiosas e culturais de cada povo.

Inicialmente as leis partiam de princípios religiosos e tinham por objetivo


legitimar (tornar legal, aceitável) a sociedade tal como ela era.

As primeiras leis eram severas e punitivas e não concediam nenhum direito às


pessoas, apenas deveres. Por isso, eram conhecidas como lei de talião ou lei do “olho-
por-olho e dente-por-dente”, isto é, a punição a um crime era muito parecido com o
próprio crime. Nesta época o senso de justiça era muito diferente de nossos dias.

O mais antigo código de leis conhecido foi o Código de Hamurabi, escrito na


Babilônia por volta do ano 1700 a.C. Nele, Hamurabi, rei da Babilônia, estabeleceu uma
série de definições que visavam não só manter a ordem, mas também homogeneizar a
cultura e o comportamento por todo o reino. Exemplo de punição prevista no código: “Se
um filho espanca seu pai, deve-se decepar as suas mãos” (Artigo 195).

Pouco mais de dois séculos depois, por volta do ano 1447 a.C., por intermédio de
Moisés, um profeta hebreu, nasceria um dos mais importantes códigos de leis já escrito:
Os Dez Mandamentos, influente até hoje na vida de bilhões de pessoas por todo o mundo.

A formação do costume, a partir de então, sujeitou-se ao processo de formação


das leis, que por seu turno permaneceu subjugada pela ideia de que somente as leis divinas
poderiam limitar ação do governante.

A história das leis está intimamente ligada ao desenvolvimento da civilização. A


lei do Egito Antigo, datada de 3000 a.C., continha um código civil que provavelmente foi
dividido em doze livros. Baseou-se no conceito de Ma'at, caracterizado pela tradição,
retórica, igualdade social e imparcialidade. Por volta do século XXII a.C., o regente
sumério Ur-Namu havia formulado o primeiro código da lei, que consistia em declarações
casuísticas ("se ... então ..."). Por volta de 1760 a.C., Hamurabi desenvolveu a lei
babilônica, codificando-a e inscrevendo-a em pedra. Hamurabi colocou várias cópias de
seu código de leis em todo o reino da Babilônia como estelas, para todo o público ver;
isto ficou conhecido como o Códice Hamurabi. A cópia mais intacta dessas estelas foi
descoberta no século XIX por assiriologistas britânicos e desde então totalmente
transliterada e traduzida para várias línguas, incluindo inglês, italiano, alemão e francês.

O Antigo Testamento remonta a 1280 a.C. e assume a forma de imperativos


morais como recomendações para uma boa sociedade. A pequena cidade-estado grega
Atenas, de cerca do século VIII a.C., foi a primeira sociedade a ser baseada na ampla
inclusão de seus cidadãos, excluindo as mulheres e os escravos. No entanto, Atenas não
tinha ciência legal ou uma palavra única para "lei", confiando em vez disso na distinção
de três vias entre a lei divina (thémis), decreto humano (nomos) e costume (díkē). No
entanto, as leis gregas antigas continham as principais inovações constitucionais no
desenvolvimento da democracia ateniense.

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A lei romana foi fortemente influenciada pela filosofia grega, mas suas regras
detalhadas foram desenvolvidas por juristas profissionais e eram altamente sofisticadas.
Ao longo dos séculos, entre a ascensão e o declínio do Império Romano, a lei foi adaptada
para lidar com as situações sociais em mudança e sofreu grandes codificações sob
Teodósio II e Justiniano I. Embora os códigos foram substituídos por costume e
jurisprudência durante o início da Idade Média, a lei romana foi redescoberta em torno
do século XI, quando estudiosos de direito medievais começaram a pesquisar códigos
romanos e adaptar seus conceitos à lei canônica, dando origem à jus commune. As
máximas legais em latim (chamadas Brocardo) foram compiladas para orientação. Na
Inglaterra medieval, os tribunais reais desenvolveram um corpo de precedentes que mais
tarde se tornaram a lei comum. Uma Law Merchant (Lei mercante) foi formada em toda
a Europa para que os comerciantes pudessem negociar com padrões comuns de prática,
em vez de com as muitas facetas fragmentadas das leis locais, sendo um precursor do
direito comercial moderno, enfatizava a liberdade de contratar e a alienabilidade da
propriedade. Assim que o nacionalismo cresceu nos séculos XVIII e XIX, a Law
Merchant foi incorporada à lei local dos países sob novos códigos civis. Os Códigos
Napoleônicos e Bürgerliches Gesetzbuch (Germânicos) se tornaram os mais influentes.
Em contraste com a lei comum inglesa, que consistia em enormes volumes de
jurisprudência, os códigos em livros pequenos são fáceis de exportar e fáceis de serem
aplicados pelos juízes. No entanto, hoje há sinais de que o direito civil e o direito comum
se convergem.

A história do direito brasileiro, até as duas primeiras décadas do século XIX,


confunde-se com a história do direito português. Após a Independência do Brasil, em
1822, começa-se a tratar do direito brasileiro propriamente dito.

“No Brasil dos primeiros tempos, dos anos 1500 e 1600, os portugueses
ocuparam o litoral da colônia e ficaram muito concentrados no litoral do nordeste. Eles
estavam muito interessados no comércio com a Índia e eles pensaram no Brasil como
uma espécie de ponto de parada na rota para as Índias. A primeira forma de governo no
Brasil Colônia foi o sistema de capitanias hereditárias. As capitanias em geral
fracassaram, com exceção de São Vicente e Pernambuco. Diante do fracasso, Portugal
estabeleceu um sistema centralizado de governo, que foi o Governo-Geral. Os três
primeiros governadores-gerais foram Tomé de Sousa, Duarte da Costa e Mem de Sá.
Quando os portugueses chegaram à conclusão de que era preciso dar um ganho
econômico ao Brasil, eles se concentraram principalmente na produção de açúcar,
plantando a cana-de-açúcar. Eles tinham uma vantagem com a plantação da cana-de-
açúcar porque já tinham a experiência na costa da África. Só que para tocar uma grande
fazenda de cana, eles necessitavam de braços. Então era necessário encontrar uma saída
para o problema da mão de obra e foi aí que os portugueses começaram a utilizar os
índios e a explorar o tráfico africano.” — Boris Fausto

O Brasil foi “descoberto” por Portugal no ano de 1500, mas ele foi explorado a
partir de 1532. Este período entre 1500 e 1532 foi denominado de pré-colonial, ou seja,
antes da colonização e da exploração por Portugal. Para racionalizar a exploração da

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colônia, Portugal implantou diversas legislações no Brasil, com o intuito de melhor
administrar a colônia e principalmente para estruturar a sua exploração. O direito no
Brasil, nesta época, foi imposto pela metrópole portuguesa, para resguardar o direito de
alguns, e a colônia era vista apenas como um território de exploração e não como uma
nação. E o direito no Brasil sofreu a mesma sorte desta cultura. As principais
características do direito colonial foram as leis de caráter geral e os Forais, que
centralizavam o poder nas mãos de Portugal e dos seus dirigentes no Brasil.

Em 1549, é instituído o governo geral, com a intenção de centralizar política e


administrativamente o Brasil. O primeiro governador foi Tomé de Sousa, que foi
financiado diretamente pelo Tesouro Real. Foi instituído também o cargo de ouvidor-
geral, que ocupou o primeiro lugar na hierarquia judiciária, pois os donatários tiveram
que dar apelo e agravo para o ouvidor-geral. De fato, houve a duplicação da estrutura
judicial, pois sobreviviam os poderes e competências das capitanias e câmaras ao lado
dessa nova justiça, desempenhada pelo ouvidor-geral. O controle efetivo do governador
geral não foi implantado de imediato, tendo decorrido algumas décadas para acontecer de
fato.

A justiça estruturada sem a participação do povo tem explicação histórica. Desde


as capitanias hereditárias e seu fracasso, vemos a metrópole portuguesa impondo as suas
regras do que é certo e do que não deve ser feito, numa luta de classes que perdura e que
menospreza o povo, ilegalizando as práticas dos nativos e forçando-os a adotar as práticas
que não pertenciam à sua cultura. E para garantir que as regras portuguesas fossem
seguidas, colocavam-se guardas e magistrados com um único propósito: controle social.

As ideias iluministas foram as principais causadoras do desenvolvimento na


Europa capitalista. Foi através dessas ideias de iluminação, de razão, que a população
passou a ter alguma força e, ao mesmo tempo, passou a ser bem mais controlada pelo
Estado, que agora estava maior e mais forte. Isso ocorreu também devido às ideias que
eram apresentadas pelos burgueses, que deram o primeiro passo para enriquecer o Estado.

Os pensadores iluministas provocaram faíscas em grande parte do mundo, pois


grande parte do mundo estava em desenvolvimento. Contextualizando as mudanças no
mundo e trazendo-as para o desenvolvimento do direito no Brasil, podemos ver que as
ideias dos iluministas também causaram algumas revoluções, como a mineira e a baiana,
que tiveram, entre as suas causas, os preceitos defendidos pelos iluministas. As ideias
iluministas chegaram ao Brasil no século XVIII, pois muitos brasileiros filhos de ricos da
época foram estudar nas faculdades Europeias e, na volta, acabaram trazendo consigo as
ideias que estavam sendo disseminadas na Europa. Ao retornarem ao país depois dos
estudos, estas pessoas começaram a divulgar os ideais defendidos pelos iluministas,
principalmente nos centros urbanos. Pode ser detectada uma grande influência do
iluminismo francês no processo da Inconfidência Mineira. Muitos inconfidentes
conheciam as propostas iluministas e as usaram como base para fundamentar a tentativa
de independência do Brasil.

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Cartas Forais

Documento jurídico que regulou a parceria econômica entre a Coroa e os


donatários. A Carta de Foral foi um documento real utilizado por Portugal em seu regime
colonial para estabelecer um Conselho e regular a sua administração, limites e privilégios.
O Foral era um Conselho livre de Portugal, que transferia o poder do governo a um
Conselho que tinha uma certa autonomia para resolver e julgar alguns conflitos. Os forais
só foram extintos em 1832, dez anos após a independência do Brasil.

O Tribunal de Relação da Bahia

O Tribunal de Relação da Bahia (TRBA), criado em 1587, foi uma iniciativa do


rei Felipe II, de Portugal e Espanha, países que, à época, formavam a União Ibérica. O
interesse do rei estava orientado para a diminuição dos poderes dos ouvidores. Foi o
primeiro tribunal do Brasil e da América. Entretanto, apesar de criado em 1587, foi
efetivamente instalado somente em 1609. Foi suprimido em 1626. Alguns autores dizem
que o tribunal foi restaurado em 1652, já outros mencionam o ano de 1654. Para além das
relações de poder perante os ouvidores, a instalação do Tribunal de Relação da Bahia
aconteceu também por fatores de ordem econômica, pois o Brasil era a mais importante
colônia portuguesa e a cidade de Salvador tinha o mais expressivo porto do mundo ao sul
do Equador.

Ruy Barbosa e a Constituição de 1891

A constituição brasileira de 1891 é também conhecida como "Constituição de Ruy


Barbosa" porque o jurista baiano, que admirava a Constituição dos Estados Unidos,
escreveu boa parte do texto desta Constituição. Tal foi a influência dos Estados Unidos
na Constituição de 1891 que, nela, o país se chamava "Estados Unidos do Brasil".

Divisão de poderes

Os poderes da União, conforme definidos na Constituição, são o Executivo, o


Legislativo e o Judiciário, que são independentes e harmoniosos entre si. O chefe do
Executivo é o Presidente da República, que é simultaneamente chefe de Estado e chefe
do governo e é eleito diretamente pelos cidadãos. O Legislativo é incorporado na forma
do Congresso Nacional e é composto por duas casas: a Câmara dos Deputados (câmara
baixa) e o Senado Federal (câmara alta), ambos constituídos por representantes eleitos
pelos cidadãos. Os poderes do Judiciário são do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais. Existem
também tribunais especializados para tratar de litígios eleitorais, trabalhistas e militares.

O Judiciário está organizado em poderes federal e estadual. Os municípios não


possuem sistemas de justiça próprios, devendo, portanto, recorrer aos sistemas de justiça

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estadual ou federal, dependendo da natureza do caso. O sistema judicial é composto por
vários tribunais. O ápice é o Supremo Tribunal Federal e é o guardião da Constituição.
Entre outras atribuições, tem competência exclusiva para: (i) declarar inconstitucionais
as leis federais ou estaduais; (ii) ordenar pedidos de extradição de Estados estrangeiros;
e (iii) decidir sobre os casos decididos em tribunais de única instância, em que a decisão
impugnada possa violar a Constituição.

O Superior Tribunal de Justiça é responsável por defender a legislação e os


tratados federais. Os cinco Tribunais Regionais Federais, têm competência constitucional
para decidir sobre os processos de recurso da decisão dos juízes federais, sendo também
responsáveis pelos processos de interesse nacional e pelos crimes previstos em pactos
internacionais, entre outras atribuições. A competência dos Juízes Federais inclui: ser
responsável por ouvir a maioria dos litígios em que uma das partes seja a União (Governo
Federal); decidir sobre ações judiciais entre Estado estrangeiro ou organismo
internacional e município ou pessoa residente no Brasil; e julgar casos com base em
tratados ou acordos internacionais da União contra um Estado estrangeiro ou organismo
internacional.

A justiça estadual no Brasil consiste em tribunais e juízes estaduais. Os Estados


do Brasil organizam seus próprios sistemas judiciários, com jurisdição judicial definida
na constituição de cada estado, observando que seu alcance legal é limitado por aqueles
que não dizem respeito ao ordenamento judicial federal. O processo legislativo começa,
em termos amplos, com um projeto de lei em uma das Casas do Congresso, seja na
Câmara dos Deputados ou no Senado Federal, assim chamada de Casa de Origem. Depois
de votado o projeto de lei, ele pode ser rejeitado ou encaminhado para a outra casa, que é
chamada de Casa Revisora. Lá, o projeto de lei pode ser rejeitado, aprovado ou alterado
para ser devolvido à Casa de Origem. Dependendo do objeto do projeto de lei, é
encaminhado para sanção presidencial ou veto, no todo ou em parte. Se o projeto for
vetado, os membros do Congresso Nacional do Brasil podem anular tal veto.

CONSTITUIÇÃO E LEI

Durante séculos, como colônia portuguesa, a legislação vigente no Brasil era a de


Portugal. Estudantes famosos da era colonial brasileira, entre eles muitos revolucionários,
formaram-se na importante Universidade de Coimbra, localizada em Portugal. Com a
Independência do Brasil e a ascensão do Império, foi necessário criar um Judiciário
independente e também dar a seus funcionários uma formação jurídica no país. Em 1827,
foram fundadas as primeiras faculdades de Direito do Brasil: as Academias de Direito e
Ciências Sociais de São Paulo e Olinda.

O direito brasileiro deriva em grande parte do direito civil português e está


relacionado com a tradição jurídica romano-germânica. Isso significa que o ordenamento
jurídico se baseia em estatutos, embora uma recente reforma constitucional (Emenda à
Constituição 45, aprovada em 2004) tenha introduzido um mecanismo semelhante ao

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stare decisis, denominado súmula vinculante. No entanto, de acordo com o artigo 103-A
da Constituição brasileira, apenas o Supremo Tribunal Federal pode publicar normas
vinculantes.

Nos tempos mais recentes, de acordo com a estrutura judiciária enquadrada na


Constituição brasileira, o poder judiciário é dividido entre o Poder Judiciário dos estados
e o Poder Judiciário Federal, e eles têm diferentes jurisdições. As prerrogativas e
atribuições dos juízes são as mesmas, as diferenças residindo apenas nas competências,
estrutura e composição dos Tribunais.

O PODER LEGISLATIVO NA ATUALIDADE

A Constituição de 1988 consagra a opção democrática feita pelo Brasil e enfatiza


aspectos definidores e garantidores da cidadania. Justamente por assim ser, ela reconhece
o importante papel a ser representado pelo Poder Legislativo no conjunto do Estado
brasileiro.

Quem exerce o Poder Legislativo é o Congresso Nacional, composto por Câmara


dos Deputados e Senado Federal. Enquanto a Câmara é formada por representantes do
povo, o Senado o é por representantes dos Estados e do Distrito Federal. Os Estados e o
Distrito Federal elegem um número de Deputados Federais proporcional à população. Já
o número de Senadores é fixo(três para cada Estado e o Distrito Federal), com o objetivo
de manter o equilíbrio da Federação.

Os Deputados são eleitos para cumprir um mandato de quatro anos. Cada Senador
é eleito com dois suplentes para um mandato de oito anos, sendo que há eleição de quatro
em quatro anos, ou seja, a renovação se dá, alternadamente, por um e dois terços.

São múltiplas as atribuições do Congresso Nacional. Ele delibera sobre muitos


assuntos, como orçamento (o que o País vai arrecadar e gastar a cada ano), impostos,
planos de desenvolvimento, composição das Forças Armadas, limites e divisões do
território nacional, telecomunicações e radiodifusão, criação ou extinção de Ministérios,
órgãos da administração pública e de cargos, entre outros.

Existem, ainda, determinadas competências que são exclusivas do Congresso


Nacional. Entre elas, citam-se as decisões finais sobre atos internacionais celebrados pelo
País, suspender atos do Poder Executivo, autorizar declaração de guerra e de paz, bem
como o Presidente e o Vice-Presidente se ausentarem do País por mais de quinze dias.
Também são privativas do Congresso a competência para convocar plebiscitos, julgar as
contas apresentadas pelo Presidente da República e, o que é decisivo para assegurar sua
própria existência, fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo.

Determinadas competências só podem ser exercidas pelo Senado Federal. Entre


as mais conhecidas, mencionam-se o direito de processar e julgar as mais altas
autoridades da República, a começar pelo Presidente da República; de aprovar nomes

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indicados para importantes cargos da administração federal, como os embaixadores e
Ministros do Supremo Tribunal Federal; além de decidir sobre operações financeiras,
inclusive contratação de empréstimos, em âmbito federal, estadual, distrital e municipal.

Em síntese, com a Nação vivendo em plenitude democrática, o Poder Legislativo


tem um campo amplo de atuação, que se subordina às funções básicas para as quais ele
existe: falar, fiscalizar e propor. A palavra é o grande instrumento de que dispõe o
Parlamentar para exercer seu mandato.

Por isso, ela é livre e não pode sofrer qualquer tipo de constrangimento. Fiscalizar
o Poder

Executivo é tarefa a que o Legislativo não pode se furtar, sob pena de perder sua
razão de ser. Por fim, ele recebe a delegação da representação popular para fazer as leis,
seja propondo, seja votando propostas vindas dos outros poderes e da própria sociedade.

O Poder Legislativo é a expressão personificada do Estado Democrático


Brasileiro. É, de fato, a consubstanciação do voto e da democracia representativa. E
obviamente, o Poder Legislativo Municipal é a linha de frente da representação dos
interesses da população em geral da determinada localidade.

A IMPORTÂNCIA DO PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL

A essência do Parlamento é o pluralismo político – princípio do Estado


democrático de direito previsto no inciso V do art. 1º da Constituição da República –,
porque a casa legislativa deve refletir precisamente a diversidade política e cultural que
compõe a sociedade, de forma que os diversos setores sociais se sintam ali representados.

Esse princípio desdobra-se no princípio da representação proporcional, que


estabelece a composição da Câmara dos Deputados, conforme o art. 46 da Constituição
da República. Ele se manifesta, ainda, na composição das Mesas da Câmara e do Senado
e de cada comissão, em que se deve assegurar, “tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos.” (art. 58, § 1º, da CR).

O Poder Legislativo deve reproduzir, tanto quanto possível, a diversidade de


interesses, valores e ideologias existentes na sociedade que ele representa. O Parlamento
não é, contudo, apenas o espelho da sociedade, porque ele, com suas ações e decisões,
ajuda a transformar esta sociedade, atuando na própria formação de sua identidade. A
formulação de políticas públicas no âmbito municipal – e o meio como se desenvolve este
processo de formulação – é fator decisivo para o desenvolvimento socioeconômico de
qualquer comunidade. Por vezes, muitos municípios – em ambos os Poderes – não
dispõem de agentes políticos e administrativos com qualificação e compreensão da
complexidade existente na formulação de políticas públicas, de forma que estas políticas
públicas possam seguir um adequado ciclo de vida com vistas a atingir com plenitude sua
finalidade precípua.

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A Constituição Federal de 1988, prima facie, delegou ao Poder Executivo (em
todas as esferas de governo) a formulação, a implementação, a execução, o
acompanhamento e a avaliação das políticas públicas. Contudo, os demais Poderes da
República – Legislativo e Judiciário – não foram totalmente alijados pela Carta
Constitucional desta mesma atribuição.

Vereador, segundo De Plácido e Silva (1993, p. 480) é “(...) a pessoa que é colocada para
vigiar, ou cuidar do bem e dos negócios do povo, ditando as normas necessárias a esse
objetivo”.

RIBEIRO (2017) amplia este entendimento, afirmando:

(...) o que faz o vereador? Enquanto agente político, ele faz parte do poder
legislativo, sendo eleito por meio de eleições diretas e, dessa forma, escolhido pela
população para ser seu representante. Esta noção de representante da sociedade está entre
as noções mais caras dentre suas funções, pois as demandas sociais, os interesses da
coletividade e dos grupos devem ser objeto de análise dos vereadores e de seus assessores
na elaboração de projetos de leis, os quais devem ser submetidos ao voto da assembleia
(câmara municipal). Dessa forma, são responsáveis pela elaboração, discussão e votação
de leis para a municipalidade, propondo-se benfeitorias, obras e serviços para o bem-estar
da vida da população em geral. Os vereadores, dentre outras funções, também são
responsáveis pela fiscalização das ações tomadas pelo poder executivo, isto é, pelo
prefeito, cabendo-lhes a responsabilidade de acompanhar a administração municipal,
principalmente no tocante ao cumprimento da lei e da boa aplicação e gestão do erário,
ou seja, do dinheiro público.

Sabemos que o vereador é o agente político mais acessível a qualquer cidadão: ele
pode ser nosso vizinho, amigo, parente, residir em nosso bairro ou em nossa comunidade
interiorana. O vereador pode ser um empresário, um professor, um profissional da saúde,
um agricultor. Enfim, o vereador é aquele que mais sujeito está às demandas e
necessidades sociais, dado que o Poder Legislativo – o parlamento – é composto, em
regra, pelas principais forças políticas de uma comunidade, possuindo estreitos laços de
vínculo para com esta mesma comunidade.

De outro norte, faz-se necessário compreender, neste trabalho, o significado ideal


do termo “políticas públicas”. Neste sentido, convém trazer à baila a lição de OLIVEIRA,
PIZZIO e FRANÇA (pág. 93):

Política pública é uma expressão que visa definir uma situação específica da
política. A melhor forma de compreendermos essa definição é partirmos do que cada
palavra, separadamente, significa. Política é uma palavra de origem grega, politikó, que
exprime a condição de participação da pessoa que é livre nas decisões sobre os rumos da
cidade, a pólis. Já a palavra pública é de origem latina, publica, e significa povo, do
povo.

Segundo SHIROMA et al (2007, p. 7), Aristóteles (384–322 a.C.), com sua obra
A Política, considerada o primeiro tratado sobre o tema, introduziu a discussão sobre a
natureza, funções e divisão do Estado e sobre as formas de governo. Ainda nesta
perspectiva, as autoras complementam (2007, p. 7), dizendo que:

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O conceito de política encadeou-se, assim, ao do poder do Estado – ou sociedade
política – em atuar, proibir, ordenar, planejar, legislar, intervir, com efeitos vinculadores
a um grupo social definido e ao exercício do domínio exclusivo sobre um território e da
defesa de suas fronteiras.

Neste compasso, indelével a seriedade com que deve se revestir o processo de


formulação de políticas públicas. Uma escolha equivocada; o uso de métodos avaliativos
mal definidos ou até mesmo inexistentes; o público-alvo ou os atores errados; a má
avaliação da situação pré-implementação da política pública; a falta de controle na
execução orçamentária e financeira da política; a inadequada ou a falta de planejamento
na arrecadação de recursos para a implementação da política. Enfim, são inúmeros os
fatores que poderão tornar ineficiente, inócua ou ineficaz qualquer política pública mal
formulada.

No âmbito de sua função legislativa, compete à Câmara de Vereadores apreciar


os principais instrumentos de planejamento de políticas públicas a serem executadas pelo
Poder Executivo Municipal: o Plano Plurianual (PPA); a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

O Plano Plurianual possui vigência pré-determinada de quatro anos, sendo nele


fixadas as diretrizes e metas da Administração Pública Municipal para as despesas de
capital e outras dela decorrentes e para os programas de duração continuada. É um plano
de discriminação das receitas e despesas, devendo estar em consonância com os planos e
programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição Federal. Nele serão
detalhados e discriminados todos os planos e programas a serem executados no âmbito
local nos quatro anos de vigência da respectiva lei.

Após o PPA, regra geral, vem a Lei de Diretrizes Orçamentárias, ou LDO, que
deverá estabelecer os parâmetros da Administração Municipal, incluindo em seu texto as
despesas de capital para o exercício subsequente; orientações à elaboração da lei
orçamentária anual e disporá sobre as alterações na legislação tributária local. Sua
duração é anual e é feita com base no PPA.

Para que ocorra a efetivação dos planos previsto no PPA e a observância das
orientações definidas na LDO, é elaborada uma Lei Orçamentária Anual. A Lei
Orçamentária Anual – LOA – compreende o orçamento fiscal referente aos Poderes
Municipais, aos seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta; o
orçamento de investimentos das empresas em que o Poder Público Municipal de forma
direta ou indireta, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e o orçamento
da seguridade social, incluindo as entidades e órgãos a ela vinculados, assim como dispõe
o artigo 165, §5°, da Constituição.

O projeto de LOA deve ser elaborado de acordo com as normas constitucionais


pertinentes, compatibilizando com o PPA; LDO; Lei de Responsabilidade Fiscal; Lei n°
4.320/64, assim como a Lei Orgânica do Município. A iniciativa para elaboração das leis
orçamentárias – PPA, LDO e LOA – é privativa do Chefe do Poder Executivo, devendo
ser enviado no prazo estipulado pela Lei Orgânica Municipal.

É obrigação da Câmara de Vereadores, ao apreciar os projetos de lei do Plano


Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual

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– LOA (e também todas as demais proposições, diga-se de passagem), observar o devido
processo legislativo traçado na Lei Orgânica do Município e no Regimento Interno do
Poder Legislativo. Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal considera que as regras
básicas acerca do processo legislativo previstas na Constituição Federal são modelos
obrigatórios a serem seguidos nas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais,
eis que imprescindíveis à constituição do Estado Democrático.

É de se destacar, contudo, que a obrigação de observância do devido processo


legislativo na apreciação do PPA, LDO e LOA pode – se bem trabalhada – transformar-
se em uma grande ferramenta complementar de planejamento do município.

Apesar da iniciativa das três propostas fundamentais de planejamento municipal


– PPA, LDO e LOA – ser exclusiva do Chefe do Poder Executivo Municipal – Prefeito,
a Câmara de Vereadores possui, enquanto poder autônomo e independente, relativa
competência para alterar as respectivas propostas, adequando seu conteúdo ao anseio da
sociedade local (que é o que se espera).

Qualquer alteração nos projetos de lei respectivos será promovida através de emendas,
que são, conceitualmente, proposições destinadas a modificar o texto do projeto original,
oferecidas no momento próprio por vereador, comissão ou pela Mesa Diretora, na forma
regimental. O poder de emenda está previsto na Constituição nos artigos 63 c/c 166, §§3°
e 4°, podendo a Lei Orgânica dispor sobre o poder de emenda da Câmara de Vereadores
nos moldes da Constituição, decorrente do exercício da atividade legiferante, intrínseca
ao Poder Legislativo.

Contudo, a Constituição impõe limites e restrições ao poder de emenda nas leis


orçamentárias pelo Legislativo. O Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI n° 973-
7/AP, destacou que:

“o poder de emendar – que não constitui derivação do poder de iniciar o processo de


formação das leis – qualifica-se como prerrogativa deferida aos parlamentares, que se
sujeitam, no entanto, quanto ao seu exercício, às restrições impostas, em ‘numerus
clausus’, pela Constituição Federal”. (...)Revela-se plenamente legítimo, desse modo, o
exercício do poder de emenda pelos parlamentares, mesmo quando se tratar de projetos
de lei sujeitos à reserva de iniciativa de outros órgãos e Poderes do Estado, incidindo, no
entanto, sobre essa prerrogativa parlamentar - que é inerente à atividade legislativa -, as
restrições decorrentes do próprio texto constitucional (CF, art. 63, I e II), bem assim
aquela fundada na exigência de que as emendas de iniciativa parlamentar sempre guardem
relação de pertinência com o objeto da proposição legislativa”

As emendas ao projeto de PPA que impliquem aumento de despesa são admissíveis


apenas caso atendam ao disposto no artigo 166, §3°, II ou se relacionem com as hipóteses
previstas no §4°. O artigo 166, §4° da Constituição prevê a possibilidade de emendas ao
projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, desde que compatíveis com o plano
plurianual.

Neste sentido, o §3°, do artigo citado prevê a possibilidade de emendas ao projeto da


Lei Orçamentária Anual, desde que, sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a
LDO, atendendo a necessidade de indicar recursos necessários, admitidos apenas os
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para

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pessoal e seus encargos; serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais ou
ainda, devendo ser relacionadas com a correção de erros ou omissões ou com os
dispositivos do texto do projeto de lei.

A reestimativa de receita pelo Legislativo só pode ser feita caso comprovado erro ou
omissão de ordem técnica ou legal, conforme dispõe o artigo 12, §1° da Lei de
Responsabilidade Fiscal. A alteração do projeto pelo Executivo é admitida através de
mensagens aditivas enquanto não estiver concluída a votação do projeto inicial.

As propostas de emendas aos projetos de Leis Orçamentárias serão apresentadas à


Comissão permanente da Câmara, aplicando as normas regimentais do processo
legislativo. Se rejeitadas pelo plenário da Câmara de Vereadores, serão arquivadas. Em
caso de aprovação, serão remetidas ao Executivo para sanção. O Chefe do executivo – o
prefeito – poderá vetar, no todo ou em parte, o projeto aprovado. O veto retornará à
Câmara de Vereadores, que poderá mantê-lo ou derrubá-lo.

Quanto mais um regime se afasta do ideal da democracia, tanto menos o Legislativo


tem poder de decisão quanto ao conteúdo do orçamento público. O orçamento atribui aos
representantes do povo - já que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
seus representantes – a aprovação da destinação dos recursos públicos. Todas as
Constituições hodiernas dos regimes democráticos mencionam a discussão e votação do
orçamento como atribuição dos parlamentares, cabendo a Câmara de Vereadores bem
desempenhar esta função, honrando o compromisso assumido pela delegação outorgada
pelo povo através do voto aos parlamentares eleitos.

O Brasil enfrenta desde muito tempo uma série de desafios e problemas no campo
das políticas públicas. Diante desse quadro, a contumaz ineficiência governamental –
em todas as esferas de governo – vem colocando em risco a consecução de políticas
públicas que visam atender direitos historicamente conquistados por todos os cidadãos.

A história brasileira indica a fragilidade das coalizões políticas permeadas no seio da


própria sociedade, fragilizando a imposição ou a implantação de sua própria agenda de
demandas. Tal situação amplifica ainda mais a problemática existente, colocando todos
os processos inerentes às políticas públicas nas mãos de burocratas ou da elite política do
país, dificultando a construção da cidadania e a participação política da sociedade no
processo de aprofundamento da democracia e de implantação das políticas públicas.

Em linhas gerais, a culpa pela baixa qualidade de grande parte das políticas públicas
aplicadas no país é atribuída única e exclusivamente aos membros do Poder Executivo e
seu corpo auxiliar. Todavia, é também papel do parlamento – em todas as esferas de
governo – participar do processo de formulação de políticas públicas, bem como
acompanhar a execução das respectivas políticas, buscando uma proatividade que hoje
ainda não é, infelizmente, característica da maioria das Câmaras de Vereadores
brasileiras.

É fato público e notório que nossos municípios – assim como nosso próprio estado e a
União – atravessam uma grave crise socioeconômica. Contudo, é neste momento que a
formulação de políticas públicas se reveste de grande importância, eis que a escassez de
recursos faz com que os formuladores de políticas públicas sejam obrigados a escolher as

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políticas prioritárias, eis que inexistem recursos para atender todas as demandas da
sociedade.

Por isso, é urgente a necessidade da união de esforços no âmbito de cada município,


abrangendo todos os atores que possuem papel preponderante na formulação de políticas
públicas, como forma de entrelaçar os conhecimentos teóricos e práticos existentes e
colocar no papel políticas públicas com capacidade de atingir sua finalidade precípua: o
bem estar da sociedade local. Desta forma, o Poder Público estará agindo e cumprindo a
delegação que o voto democrático e popular conferiu a cada agente político, respeitando
a vontade do ator principal de cada comunidade: o cidadão.

II - ITAPOROROCA, SUAS ORIGENS

Lenda, mito e sua História


“A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer.” Peter
Burke
Na maioria das vezes quando se pretende escamotear algo em História, ou quando
existe uma lacuna em um determinado período de tempo então recorremos às lendas.
Lenda é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos. De
caráter fantástico e/ou fictício, as lendas combinam fatos reais e históricos com fatos
irreais que são meramente produto da imaginação aventuresca humana.
Assim em Itapororoca há de se questionar a razão de São João Batista ser o
escolhido para patrono da cidade e dar-lhe o seu primeiro nome toponímico ‘São João de
Mamanguape’. Conta-nos a lenda: “Em meados do século XVIII, um homem conhecido
como João Batista fez uma viagem para o norte do país à procura de riquezas. Chegando
ao seu destino, foi aprisionado por índios da região. Se vendo à beira da morte, fez uma
promessa para seu santo de devoção (no caso, São João Batista): se fosse solto e
conseguisse voltar para sua terra natal, construiria uma capela e colocaria, nela, o nome
de São João Batista. Assim aconteceu: foi solto pelos nativos, conseguiu uma grande
quantidade de bens, voltou para sua terra mãe e construiu uma capela em homenagem a
São João Batista, daí o começo da história da cidade (Vila de São João, logo depois
Itapororoca). Até hoje, as homenagens ao glorioso São João Batista são visíveis em
Itapororoca. A partir da construção da Capela em meados do século XVIII, São João
Batista tornou-se o padroeiro do lugar.”
Não há nenhum documento escrito que contenha, mencione ou cite o nome desse
personagem da lenda. Observando o período histórico citado na lenda ‘século XVIII
(1701-1800)’, nos propusemos a pesquisar que o período não ofertava nenhum atrativo
que justifique a migração de nordestinos à região norte, uma vez que o Ciclo da Borracha
foi iniciado em meados do século XIX.
O ciclo da borracha foi um momento da história econômica e social do Brasil,
relacionado com a extração de látex da seringueira e comercialização da borracha. Teve
o seu centro na região amazônica, e proporcionou expansão da colonização, atração de
riqueza, transformações culturais, sociais, arquitetônicas, e grande impulso ao

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crescimento de Manaus e Belém, até hoje capitais e maiores centros de seus respectivos
estados, Amazonas e Pará; Além de muitas outras cidades da região como: Itacoatiara,
Marabá, Rio Branco, Eirunepé, Cruzeiro do Sul e Altamira. No mesmo período, foi criado
o Território Federal do Acre, atual Estado do Acre, cuja área foi adquirida da Bolívia, por
meio da compra no valor de 2(dois) milhões de libras esterlinas, em 1903. O ciclo da
borracha viveu seu auge entre 1879 e 1912, tendo depois experimentado uma sobrevida
entre 1942 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

No período mencionado pela lenda o Vale do Mamanguape encontrava-se povoado


ricamente pelo povo potiguara, portanto, seria bastante natural a convivência do
personagem lendário ‘João Batista’ com os indígenas, e não se explicaria o seu
aprisionamento pelos índios nativos da região norte.

O que sabemos pela narração oral da Sra. Maria José de Melo Arseno, mais conhecida
como D. Nini(In Memoriam), que o seu avô o Sr. Seraphim Rocha de Carvalho, brasileiro,
filho de portugueses, teria migrado a contragosto do Vale do Mamanguape para o Brejo
paraibano, se fixado entre Bananeiras e Caiçara, para trabalhar como intendente entre os
anos 1910 e 1925 na Great Western Railway Company que instalou sua malha ferroviária
no interior da Paraíba, o ramal de Bananeiras foi um ramal ferroviário de ligação que unia
seis estações ferroviárias do brejo paraibano, especialmente as estações de Bananeiras à
Estação de Guarabira, teve seu primeiro trecho entregue em 1910 e chegou em Bananeiras
somente em 1925. Seus 35 quilômetros foram entregues em 15 anos, embora o ramal
deve-se avançar mais 35-40 km para atingir Picuhy,(Picuí), ele jamais avançou. Tendo o
Sr. Seraphim adoecido gravemente fez, como de costume aos católicos da época, uma
promessa ao seu santo de devoção, que se curado, retornaria para o Vale do Mamanguape
e nele ergueria uma capela em sua homenagem. Tempos depois aconteceu a sua cura e
tendo descido do Brejo para Mamanguape, resolveu se fixar com a permissão da
Arquidiocese da Paraíba em terras doadas à Igreja, antigas terras de sesmarias, nela se
fixando ergueu uma capela conforme prometido as margens de uma picada de
mula(estradas estreitas abertas em matas por onde passavam tropas de mulas), por onde
andavam os tropeiros que comercializavam entre Mamanguape e a cidade de Guarabira.

Resta-nos diante dessa estória mais plausível alguns questionamentos, como por
exemplo, seria a lenda formulada para obnubilar a verdadeira história biográfica do Sr.
Seraphim Rocha de Carvalho? Ou seria a lenda criada pelo próprio Sr. Seraphim? Haja
vista a presença nas duas narrativas do fato da promessa ao santo, em virtude, do alcance
de um milagre, na primeira versão(mítica) a libertação do cativeiro indígena e na segunda
versão a cura de uma enfermidade(biográfica).

Durante o século XIX, quando tropeiros (conjunto de homens que transportavam gado
e mercadorias no Brasil) fizeram integrar o litoral às regiões mais longínquas da Paraíba,
abrindo e descobrindo novos caminhos.

Nas rotas tropeiras foram estabelecidos pousos para descanso e troca de montarias,
além de pernoite para os viajantes, que, com o tempo, se transformaram em núcleos de
várias cidades, a exemplo do nosso atual município, que originou um pequeno povoado
local, originando a Vila São João, distrito anexado ao município de Mamanguape, datado
de 1908.

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Os tropeiros que faziam pouso na então Vila São João, costumavam caminhar várias
horas por dia, percorrendo léguas de distância das cidades em direção aos lugares mais
distantes do nosso Estado. O transporte de mercadorias, visto como algo marginal, era
realizado pelos homens livres, pobres, que o desempenharam por ser uma forma de
garantir sua subsistência.

As dificuldades apresentadas durante os trajetos, somando-se à necessidade de paradas


para descanso dos animais e dos próprios condutores, obrigaram que se estabelecessem
ranchos para abrigo da tropa ao final de cada dia de jornada, cuja distância percorrida
variava entre 25 a 40 quilômetros. Esses ranchos, em muitos casos, eram construídos
pelos fazendeiros para que os tropeiros que transportavam seus produtos pudessem
descansar e seguir viagem na madrugada seguinte.

Depois de estabelecidos os ranchos, os fazendeiros não tardavam em erguer uma


capela, símbolo de sua devoção, em seguida instalava-se uma pequena venda para suprir
as necessidades básicas dos tropeiros e viajantes em geral que por ali trafegassem. Depois,
algumas famílias fixavam moradia no entorno e estava dado o ponto de partida para o
estabelecimento de mais uma vila no interior do Brasil. Existem indícios de que o Sr.
Seraphim Rocha de Carvalho tenha sido um dos primeiros povoadores do lugar.

LIMA, Maria da Vitória Barbosa. Liberdade interditada, liberdade reavida: escravos e


libertos na Paraíba escravista (século XIX) / Maria da Vitória Barbosa Lima. Recife, 2010

EIS QUE SURGE O DIVISOR DE ÁGUAS

Os tropeiros serviram de elemento integrador. Por onde passavam, eram festeiros,


tocadores de viola e sanfona, emissários oficiais, transmissores de notícias, recados e
receitas. No Vale do Mamanguape foram fundamentais no momento de intensificação da
cultura e desenvolveram uma cultura própria que chega até os nossos dias por meio da
literatura oral, da culinária, da música, da religiosidade e no estilo de vida.

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Segundo depoimentos de antigos moradores do nosso município, atualmente ainda
existiram até a década de 1970, remanescentes da secular atividade tropeira na região,
principalmente nas áreas rurais.

Os lotes de terras que se tornaram povoados eram vestígios das sesmarias advindas das
capitanias hereditárias, na época pertencentes a Arquidiocese da Parahyba que concedeu
arrendamento aos fazendeiros locais, entre eles o Sr, Paulo Rodrigues de Mello. Com o
povoamento da região do Vale do Mamanguape, algumas famílias começaram a se
estabelecer em propriedades localizadas onde hoje está situado o município de
Itapororoca, e naquelas propriedades deu-se início a construção dos engenhos de açúcar,
o qual abrangia a casa-grande, a capela e o próprio engenho, e no seu entorno, deu-se
início a construção das primeiras casas residenciais na área rural, área que anos mais tarde
viria a ser nosso município. Com o passar de alguns anos, comerciantes resolveram
estabelecer suas moradas na região, que apresentava terras férteis e outras condições para
o surgimento de uma vila. Em 1929, foi instalada a primeira padaria pelo Sr. Smith, um
alemão, também comerciante, que aproveitou a instalação da CIA de Tecidos em Rio
Tinto(grupo empresarial da família sueca Lundgren). Uma bulandeira, primitiva máquina
de beneficiar algodão, foi instalada na região por Pedro Gervásio e seu filho, Francisco
Antônio Cleto. Daí começaram os sonhos para o surgimento de uma cidade. Paulo
Serafim que instalou uma beneficiadora de agave e constituiu família na Vila de S. João
de Mamanguape.

Nesse mesmo período irmãos Fernandes de Lima despontam no Vale do Mamanguape


como empreendedores e empresários.

Percebendo sua vocação para a vida pública resolvem por ela se aventurar.

Os irmãos Fernandes de Lima: José, Manoel, Gustavo, João e Carlos oriundos da


zona rural de Mamanguape, após o seu progenitor ter alçado voos mais altos como
agropecuarista e também comerciante. Começaram seus estudos na cidade de
Mamanguape. Foram alunos da professora Umbelina Garcez. E de lá migraram para o
tradicional Colégio Marista Pio X. Atravessando as décadas de 1920 -1930. Em 1940,
junto com seus irmãos Gustavo, João e Carlos, Manoel Fernandes de Lima fundou a Usina
Monte Alegre S/A, que se localiza no município de Mamanguape.

José Fernandes de Lima exerceu o magistério como professor da cadeira de História


da Agricultura, Indústria e Comércio, na Escola Academia de Comércio Epitácio Pessoa,
localizada na rua das Trincheiras na capital do Estado, durante o ano de os anos 1939 ae
1940. Filiou-se ao grupo capitaneado por José Américo de Almeida, ao grande PSD,
Prefeito de Mamanguape Nosnos Períodos de: 1º Mandato - 24 de agosto de 1940 até 6
de novembro de 1945; 2º- Mandato de 1 de março de 1946 até 6 de março de 1947; 3º-
Mandato de 1 de novembro de 1947 até 15 de novembro de 1947. Tendo então tomado
as rédeas da política do Vale, quebrando o podera hegemonia do Sr. Zé d’Avila, indicou
o seu irmão Manoel Fernandes de Lima para o cargo de prefeito de Mamanguape.

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Manoel Fernandes de Lima foi um usineiro, empresário e político. paraibano. Foi
acionista do Banco Nacional do Norte (Banorte), proprietário e diretor-presidente da
Usina Monte Alegre e prefeito de Mamanguape duas vezes. Filho do fazendeiro Antônio
Fernandes Sobrinho e de Maria Caetano Fernandes de Lima. Foi irmão do deputado
estadual e governador da Paraíba José Fernandes de Lima e do deputado estadual,
deputado federal e governador João Fernandes de Lima, pai do prefeito de Mamanguape
Gustavo Fernandes de Lima Sobrinho e avô do deputado estadual Ariano Fernandes.
Casou com Guilhermina de Novaes Fernandes, conhecida como dona Dadá, teve cinco
filhos: Gustavo, Guilherme, Maria Elizabeth, Maria Vanise e Maria Célia. Fundou em
1940 ao lado de seus irmãos, a Usina Monte Alegre SA. localizada às margens da BR-
101, na entrada do município de Mamanguape.

Quando prefeito criou diversos bairros da cidade de Mamanguape, já que doou


terrenos de sua propriedade para distribuição à população. Além disso, por falta de
orçamento na prefeitura, pagou diversas vezes os servidores da prefeitura com dinheiro
próprio.

Com o apoio incondicional do Cônego Antônio Augusto Pereira de Souza, na pequena


vila de S. João de Mamanguape(futura Itapororoca), reuniu as famílias do Tenente Paulo
Rodrigues de Mello(Antiga patente da guarda nacional -A Guarda Nacional foi uma força
militar organizada no Brasil em agosto de 1831, durante o período regencial, e
desmobilizada em setembro de 1922), e a família Madruga(irmãos comerciantes e
agropecuaristas Epitácio Américo Madruga e José Geraldo Madruga), mantendo a
hegemonia do PSD por duas décadas.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito de Itapororoca, figura no


município de Mamanguape. Havendo já uma certa dúvida sobre o nome do local. Mas
por influência do intelectual Prefeito de Mamanguape Dr. José Fernandes de Lima, para
uniformizar o local aos demais municípios presentes no Vale do Mamanguape(p. ex.:
Jacaraú, Mamanguape, Cuité e Mataraca – nomes de origem Potiguar), convencionou-se
chamar de Itapororoca, vem do tupi-guarani e sua tradução corresponde a (Ita= pedra e
Pororoca= som produzido pelo encontro das águas com as pedras), jamais significando
estouro como em alhures foi mencionado, pois os indígenas que habitavam a região não
poderiam saber que as rochas magmáticas presentes na mata da Nascença seriam de
origem vulcânica, uma vez que desconheciam a geologia(o tectonismo e o vulcanismo).

Em torno do rancho de tropas, situado na atual cidade Itapororoca, foi erguida uma
capela em louvor a São João Batista, onde o Pároco João Medeiros e depois o Cônego
Antônio Augusto Pereira de Souza celebravam o Culto Divino(Missa) e outras cerimônias
religiosas, acolhidos na casa de D. Fifinha(Josefa Jorge de Carvalho) e posteriormente na
casa do Sr. Epitácio Américo Madruga. E em torno dela, deu-se início o povoado.

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Capela de São João Batista- erguida em aproximadamente 1908 e derrubada na gestão
do prefeito José Félix de Brito 1965.
O deslocamento da população local, a qual residia em sua grande maioria em áreas
rurais, para as cidades próximas (Mamanguape, Guarabira, Pirpirituba e Bananeiras),
devido as dificuldades de condução, pois o transporte era feito através de mulas, a pé, em
carroças e raramente em automóveis, daí o papel relevante dos mercadores ambulantes.
As tropas que levavam os produtos rurais para serem vendidos, também eram
responsáveis por trazer ao interior os bens de consumo que vinham da capital, já caídos
no gosto popular, como tecidos, ferramentas, entre outros.
Após o surgimento da Vila iniciou-se a feira-livre que hoje é uma das maiores da
região, local esse que os moradores da localidade vinham fazer suas compras, pois o
comércio organizado mais próximo, ficava nas cidades vizinhas de Mamanguape, Sapé e
Guarabira, às quais tinhas suas estradas de difícil acesso, e poucos moradores possuíam
meios de se deslocarem até as mesmas, devido a falta de transportes.
Conforme ilustra o documento exposto na página seguinte o município de Itapororoca
foi criado/emancipado em 28 de dezembro de 1961:

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A criação de municípios, elevando territórios distritais à condição de unidades locais
de governo, se constitui como uma prática política recorrente na história republicana,
sendo os anos de 1950 e 1960 aqueles em que essa iniciativa é mais destacável. Nesse
período, a Paraíba apresenta a mais expressiva fragmentação municipal dentre todos os
estados do país. Este texto analisa essa fragmentação, com foco nas forças políticas que
ocuparam os postos de poder constituídos com a criação de suas municipalidades.
Investigamos os municípios cujos primeiros prefeitos haviam atuado nas prefeituras dos
municípios de origem.
A criação de municípios é um dado inerente à dinâmica territorial brasileira, sendo
uma prática continuadamente presente na configuração do nosso território. Tocante a essa
configuração, ao investigarmos os limites internos do país, verificamos que a intensidade
dos processos de compartimentação municipal, a resultar na formação de
municipalidades, se apresenta de modo bastante variável no decorrer da história.
Nas décadas de 1950 e 1960, essa intensidade foi mais expressiva, notadamente na
Paraíba. Isso porque o estado mais que quadruplicou o número de municípios, saindo
esses de 41 para 171 unidades – um crescimento bem acima das médias nacional e
regional, em que se duplicou a malha municipal.
Nesse curso, os prefeitos se constituem como importantes atores da cena
compartimentadora, compondo a elite política local. A seu modo, fomentaram as
emancipações, que foram efetivadas por intermédio de projetos de lei aprovados na
Assembleia Legislativa (ALPB) e sancionados pelo governo estadual. Dessa forma, esses
outros atores igualmente são compostos no campo da elite política que viabilizou as
emancipações, sendo inscritos na esfera estadual.
Juntas, essas elites participaram dos dividendos eleitorais produzidos pela iniciativa
emancipadora: com esta, o território distrital emancipado realizou-se como norma, à
medida que foi regulado como unidade de governo, realizando-se também como recurso,
uma vez que, por seu conteúdo institucional, serviu à reprodução política de espaços de
poder. Com efeito, enfatizamos a esfera local, relativa aos municípios então recortados
para a pesquisa.

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Ao centro o Prefeito Rúbio Maia Coutinho e o seu vice-prefeito José Félix de Brito

Municípios “caçulas”, territórios de poder

Com uma matéria remissiva à posse do prefeito de Prata, que deixará de ser distrito de
Monteiro, na edição de 6 de janeiro de 1959, o jornal Correio da Paraíba traz o seguinte
registro:

Por volta da 12:30 horas, uma salva de 21 tiros, às portas da cidade, anunciava a
chegada da comitiva que acompanhava o Prefeito do município caçula, composta pelo
representante do Chefe do Executivo [...] e outras autoridades. Sob os aplausos da
multidão, foi o Prefeito conduzido até as dependências provisórias da [nova] Prefeitura
(EMPOSSADO..., 1959).

Tomamos esse registro de empréstimo porque, conforme imaginamos, nas décadas de


1950 e 1960, muitas outras salvas de tiros devem ter sido ouvidas em todos os recantos
da Paraíba. Isso porque, nesse período, o estado abrigou a formação de 130 municípios,

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certamente instalados ao modo daqueles aplausos. Em específico, nos anos de 1959 e
1961 houve a criação de 84 dessas localidades. Uma após outra, todas ocuparam a
condição de nova unidade política “caçula”, diante dos tantos “filhos” incorporados ao
mapa estadual.
A despeito de fugir ao escopo direto deste texto, vale ressaltar que aqueles anos têm
relação com as eleições estaduais de 1960, a partir das quais Pedro Gondim, que, no pleito
de 1956, fora sagrado vice-governador, foi eleito governador do estado. Ao sancionar a
emancipação daquelas 84 localidades, seguiu uma agenda que recebeu amplo apoio
popular.
Articulado por lideranças locais (Rúbio Maia Coutinho) e posto como uma vontade
manifesta das pessoas do lugar, o intuito emancipacionista foi movido pela denúncia de
que pesava sobre os moradores distritais o abandono do seu distrito, uma vez que este não
recebia da sede o suporte de serviços por eles demandado.

PREFEITO RÚBIO MAIA COUTINHO

III - PIONEIROS DA CÂMARA

Retirando os municípios de capitais e os que tinham mais de 100 mil habitantes,


determinava a Constituição de 1967, em sua versão original, gratuidade no exercício da
vereança.

Ao estabelecer que, conforme limites e critérios de lei municipal, teriam os


Vereadores direito à remuneração, a Emenda Constitucional nº 4, de 1975, na prática,
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rompe com a falta de retribuição pecuniária para todo e qualquer Vereador. A lei
complementar nº 25, de 2 de julho de 1975 estabeleceu critério e limites para a fixação
da remuneração de Vereadores. Isso significa que em três legislaturas seguidas os
vereadores serviram a população de forma gratuita e voluntária, embora eleitos.

Primeira legislatura:

07/10/1962 – 07/10/1965

Vereadores: 1. José Rodrigues de Carvalho; 2. Edgar Correia dos Santos; 3. João


Bento de Oliveira; Manuel Freire; 4. José Correia dos Santos; 5. Francisco Dionizio da
Silva; 6. Natalino Felipe Sobrinho.

Presidente da Câmara:

1º Presidente: Manoel Freire(1963-1964).

2º Presidente: Natalino Felipe Sobrinho(1965-1966)

Segunda Legislatura: 1966-1969

Vereadores: 1. Aluízio Correia dos Santos; 2. João Sabino da Costa; 3. Dídima


Barbosa Lopes da Silva; 4. Nilo Luiz da Silva; 5. José Adamastor Madruga; 6. José
Francisco da Silva; 7. Sebastião Coelho da Silva.

Presidente da Câmara:

3º Presidente: Aluízio Correia dos Santos (1966-1969).

Terceira Legislatura: 1969-1972

Vereadores: 1. Severino Ferreira da Silva; 2. José Correia dos Santos; 3. Justo


Lino Ferreira; 4. José Nazareno de Azevedo; 5. Antônio Costa de Souza; 6. Antônio
Lopes da Silva; 7. Danizete Rodrigues Maciel.

4º Presidente: Justo Lino Ferreira(1970-1971);

5º Presidente: José Nazareno de Azevedo(1972)

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Quarta Legislatura: 1973-1976

Vereadores: 1. José Nazareno de Azevedo; 2. Rafael Marinho de Souza; 3.


Antônio Costa de Souza; 4. José Góes da Silva; 5. José Correia dos Santos( José
“Joaquim”); 6. Severino Caetano de Figueiredo; 7. João Alexandrino de Souza.

6º Presidente: Rafael Marinho de Souza(1973-1974);

7º Presidente: Antônio Costa de Souza(1975-1976)

Quinta Legislatura: 1977-1982

Vereadores: 1. José Correia dos Santos; 2. João Alexandrino de Souza; 3. José


Correia dos Santos(José “Joaquim”); 4. Aluízio Américo Madruga; 5. José Eleutério
Braga; 6. Urbano Farias da Cunha; 7. Severino Ferreira da Silva.

8º Presidente: José Correia dos Santos(1977-1978);

9º Presidente: João Alexandrino de Souza(1979-1982).

Sexta Legislatura: 1983-1988

Vereadores: 1. José Correia dos Santos(José “Joaquim”); 2. José Correia dos


Santos; 3. Severino Ferreira da Silva; 4. João Alexandrino de Souza; 5. Umberto
Fernandes de Souza; 6. Antônio Avanildo de Souza; 7. José Claudino Sobrinho.

10º Presidente: José Correia dos Santos(1983-1984);

11º Presidente: Severino Ferreira da Silva(1985-1986);

12º Presidente: João Alexandrino de Souza(1987-1988).

Oitava Legislatura: 1989-1992

Vereadores: 1. Laerço Lopes da Silva; 2. Reinaldo Bustorff. F. Quintão; 3. José


Batista dos Santos; 4. Antônio Sebastião de Araújo; 5. Severino Ferreira da Silva; 6. João
Sabino de Souza; 7. Umberto Fernandes de Souza; 8. Manoel Joaquim da Silva; 9.
Severino José dos Santos.

13º Presidente: Laerço Lopes da Silva(1989-1990);

14º Presidente: Reinaldo Bustorff. F. Quintão(1991);

15º Presidente: João Sabino de Souza (1992).

29
Nona Legislatura: 1993-1996

Vereadores: 1. José de Assis Souza de Brito; 2. Umberto Fernandes de Souza; 3.


Manoel Joaquim da Silva; 4. José Batista dos Santos; 5. Jorge Luiz de Oliveira; 6.
Severino José dos Santos; 7. Milton Cartaxo Filho; 8. Braúlio Cavalcante de Melo; 9.
Ednaldo Fernandes Madruga; 10. Joselma Maria da Silva; 11. Everaldo Fernandes de
Souza; 12. José Pontes; 13. João Sabino de Souza.

16º Presidente: Umberto Fernandes de Souza (1993);

17º Presidente: Manoel Joaquim da Silva(1994);

18º Presidente: José Batista dos Santos(1995);

19º Presidente: Jorge Luiz de Oliveira(1996)

Décima Legislatura: 1997-2000

Vereadores: 1. José Pontes; 2. Riseuda Vieira Nunes; 3. Francisco Augusto de


Meireles; 4. Elissandra Maria da Conceição Brito; 5. Severino José dos Santos; 6. Manoel
Joaquim da Silva; 7. Jorge Luiz de Oliveira; 8. Bráulio Cavalcante de Melo; 9. Jorge
Souza da Silva.

20º Presidente: José Pontes(1997);

21º Presidente: Riseuda Vieira Nunes(1998);º

22º Presidente: Francisco Augusto de Meireles(1999);

23º Presidente: Elissandra Maria da Conceição Brito(2000).

Décima Primeira Legislatura: 2001-2004

Vereadores: 1. Elissandra Maria da Conceição Brito; 2. José Maximino de O.


Filho; 3. Francisco Augusto de Meireles; 4. José Pontes; 5. Rosineide Costa da Silva; 6.
Carmem Caeli Lopes Cavalcante; 7. Josilda Lopes Silva de Brito; 8. João da Silva
Bezerril; 9. Manoel Joaquim da Silva.

24ª Presidente: Elissandra Maria da Conceição Brito(2001-2002);

25º Presidente: José Maximino de O. Filho (2003-2004).

30
Décima Segunda Legislatura: 2005-2008

Vereadores: 1. Josinaldo Rodrigues de Oliveira; 2. Neuza Fernandes Madruga de


França; 3. Luciana Silva de Souza; 4. Josilda Lopes Silva de Brito; 5. José Nazareno de
Azevedo; 6. Paulo Fernandes de Queiroz; 7. Francisco Augusto de Meireles; 8. Erilson
Claúdio Rodrigues; 9. Elissandra Maria da Conceição Brito.

26ª Presidente: Josilda Lopes Silva de Brito(2005-2008)

Décima Terceira Legislatura: 2009-2012

Vereadores: 1. Francisco Augusto de Meireles; 2. Erilson Cláudio Rodrigues; 3.


José Carlos Rodrigues de Oliveira; 4. Paulo Fernandes de Queiroz; 5. Neuza Fernandes
Madruga de França; 6. Riseuda Vieira Nunes; 7. Elinaldo Ferreira da Silva; 8. José
Nazareno de Azevedo; 9. José Pontes.

27º Presidente: Erilson Cláudio Rodrigues(2009-2010);

28º Presidente: José Carlos Rodrigues de Oliveira(2010);

29º Presidente: Paulo Fernandes de Queiroz (2011);

30º Presidente: Neuza Fernandes Madruga de França(2012).

Décima Quarta Legislatura: 2013-2016

Vereadores: 1. Paulo Fernandes Queiroz; 2. Elissandra Maria da Conceição de


Brito; 3. Neuza Fernandes Madruga de França; 4. José Carlos Rodrigues de Oliveira; 5.
José Nazareno de Azevedo; 6. José Pontes; 7. Walison Dionísio da Silva; 8. Romildo
Ribeiro da Silva; 9. Rodrigo Santos de Carvalho.

31º Presidente: Elissandra Maria da Conceição de Brito(2013-2014)

Décima Quinta Legislatura: 2017-2020

Vereadores: 1. Neuza Fernandes Madruga de França; 2. Val de Curralinho; 3.


Maria do Socorro; 4. Altamir Meireles; 5. Riseuda Vieira Nunes; 6. Rodrigo Santos de
Carvalho; 7. Jailson Fernandes; 8. Josete Rodrigues 9. Josilda Lopes da Silva Brito; 10.
Francisco Augusto Meireles; 11. Walison Dionísio.

32º Presidente: Jailson Fernandes(2017-2020)

31
LEGISLATURA ATUAL

Décima Sexta Legislatura: 2021 - 2024

Vereadores: 1. Rodrigo Santos de Carvalho; 2. Neuza Fernandes Madruga de


França; 3. Walison Dionísio da Silva; 4. José Pontes; 5. Riseuda Vieira Nunes; 6.
Cleonice Oliveira; 7. Maria do Socorro; 8. Tony Victor; 9. Altamir Meireles; 10. Skallyte
Ohara Rodrigues; 11. Jailson Fernandes.

32º Presidente: Rodrigo Santos de Carvalho(2021-2022)

O QUE É A LEI ORGÂNICA DE UM MUNICÍPIO?


Por se tratar de uma lei, ou seja, uma norma jurídica, devamos buscar o
fundamento da lei orgânica na mais importante de todas elas: a Constituição da República
Federativa do Brasil.

Em seu artigo 29, a Constituição Federal estabelece que “o município reger-se-á


por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado”. Esse
trecho destaca os requisitos formais para a aprovação da lei orgânica, bem como os
requisitos da lei que buscar modificá-la.

Em 04 de Abril de 1990 foi promulgada a Lei Orgânica do Município de


Itapororoca(contando com 202 artigos), na oitava legislatura sob a presidência do saudoso
vereador Laerço Lopes da Silva, como demonstra o preâmbulo abaixo transcrito:

32
IV- CÂMARA MUNICIPAL DE ITAPOROROCA: O PASSADO E O PRESENTE
DA CASA DE RÚBIO MAIA COUTINHO

Colaboradores:

Magna Maria Costa Souza Rodrigues;

Natan Evangelista da Silva. 1

A Câmara Municipal possui relevante importância para o funcionamento de um


município, e evidentemente para o seu desenvolvimento econômico e social. Sendo
assim, citamos como grandes funções do exercício dessa importância a elaboração de leis,
bem como também a fiscalização que igualmente consiste como atribuição do vereador
objetivando o controle econômico e administrativo da gestão local e o controle
administrativo interno da Câmara Municipal: seu quadro de pessoal, serviços auxiliares,
estrutura de funcionamento e principalmente no que se refere ao Regimento Interno.

Com a elevação do então distrito de Itapororoca à categoria de município através


da lei n° 2.701, de 28 de dezembro de 1961, sancionada pelo governador do Estado da
Paraíba (à época) Pedro Moreno Gondim, foi também criada a Câmara Municipal de
Itapororoca, concomitantemente com o “Subcomissariado” de Polícia e o Cartório de
Registro Civil das Pessoas Naturais, através de abertura de crédito especial no valor de
Cr$ 500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros), como consta na referida lei. Dada a criação
da Câmara, o município passa a contar com o trabalho dos vereadores na legislação,
fiscalização e administração, que de maneira tão exitosa contribuiu e continua
contribuindo no desenvolvimento do município de Itapororoca.

Com a morte de Rúbio Maia Coutinho, os vereadores da Câmara Municipal de


Itapororoca, aprovaram por unanimidade o decreto que o determinava como patrono da
casa, passando então a possuir a nomenclatura de: “Casa de Rúbio Maia Coutinho”, uma
homenagem ao vereador representante do extinto distrito de Itapororoca em Mamanguape
e primeiro prefeito do município, não obstante a esses fatos históricos, mas sobretudo por
sua coragem, interesse e tantas contribuições para o desenvolvimento do nosso município.

1
Magna Maria Costa de Souza Rodrigues é servidora efetiva da Câmara Municipal de Itapororoca no
cargo de Auxiliar Administrativo e do Controle Interno. Possui formação de Bacharel em Direito pela
Universidade Estadual da Paraíba – UEPB (2005), Licenciada em História pela Universidade Estadual Vale
do Acaraú (2016) e é pós-graduada em História do Brasil/Paraíba pelo Instituto de Educação Superior da
Paraíba – IESP (2018).
Natan Evangelista da Silva é servidor comissionado da Câmara Municipal de Itapororoca no cargo de
Assessor de Mesa Diretora. Possui formação técnica em Manutenção e Suporte de Informática (ECIT),
graduando em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), graduando em
Filosofia pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER), pesquisador de literatura brasileira e
estudos clássicos greco-romanos.

33
No decorrer dos anos, com o aumento da população, foi aumentando o número de
vereadores para atuarem na Casa de Rúbio Maia Coutinho, bem como também as
responsabilidades em suas atribuições e dos servidores da Câmara, que passaram cada
vez mais a receberem apelos e requerimentos dos munícipes que em muitas ocasiões vão
até a casa legislativa para reivindicar os seus direitos.

A Câmara possui um arquivo com muitos documentos importantes da história do


município: leis, decretos, resoluções, registros históricos, atas de sessões, grande acervo
de fotos e gravações, diário oficial, orçamento municipal, registros orçamentários das
gestões municipais etc. Cumpre salientar que na gestão do Presidente Rodrigo Santos de
Carvalho (2021-2022), todo o acervo documental foi digitalizado e disponibilizado a
qualquer interessado através do site oficial, facilitando de maneira exitosa o trabalho dos
servidores, vereadores e principalmente dos nossos munícipes que agora passam a ter
posse de tão grande importância.

Ações muito importantes acontecem na Casa de Rúbio Maia Coutinho, e de


maneira tradicional, as sessões solenes de homenagem às mães, mulheres, pais,
estudantes etc., são eventos muito emocionantes, não obstante também às entregas de
honrarias, que engrandecem os serviços de uma Câmara Municipal que não se limita à
legislação, aprovação de leis e decretos, mas caminha junto do povo, busca ouvir e fazer
sempre o melhor por ele. E sempre foi assim, graças ao povo hospitaleiro e honrado que
de maneira democrática, escolhe seus representantes e constantemente cobram os seus
direitos, como realmente deve ser feito.

34
De maneira geral, percebemos grande interesse na participação de todos que
fazem acontecer a Câmara Municipal (vereadores e servidores), por sempre estarem
dispostos ao trabalho inovador para disponibilizar o melhor para o município, seja no
tratamento das leis, organização das sessões, digitalização, serviço de edições e
transmissões, arquivo, protocolos, entre outras tantos serviços que fazem da Câmara
Municipal de Itapororoca, uma casa legislativa que pensa sempre no povo, buscando
colocá-lo em primeiro lugar. A Lei Orgânica do Município de Itapororoca foi reeditada
na legislatura (2000-2004), na legislatura (2009-2012) e na legislatura (2013-2016). Com
um Regimento Interno de 26 de dezembro de 2008.

V- RODRIGO SANTOS DE CARVALHO

Presidente da Câmara (2021-2022)

O vereador Rodrigo Santos de Carvalho nasceu aos 21 de junho de 1987, no


município de Mamanguape, sendo o 3º filho do casal Mauro Fernandes de Carvalho e
Marlene Santos de Carvalho. Iniciou os seus estudos na Escola Monteiro Lobato, em
Itapororoca, passando também pelas escolas Dionísio Ferreira da Silva e Isaura Fernandes
de Souza. No ensino médio, estudou em Mamanguape e concluiu os estudos pré-
universitários no Colégio Santo Antônio em Guarabira. Os estudos não impediam
Rodrigo de ajudar os seus pais nas plantações de cana e abacaxi, bem como também na
criação de gado. Após a conclusão do ensino médio, prestou vestibular na Universidade
Estadual da Paraíba e no Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), para o curso de
Direito, sendo aprovado em ambas. Optando por estudar na Unipê, Rodrigo destacou-se
no curso que sempre foi seu sonho e concluiu com êxito sua formação acadêmica, sendo
inclusive membro da Comissão de Formatura. Logo após o término do curso, foi aprovado
na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sendo advogado especialista em Direito
Tributário e começou a prestar serviços de advocacia, sempre buscando os direitos dos
mais necessitados. Atualmente faz especialização em Direito Agrário e Imobiliário e

35
também em Gestão Pública, pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) e Unipê. Em
2012, foi candidato pela primeira vez a vereador de Itapororoca, com uma campanha
pacífica, cheia de objetivos positivos para o bem dos seus conterrâneos sendo eleito com
834 votos. Durante o seu primeiro mandato, Rodrigo lutou pelos direitos de várias classes
do município, sempre com um discurso futurista, visando os direitos e benefícios
merecidos para os servidores de Itapororoca. Em 2016, lançou-se novamente como
candidato à Casa de Rúbio Maia Coutinho, sendo eleito com 716 votos para mais um
mandato de desafios e muitas conquistas. Seguindo combativo e atuante, Rodrigo
continuou lutando pelos direitos dos menos favorecidos e classes trabalhistas do
município, promovendo também eventos para crianças e adolescentes e facilitando o
ingresso universitário a partir dos vestibulares itinerantes em parceria com o IESP. Nesse
mandato, Rodrigo realizou um grande sonho de erradicar grande parte das casas de taipa
espalhadas pelo município, sendo construídas mais de 100 unidades habitacionais, que
possibilitou o sonho de uma moradia digna e sem riscos para pessoas em vulnerabilidade
social. No ano de 2020, mais uma vez, foi candidato a vereador e obteve 1083 votos,
sendo o mais votado da eleição. Tomou posse em 1 de janeiro de 2021, onde também foi
eleito presidente de Casa de Rúbio Maia Coutinho para o biênio 2021-2022. Na Câmara
Municipal, promoveu a digitalização de todo o acervo documental da Câmara Municipal
de Itapororoca, com o objetivo de preservá-los e disponibilizá-los para todos os
interessados de maneira mais prática e objetiva. Como presidente, assinou uma permuta
com a Prefeita Elissandra para a construção de uma nova Câmara Municipal com espaço
amplo; auditório para 200 pessoas e gabinetes para os vereadores. E continua trabalhando
incansavelmente na Câmara e fora dela pelo povo de Itapororoca, com projetos
habitacionais, erradicação da pobreza, luta pelos direitos dos professores, agentes de
saúde e endemia, enfim, por toda a sociedade itapororoquense e paraibana.

Momento de Oração -Abertura dos trabalhos da Sessão semanal

36
Sessão durante o período de Pandemia pós- vacinação

37
Presidente da Câmara – Vereador Rodrigo Santos de Carvalho faz pronunciamento
utilizando a tribuna.

Sessão Solene de Abertura dos Trabalhos Legislativos 04/02/2021

38
Sessão Online- apreciação das comissões

39
Sessão Legislativa 13/08/2021

40
Primeira -secretária Vereadora Neuza Madruga fazendo uso da tribuna

41
42
Líder do governo – Vereadora Cleonice faz pronunciamento utilizando a tribuna

43
Ampla testagem realizada( 2021) na Câmara aos servidores e vereadores – ação do
Presidente Rodrigo Carvalho.

44
Em 20 de julho de 2022 a Câmara Municipal de Itapororoca aprovou o Piso
Salarial dos Agentes de Saúde, também foi aprovado o aumento da margem para
empréstimos consignado para servidores públicos, mais uma ação do Presidente Rodrigo
Santos de Carvalho.

45
*******************************************************

46
Mais uma ação da gestão do Presidente Rodrigo Carvalho.

Em 2 de Abril de 2022, iniciou-se o processo de treinamento e capacitação na Lei


Geral de Proteção de Dados e Compliance. Esse treinamento é a primeira Etapa para a
adequação da nossa Casa Legislativa a LGPD, para que possamos trabalhar e tratar bem
os dados que estão sobre nossa responsabilidade da forma correta e dentro do que é
exigido na Lei, esse processo tem duração de 3 meses e o Facilitador do curso se chama,
Vitor Patriota, que é um grande profissional no mercado com experiência e responsável
pela Segurança dos Dados da Unimed e do Hospital São Vicente de Paula na cidade de
João Pessoa-PB.

47
Abertura dos Ano Legislativo 2022

48
VEREADORES DA LEGISLATURA 2021 – 2024

MESA DIRETORA

49
O Vereador Presidente Rodrigo Carvalho, apresentou em conjunto com os demais
Vereadores da Casa, o projeto que extingue o a reeleição da Mesa Diretora. Visando uma
melhor rotatividade dos demais vereadores terem a oportunidade de Presidir a Casa e
também participar da Mesa Diretora da Casa, tornando o Processo ainda mais
Democrático.

O vereador Rodrigo Santos de


Carvalho (DEM), apresentou no dia de
hoje (23/09/2021), na Sessão Ordinária da
Câmara Municipal de Itapororoca, um
projeto de lei que “dispõe sobre a inclusão
de medidas de conscientização, prevenção
e combate ao bullying e ao cyberbullying
nas escolas públicas e privadas do
município de Itapororoca.

Digitalização das Leis Municipais, foi um marco dos nossos 100 dias a frente na
administração da Casa. Isso representa acessibilidade e inovação, todas as nossas Leis se
encontram disponíveis ao acesso de toda população. Devemos agradecer ao eficiente
trabalho dos nossos servidores, que de forma ágil e competente desempenhou esse

50
trabalho com maestria. Esse é apenas o início de um trabalho que tem como foco o melhor
a todos os Itapororoquenses.

A Câmara Municipal de Itapororoca, em parceria com a FUMIB (Fundação


Miguel Batista), realizou capacitação em informática básica e digitalização de
documentos, com o objetivo de iniciar o escaneamento de todo acervo documental da
casa legislativa, como forma de preservar esses documentos, através dos meios
tecnológicos e também promovendo mais acessibilidade, tanto para os legislativos,
quanto para os cidadãos.

Vereadoras participam de conferência e conseguem emenda parlamentar de 100 mil


reais para Itapororoca.

Nos dias 24 a 27 de Maio as vereadoras


Cleonice Oliveira, Maria do Socorro, Neuza
Madruga e Skallyteohara Rodrigues, com o apoio
e incentivo do presidente Rodrigo Carvalho,
participaram da 1° Conferência Nacional das
Vereadoras do Brasil, no Distrito Federal, com a
participação de mais de 100 vereadoras de vários
estados do Brasil, o evento teve como tema: A
mulher e os Desafios de Representação Política no
cenário nacional.

51
VII- BIBLIOGRAFIA

ARISTÓTELES. Política. Tradução, Prefácio, Introdução, Comentário e Apêndices,


Eudoro de Souza. Editora Contexto, S. Paulo, 2003.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso
em 19 de setembro de 2017.

BRASIL. Lei Complementar n.º 101, de 4 de maio de 2000. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm. Acesso em 19 de setembro
de 2017.

BRASIL. Lei n.º 4.320, de 17 de março de 1964. Disponível


em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320. Acesso em 19 de setembro de
2017.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNA FEDERAL. ADI 637, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 25-8-2004, Plenário, DJ de 1º-10-2004.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ADI nº 973-7/AP – medida cautelar.


Rel. Min. Celso de Mello, DJ 19 dez. 2006

OLIVEIRA, Adão F. de. PIZZIO, Alex. FRANÇA George. “Fronteiras da Educação:


desigualdades, tecnologias e políticas”, Editora da PUC Goiás, 2010.

RIBEIRO, Paulo Silvino. "Qual é a função do vereador?"; Brasil Escola. Disponível em


<http://brasilescola.uol.com.br/politica/funcoes-vereador.htm>. Acesso em 28 de
setembro de 2017.

SARAVIA, Enrique. FERRAREZI, Elisabete. Políticas Públicas. Coletânea. Volume


1. Disponível em
http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/1254/1/cppv1_0101_saravia.pdf. Acesso em
19 de setembro de 2017.

SHIROMA, Eneida Oto; MORAES, Maria Célia Marcondes de; EVANGELISTA,


Olinda. (Org.). Política educacional. 4. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.

SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico, V. 4, 12ª edição, Forense, 1993.

Notas

[1] Tomemos o exemplo de SARAVIA e FERRAREZI (2006) que, resumidamente, distinguem


os seguintes ciclos das políticas públicas: formulação da agenda (lista de prioridades);
identificação e delimitação de um problema; formulação da política; implementação; execução;
acompanhamento e avaliação.

52
[2] Por apreciar, entenda-se não tão somente o poder de aprovar ou reprovar os projetos de lei
(PPA, LDO e LOA) mas, principalmente, de emendar respectivos projetos de lei, melhorando ou
qualificando as propostas.

[3] Vide o que dispõe o art. 165 da Constituição Federal; artigos 4º à 7º da Lei Complementar n.º
101, de 4 de maio de 2000 e Lei Federal n.º4.320, de 17 de março de 1964.

[4] ADI 637, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 25-8-2004, Plenário, DJ de 1º-10-
2004.

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