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MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA – PARTE 1: INDICADORES DE MORBIDADE

Profa. Bárbara D’Alegria

Olá, Estrategista! Tudo bem com você? Que tal revisarmos mais um tema quente para a sua prova de Residência Médica?

— Tema quente? Como assim, professora?

Exatamente! Estou falando sobre as Medidas de Saúde Coletiva! A engenharia reversa mostrou que elas correspondem a
8,6% do total de questões de Medicina Preventiva, ocupando assim o 4° lugar entre os temas mais cobrados. E olhe que interes-
sante: dentro desse tema, é notável a preferência das bancas pelos indicadores de morbidade e de mortalidade (veja o gráfico a
seguir).

Gráfico 1 – Distribuição das questões de medidas de saúde coletiva segundo o tipo de indicador.

m
co
s.

eo

P R O F . B A R B A R A D ’ A L E G R I A
o
ub
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o

Neste resumo, vamos abordar especificamente os indicadores de morbidade! Vamos começar?

M E D I DAS D E SAÚ D E

a

C O L E T I VA - PA R T E 1 :
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I N D I CA D O R E S D E
me

M O R B I DA D E
MEDICINA PREVENTIVA Prof. Bárbara D’Alegria| Medidas de Saúde Coletiva - Parte 1: Indicadores de Morbidade 2

INTRODUÇÃO:

PROF. BÁRBARA
D’ALEGRIA

m
Olá, Estrategista! Tudo bem com você?

co
Chegou o momento de revisarmos um tema quente para a
sua prova: as Medidas de Saúde Coletiva!
Opa, mas deixa eu me apresentar primeiro! Eu me chamo
Bárbara D’Alegria Mota, sou nutricionista, médica e especialista
s.
em Medicina de Família e Comunidade. O meu objetivo é
contribuir para a sua aprovação nos diversos programas de
residência médica do país, incluindo aquele que faz o seu coração
bater mais forte! Sim, eu sei que é uma missão ousada! Mas,

eo

estaremos juntos ao longo do ano e eu estou animada para ajudar


o
ub

você nessa conquista!


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A seguir, você encontrará um resumo que foi elaborado


com base na engenharia reversa, uma metodologia incrível por
id
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meio da qual identificamos os tópicos que devem ser priorizados


o

para as provas. Portanto, ela é a nossa melhor amiga! Vamos


juntos! Vejo você no próximo tópico!


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@prof.barbaradalegria

Estratégia MED /estrategiamed

@estrategiamed t.me/estrategiamed

Estratégia
MED
MEDICINA PREVENTIVA Medidas de Saúde Coletiva - Parte 1: Indicadores de Morbidade Estratégia
MED

SUMÁRIO

1.0 ENGENHARIA REVERSA 4


2.0 INDICADORES DE MORBIDADE 5
2.1 COEFICIENTE DE MORBIDADE GERAL 6

2.2 COEFICIENTES DE MORBIDADE ESPECÍFICA 6

2.2.1 INCIDÊNCIA 7

2.2.1.1. TIPOS DE INCIDÊNCIA 9

m
2.2.1.1.1 INCIDÊNCIA ACUMULADA 9

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2.2.1.1.2 DENSIDADE DE INCIDÊNCIA 11

2.2.1.1.3 COEFICIENTE DE ATAQUE 13

2.2.2 PREVALÊNCIA 14
s.
2.2.2.1PREVALÊNCIA DE PERÍODO 15

2.2.2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA PREVALÊNCIA DE UMA DOENÇA 17

2.2.2.3 PREVALÊNCIA DE UMA DOENÇA CRÔNICA 21



eo

2.2.3 RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA 22


o
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2.2.4 USOS DA INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA 22


ro

3.0 LISTA DE QUESTÕES 24


4.0.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25
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5.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS 26


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CAPÍTULO

1.0 ENGENHARIA REVERSA


A engenharia reversa mostrou que as Medidas de Saúde Coletiva correspondem a 8,6% do total de questões de Medicina Preventiva,
ocupando assim o 4° lugar entre os temas mais cobrados.

E olhe que interessante: dentro desse tema, é notável a preferência das bancas pelos indicadores de morbidade e de mortalidade (veja
o gráfico a seguir).

Gráfico 1 – Distribuição das questões de medidas de saúde coletiva segundo o tipo de indicador.

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Percentual de Contribuição (%)

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60

50,44
50
s.
40

33,33
30

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20
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10 7,33
5,33
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2,47
0,99 0,49 0
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Indicadores de Indicadores de Indicadores de Miscelânea Conceitos básicos Indicadores Indicadores de Indicadores de

sócioeconônomicos
morbidade motalidade demográficos cobertura recurso
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Neste resumo, vamos abordar especificamente os indicadores de morbidade! Os indicadores de mortalidade e as demais categorias

serão abordadas nos próximos resumos.


E então? Vamos começar?
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CAPÍTULO

2.0 INDICADORES DE MORBIDADE


Os indicadores de morbidade são, de longe, os mais cobrados
Essa contagem pode ser feita de duas formas:
dentro das questões de medidas de saúde coletiva. Para você ter
• Podemos contar todos os indivíduos que estão doentes
uma ideia, eles totalizam 50,44% dessas questões. naquela localidade, independentemente da causa. Quando isso
Mas, a pergunta que não quer calar é: afinal, o que são acontece, temos a morbidade geral, que é representada pelo
indicadores de morbidade? coeficiente de morbidade geral.
O primeiro ponto fundamental é você entender que • Podemos contar apenas os casos específicos de uma
morbidade significa doença. Portanto, quando falamos em determinada doença ou agravo. Nesse sentido, teremos a
indicadores de morbidade, estamos nos referindo às medidas morbidade específica, que, por sua vez, é mensurada pelas
famosas prevalência e incidência!

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que contabilizam as doenças e/ou agravos existentes em um
determinado espaço geográfico.

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Figura 1 – Diferença entre morbidade geral e específica.


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2.1 COEFICIENTE DE MORBIDADE GERAL

O coeficiente geral de morbidade informa o número de indivíduos doentes para um determinado número de habitantes. Por exemplo:
10 indivíduos doentes a cada 1.000 habitantes, ou 25 indivíduos doentes a cada 10.000 habitantes, e assim por diante. É como se estivéssemos
calculando uma espécie de mortalidade geral, só que ao invés de contabilizarmos o número total de óbitos, contabilizamos o total de doentes.

m
co
Esse indicador não informa risco de adoecimento. Apenas informa a fração de indivíduos que estão doentes na localidade,
independentemente da causa.
s.
Em um universo com mais de 130.000 questões, apenas uma questão mencionou o coeficiente geral de morbidade. Portanto,
não é comumente cobrado nas provas de acesso direto ao R1.

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2.2 COEFICIENTES DE MORBIDADE ESPECÍFICA


ro
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A morbidade causada especificamente por uma doença pode ser mensurada pela incidência e pela prevalência. Enquanto a prevalência
o

contabiliza os casos existentes da enfermidade, a incidência contabiliza quantos casos novos são adicionados aos já existentes (Pereira MG,

2018). Portanto, essas medidas se complementam ao aferirem diferentes dimensões da morbidade específica.
a
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Sem sombra de dúvidas, esses são os indicadores mais cobrados nas provas de Residência
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Médica. Portanto, vamos com tudo! Preciso de sua atenção máxima a partir de agora, combinado?

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2.2.1 INCIDÊNCIA

Suponha que, em 2020, uma população com 10.000 incidência da enfermidade naquela região durante o intervalo de
habitantes estava em risco de adoecimento para uma nova moléstia tempo considerado.
chamada doença X. Um pesquisador iniciou o acompanhamento E o que vai acontecer se dividirmos o número de casos novos
dessa população em 01/02/2020, dia da chegada da doença. Até pelo número de pessoas que estavam em risco de adoecimento?
então, todos os moradores estavam saudáveis naquela localidade. Se efetuarmos essa divisão, teremos um dos principais indicadores
Após 29 dias (29/02/2020), o pesquisador avaliou novamente utilizados em saúde coletiva: o coeficiente de incidência!
a população. Pasmem! Descobriu que 1.500 indivíduos haviam Coeficiente de incidência = 1.500 x 100 = 15%.
adoecido. 10.000
Dessa forma, qual foi o número de casos da doença X durante Agora vem o voo da coruja!

m
o período de observação? Exatamente, 1.500! Essa é, portanto, a

co
s.

eo
o

O coeficiente de incidência verifica quantos indivíduos mudaram seus status de saudáveis para doentes em relação ao total de
ub

indivíduos que estavam expostos ao adoecimento. Assim, esse indicador avalia o risco de contrair a doença naquela população. Esse
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risco também é conhecido como risco absoluto.


id
é

No caso acima, o coeficiente de incidência da doença X foi igual a 15%, o que significa que essa é a probabilidade de um
o

indivíduo contrair a enfermidade naquela localidade.



a
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Existe diferença entre coeficiente e taxa de incidência, conforme veremos a seguir, porém a maioria das bancas de Residência
Médica utiliza esses termos como sinônimos, combinado?
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MED

Veja abaixo a fórmula padrão do coeficiente de incidência:

m
Observe que a população que consta no denominador da realizar o acompanhamento da população também em março,

co
fórmula é a população em risco de adoecimento e não a população qual será a nova população em risco? Isso mesmo! Apenas 8.500
total. habitantes, já que 1.500 não estão mais em risco.
Por exemplo, a população anterior contava com 10.000 O mesmo raciocínio deve ser empregado para as doenças
s.
habitantes no início do período de observação. Qualquer um que acometem apenas um gênero específico. Por exemplo, o
deles poderia contrair a doença X. Após 29 dias, 1.500 moradores coeficiente de incidência do câncer de próstata não pode ser
efetivamente contraíram a moléstia. Agora, suponha que quem foi calculado contendo mulheres na população em risco, uma vez que
acometido pela doença não pode contraí-la novamente, já que ela é biologicamente impossível que elas adoeçam por esse tipo de

eo

induz à imunidade duradoura. Se o pesquisador supracitado decidir neoplasia.


o
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Portanto, o conceito correto de incidência traz sempre a população em risco no denominador!


id
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No entanto, esteja sempre atento ao enunciado da questão, pois nem sempre a banca informará quantos casos já existiam
o

no início do período de observação. Quando isso acontecer, devemos assumir que a população total e a população em risco de

adoecimento são iguais.


a
dv
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Por último, é imprescindível que você entenda que, para o cálculo da incidência, a população deve ser avaliada em pelo menos dois

momentos diferentes de uma linha do tempo, uma vez que a incidência avalia justamente a mudança de status de saudável para doente.
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Figura 2 – A incidência avalia o número de casos novos que ocorrem ao longo de um intervalo de tempo.

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Incidência: É o número de casos novos de uma determinada doença, ou de um agravo, em uma localidade, em um dado
intervalo de tempo. É uma medida absoluta.

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Coeficiente de incidência: Número de casos novos da doença supracitada em relação à população em risco. É uma medida
relativa. Avalia o risco absoluto (ou a probabilidade) de uma população adquirir uma doença.

co
ATENÇÃO: Embora sejam conceitos diferentes, muitas bancas utilizam os termos coeficiente ou taxa de incidência como
sinônimos. Falaremos mais sobre isso a seguir.
s.
2.2.1.1. TIPOS DE INCIDÊNCIA

Existem diversos tipos de incidência, mas apenas três são cobrados em provas de Residência Médica: a incidência acumulada, a

eo

densidade de incidência e o coeficiente de ataque. Qual é a diferença entre eles? Veja a seguir.
o
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2.2.1.1.1 INCIDÊNCIA ACUMULADA


é
o

É o tipo de incidência calculada para populações estáticas, pessoas. Todos os indivíduos permanecem na localidade ao longo
isto é, comunidades que não apresentam fluxos migratórios do período de observação. Por isso, é possível saber o desfecho de
a
dv
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significativos e cujos habitantes podem ser acompanhados ao cada um, isto é, quem adoeceu e quem permaneceu saudável.
longo de todo o período de observação. Para o cálculo da incidência, basta dividirmos o número de

Por exemplo, suponha que queiramos calcular a incidência casos novos de dengue pelo número de indivíduos que estavam em
da dengue em uma região remota, que conta apenas com cinco risco de adoecimento. Exatamente! Simples assim.
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Figura 3 – A incidência acumulada é o tipo de incidência das populações estáticas. Como é possível conhecer o desfecho de todos os participantes, a probabilidade ou o
risco médio de adoecimento pode ser calculado.
ro
id
é

Na figura acima, das cinco pessoas acompanhadas, três adoeceram, portanto:


o

Incidência acumulada = Número de casos novos de dengue x 100 = (3/5) x 100 = 60%.
a

População em risco
dv
pi

Logo, os indivíduos daquele grupo apresentam uma probabilidade ou um risco médio de adoecimento igual a 60%.
me

A incidência acumulada informa o risco médio de adoecimento de uma população durante um intervalo de tempo. Esse
indicador . Esse indicador também é conhecido como coefíciente de incidêncidencia.

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2.2.1.1.2 DENSIDADE DE INCIDÊNCIA

É o tipo de incidência calculada para populações dinâmicas, ou da probabilidade de ocorrência do evento, já que não sabemos
isto é, comunidades que apresentam fluxos migratórios importantes. quantos casos ocorreriam se todos permanecessem na localidade.
Isso faz com que muitos indivíduos saiam e entrem na localidade a No entanto, ainda será possível calcular a densidade ou a taxa de
todo momento, e também faz com que o tamanho da população se incidência, que é a velocidade com que novos casos do evento
altere ao longo do intervalo de tempo. acontecem na unidade de tempo.
A principal consequência dessa dinâmica populacional é Por exemplo, considere o mesmo grupo de cinco indivíduos
que nem todos os habitantes que iniciam o acompanhamento que avaliamos anteriormente. No entanto, agora eles podem
permanecem na localidade até o final do período de observação. entrar e sair da localidade a qualquer momento. Após 4 anos de
Em outras palavras, teremos perdas de seguimento, o que faz acompanhamento, vemos que Marcos permaneceu na localidade

m
com que não saibamos qual foi o desfecho dos indivíduos que ao longo dos quatro anos, mas Lúcio, por exemplo, saiu da
emigraram. Isso impossibilita o cálculo da incidência acumulada localidade.

co
s.

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Figura 4 – Em uma população dinâmica, cada indivíduo apresentará um tempo diferente de exposição, que precisará ser incluído no denominador da medida. Nesse
sentido, temos uma medida do tipo taxa relativa, cuja unidade será número de casos por pessoa-tempo.

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A figura acima mostra que:

• Marcos foi observado por 4 anos. Como ele é uma única pessoa, temos 1 x 4 = 4 pessoas-ano.
• Shirley foi observada por 2 anos, portanto temos 2 pessoas-ano.
• Ana foi observada por 1 ano e meio, portanto temos 1,5 pessoas-ano.
• Lúcio ficou exposto por 2 anos e meio, portanto temos 2,4 pessoas-ano.
• Alfredo adoeceu após 3 anos de observação/exposição, logo temos 3 pessoas-ano.

Logo, os tempos de exposição de cada indivíduo totalizam 13 pessoas-ano. Esse denominador representa, portanto, o tempo total em
que a população ficou exposta ao adoecimento. Como temos três casos de dengue, a densidade de incidência da dengue será igual a:

Densidade de Incidência = Número de casos da doença

m
(Número de pessoas observadas x tempo de observação)
Densidade de Incidência = 3 = 0,23 casos/pessoa-ano.

co
13

Se multiplicarmos o numerador e o denominador por 100, apenas para retirarmos as casas decimais, temos que:
s.
Densidade de Incidência = 0,23 x 100 = 23 casos/ 100 pessoas-ano.
1 x 100

eo
o

Isso significa que 23 casos ocorrem por ano para um grupo de 100 pessoas acompanhadas.
ub
ro

A densidade ou a taxa de incidência é uma medida que não informa risco de adoecimento, mas informa a velocidade com que
id
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a doença avança no grupo de indivíduos acompanhados (doentes por unidade de tempo).


o

a
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pi

me

Coeficiente de Incidência ou Incidência acumulada = Utilizada para populações fechadas, onde conseguimos saber o desfecho
de todos os participantes. Informa o risco médio de adoecimento.
Taxa de incidência ou Densidade de Incidência = Utilizada para populações abertas. Não informa o risco médio de adoecimento,
pois não sabemos quantos eventos, de fato, ocorreriam se todos permanecessem na localidade. Porém, informa a velocidade com que
os casos novos da doença surgem na unidade do tempo, considerando um determinado número de pessoas para isso.
Basicamente, as questões sobre incidência acumulada e densidade de incidência querem saber se o candidato entende que a
primeira é usada para populações estáticas e a segunda, para populações dinâmicas.

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Essas são praticamente as únicas questões em que as bancas diferenciam, de fato, coeficiente e taxa. Nas demais questões
sobre incidência, esses termos são usados como sinônimos, conforme dito anteriormente.

2.2.1.1.3 COEFICIENTE DE ATAQUE

O coeficiente de ataque nada mais é do que um nome especial dado para a incidência acumulada quando o fenômeno avaliado é um
surto! Como o surto é o aumento do número de casos de uma doença em uma população muito específica (como creches, quartéis ou festas
de casamentos), temos que:

m
co
s.

eo
o
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Embora sejam conceitos diferentes, as bancas utilizam os termos coeficiente de ataque e taxa de ataque como sinônimos.
ro
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Além disso, é importante saber que, geralmente, as questões de adoecer. Fique atento (a) porque essa é uma pegadinha que as
o

sobre o coeficiente de ataque trazem duas situações: bancas gostam de usar.


• O surto é ocasionado por uma infecção transmitida por • O surto é ocasionado por uma infecção transmitida por
a
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fonte comum pontual, isto é, os suscetíveis são expostos à fonte


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fonte propagada, isto é, o patógeno é transmitido de pessoa a


de infecção ao mesmo tempo. pessoa, como na gripe.

Por exemplo, suponha uma festa de casamento com 100 Por exemplo, considere a epidemia de COVID-19 no Brasil.
convidados, sendo que 8 comeram uma iguaria contaminada Suponha que o caso-índice, um simpático senhor de 61 anos que
me

com salmonella spp.. Desses 8 indivíduos, 2 apresentaram sinais retornou da Itália em fevereiro de 2020, tenha tido contato com
e sintomas compatíveis com salmonelose. Portanto, como foram quatro pessoas ao chegar aqui no país. Se, dessas quatro pessoas,
8 expostos e 2 casos novos da doença, a taxa de ataque será igual duas adoecerem, teremos um coeficiente de ataque igual a 50%.
a 25%. Nesse caso, o indicador será chamado de coeficiente de ataque
Observe que a população em risco de adoecimento é aquela secundário, uma vez que vamos calcular o número de casos
que efetivamente consumiu o alimento que foi a fonte de infecção, secundários que surgem a partir do caso-índice (Rouquayrol et al,
e não o total de convidados do casamento. Isso porque, apenas 2017). Por isso, a fórmula da incidência poderá ser reescrita dessa
quem se expôs (isto é, quem comeu o alimento), apresenta risco maneira:

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Figura 5. O coeficiente de ataque é calculado para surtos e recebe o nome de coeficiente de ataque secundário quando a infecção tem transmissão por fonte propagada.
s.
2.2.2 PREVALÊNCIA

A prevalência é o número total de casos de uma doença (ou agravo) em uma determinada localidade, considerando um determinado
eo
o

momento de uma linha do tempo. Quando dividimos esse número pela população residente daquela região, temos a proporção de
ub

prevalência:
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é
o

a
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A proporção de prevalência é corriqueiramente chamada pelas bancas de residência médica de coeficiente ou taxa de prevalência,
muito embora sua natureza matemática seja a de uma proporção simples, e não a de um coeficiente ou de uma taxa (para saber a natureza
matemática dos indicadores, visite o capítulo 1 seu livro digital integrado de indicadores de morbidade).

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É importante ressaltar que a prevalência contabiliza todos os A principal diferença entre a prevalência e a incidência reside
casos existentes da localidade, sem fazer distinção entre os casos no fato de que, na primeira, a população é avaliada em um único
novos e antigos. Por exemplo, suponha que queiramos contabilizar momento de uma linha do tempo. Por isso, também chamamos
todos os casos existentes de COVID-19 no dia 01/01/2021. Dentro essa prevalência de pontual. Em contrapartida, na incidência,
desse grupo, existirão os casos que iniciaram em dias anteriores, avaliamos a população ao longo de um intervalo de tempo. Isso
mas que ainda estão doentes naquela data, bem como os casos tem uma implicação muito importante:
novos que surgiram no próprio dia 01/01.

O fato de a prevalência avaliar os indivíduos em um único momento faz com que ela não seja capaz de avaliar como os estados
de saúde deles mudam ao longo do tempo. Por isso, a prevalência apenas informa a proporção de indivíduos doentes por uma
doença, ou um agravo, em uma determinada população. Logo, ela não afere risco.

m
co
s.

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ub

Figura 6. A principal diferença entre a prevalência e a incidência reside no fato de que a incidência acompanha os indivíduos ao longo do tempo e a prevalência, em um
determinado ponto de uma linha do tempo.
ro
id

Existem diversos tipos de prevalência, mas a prevalência pontual e a prevalência de período são as mais cobradas em provas.
é

Estudaremos a prevalência de período a seguir.


o

a
dv
pi

2.2.2.1PREVALÊNCIA DE PERÍODO

Conforme vimos anteriormente, a prevalência geralmente contabilizados pela população existente na metade do período,
é contabilizada em um único momento de uma linha do tempo temos a proporção de prevalência de período. Lembrando mais
me

(prevalência pontual). No entanto, também é possível contarmos uma vez que a prevalência não é um coeficiente ou uma taxa, mas
quantos casos de uma determinada doença, ou de um agravo, sim uma proporção simples. No entanto, a maioria das bancas
existiram ao longo de um intervalo de tempo. Quando isso refere-se a essa medida como coeficiente ou taxa de prevalência
acontece, temos a prevalência de período. de período.
Esse tipo de prevalência contabiliza o número de casos Um ponto importantíssimo: quando a banca solicitar o cálculo
existentes no primeiro dia do intervalo de tempo (prevalência da prevalência de período, você não deve descontar a velocidade
pontual) mais o número de casos novos que surgem ao longo de defecção, isto é, o número total de indivíduos doentes que a
do tempo (incidência). Quando dividimos o total de casos localidade perdeu naquele período: curas + óbitos + emigrações.

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Por exemplo, suponha que um determinado município apresentou 1.050 casos de hanseníase em 01/02/2020 (prevalência pontual).
Ao longo do mês de fevereiro, mais 100 casos foram diagnosticados (incidência). Em contrapartida, 10 pacientes evoluíram para o óbito, 30
receberam alta por cura e 2 saíram da localidade (emigrações). Portanto, a velocidade de defecção da doença naquele período foi igual a 42.
Se a população na metade do período (14/02/2020) for igual a 11.500 habitantes, a proporção de prevalência será:

m
Proporção de Prevalência de Período = (1.050 casos pré-existentes + 100 casos novos) x 100 = 10%.

co
11.500 habitantes na metade do período

Observe que não descontamos a velocidade de defecção. Portanto, a prevalência de período funciona como uma espécie de acumulado
de casos no intervalo de tempo estudado.
s.
A prevalência de período, apesar de incluir a incidência, não informa risco de adoecimento. Ela apenas contabiliza os casos que
existiam naquele período.

eo
o
ub
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a
dv
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me

Figura 7 – Coeficiente de prevalência da hanseníase para o período de fevereiro. Observe que a velocidade de defecção (óbitos + curas + emigrações) não é considerada
no cálculo.

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Jogo rápido: A prevalência de período despenca no Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro.

2.2.2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA PREVALÊNCIA DE UMA DOENÇA

Segundo a engenharia reversa, esse foi o tópico mais cobrado prevalência da doença.
dentro de indicadores de morbidade, totalizando 30% dessas 4. Número de óbitos ou letalidade da doença: a letalidade
questões. Isso facilita muito a nossa vida, porque é um tópico bem é a proporção de óbitos ocasionados pela doença em relação ao
número de casos confirmados. Quanto maior a letalidade, menor
objetivo! Veja a seguir.
será a prevalência.

m
Existem cinco fatores fundamentais que influenciam na
5. Emigração de doentes: quanto maior for a saída de
prevalência de uma doença, a saber:
indivíduos doentes da localidade, menor será a prevalência da

co
1. Incidência da doença: de forma geral, quanto maior a
doença.
incidência da doença, maior será sua prevalência. Por sua vez,
Como vimos anteriormente, o número de indivíduos
a incidência aumenta quando ocorrem melhorias na capacidade
curados, o número de óbitos (letalidade) e as emigrações formam
diagnóstica, como nos rastreamentos, já que mais casos serão
juntos a velocidade de defecção. Essa velocidade nada mais é do
s.
diagnosticados no mesmo intervalo de tempo.
2. Imigração de doentes: quanto maior a imigração de que a velocidade com que a população perde indivíduos doentes,
doentes, maior a prevalência. seja porque ficaram curados, porque morreram ou simplesmente
3. Número de indivíduos curados ou percentual de cura da porque se mudaram.
doença: quanto maior o número de indivíduos curados, menor a

eo

Agora, vem o voo da coruja:


o
ub
ro
id
é
o

a
dv
pi

A prevalência de uma doença na população depende do equilíbrio entre as cinco forças citadas anteriormente. O aumento da

incidência e da imigração impulsionam o aumento da prevalência. Em contrapartida, o aumento do número de indivíduos curados, da
letalidade e/ou das imigrações tende a diminuir a prevalência.
me

Para que você entenda melhor, vamos criar uma metáfora. Suponha que temos um grande tanque com água. Observe que esse
tanque tem duas torneiras que são as responsáveis por enchê-lo (torneiras 1 e 2). Em contrapartida, esse tanque tem três furos, que
são os responsáveis por drenar o excesso de água (furos 3, 4 e 5).

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m
Figura 8 – O nível de água no interior de um tanque depende da diferença entre o volume de água que entra pelas torneiras 1 e 2 e o volume de água que é drenado
pelos furos 3, 4 e 5, que representam a capacidade de drenagem do tanque.

co
Veja que o nível de água (representado pela linha tracejada, em vermelho) vai depender do equilíbrio entre a quantidade de água que
entra e a quantidade de água que sai do tanque.

Nível de água do tanque = (1 + 2) – (3 + 4 + 5)


s.
Pois bem, é assim que funciona com a prevalência de uma doença. Se a incidência e a imigração forem as torneiras desse tanque e a
velocidade de defecção for o conjunto de furos (curas, óbitos e emigrações), a quantidade de indivíduos doentes (prevalência) corresponderá
ao nível de água. Esse nível dependerá, basicamente, de como o volume de água que entra pelas torneiras compensa o volume que sai pelos

eo

furos.
o
ub
ro
id
é
o

a
dv
pi

me

Figura 9 – A incidência e a imigração de doentes funcionam como as torneiras do tanque, uma vez que elas têm a capacidade de “jogar doentes” dentro do tanque. Em
contrapartida, a velocidade de defecção tem a capacidade de “retirar doentes” do tanque.

Por exemplo, suponha que o volume de água jorrado pelas torneiras aumente consideravelmente, mas a capacidade de drenagem do
tanque permaneça inalterada. O que vai acontecer com o nível de água? Exatamente! Como o volume que entra excede o volume que sai,
observaremos um aumento daquele nível. Portanto, se a entrada de doentes (incidência e/ou imigração de doentes) exceder a velocidade de
defecção, a prevalência aumentará.

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Em contrapartida, suponha que os furos na parede do tanque aumentem de diâmetro. Com isso, um volume maior de água será
drenado no mesmo intervalo de tempo. No entanto, o volume que entra pelas torneiras permanece inalterado. O que vai acontecer com o
nível de água? Isso mesmo! Como o volume de água que sai é maior do que o volume que entra, observaremos uma diminuição daquele nível
de água. Portanto, se o volume de defecção exceder a entrada de doentes, a prevalência diminuirá.

m
co
Figura 10 – Se a incidência e/ou a imigração de doentes excederem a velocidade de defecção, teremos um aumento da prevalência, que é representada pelo nível de
água do tanque. Em contrapartida, se a velocidade de defecção exceder a entrada de doentes, a prevalência diminuirá.
s.
Portanto, a prevalência depende da diferença entre o número de indivíduos doentes que surgem na localidade (seja pelo aumento da
incidência e/ou imigração de doentes) e do número de indivíduos que saem da condição de doentes (seja porque ficaram curados, porque
morreram ou porque saíram daquela região).

eo
o

Prevalência = (Incidência + Imigração) – (Curas + Óbitos + Emigrações)


ub

ou
ro

Prevalência = (Incidência + Imigração) – (Velocidade de defecção)


id
é
o

a
dv
pi

me

A incidência e a imigração de doentes são parâmetros diretamente proporcionais à prevalência.


O percentual de cura, a letalidade e a emigração de doentes (isto é, a velocidade de defecção) são parâmetros inversamente
proporcionais à prevalência.

Outros fatores também podem influenciar na prevalência da doença, mas eles são menos cobrados em provas. Veja a lista completa
na tabela a seguir:

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Tabela 1 – Lista dos fatores que influenciam na prevalência de uma doença.

FATORES TIPO DE INFLUÊNCIA SOBRE A PREVALÊNCIA

É diretamente proporcional à prevalência. Quanto maior a incidência, maior a


Incidência da doença na localidade
prevalência, desde que os outros parâmetros permaneçam inalterados.

É diretamente proporcional à prevalência. Quanto maior a imigração de


Imigração de indivíduos doentes
indivíduos doentes, maior a prevalência.

É inversamente proporcional à prevalência. Quanto maior o número de


Percentual de cura
indivíduos curados, menor a prevalência.

m
É inversamente proporcional à prevalência. Quanto maior o número de
Número de óbitos (ou letalidade)
óbitos ou a letalidade da doença, menor a prevalência.

co
É inversamente proporcional à prevalência. Quanto maior a saída de
Emigração de indivíduos doentes
indivíduos doentes da localidade, menor a prevalência.
s.
É inversamente proporcional à prevalência. Quanto maior o influxo de
Imigração de indivíduos saudáveis
indivíduos saudáveis, menor a prevalência.

É diretamente proporcional à prevalência. Quanto maior a saída de


Emigração de indivíduos saudáveis

indivíduos saudáveis da localidade, maior a prevalência.


eo
o
ub

É diretamente proporcional à prevalência. Quanto maior a duração da


Duração da doença
ro

doença, maior a prevalência.


id
é

Geralmente, são inversamente proporcionais à prevalência, já que impedem


Medidas de prevenção primária
a incidência da doença.
o

Depende do tipo de medida.


a
dv

As medidas como rastreamento podem aumentar a incidência da doença,


pi

que, por sua vez, aumentam a prevalência.


Medidas de prevenção secundária Em contrapartida, os tratamentos que reduzem o tempo de duração de


doenças curáveis, diminuem a prevalência. Porém, os tratamentos que
me

aumentam a sobrevida de doenças crônicas acabam por aumentar a


prevalência, já que aumentam a duração da doença.

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2.2.2.3 PREVALÊNCIA DE UMA DOENÇA CRÔNICA

As doenças crônicas são aquelas que não apresentam cura. Por isso, a velocidade de defecção para essas doenças conta com um
componente a menos, sendo constituída apenas pela letalidade e pela emigração de doentes. É como se nosso tanque apresentasse um
bloqueio no furo referente à cura. Dessa forma, é comum que doenças crônicas apresentem, naturalmente, uma prevalência mais elevada
quando comparadas à doenças de outras naturezas.

m
co
s.
Figura 11 – As doenças crônicas, que são aquelas que não têm cura, apresentam a velocidade de defecção com um componente a menos.

Agora, vamos raciocinar juntos: o que vai acontecer se for


A introdução de novos tratamentos que aumentam


eo

introduzido no mercado um novo medicamento que aumenta a


o

sobrevida da doença sem promover a cura? Em outras palavras, a sobrevida da doença, mas sem promover a cura, acabam
ub

o que vai acontecer se, além do bloqueio no furo da cura, nós por aumentar a prevalência da doença na população. Isso
ro

também diminuíssemos ou bloqueássemos o furo do tanque que porque a letalidade diminui e o tempo de duração da
id

doença aumenta.
é

corresponde aos óbitos? Exatamente! A prevalência da enfermidade


vai aumentar ainda mais!
o

a
dv
pi

me

Figura 12 – A introdução de um novo medicamento que aumenta a sobrevida, mas não promove a cura, funciona como se fechássemos o segundo furo do tanque. Nesse
sentido, o nível de água (prevalência) aumentará.

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E a incidência? Em princípio, permanece inalterada! Por exemplo, a introdução de novos hipoglicemiantes orais contribuiu
para o aumento da sobrevida e da prevalência do diabetes mellitus, mas não foi capaz de alterar a incidência da doença, uma vez que
o aparecimento de casos novos não é influenciado pelo tratamento.

É importante não confundir doenças crônicas com doenças de evolução crônica. Neste tópico, estamos falando sobre doenças que
não têm cura, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, infecção pelo vírus HIV, entre outras. Para essas doenças, o objetivo do
tratamento é aumentar a sobrevida do paciente. Em contrapartida, nas doenças que podem evoluir de forma crônica (no sentido de terem
evolução arrastada), mas que são curáveis, como tuberculose, hanseníase e sífilis, o tratamento diminuirá a prevalência da doença, porque
aumentará o número de indivíduos curados.

m
2.2.3 RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA

co
A prevalência e a incidência podem ser relacionadas matematicamente pela seguinte fórmula:

Prevalência (P) = Incidência (I) x Tempo de duração da doença (D)


s.
P=IxD

Em um primeiro momento, ao analisarmos essa fórmula, incidência, mas com longa duração (como as doenças crônicas),

eo

podemos julgar erroneamente que, se a prevalência da doença podem apresentar alta prevalência.
o
ub

é elevada, então obrigatoriamente a incidência também é e vice- Por isso, fique atento (a):
• alta incidência com curta duração da doença = baixa
ro

versa, já que esses parâmetros são diretamente proporcionais.


No entanto, nem sempre isso é verdade. Por exemplo, prevalência.
id
é

• baixa incidência com longa duração da doença = alta


doenças com alta incidência, mas que levam rapidamente ao óbito,
prevalência.
o

podem apresentar baixa prevalência, uma vez que a duração da


doença é muito pequena. Em contrapartida, doenças com baixa


a
dv
pi

2.2.4 USOS DA INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA


me

De forma geral, a incidência é utilizada em estudos


Em contrapartida, a prevalência é mais utilizada no
epidemiológicos que têm por objetivo avaliar a etiologia de
planejamento em saúde, sendo útil no dimensionamento dos
determinadas doenças ou agravos. Essa medida é utilizada também
recursos em saúde. É mais utilizada para mensurar a morbidade
para aferir a morbidade em situações agudas, como surtos e
ocasionada por doenças crônicas.
epidemias, e para aferir doenças de curta duração.

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Tabela 2 – Principais usos da incidência e prevalência.

INCIDÊNCIA PREVALÊNCIA

Investigações etiológicas, exceto em doenças cuja


Planejamento de ações e administração de serviços de
avaliação ocorre em coortes de sobreviventes (nesse
saúde (dimensionamento de recursos).
caso usar a prevalência).

Doenças agudas ou de curta duração. Doenças crônicas ou de longa duração.

Estudos com delineamento longitudinal do tipo

m
prospectivo (coortes, ensaios clínicos e ensaios de Estudos de delineamento transversal.
campo).

co
s.

eo
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ub
ro
id
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CAPÍTULO

4.0.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Barros PS, Aquino EC, Souza MR. Mortalidade fetal e os desafios para a atenção à saúde da mulher no Brasil. Revista de Saúde Pública,
volume 53: 12. São Paulo, 2019. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/rsp/v53/pt_1518-8787-rsp-53-12.pdf. Acesso em 02/02/2021.
2. Boing AF, d’Orsi E e Reibnitz Jr C. Eixo 1: reconhecendo a realidade. Curso de Especialização Multiprofissional em Saúde da Família.
Epidemiologia, 2ª edição. Universidade Aberta do SUS (UNASUS) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, 2012.
Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/1166/1/Livro%20do%20Curso.pdf. Acesso em 03/02/2021.
3. Carlo WA, Travers CP. Maternal and neonatal mortality: time to act. J Pediatr (Rio J). 2016;92:543-545. Disponível em < https://
www.scielo.br/pdf/jped/v92n6/pt_0021-7557-jped-92-06-0543.pdf>. Acesso em 01/03/2021.
4. França EB et al. Principais causas da mortalidade na infância no Brasil, em 1990 e 2015: estimativas do estudo de Carga Global

m
de Doença. Revista Brasileira de Epidemiologia, volume (20), suplemento 1: 46-60, 2017. Disponível em https://www.scielosp.org/pdf/
rbepid/2017.v20suppl1/46-60/pt. Acesso em 04/03/2021.

co
5. Guedes JS & Guedes MLS. Quantificação do indicador de Nelson de Moraes (curva de mortalidade proporcional). Revista de
Saúde Pública [online]. Volume 7, n°2, 1973. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89101973000200004&script=sci_
abstract&tlng=pt. Acesso em 03/03/2021.
6. Laurenti R. Comentário: Quantificação do Indicador de Nelson de Moraes (Curva de Mortalidade Proporcional). Revista de Saúde
s.
Pública, volume 40, número 6, páginas 962-963, 2006. Disponível em <https://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n6/03.pdf. Acesso em 03/03/2021.
7. Marinho F et al. Aumento das mortes no Brasil, Regiões, Estados e Capitais em tempo de COVID-19: excesso de óbitos por
causas naturais que não deveria ter acontecido. NOTA TÉCNICA. Vital Strategies: Excesso de Óbitos no Brasil. Disponível em https://www.

eo

vitalstrategies.org/wp-content/uploads/RMS_ExcessMortality_BR_Report-Portuguese.pdf. Acesso em 03/03/2021.


o

8. Medronho RA, Bloch KV, Luiz RR e Werneck GL. Capítulo 2. Medidas de frequência de doenças. In: Epidemiologia – 2ª edição.
ub

Organizado por Roberto Medronho e colaboradores. Editora Atheneu, Rio de Janeiro, 2009.
ro

9. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica do óbito materno. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Secretaria de
id
é

Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Brasília, 2009. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
o

publicacoes/guia_vigilancia_epidem_obito_materno.pdf. Acesso em 01/03/2021.


10.Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n° 72, de 11 de janeiro de 2010. Estabelece que a vigilância do óbito infantil
e fetal é obrigatória nos serviços de saúde (públicos e privados) que integram o Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em http://bvsms.
a
dv
pi

saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0072_11_01_2010.html. Acesso em 27/01/2021.


11.Ministério da Saúde. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal. Secretaria de
Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 2ª edição. Brasília, 2009. Disponível em: http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_obito_infantil_fetal_2ed.pdf. Acesso em 01/03/2021.
me

12.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria n° 116, de 11 de fevereiro de 2009. Regulamenta a coleta de
dados, fluxo e periodicidade de envio das informações sobre óbitos e nascidos vivos para os Sistemas de Informações em Saúde sob gestão
da Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/2009/prt0116_11_02_2009.html. Acesso
em 27/01/2021.
13.Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2017: uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos objetivos de
desenvolvimento sustentável. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e
Promoção da Saúde. Brasília, 2018. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2017_analise_situacao_saude_
desafios_objetivos_desenvolvimento_sustetantavel.pdf. Acesso em 03/03/2021.

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MED

14.Moraes NLA. Níveis de saúde de coletividades brasileiras. Revista de Serviços de Saúde Pública. Volume 10, páginas 403-407, 1959.
15.Nasher SAM. Correspondence. The Lancet. 361 (9352): P180-P181. January 11, 2003. Disponível em: https://www.thelancet.com/
journals/%20lancet/article/PIIS0140-6736(03)12218-0/fulltext. Acesso em 01/03/2021.
16.Organização Mundial da Saúde (OMS). Avaliação da qualidade do cuidado nas complicações graves da gestação. A abordagem do
near miss da OMS para a saúde materna. Ano 2011.
17.Pereira MG. Capítulo 2: Morbidade. In: Epidemiologia – Teoria e Prática. Editora Guanabara-Koogan. Rio de Janeiro, 2018.
18. Rede Interagencial de Saúde (RIPSA). Fichas de qualificação da RIPSA - 2012, mortalidade, C.16. Taxa de Mortalidade na infância –
metodologia de cálculo. Disponível em http://fichas.ripsa.org.br/2012/c-16/?l=pt_BR. Acesso em 03/03/2021.
19.Rothman KJ, Greenlanf S e Lash TL. Epidemiologia Moderna. Editora Artmed, 3ª edição, 2011.
20.Rouquayrol MZ & Gurgel M. Capítulo 3: Medidas de saúde coletiva. In: Epidemiologia & Saúde, organizado por Maria Zélia
Rouquayrol e Marcelo Gurgel. Editora Medbook, 8ª edição. Rio de Janeiro, 2017.

m
21.Santana DS, Guida JPS, Pacagnella RC, Cecatti JG. Near miss materno - entendendo e aplicando o conceito / Maternal near miss –
understanding and applying the concept. Rev Med (São Paulo). 2018 mar.-abr.;97(2):187-94.

co
22.Say L, Souza JP, Pattinson RC, WHO working group on Maternal Mortality and Morbidity classifications. Maternal near miss-towards
a standard tool for monitoring quality of maternal health care. Best Pract Res Clin Obstet Gynecol. 2009;23:287-96. Disponível em https://
www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S152169340900008X?via%3Dihub. Acesso em 01/03/2021.
23.Soares DA, Andrade SM e Campos JJB. Capítulo 10 – Epidemiologia e Indicadores de Saúde. In: Bases da Saúde Coletiva, 2ª edição,
s.
organizado por Selma Maffei de Andrade. Londrina, 2017.
24. World Health Organization. Children: improving survival and well-being. 2020. Disponível em https://www.who.int/news-room/
fact-sheets/detail/children-reducing-mortality. Acesso em 05/03/2020.

eo

25.World Health Organization: making every baby count. Audit and review of stillbirths and neonatal deaths. 2016. Disponível em https://
o

www.who.int/docs/default-source/mca-documents/maternal-nb/making-every-baby-count.pdf?Status=Master&sfvrsn=6936f980_2. Acesso
ub

em 01/03/2021.
ro
id
é
o

a
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CAPÍTULO

5.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS


me

Chegamos ao final do nosso resumo e eu gostaria de parabenizá-lo por ter permanecido firme e
forte até aqui! Agora, dê uma pausa para recuperar as energias! Alongue um pouco e tome um café! Se
você ficou com qualquer dúvida, pode me mandar uma mensagem durante essa pausa, pois estou à sua
disposição! Um forte abraço e vejo você no próximo resumo! Até lá!
Bárbara D’Alegria

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