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DIABETES MELITTUS
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P R O F. M A R I A T E R E Z A G U E R R A
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JANEIRO DE 2022
OBSTETRÍCIA Prof. Maria Tereza Guerra | Diabetes Mellitus na Gestação 2
APRESENTAÇÃO:
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Estrategista!
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Seja bem-vindo(a) ao curso de Endocrinologia e Metabologia
do Estratégia MED. Cientes das obrigações que um estudante
de Medicina tem ao longo do curso, nossa metodologia foi
cuidadosamente pensada para trazer a você o resultado desejado
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da maneira mais eficiente possível, ou seja, colocaremos à sua
disposição todas (e somente) as armas de que você precisa para
vencer as batalhas que escolher. Todo conhecimento pode ser
importante para a vida de um(a) médico(a), mas a prova não é a
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@drmariaterezaguerra
@estrategiamed t.me/estrategiamed
Estratégia
MED
OBSTETRÍCIA Prof. Maria Tereza Guerra | Diabetes Mellitus na Gestação 3
disponibilizamos um completo e atualizado banco de questões A seguir, um resumo de meu histórico de aprovações em concursos:
comentadas, alternativa por alternativa, porque reconhecer o • Aprovações em provas de Residência Médica:
errado também ensina o certo. – SES-DF 2013 – Clínica Médica (Hospital Universitário
Entender o estilo de cada instituição é essencial para calcular de Brasília – HUB-UNB).
o que é previsível, mas também estamos atentos aos assuntos que, – SES-PE 2013 – Clínica Médica (RHP).
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eventualmente, podem ganhar notoriedade por acontecimentos – SES-PE 2015 – Endocrinologia e Metabologia (IMIP).
• Aprovações em Concursos Públicos:
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sociais, econômicos e epidemiológicos. Disponibilizaremos
questões inéditas, quando necessário, para que você não seja – Ministério Público do Estado de Pernambuco 2018
surpreendido(a), e nossos simulados contemplarão essas apostas. – Analista Ministerial – Área Medicina (1ª colocada).
Uma vez apresentado o curso, permita que eu me – Prefeitura da cidade do Recife 2014 – Médico Clínico
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apresente. Realizei a Residência de Clínica Médica no Real Geral Plantonista (1ª colocada).
Hospital Português de Beneficência em Pernambuco – RHP, onde – Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região 2018 –
trabalho até hoje como endocrinologista. Já a Residência Médica Analista Judiciário – Área Especializada – Medicina
de Endocrinologia e Metabologia fiz no Instituto de Medicina (2ª colocada).
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Integral Professor Fernando Figueira – IMIP, hospital-escola da – Tribunal Regional Federal da 5ª Região 2017 –
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Faculdade Pernambucana de Saúde – FPS, onde fui tutora de Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina
(3ª colocada).
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2018 a 2020.
Para mim, é uma grande honra ter permanecido nos locais – Ministério Público da União 2013 – Analista do
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em que obtive minha formação como especialista, por isso aqui Ministério Público da União – Área de atividade:
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vai mais uma dica: a Residência Médica não é apenas um período Medicina – Especialidade: Clínica Médica.
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de formação, é o momento em que você entrega seu cartão – EBSERH/UFPE 2014 – Médico – Clínica Médica.
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de visitas a seus preceptores, colegas e demais funcionários do Feitas as devidas apresentações, desejo-lhe bons estudos.
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hospital. Você passará alguns anos em uma carga horária de 60 Se surgir alguma dúvida ao longo do caminho, estarei no fórum
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horas semanais, sendo avaliado(a) do ponto de vista técnico e de dúvidas para compartilharmos aprendizados e experiências
cognitivo e também será bastante observado(a) no tocante ao sobre a especialidade mais linda da Clínica Médica.
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Estratégia
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OBSTETRÍCIA Diabetes Mellitus na Gestação Estratégia
MED
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA AULA 5
PÉROLAS DA AULA 6
1.0 DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO 7
2.0 FISIOPATOGENIA 9
3.0 COMPLICAÇÕES 10
4.0 DIAGNÓSTICO 12
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4 .1 SITUAÇÃO DE VIABILIDADE FINANCEIRA E DISPONIBILIDADE TÉCNICA TOTAL 13
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4 .2 SITUAÇÃO DE VIABILIDADE FINANCEIRA E DISPONIBILIDADE TÉCNICA PARCIAL 14
5.0 CONDUTAS 17
5 .1 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 17
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5.1.1 DIETA 18
5 .2
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TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 20
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5.2.1 INSULINA 20
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5 .4 ASSISTÊNCIA PERIPARTO 24
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APRESENTAÇÃO DA AULA
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Nossa bibliografia está discriminada em detalhes ao final do livro, mas gostaria de ressaltar quais serão os principais guias teóricos para
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esta aula:
• Rastreamento e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde,
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Diabetes – 2017.
• Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Diabetes – 2019.
Vamos chamar a esses dois documentos de “diretriz conjunta”, já que resultaram do entendimento entre múltiplas instituições e
sociedades médicas.
Feitas as devidas explicações, sugiro que tenha especial atenção às “perolas da aula”. Por fim, desejo-lhe uma leitura produtiva e agradável.
Cordialmente,
Professora Maria Tereza Guerra.
PÉROLAS DA AULA
Aqui, mostrarei quais são aqueles pontos da aula que você deve
buscar como uma pedra preciosa e guardar como uma joia. Mergulhe no
tema de mente aberta e volte à superfície com as seguintes preciosidades:
• Os fatores de risco para o desenvolvimento de hiperglicemia
na gravidez.
• O papel do lactogênio placentário e de outros hormônios
diabetogênicos na fisiopatogenia da doença.
• A diferenciação diagnóstica entre diabetes mellitus prévio à
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gestação e diabetes mellitus gestacional.
• Tratamento não farmacológico e farmacológico do diabetes
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mellitus prévio à gestação e do diabetes mellitus gestacional.
• Indicações de interrupção da gravidez.
• Manejo glicêmico durante e após o parto.
• Reclassificação pós-parto da paciente com diabetes mellitus
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gestacional.
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CAPÍTULO
Diabetes mellitus (DM) na gestação é uma expressão que engloba duas categorias diagnósticas:
– DM diagnosticado previamente à gestação.
– Hiperglicemia inicialmente detectada na gravidez:
✓ Diabetes mellitus gestacional (DMG).
✓ DM prévio diagnosticado na gestação (overt diabetes ou DM franco).
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Diabetes mellitus
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na gestação
DM diagnosticado Hiperglicemia
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previamente inicialmente detectada
à gestação na gravidez
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DMG
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O quadro de DM franco refere-se à situação de mulheres sem diagnóstico prévio de DM que evoluem com hiperglicemia em níveis que
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preenchem critérios para o diagnóstico de DM fora da gestação. Já o DMG é um estado transitório de intolerância aos carboidratos que se
inicia no período gestacional, com gravidade variável, e que não preenche os critérios de DM franco. Quando conversarmos sobre diagnóstico,
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Quadro 1
Fatores de risco para hiperglicemia na gravidez
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• Acantose nigricans.
• Doença cardiovascular aterosclerótica.
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• Uso de medicamentos hiperglicemiantes.
• Antecedentes obstétricos:
• ≥ 2 perdas gestacionais.
• DMG.
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• Polidrâmnio (maior bolsão ≥ 8 cm ou o índice de líquido amniótico – ILA ≥ 24 cm).
• Macrossomia (recém-nascido com peso ≥ 4.000 g ou peso > percentil 90 para a idade
gestacional).
• Óbito fetal/neonatal sem causa determinada.
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• Malformação fetal.
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Adaptado de: Rastreamento e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Diabetes – 2017.
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CAPÍTULO
2.0 FISIOPATOGENIA
Do ponto de vista metabólico, podemos dividir a gravidez em duas fases sequenciais: anabólica (1º e 2º trimestres) e catabólica (3º
trimestre). Na fase anabólica, em razão da sensibilidade aumentada à ação da insulina, a gestante armazena boa parte dos nutrientes ingeridos
e o crescimento fetal ocorre de forma limitada. Na fase catabólica, haverá aumento da lipólise e da gliconeogênese para o suprimento
contínuo das necessidades fetais; portanto, o crescimento fetal será acelerado à custa de um aumento da transferência de nutrientes da mãe
para o feto.
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Esse estado de catabolismo exacerbado decorre da secreção placentária de hormônios catabólicos, tais como:
lactogênio placentário (somatomamotropina coriônica), hormônio do crescimento (GH), hormônio liberador de
corticotrofina (CRH), prolactina e progesterona.
Em suma, a gravidez é um período em que observamos aumento fisiológico da resistência insulínica. Chamamos a essas adaptações
metabólicas de fisiológicas porque visam garantir que o feto tenha um aporte de nutrientes adequado. Entretanto, se a função pancreática
da mulher não for suficiente para sobrepujar o estado de resistência insulínica, haverá progressão para um estado de intolerância à glicose
e DMG.
_________________________________________________
CAPÍTULO
3.0 COMPLICAÇÕES
A diretriz conjunta divide as complicações decorrentes do DM na gestação de acordo com a apresentação temporal: curto prazo (gestação
e nascimento) e longo prazo (seguimento da vida). Para facilitar a visualização dessa divisão, vamos expor as complicações na tabela a seguir:
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Tabela 1
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Complicações do diabetes mellitus na gestação
Maternas Fetais
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– Macrossomia fetal
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Curto
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trombóticos
– Hiperbilirrubinemia
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Adaptado de: 1) Rastreamento e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Diabetes – 2017. 2) UpToDate (Infants of women whit diabetes).
O crescimento fetal excessivo é uma das complicações fetais mais características do DM descompensado
durante a gestação.
O excesso glicêmico materno cruza a placenta por difusão obesidade, DM2 e complicações cardiovasculares inerentes a
facilitada e desencadeia os seguintes processos: essas comorbidades.
• Aumento da glicosúria fetal (causadora do polidrâmnio). A síndrome do desconforto respiratório pode desenvolver-se
• Estímulo à secreção de insulina pelo pâncreas fetal. como resultado de múltiplos fatores, tais como prematuridade e
A insulina é um hormônio anabólico, portanto estimula o prejuízo à síntese de surfactante (postula-se que a hiperinsulinemia
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crescimento fetal e a deposição de gordura em tórax e abdômen. prejudica a maturação pulmonar induzida pelos glicocorticoides).
Do ponto de vista imediato, observa-se um risco aumentado de Algumas complicações metabólicas fetais merecem
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distocias e tocotraumatismos, além de complicações respiratórias explicações adicionais, seja pelo fato de a fisiopatogenia não ser
e metabólicas que podem exigir intervenções invasivas. Do ponto tão óbvia, seja pelo fato de serem abordadas em prova com alguma
de vista crônico, o feto será um adulto com risco aumentado de frequência. Observe o fluxograma a seguir:
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CAPÍTULO
4.0 DIAGNÓSTICO
As recomendações da diretriz conjunta para o diagnóstico de DMG baseiam-se nos quatro princípios elencados no diagrama a seguir:
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É bem provável que, ao resolver questões sobre o tema desta aula, você encontre menções ao estudo Hyperglycemia and
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na 1ª e na 2ª hora.
O HAPO comprovou que há correlação positiva e linear entre os valores glicêmicos apresentados e vários desfechos
adversos para o binômio mãe-feto.
Em 2010, a International Association of Diabetes in Pregnancy Study Group (IADPSG) reuniu um painel de especialistas que optou por
delimitar duas entidades clínicas distintas, que antes eram consideradas DMG (o overt diabetes e o DMG propriamente dito). Além
disso, limiares numéricos foram definidos para cada uma dessas situações.
Em 2013, visando à criação de um consenso mais universal, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou os critérios da IADPSG e
sugeriu algumas modificações. Portanto, podemos dizer que o HAPO consolidou a associação da hiperglicemia materna com alguns
desfechos materno-fetais desfavoráveis e que a IADPSG e a OMS utilizaram as evidências do estudo para a confecção dos critérios
diagnósticos que utilizamos até hoje.
Quando a situação financeira e a logística em torno da gestante não impuserem limitações diagnósticas, devemos realizar glicemia de
jejum (GJ) até a 20ª semana de gestação. A partir da GJ, pode-se observar três desfechos:
• GJ ≥ 126 mg/dL = DM prévio diagnosticado na gestação.
• GJ 92 – 125 mg/dL = DMG.
• GJ < 92 mg/dL = realização do TOTG com 75 g de glicose entre a 24ª e a 28ª semana de gravidez.
Se o pré-natal for iniciado tardiamente, devemos observar a semana gestacional atual para definir a conduta diagnóstica:
• Pré-natal iniciado entre a 20ª e a 28ª semana à TOTG entre a 24ª e a 28ª semana.
• Pré-natal iniciado após a 28ª semana à TOTG o mais brevemente possível.
Consoante o valor do TOTG, as pacientes serão classificadas em três categorias:
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• DM prévio diagnosticado na gestação.
üJejum ≥ 126 mg/dL
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ou
ü Glicemia da 2ª hora ≥ 200 mg/dL.
• DMG.
üJejum 92 – 125 mg/dL
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ou
üGlicemia da 1ª hora ≥ 180 mg/dL
ou
üGlicemia da 2ª hora 153 – 199 mg/dL.
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Quando houver limitações logísticas ou financeiras à realização do TOTG, devemos realizar a GJ tão logo o acompanhamento pré-natal
seja iniciado. Se a GJ for ≥ 126 mg/dL, confirma-se o diagnóstico de DM prévio diagnosticado na gestação; se o valor ficar entre 92 e 125 mg/
dL, a paciente receberá o diagnóstico de DMG. Caso a GJ seja < 92 mg/dL, deve-se repetir a GJ entre a 24ª e a 28ª semana para a conclusão
do processo de rastreamento.
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Criamos um “bizu” para você sedimentar os valores diagnósticos do TOTG para o DMG, pois esse conceito DESPENCA em provas!
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Nosso próximo tópico versará sobre tudo o que envolve o manejo terapêutico do DM na gestação, desde as orientações dietéticas até
as indicações de interrupção da gestação. Entretanto, convém que você já perceba o impacto terapêutico de cada um dos diagnósticos sobre
os quais acabamos de falar:
• As pacientes que são sabidamente portadoras de DM previamente à concepção deverão ter seus esquemas terapêuticos reavaliados
e adaptados às limitações de segurança farmacológica impostas pela gravidez.
• As pacientes com DM prévio diagnosticado na gestação receberão tratamento farmacológico.
• As pacientes com DMG serão orientadas a realizar dieta de baixo teor glicêmico e atividade física, pois somente casos refratários a
essas medidas receberão abordagem farmacológica.
Diabetes mellitus
na gestação
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DM diagnosticado Hiperglicemia
previamente inicialmente
à gestação detectada na gravidez
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DM prévio
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Adaptar o tratamento
diagnosticado na DMG
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medicamentoso atual
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gestação
às limitações de
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segurança
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Dieta de baixo
farmacológica Tratamento
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teor glicêmico e
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O papel da HbA1c
As hemácias da gestante estão sob maior turnover, portanto a HbA1c não é um exame que
participa formalmente do rastreio do DM na gestação.
Em 2010, o painel de especialistas da IADPSG definiu que se, na primeira consulta de pré-natal,
a gestante apresentar exames laboratoriais compatíveis com os critérios diagnósticos de DM fora da
gestação (HbA1c ≥ 6,5%, GJ ≥ 126 mg/dL ou TOTG ≥ 200 mg/dL), ela deverá ser considerada portadora
de DM prévio diagnosticado na gestação.
Entretanto, lembre-se de que a ADA sugere que o diagnóstico de DM deve ser feito de acordo com a existência ou
não de sinais e sintomas de hiperglicemia descompensada (poliúria, polidipsia e perda de peso):
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• Paciente assintomático – diagnóstico confirmado se 2 exames alterados, na mesma amostra ou em amostras
diferentes.
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• Paciente sintomático – diagnóstico confirmado se 1 exame alterado.
Outro ponto que já foi abordado em várias questões de prova é a correlação positiva entre os valores da HbA1c
durante as 10 primeiras semanas de gravidez e o risco de malformações fetais (principalmente anencefalia, microcefalia,
cardiopatias congênitas, malformações renais e síndrome da regressão caudal).
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Essa correlação existe porque a organogênese fetal se processa principalmente entre a 5ª e a 8ª semana de
gestação. Uma HbA1c periconcepcional < 6% associa-se a menores riscos de malformações fetais e abortamento. Por
outro lado, mulheres com HbA1c > 10% devem ser orientadas a postergar a gravidez para um momento em que o status
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É importante ressaltar que o risco de malformações fetais é maior no DM prévio que no DMG, já que este último é
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um estado diabetogênico que se desenvolve ao longo da gestação (principalmente durante a fase catabólica).
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CAPÍTULO
5.0 CONDUTAS
O tratamento não farmacológico do DM na gestação assenta-se sobre um tripé: terapia nutricional, atividade física e monitorização
da glicemia.
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Até 85% das pacientes com DMG alcançam controle glicêmico apenas com mudanças de estilo de vida.
5.1.1 DIETA
De acordo com o Ministério da Saúde e a OMS, a gestante deve priorizar alimentos in natura ou minimamente processados e que
tenham baixo teor glicêmico. Muito embora a diretriz conjunta traga orientações detalhadas sobre essas categorias alimentícias, não
vamos nos aprofundar nesse assunto porque esses conceitos jamais foram abordados em provas. Entretanto, é importante que você saiba
a porcentagem do valor energético total (VET) correspondente a cada macronutriente (lembrando que definimos o VET em calculadoras
nutricionais de forma individualizada para cada gestante):
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Lipídios 30-40% do VET
Proteínas co
15-20% do VET
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A gestante pode fracionar o VET entre 3 refeições principais (café, almoço e jantar) e 2 ou 3 lanches. Ou seja, deve alimentar-se de 5 a
6 vezes ao dia e evitar intervalos superiores a 3 horas entre cada momento de alimentação.
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A diretriz conjunta ressalta que a prescrição de atividade física para a gestante com DM deve respeitar os princípios gerais aplicáveis à
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população geral e recomenda uma prática diária de 20 a 30 minutos/dia na maioria dos dias da semana (idealmente todos os dias).
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O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) recomenda que as pacientes com DMG realizem 30 minutos de exercício
aeróbico de moderada intensidade durante, pelo menos, 5 dias da semana ou 150 minutos de atividade física ao longo da semana.
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Aqui, precisamos conversar sobre dois detalhes: a frequência da monitorização glicêmica e as metas glicêmicas.
A glicemia da gestante com DM deve ser avaliada de acordo com a disponibilidade de recursos e o tipo de tratamento adotado
(farmacológico ou não farmacológico). Vamos expor as recomendações da diretriz conjunta em forma de fluxograma:
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6 pontos/dia 4 pontos/dia 4 pontos 3x/semana
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6 pontos: 4 pontos:
• Jejum • Jejum
• Pós-café
• Pós-café
• Antes do almoço
• Pós-almoço
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• Pós-almoço
• Antes do jantar • Pós-jantar
• Pós-jantar
Adaptado de: Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Federação Brasileia das Associações
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As metas glicêmicas a serem perseguidas, independentemente do tipo de DM ou da idade gestacional, são as seguintes (atenção
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95 140 120
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A glicemia realizada 1 hora após o início da refeição é a que reflete com maior precisão a
magnitude dos picos glicêmicos pós-prandiais e a que mais se correlaciona com o risco de
macrossomia. Portanto, é o horário de aferição pós-prandial de preferência na gestante.
5. 2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
5.2.1 INSULINA
Vamos começar este subtópico com uma máxima que você deve guardar consigo e levar para a prova:
“A insulina é a terapia farmacológica de primeira escolha na gestante com DM,
independentemente do tipo de DM.”
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A terapia farmacológica deve ser iniciada nas seguintes situações:
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• Paciente sabidamente portadora de DM2 e que faça uso de antidiabéticos não insulínicos.
• DM prévio diagnosticado na gestação.
• DMG refratária ao tratamento não farmacológico.
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Já sabemos quais são as metas glicêmicas para o DMG, mas quão alterado um perfil glicêmico deve estar para
considerarmos o caso refratário ao tratamento não farmacológico?
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Não existe uma resposta simples para essa pergunta, mas algumas referências, inclusive o UpToDate, sugerem que a
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terapia farmacológica para a paciente com DMG deve ser iniciada nas seguintes situações:
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Ou
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Ou
– Peso fetal estimado ≥ 90º percentil.
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Tabela 2
Insulinas consideradas seguras para uso durante a gestação
DURAÇÃO DO EFEITO
INSULINA INÍCIO DE AÇÃO PICO DE AÇÃO
TERAPÊUTICO
Ação longa
Ação intermediária
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Insulina NPH 2-4h 4 - 10 h 10 - 18 h
Ação rápida
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Insulina regular 30 min - 1 h 2-3h 5-8h
Ação ultrarrápida
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Asparte (novorapid®)
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Lispro (humalog®)
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Muito embora vários estudos sugiram que a insulina glargina não se associa a efeitos deletérios para o binômio
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mãe-feto, não se trata de uma insulina aprovada pela Food and Drug Administration (FDA). Na bula brasileira,
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aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), consta que a insulina glargina “pode ser utilizada na
gravidez, se clinicamente necessário”.
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A dose, o tipo de insulina e o momento da aplicação devem ser escolhidos de acordo com o perfil glicêmico de cada paciente. Sendo
que as insulinas basais se prestam a controlar as glicemias do jejum e pré-prandiais, enquanto as insulinas prandiais se destinam a controlar
a incursão glicêmica pós-prandial (princípios expostos e elucidados no livro Diabetes mellitus – insulinoterapia e cirurgia metabólica no
manejo do paciente diabético).
A SBD sugere que a dose inicial de insulina deve ser de 0,5 UI/kg/dia e a necessidade de ajustes deve ser
feita a cada 15 dias, até a 30ª semana gestacional, e semanalmente, após esse marco temporal.
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no período gestacional.
Comparada à insulina, a metformina associa-se aos seguintes desfechos:
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• Menor ganho de peso materno.
• Menor peso fetal ao nascimento.
• Menor risco de macrossomia.
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• Menor risco de hipoglicemia neonatal.
• Menor risco de síndromes hipertensivas gestacionais.
• Maior IMC da prole.
Comparada à insulina, a glibenclamida associa-se aos seguintes desfechos:
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Fica muito fácil perceber as razões pelas quais a glibenclamida é considerada praticamente uma
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“carta fora do baralho”. Entretanto, a metformina é uma medicação oral associada a vários desfechos
positivos e nem por isso ameaça o “reinado” da insulina no período gestacional. Podemos explicar a
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Em termos de segurança, é importante que você saiba o que as agências regulatórias dizem sobre a metformina:
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O momento até o qual a gravidez poderá ser prolongada dependerá do controle glicêmico da gestante e da situação clínica do binômio
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mãe-feto.
Para gestantes com bom controle glicêmico sem tratamento farmacológico, o ACOG sugere que, a partir da 39ª semana, haja uma
ponderação da relação risco-benefício entre a conduta expectante e a indução do parto, e a indução deve acontecer entre 39 e 40 6/7
semanas de gestação. Se não houver antecedentes obstétricos de macrossomia, morte perinatal ou complicações associadas (como síndromes
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hipertensivas), pode-se aguardar a evolução espontânea do parto até o termo.
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A via de parto é uma decisão obstétrica nas gestantes com DM, portanto não há indicação de cesárea
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O parto só pode ser induzido entre 34 e 36 6/7 semanas quando nenhum esforço, inclusive a hospitalização,
for suficiente para que se alcance o controle glicêmico ou quando houver sinais de comprometimento da
vitalidade fetal.
Via de regra, a cesárea agendada é proposta para gestantes com DM e fetos com peso ≥ 4.500 g a partir da 39ª semana.
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5. 4 ASSISTÊNCIA PERIPARTO
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Durante o trabalho de parto, a glicemia deve ser mantida entre 70 e 120 mg/dL (preferencialmente entre 100 e 120 mg/dL).
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A diretriz conjunta faz as seguintes recomendações com a finalidade de que esse intervalo seja alcançado:
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• Glicemias inferiores a 70 mg/dL devem ser corrigidas com soro glicosado a 5 ou 10%, pela via intravenosa.
• Glicemias superiores a 120 mg/dL devem ser corrigidas com insulina regular, por via subcutânea.
Após a saída da placenta, a resistência insulínica diminui de forma abrupta e, na maioria dos casos, o tratamento medicamentoso e a
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dieta para DM poderão ser descontinuados. Em casos selecionados, pode ser indicada a monitorização da glicemia capilar por 24 a 72 horas
após o parto, para a identificação de gestantes com hiperglicemia persistente.
CAPÍTULO
A diretriz conjunta refere-se à abordagem da hipoglicemia poderá ser corrigido de forma tempestiva. A diretriz conjunta
durante o trabalho de parto, sugerindo que, se a glicemia da não se refere à hipoglicemia em situações diversas, tal como uma
paciente evoluir para valores inferiores a 70 mg/dL, deve-se infundir paciente na enfermaria ou uma paciente que evolua com sinais
soro glicosado a 5 ou 10%, pela via intravenosa. neuroglicopênicos graves.
Ocorre que o trabalho de parto é o momento durante o qual Vamos ver o que dizem o UpToDate (tabela) e a SBD
a paciente provavelmente estará em vigilância, os sinais e sintomas (fluxograma):
de hipoglicemia serão observados precocemente e o distúrbio
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Tabela 3
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Conduta na hipoglicemia (UpToDate)
• Ingerir 15 a 20 g de carboidratos
Paciente alerta e clinicamente estável
• Aferir HGT 15 minutos depois
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• Paciente com acesso venoso:
– 25 mL de glicose a 50%
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intramuscular); ou
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- Correção via oral: 15 g de - Correção via intravenosa: 30 mL - Correção via intramuscular ou via
carboidrato de absorção rápida de glicose 50%, + 100 mL de SF subcutânea: 1 ampola de glucagon.
(uma colher de sopa de açúcar ou 0,9%.
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- Oferecer alimentação pela via
30 mL de soro glicosado a 50%
- Reavaliar glicemia capilar após 5 oral tão logo seja possível.
diluído em água filtrada).
co
minutos. Se não houver
- Continuar tentativas de acesso
- Reavaliar a glicemia capilar após recuperação, o procedimento
venoso periférico.
15 minutos; deve ser repetido.
Por fim, é necessário que você saiba de uma associação que já foi cobrada em algumas provas:
ub
ro
id
é
Se a secreção hormonal placentária é a gênese do estado diabetogênico, um processo de insuficiência placentária obviamente se
traduzirá em redução da resistência insulínica e, se a mulher fizer uso de terapias farmacológicas, poderá evoluir com episódios hipoglicêmicos
ou redução da necessidade de aporte insulínico.
me
CAPÍTULO
m
Tabela 4
Classificação modificada de Priscilla White para o DM na gestação
co
Tipo de DM Categoria Descrição
Subclassificado primordialmente C ou
ro
tempo de doença
é
DM prévio
pi
à gestação
Có
CAPÍTULO
Independentemente da existência ou não de fatores de risco para DM, toda paciente com DMG deve ser reclassificada do ponto de
vista glicídico 6 semanas após o parto e na ausência de tratamento farmacológico. Idealmente, deve-se realizar um TOTG para essa finalidade;
caso não seja possível, deve-se coletar a GJ.
Os limiares diagnósticos utilizados são os mesmos previstos para a população geral, tal como exposto nos fluxogramas a seguir:
VIABILIDADE FINANCEIRA E
m
DISPONIBILIDADE TÉCNICA TOTAL
(100% de taxa de detecção)
co
Puérpera
6 semanas após o parto
s.
TOTG 75 g
Dosagens: jejum
e 2ª hora
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eo
o
Jejum: < 100 mg/dL Jejum: 100 - 125 mg/dL Jejum: ≥ 126 mg/dL
ub
e ou e/ou
ro
2ª hora < 140 mg/dL 2ª hora: 140 - 199 mg/dL 2ª hora ≥ 200 mg/dL
id
é
o
Pré-diabetes
Normal Diabetes mellitus
nã
Adaptado de: Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Federação Brasileira das Associações
Có
Puérpera
6 semanas após o parto
Glicemia de jejum
m
Glicemia de jejum Glicemia de jejum Glicemia de jejum
< 100 mg/dL 100 a 125 mg/dL ≥ 126 mg/dL
co
Pré-diabetes Diabetes mellitus
Normal
(engloba a glicemia de jejum alterada e
a intolerância à glicose)
s.
Adaptado de: Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Federação Brasileira das Associações
de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Diabetes – 2019.
♥
eo
o
ub
Nossos fluxogramas trazem os termos “glicemia de jejum alterada” e “intolerância à glicose” porque
ro
são os termos utilizados na diretriz conjunta. Entretanto, as diretrizes da American Diabetes Association
id
(ADA) e da SBD utilizam os termos “pré-diabetes” ou “risco aumentado para DM” para referir-se a esse
é
A HbA1c não deve ser solicitada no pós-parto, pois não foi validada para o diagnóstico de DM no puerpério. Caso o TOTG ou a GJ de
jejum, realizados após 6 semanas do parto, sejam normais, a mulher deverá ser reavaliada ANUALMENTE com GJ, TOTG ou HbA1c.
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Copie o link abaixo e cole no seu navegador
para acessar o site
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s. https://estr.at/NeGV
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CAPÍTULO
Diretrizes
1. Rastreamento e diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde,
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Diabetes – 2017.
2. Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde, Ministério da Saúde, Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Diabetes – 2019.
3. ACOG Practice Bulletin No. 190: Gestational Diabetes Mellitus. Obstet. Gynecol. 2018;131(2):e49-e64.
m
4. American Diabetes Association (ADA). Standards of medical care in diabetes – 2021. Diabetes Care. 2021; 44 (Suppl.1).
5. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretrizes 2019-2020.
co
6. RASMUSSEN, K. M.; YAKTINE, A. L. Institute of Medicine (US) and National Research Council (US) Committee to Reexamine IOM Pregnancy
Weight Guidelines, eds. Weight Gain During Pregnancy: Reexamining the Guidelines. Washington (DC): National Academies Press (US); 2009.
s.
Artigos do UpToDate
7. Gestational diabetes mellitus – Screening, diagnosis and prevention.
8. Gestational diabetes mellitus – Obstetric issues and management.
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eo
10.Pregestational (preexisting) and gestational diabetes – Intrapartum and postpartum glycemic control.
ub
13.Fetal macrosomia.
o
15.Antenatal corticosteroid therapy for reduction of neonatal respiratory morbidity and mortality from preterm delivery.
a
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pi
Có
Artigos originais
16. HERRERA, E. Metabolic adaptations in pregnancy and their implications for the availability of substrates to the fetus. Eur J Clin Nutr. 2000;54
me
Suppl 1:S47-S51.
17. DODE, M. A.; Santos, Ida S. Fatores de risco para diabetes mellitus gestacional na coorte de nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul,
Brasil, 2004 [Risk factors for gestational diabetes mellitus in the birth cohort in Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil, 2004]. Cad Saude Publica.
2009;25(5):1141-1152.
18. WHITE, P. Classification of obstetric diabetes. Am J Obstet Gynecol. 1978;130(2):228-230.
19. SACKS, D. A.; METZGER, B. E. Classification of diabetes in pregnancy: time to reassess the alphabet. Obstet Gynecol. 2013;121(2 Pt 1):345-348.
CAPÍTULO
Estrategista,
Finalizamos mais uma aula e espero que você tenha encontrado, e guardado para si, todas as pérolas distribuídas ao longo da teoria.
Treine bastante em nosso sistema de questões para ancorar todos os conceitos aprendidos. Se porventura surgir alguma dúvida, estarei
a postos no fórum para dirimi-la.
Foi uma satisfação estar com você em mais uma jornada de aprendizado e evolução.
Cordialmente,
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co
Professora Maria Tereza Guerra.
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