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Pneumotórax

Introdução

• Ocorre quando o ar na cavidade pleural leva a um colapso


pulmonar parcial ou completo;

• O pneumotórax pode ocorrer de modo espontâneo ou em


virtude de pneumopatia subjacente, trauma ou procedimentos
médicos.
Tipos
 Pneumotórax espontâneo primário

• Ocorre em pacientes sem pneumopatia


subjacente, tipicamente em jovens do
sexo masculino, magros e altos, na
adolescência ou por volta dos 20 anos de
idade;
• Decorre da ruptura espontânea de vesículas ou bolhas apicais
subpleurais, consequentes ao tabagismo ou hereditárias;

• Em geral, ocorre em repouso, embora alguns casos ocorram durante


atividades que envolvem extensão ou estiramento. Também ocorre
durante o mergulho ou voo em altas altitudes;
 Pneumotórax Espontâneo Secundário

• Decorre da ruptura de vesículas ou bolhas em pacientes com


doença pulmonar obstrutiva crônica;

• É mais grave que o primário, pois ocorre em pacientes já com


alguma doença pulmonar.
Pneumotórax Traumático

• É uma complicação comum de contusões e lesões torácicas


penetrantes;

• Ocorre quando há acúmulo de ar entre a parede torácica e o pulmão


devido a uma lesão;

• Causa o colapso parcial ou total do pulmão.


Pneumotórax Hipertensivo
• Arterial

• Causa aumento progressivo na pressão intrapleural a níveis que se tornam positivos por

todo o ciclo respiratório e colapsa o pulmão, desloca o mediastino e prejudica o retorno

venoso para o coração;

• O ar continua entrando no espaço pleural, mas não é capaz de sair;

• Sem tratamento adequado, o retorno venoso pode causar hipotensão sistêmica e parada

respiratória e cardíaca em poucos minutos;


• Ocorre mais comumente em

pacientes em ventilação com

pressão positiva, seja na

ventilação mecânica ou

durante a reanimação;
Fisiopatologia

• A pressão intrapleural normalmente é negativa por causa do recuo da


parede pulmonar para dentro e da parede torácica para fora;

• No pneumotórax, o ar de fora do tórax ou do próprio pulmão entra no


espaço pleural através dos planos do tecido pulmonar ou através de
perfuração pleural direta;
Sinais e sintomas
• Assintomático quando de pequeno porte;

• Dispneia e dor pleurítica;

• A dispneia pode ter início súbito ou gradual, dependendo da velocidade de

desenvolvimento e do tamanho do pneumotórax;

• Se o pneumotórax for grande, o lado comprometido pode estar aumentado, com a

traqueia visivelmente desviada para o lado oposto.


Diagnóstico
• Pacientes estáveis que apresentam dispneia ou
dor torácica pleurítica;

• Confirmação com radiografia inspiratória em


posição ortostática;

• O deslocamento traqueal e o desvio do mediastino


acontecem com pneumotórax mais amplos;
Tratamento

• O paciente deve receber suplementação de oxigênio até a


radiografia estar disponível;

• O tratamento depende do tipo, do tamanho e dos efeitos do


pneumotórax;

• Pode-se realizar descompressão imediata com agulha para


pneumotórax de tensão;
• O pneumotórax espontâneo primário (PEP) que não
desencadeia sintomas respiratórios ou cardíacos pode ser
observado com segurança, sem tratamento, se radiografias
torácicas de acompanhamento feitas em intervalos de
aproximadamente 6 e 48 horas não revelarem progressão;
• O PEP de maiores dimensões e
sintomático, deve ser esvaziado por
drenagem com cateter.

• A toracostomia com dreno é uma


alternativa, sendo utilizada para
pneumotórax secundário e traumático;
• Em PEP sintomáticos ou grande a respiração é realizada por
cateter;

• Se efetuada a drenagem e o pulmão não se expandir, insere-se


o dreno torácico e o paciente deve ser hospitalizado;
• Se for o caso, os pacientes com PEP devem ser orientados a
deixar de fumar;

• O pneumotórax hipertensivo constitui uma grande emergência


e deve-se tentar realizar o diagnostico diretamente;

• Tratamento imediato com toracostomia por agulha;


• O som de esvaziamento de ar sob alta pressão confirma o diagnóstico;

• O cateter pode ser mantido aberto para a atmosfera ou conectado a uma


válvula de drenagem;

• A descompressão de emergência deve ser imediatamente seguida de


toracostomia com dreno, depois da qual se remove o cateter;
Complicações
Extravasamentos de ar

• Geralmente decorrem de defeitos primários mas podem decorrer de


extravasamento de ar em torno do local de inserção do dreno de tórax, se
este local não for suturado e selado de maneira adequada;

• Mais comuns nos PE secundários que nos primários. A maioria regride


espontaneamente em menos de 1 semana;
Falha na Reexpansão Pulmonar Edema Pulmonar por Reexpansão

 Geralmente ocorre devido a: • Ocorre quando o pulmão se


expande rapidamente;
• Vazamento persistente de ar;
• Obstrução endobrônquica;
• O tratamento é de suporte com
• Pulmão encarcerado;
oxigênio, diuréticos e suporte
• Dreno torácico mal posicionado;
cardiopulmonar conforme
necessário;
Prevenção
• Recorrência próxima de 50% nos 3 anos após o pneumotórax
espontâneo inicial;

• O melhor procedimento preventivo é a cirurgia torácica assistida por


vídeo, sendo a recorrência após este procedimento menor que 5%;
• Recomendam-se este procedimentos quando a aspiração por cateter
não consegue resolver o pneumotórax espontâneo, quando há
pneumotórax recorrente ou quando os pacientes tem PES;

• Se a toracoscopia guiada por vídeo não puder ser realizada ou for


contraindicada, pode-se proceder à pleurodese química por dreno
torácico, um procedimento menos invasivo, que reduz o índice de
recorrência em 25%;
Pneumoperitônio
Introdução
• Presença de ar na cavidade abdominal;

• Ocorre devido a perfuração de vísceras


ocas (tubulares), entretanto, em,
aproximadamente, 10% dos casos pode
estar presente na ausência dessas;
• Mais frequente é a
presença de ar
intraperitoneal no
quadrante superior direito
do abdômen, o que desloca
o diafragma para cima;
• Quando nenhuma causa é encontrada, é definido como
idiopático, tendo 21 casos descritos nos últimos 30 anos;

• É radiologicamente evidente quando a quantidade de ar no


abdômen oscila entre 30-90 cm³;
• Eventualmente observa-se
na radiografia o sinal de
Rigler, que é a visualização
da parede gástrica ou do
intestino;
• No exame físico encontra-se o sinal de Jobert, que é o
aparecimento de hipertimpanismo na região hepática;

• Nesta situação, ocorre produção de sons timpânicos ao


invés de maciços, indicando ar livre na cavidade abdominal
por perfuração de víscera oca;
Tratamento
• Baseado na abordagem cirúrgica principalmente quando
associado a sinais e sintomas de abdome agudo, podendo sempre
que possível optar pela abordagem laparoscópica;

• Para o pneumoperitônio idiopático pode ser sugerido pequenas


perfurações de vísceras permitindo extravasar apenas o ar.

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