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DOSSIER DE APRENDIZAGEM

PCR
o Proteina C-reativa
o É uma proteína produzida pelo fígado que quando aumentada indica que existe
algum tipo de processo inflamatório ou infecioso a acontecer.
o Pode ser utilizada para avaliar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares,
já que, quanto mais alto o valor desta proteína, maior o risco deste tipo de
doenças.
o Não indica qual a inflamação ou infeção, nem onde se localiza. Por este motivo,
para a descoberta da origem da inflamação ou infeção é necessário realizar mais
exames complementares.
o Valores de PCR:
 Risco de desenvolver doenças cardíacas:
 Alto risco: acima de 3,0mg/L
 Médio risco: entre 1,0 e 3,0mg/L
 Baixo risco: menor que 1,0mg/L
 Gravidade da inflamação/infeção:
 Entre 3,0 a 10,0mg/L: inflamações leves ou infeções ligeiras
 Entre 10,0 a 40mg/L: infeções mais graves ou moderadas
 Mais de 40,0mg/L: infeção bacteriana
 Mais de 200mg/L: septicemia

Dimero-D
 O dímero-D é um dos produtos da degradação de fibrina, que é uma proteína que está
envolvida com a formação do coágulo.

 O valor de referência de dímero-D no sangue é de até 500 ng/mL, sendo importante


investigar a causa de valores aumentados desse marcador, o que pode ser feito por meio
de exames de sangue como hemograma.

 A avaliação do dímero-d tem como objetivo descartar a possibilidade de TVP ou TEP,


já que nestas situações, este marcador está aumentado.

 A alteração dos níveis de dímero-d acontecem em situações em que há formação e


degradação de coágulos, resultando num aumento anormal dos níveis de produtos de
degradação da fibrino no sangue, que é o principal componente dos coágulos. Assim, o
aumento dos níveis deste marcador está principalmente relacionado com o risco
aumentado de TVP e TEP.

VNI
 Ventilação não invasiva, consiste num método de ajudar na respiração do utente através
de aparelhos que não são introduzidos no sistema respiratório. Este método funciona
facilitando a entrada de oxigénio pelas vias aéreas devido a uma pressão de ar que é
aplicada com auxilia de uma máscara que pode ser facial ou nasal.
 Indicado nas seguintes situações:
o Insuficiência respiratória
o DPOC
o Edema pulmonar
o Asma
o Pneumonia
 Tipos:
o CPAP
o BiPAP
 CPAP
o Funciona aplicando uma pressão continua durante a respiração
o Só é utilizado um nível de pressão
o Não é possível ajustar à quantidade de vezes que a pessoa respira
o Indicado em pessoa que tem controlo sobre a respiração
o Cria uma pressão positiva, mantendo as vias respiratórias abertas todo o tempo
de utilização, mantendo a passagem de oxigénio constante.
o Utilizado em pessoas com apneia do sono.
 BiPAP
o Pressão positiva bifásica
o Favorece a respiração através da aplicação de pressão positiva em dois níveis:
na fase de inspiração e na fase de expiração.
o É possível controlar a frequência respiratória.
o Utilizado em pessoas com insuficiência respiratória

DPOC
 Doença pulmonar obstrutiva crónica
 Resultado da inflamação e lesão dos pulmões.
 Fatores de risco:
o Fumadores
o Exposição a fumos: forno de lenha, trabalho em minas, tabagismo passivo
o Alterações genéticas dos pulmões
 Sintomas:
o Tosse constante
o Produção de secreções
o Falta de ar, que progride.
 Diagnóstico:
o Pode ser diagnosticado através da realização de diversos exames como:
 Raio x tórax
 TAC tórax
 Gasimetrias
 Espirometria – confirmação que demonstra o grau de obstrução das vias
respiratórias e a quantidade de ar que consegue respirar.
 Tratamento:
o Terapêutica
 Broncodilatadores (fenoterol)
 Anticolinérgicos (brometo de ipratrópio)
 Beta-agonistas (salbutamol, salmeterol)
 Corticóides (beclometasona)
 Acetilcisteina (redução das secreções)

Pneumotórax
 Presença de ar no espaço pleural, entre os pulmões e a parede torácica.
 Sintomas:
o Dor intensa
o Sensação de falta de ar
o Dificuldade em respirar
o Cianose
o Aumento da frequência cardíaca
 Tipos:
o Pneumotórax primário
 Surge em pessoas sem histórico de doença pulmonar e sem causa
aparente
o Pneumotórax secundário
 Surge como complicação de outra doença, como DPOC, fibrose
quistica, asma, infeções pulmonares.
o Pneumotórax traumático
 Quando ocorre um trauma na região torácica, como cortes profundos,
fraturas.
 Também pode ocorrer em praticantes de mergulho, devido às
diferenças de pressão.
o Pneumotórax hipertensivo
 Uma das formas mais graces
 O ar passa do pulmão para o espaço pleural e não consegue regressar,
acumulando-se e causando intensa pressão sobre o pulmão.
 Tratamento
o Retirar o excesso de ar, aliviar a pressão e permitir a expansão do pulmão.
o Colocação de drenos torácicos.

Drenagem Torácica
 Inserção de um ou mais drenos torácicos através da parede torácica até ao espaço
pleural, conectados a um sistema de drenagem fechado.
 Objetivo: a manutenção ou restabelecimento de pressão negativa no espaço pleural.
 Responsável pela remoção de ar (pneumotórax), líquidos (hemotórax) e sólidos (fibrina)
do espaço pleural, que podem ser resultantes de processos infeciosos, trauma,
procedimentos cirúrgicos entre outros.
 Pleura possui dois folhetos:
o Visceral, aderente ao tecido pulmonar
o Parietal, aderente às estruturas da parede torácica. Esta dupla aderência é
responsável pela manutenção da expansão torácica ao longo do ciclo
respiratório.
 Espaço pleural - espaço virtual entre os dois folhetos - é ocupado pelo líquido pleural.
Este tem a função de reduzir o atrito entre os folhetos pleurais durante o movimento
respiratório. Um aumento patológico desde líquido ou a presença de ar no mesmo vai
afetar a força aspirativa do espaço pleural.
 A pressão negativa pré-existente, resultante do campo de forças exercido pelo tecido
pulmonar e pela pressão intra-pleural, vai diminuir (ou mesmo ser anulada), com
consequente colapso pulmonar parcial ou total.
 A acumulação anormal de fluídos ou ar no espaço pleural pode interferir com a função
respiratória, e em casos mais extremos prejudicar a função cardiovascular.
 A drenagem torácica é um procedimento importante para promover a reexpansão
pulmonar, a manutenção ou restabelecimento da pressão negativa no espaço pleural e
para manter a função cardiorrespiratória e a estabilidade hemodinâmica.
 Para a remoção de ar os drenos são inseridos ao nível do 2º ou 3º espaço intercostal
anterior, na linha média axilar. Para drenar líquido, os drenos são colocados ao nível do
4º ao 6º espaço intercostal na linha média axilar.
 Existem duas modalidades de drenagem torácica para reestabelecer a
pressão negativa intrapleural:
 Passiva – o conteúdo presente no espaço pleural drena para o exterior por ação dos
movimentos respiratórios do cliente e pela ação da gravidade;
 Ativa – o conteúdo no espaço pleural drena para o exterior por ação de uma pressão
negativa permanente, obtida através de uma fonte de vácuo.
Exemplo de sistema de drenagem
Legenda:
A- Câmara para controle de aspiração
B- Câmara de selo de água
C- Monitor de fugas de ar Fig.16 - Pleurovac
D- Câmara de drenagem
E- Válvula reguladora para controlo da aspiração
F- Válvula manual para alta negatividade
G- Válvula de escape de pressão positiva
H- Conector em linha
I- Tubo (s) do doente

Este tipo de drenagem, pleurovac, tem três câmaras:


 Uma para recolha do produto drenado; outra para o selo de água e; a terceira
destina-se à aplicação de um sistema de vácuo.
 A colocação e a remoção de drenagem torácica são técnicas cirúrgicas efetuadas
pelo médico e onde o enfermeiro colabora com o mesmo durante o procedimento. O
enfermeiro é responsável pela sua manutenção.

Manutenção drenagem torácica:


 Explicar o procedimento ao cliente, solicitando a sua colaboração;
 Posicionar o sistema de drenagem abaixo do nível do tórax, em suporte apropriado
sem angulação das tubuladuras;
 Verificar e manter a permeabilidade dos drenos;
 Avaliar padrão respiratório assim como existência de sinais de dificuldade
respiratória;
 Posicionar ou assistir o cliente no posicionamento frequente de forma a facilitar
drenagem de liquido ou ar;
 Incentivar (quando possível) o utente a efetuar inspirações profundas e a tossir (estes
exercícios ajudam à reexpansão do tecido colapsado evitando o aparecimento de
atelectasias, acumulação de secreções e consequentemente, evitam infeções
respiratórias);
 Instruir ou assistir o utente na mobilização do membro superior do lado da drenagem;
 Administrar analgesia prescrita para permitir uma maior amplitude de movimentos;
 Verificar e manter o sistema ligado ao aspirador de baixa pressão (se indicado);
 Imobilizar ou não o dreno fixando-o ao tórax do utente, dependendo da norma de
serviço;
 Não existe evidência científica que sustente a prática de “mugir” o sistema de
drenagem como procedimento rotineiro para a prevenção da ocorrência de obstrução.
Deve evitar-se “mugir” por rotina os tubos torácicos devido ao aumento da pressão
negativa intratorácica gerada. No entanto a manobra está indicada se existirem
coágulos ou fibrina no líquido drenado ou obstrução do circuito, devendo os tubos ser
mugidos com precaução e suavidade e de acordo com indicação médica;
 Vigiar a oscilação do nível do líquido na câmara de selo de água, quando está a ser
utilizada a drenagem passiva;
 Vigiar o borbulhar do líquido da câmara de selo de água (se drenagem de
pneumotórax e /ou derrame pleural);
 Avaliação sinais vitais;
 Avaliação e medidas de controlo da dor;

Realização de penso de drenagem torácica:


 Explicar o procedimento ao cliente, solicitando a sua colaboração;
 Verificar permeabilidade do sistema de drenagem;
 Avaliar padrão respiratório (frequência respiratória, ritmo, profundidade) e existência
de sinais de dificuldade respiratória;
 Posicionar ou assistir o cliente a posicionar-se regularmente;
 Calçar luvas não esterilizadas;
 Remover o penso do local de inserção do dreno;
 Examinar o local de inserção do dreno: identificar sinais inflamatórios, fuga de ar,
enfisema subcutâneo;
 Preparar o material de penso;
 Higienizar as mãos
 Calçar luvas esterilizadas
 Realizar a limpeza/desinfeção da pele na região de inserção e pele circundante (com
os mesmos princípios indicados para penso esterilizado);
 Imobilizar o dreno fixando-o ao tórax do utente;
 Remover as luvas;
 Higienizar as mãos
 Monitorizar quantidade e avaliar coloração do conteúdo drenado;
 Vigiar todo o sistema de drenagem;
 Vigiar a oscilação do nível do líquido na câmara de selo de água, quando está a ser
utilizada a drenagem passiva;
 Vigiar o borbulhar do líquido da câmara de selo de água (se drenagem de
pneumotórax);
 Avaliação e medidas de controlo da dor;

Registos
 Data,
 Hora dos procedimentos
 Características da drenagem
 Volume drenado
 Intercorrências
 Funcionamento do sistema de drenagem
 Características do local de inserção do dreno

NOTAS
 O tabuleiro/campo esterilizado com o material de consumo deve estar organizado com
o material pela ordem de material a ser utilizado sendo que fica mais próximo do
doente o primeiro a ser utilizado (Por exemplo as pinças estão mais próximas logo de
seguida as compressas…. mais afastado deve ser por exemplo o penso estéril…);
 O local onde se abre o campo deve estar limpo, desinfetado e vazio sem outro
material;
 As pinças ao serem utilizadas devem estar sempre com as pontas viradas para baixo; 
 O enfermeiro não deve ficar de costas para o campo estéril, bem como para o doente
(o que por vezes é difícil tendo em conta a dimensões do espaço);
 A tina riniforme deve estar próxima do doente para eliminar as compressas ou outro
material não atrás de nós e evitar passarmos o material conspurcado por cima do
campo (pode pousar a esta tina em cima do resguardo na cama do doente? Na nossa
opinião pode, tendo em consideração algumas limitações de espaço, mas agradeço que
discutam connosco esta situação caso não concordem…)
 Após a mobilização e corte do dreno é necessário a mudança de luvas, pois ao
mobilizar o dreno as luvas ficam infetadas, como tal é necessária colocação de novas
luvas para fazer o penso; no caso de utilizar pinças deve inutilizar-se a pinça que
tocou no dreno.

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