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KETLYN BEATRIZ L.

CRUZ

EMPIEMA

CAMPO LARGO

2023
O empiema é uma condição médica na qual há acúmulo de pus dentro da cavidade
pleural, que é o espaço entre as membranas que revestem os pulmões e a parede torácica.
Isso pode ocorrer como resultado de uma infecção pulmonar, como pneumonia, ou devido a
outras causas, como trauma ou cirurgia torácica.

Causas do pus no pulmão (Empiema):


1. Pneumonia: A causa mais comum de empiema é a pneumonia. Quando a
pneumonia não é tratada adequadamente, a infecção pode se espalhar para a
cavidade pleural, causando o acúmulo de pus.

2. Trauma torácico: Lesões ou fraturas na caixa torácica podem causar a entrada de


bactérias na cavidade pleural, levando ao empiema.

3. Cirurgia torácica: Após cirurgias no tórax, como a remoção de tumores ou a


correção de defeitos cardíacos, pode ocorrer a formação de empiema como uma
complicação.

Sintomas
Os sintomas do empiema podem incluir febre, dor no peito, tosse com produção de muco
espesso e amarelado, dificuldade para respirar e sensação geral de mal-estar.

Diagnóstico

O diagnóstico do empiema envolve uma avaliação que inclui antecedentes, quadro


clínico, exame físico, testes laboratoriais (hemograma, gás sanguíneo, etc.), microbiológicos
(hemocultura) e imagens (radiografia de tórax, ultrassom, tomografia computadorizada). O
diagnóstico precoce e preciso é essencial.

Tratamento

Fase I Na fase aguda do empiema

O paciente inicialmente apresenta se com um derrame pleural ainda sem


diagnóstico (Figura 1). A toracocentese deverá ser realizada para análise bioquímica,
microbiológica e citológica do líquido.

(Figura 1)
A remoção do líquido infectado é crucial e pode ser feita através de toracocentese
ou drenagem pleural em selo d'água, dependendo das características do líquido e da
condição do paciente. Recomenda-se esvaziar completamente o derrame pleural durante a
primeira toracocentese diagnóstica, desde que não haja contra-indicação. Pacientes com
líquido francamente purulento e viscoso são mais indicados para drenagem pleural em selo
d'água. O uso de drenos de calibre médio é adequado na maioria dos casos, desde que
bem localizados na parte mais baixa da cavidade pleural. O tratamento cirúrgico deve ser
realizado com agressividade assim que o empiema for diagnosticado, preferencialmente por
um cirurgião torácico experiente, com acompanhamento clínico adequado. Métodos como
irrigação da cavidade pleural com antibióticos e fibrinólise química intrapleural não são mais
recomendados devido aos riscos e falta de benefícios comprovados. A equipe de
enfermagem desempenha um papel essencial no manejo diário do sistema de drenagem.

Fase II e III

Nas fases II e III do empiema pleural, a cirurgia torácica vídeo-assistida (VATS) tem
se mostrado superior à drenagem pleural em selo d'água. A VATS apresenta uma taxa de
cura próxima a 100% e traz benefícios significativos, como maior ganho de função
pulmonar, menor tempo de internação, menor custo financeiro hospitalar, e menor
morbidade e mortalidade em comparação à drenagem pleural.

Na fase II, a drenagem pleural pode ser curativa em mais da metade dos casos, mas
a VATS é recomendada para obter resultados mais consistentes. A VATS envolve uma
pequena incisão no tórax e a remoção da fibrina, debris celulares e coágulos da cavidade
pleural. A recuperação pós-operatória geralmente é menos dolorosa, permitindo a expansão
pulmonar adequada.

Na fase III, o pulmão fica "encarcerado" devido à deposição de fibrina na superfície


da pleura visceral, exigindo a decorticação pulmonar para remover a fibrose. Embora a
toracotomia seja uma opção, a VATS é preferida na maioria dos casos, pois permite uma
remoção eficaz da fibrose sobre o pulmão com uma incisão pequena. A decorticação
pulmonar pode melhorar significativamente a função pulmonar imediatamente após a
cirurgia e reduzir a morbidade associada ao empiema.

A cirurgia de decorticação pulmonar pode ser realizada até 16 semanas após o


início do empiema, permitindo uma reexpansão pulmonar adequada em muitos casos. Essa
cirurgia melhora os parâmetros funcionais pulmonares, e a recuperação da função pulmonar
geralmente volta aos valores prévios ao empiema.
(Figura 2)
A cirurgia torácica vídeo-assistida é realizada através de uma pequena incisão no tórax (cerca de 4 –
7cm) e a utilização de aparelhagem de vídeotoracoscopia. Nessa técnica o cirurgião consegue
remover a fibrina, debris celulares, coágulos e realizar um verdadeiro “toalete” da cavidade pleural.

O tratamento do empiema envolve a drenagem do pus da cavidade pleural e o


tratamento da causa subjacente. Isso pode incluir:
● Drenagem pleural: Geralmente é realizada uma drenagem com um tubo torácico
para remover o pus e permitir que o pulmão se expanda adequadamente.
● Antibióticos: O tratamento com antibióticos é necessário para tratar a infecção
subjacente.
● Cirurgia: Em casos graves, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para
remover o tecido infectado ou realizar uma decorticação pleural (remoção da
membrana infectada) para garantir que a infecção seja completamente controlada.

Avaliação fisioterapêutica:
A fisioterapia é muitas vezes parte importante do tratamento do empiema e visa
melhorar a função pulmonar e a mobilidade do paciente. Algumas intervenções podem
incluir:

Fisioterapia respiratória: Isso pode incluir técnicas de fisioterapia como a reexpansão


pulmonar, onde o fisioterapeuta ajuda o paciente a expandir os pulmões por meio de
exercícios de respiração profunda.

Exercícios de fortalecimento muscular: Para melhorar a capacidade do paciente de tossir


e mobilizar o muco dos pulmões.

Técnicas de drenagem postural: Posicionamento do paciente para ajudar na drenagem


do muco dos pulmões.

Ausculta pulmonar: Em casos de empiema, podem ser detectados sons anormais, como
crepitações (som semelhante a um frufru) devido à presença de líquido ou pus na cavidade
pleural.

Referências
CERÚLEA, Crisanto Abad et al. Empiema pleural. Medisur, v. 3, n. 5, p. 35-40, 2005.
BRITTO, Murilo Carlos Amorim de; DUARTE, Maria do Carmo Menezes Bezerra; SILVESTRE, Silvia
Maria Mendes da Conceição. Fisioterapia respiratória no empiema pleural: Revisão sistemática da
literatura. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 31, p. 551-554, 2005.
PINTO FILHO, Darcy Ribeiro. Empiema pleural: fundamentos terapêuticos. Sociedade Brasileira de
Cirurgia Torácica. Livro de Cirugia Torácica Geral–Livro OnLine: Livro da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Torácica, 2006.
DE ANDRADE, Filipe Moreira et al. Título: Tratamento Cirúrgico do Empiema Pleural.
https://www.hcrp.usp.br/revistaqualidade/uploads/Artigos/218/218.pdf

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