Você está na página 1de 2

INTRODUÇÃO

A pneumonia adquirida na comunidade em idade pediátrica tem habitualmente uma


evolução favorável. Se isso não ocorrer, verificando-se uma forma de apresentação mais
grave, evolução lenta ou arrastada, ou aparecimento de critérios de gravidade, com
necessidade de cuidados diferenciados ou intensivos, deve suspeitar-se da presença de
complicações.
Complicações da Pneumonia
Na maioria dos doentes pediátricos com pneumonia é expectável que ocorra melhoria
clínica franca ao fim de 48 a 72 h de tratamento, com apirexia, normalização do estado
geral, do apetite e da dificuldade respiratória. Se tal não ocorrer, ou se a manifestação
inicial for muito grave, com insuficiência respiratória, instabilidade hemodinâmica ou
alteração do estado de consciência, deve-se suspeitar da presença de complicações.
Neste capítulo são apresentadas as seguintes complicações:
COMPLICAÇÕES SISTÉMICAS
 Sépsis
A generalização da infecção é menos frequente na população pediátrica que na adulta.
Ocorre por resposta inflamatória sistémica à infecção, acompanhada de disfunção de
órgãos alvo. O choque séptico surge quando há disfunção cardiovascular com
necessidade de correcção de volume e suporte inotrópico. A abordagem sistematizada
destes doentes críticos deve incluir internamento em Unidade de Cuidados Intensivos.

COMPLICAÇÕES PULMONARES
 Pneumonia persistente

A pneumonia persistente ocorre na ausência de melhoria ao fim de 48 a 72 horas de


antibioticoterapia empírica com beta-lactâmico, nomeadamente no que diz respeito à
febre e sinais de dificuldade respiratória. Pode indiciar falência / má resposta à
terapêutica inicial (S pneumoniae resistente à penicilina, M pneumoniae, Streptococcus
pyogenes, S áureos, Mycobacterium tuberculosis) ou etiologia viral (Vírus Influenza ou
Adenovírus). Justifica-se dessa forma, consoante os casos, alargar a avaliação etiológica
e ponderar a alteração do antibiótico para ceftriaxone ou vancomicina ou a associação
de macrólido, tuberculostáticos ou oseltamivir. É também necessário ponderar que a
pneumonia possa ocorrer num contexto de doença pulmonar subjacente como fibrose
quística, imunodeficiência, malformação pulmonar, obstrução brônquica.
BIBLIOGRAFIA
Olarte L, Barson WJ, Barson RM, Romero JR, Bradley JS, Tan TQ, et al.
Pneumococcal Pneumonia Requiring Hospitalization in US Children in the 13-Valent
Pneumococcal Conjugate Vaccine Era. Clin Infect Dis. 2017 Jun 15;64(12):1699-1704.
doi: 10.1093/cid/cix115.
Yildirim I, Shea KM, Pelton SI. Pneumococcal Disease in the Era of Pneumococcal
Conjugate Vaccine. Infect Dis Clin North Am. 2015 Dec;29 (4):679-97. doi:
10.1016/j.idc.2015.07.009.
Erlichman I, Breuer O, Shoseyov D, Cohen-Cymberknoh M, Koplewitz B, Averbuch D,
et al. Complicated community acquired pneumonia in childhood: Different types,
clinical course, and outcome. Pediatr Pulmonol. 2017 Feb;52(2):247-254. doi:
10.1002/ppul.23523. Epub 2016 Jul 8.
Elemraid MA, Thomas MF, Blain AP, Rushton SP, Spencer DA, Gennery AR, Clark
JE; North East of England Pediatric Respiratory Infection Study Group Newcastle upon
Tyne, UK. Risk factors for the development of pleural empyema in children. Pediatr
Pulmonol. 2015 Jul;50(7):721-6. doi: 10.1002/ppul.23041. Epub 2014 Apr 1.
Ramgopal S, Ivan Y, Saladino RA. Pediatric Necrotizing Pneumonia: A Case Report
and Review of the Literature. Pediatr Emerg Care. 2017 Feb; 33(2): 112-115. doi:
10.1097/PEC.0000000000000585.

Você também pode gostar