Carlos Eduardo Evelyn Valéria Gleiciane de J. dos Santos *O que é ? *A drenagem torácica é o procedimento médico que visa manter ou restabelecer a pressão negativa normal do espaço pleural. *Por meio desta técnica, é possível remover líquido, ar e sólidos (fibrina) no espaço abaixo da pleura ou mediastino, que podem ser consequentes de traumas, procedimentos cirúrgicos, infecções, dentre outros. *Como é feito ? *O procedimento é feito por meio da inserção de um dreno na cavidade pleural, após anestesia local, vedado na extremidade oposta, abaixo do nível do tórax. Desta forma, ar, fluído ou sólidos presentes no espaço pleural conseguem escapar deste, sem retornar. A extremidade oposta do tubo pode também ser conectada a uma válvula de vibração *Sistema de drenagem
* Sistema de câmara única
*Sistema de drenagem
* Sistema de duas câmaras
*Sistema de drenagem
* Sistema de três câmaras
*Sistema de drenagem *Sistema de sucção seca (sem água). *Esse sistema usa um mecanismo de mola para controlar o nível de sucção e pode proporcionar um nível mais alto de sucção *Indicações *A drenagem torácica está indicada quando há perda da pressão negativa no espaço intratorácico e, consequentemente, perda da função pulmonar. Essa situação pode ocorrer devido a presença de ar ou fluído na cavidade pleural, resultando em colapso parcial ou total do pulmão. *Indicações * Pneumotórax – coleção de ar no espaço pleural causada por presença de doença pulmonar, ventilação mecânica, ferida de punção penetrante, tumores, ruptura de vesículas, broncoaspiração de compostos químicos tóxicos * Hemotórax – coleção de sangue no espaço pleural causada por traumarismos torácicos, neoplasias, rupturas pleurais, anticoagulação excessiva, pós-cirurgia torácica, biópsia pulmonar aberta * Empiema – coleção de pus na cavidade pleural causada por infecções, pneumonias recorrentes * Quilotórax – coleção de quilo (linfa) na cavidade pleural causada por traumatismos, condições malignas, cirurgia torácica, anormalidades congênitas * Hidrotórax – coleção de líquido seroso na cavidade pleural causada por insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática, neoplasias, complicações da diálise peritoneal, lúpus eritematoso, artrite reumatoide, tuberculose *Complicações *Hemorragias – lesão de vasos intercostais, sangramento no local de inserção do dreno *Lesão do nervo intercostal *Laceração ou punção de vísceras sólidas, ex.: pulmão, fígado *Obstrução do dreno de tórax *Enfisema subcutâneo *Ausência de drenagem e flutuação de ar no sistema *Ausência de borbulhamento no frasco – quando o último orifício do dreno não se encontra totalmente no espaço pleural ou por mau posicionamento no selo d’água *Infecções: empiema, pneumonia *Materiais necessários * Dreno torácico flexível e estéril * Água estéril * Luvas estéreis * Campos cirúrgicos * Avental, máscara e gorro * Lidocaína 1% sem vasoconstritor * Seringa de 20 e de 10 ml * Agulha 40×12 e 30×7 * Sistema de drenagem torácica – frasco e extensão * Caixa de pequena cirurgia * Instrumental e materiais para curativo * Fio de nylon 3.0 * Solução antisséptica * Em caso de saída acidental do dreno * Em paciente que não tem fístula aérea: * Ocluir rapidamente o orifício do dreno (compressa de gase, toalha, etc), não fique esperando material de curativo * Avisar o médico responsável e fazer curativo compressivo * Monitorar o paciente – não deixá-lo sozinho * Administrar oxigênio se apresentar desconforto respiratório * Se o paciente piorar descomprima o orifício – é preferível um pneumotórax total do que um pneumotórax hipertensivo * Em paciente que tem fístula aérea: * Ocluir o orifício do dreno na inspiração e abrir na expiração – a oclusão contínua provoca um pneumotórax hipertensivo que pode levar a parada cardíaca * Avisar o médico responsável rapidamente * Preparar material para drenagem de emergência * Atuação do enfermeiro * Manter a permeabilidade do sistema e monitorar a drenagem * Realizar uma avaliação respiratória completa * Verificar níveis de hemoglobina e hematócrito * Evitar clampear o dreno no transporte do paciente e não elevar o frasco selo d’água ao nível do tórax do paciente * Evitar ordenhar o dreno * Nunca clampear um dreno que estiver borbulhando quando for trocar ou elevar o frasco * Nunca conectar a rede de vácuo direto no respiro do frasco selo d’água. Usar sempre um sistema regulador * Anotar rigorosamente os controles realizados * Manter o paciente em posição Semi-Fowler * Encorajar o paciente a tossir, respirar profundamente e deambular, quando possível * Monitorar e aliviar a dor * Realizar troca diária de curativo * Critérios para a remoção do dreno torácico *Um dia após a cessação de saída de ar – 24 horas sem borbulhar *Radiografia de tórax com pulmão totalmente expandido *Volume da drenagem entre 50 a 100 ml em 24h *Drenagem de aspecto claro *1 a 3 dias após cirurgia cardíaca *2 a 6 dias após cirurgia torácica *Conclusão * Conclui que, o Enfermeiro é profissional habilitado para a realização da retirada do dreno pleural tubular. * “Os profissionais devem possuir conhecimento científico e habilidade para prestar assistência embasada em evidência científica ao portador desse tipo de dreno, a fim de prevenir potenciais complicações relativas ao procedimento e promover a segurança do paciente” *Referências