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DÚVIDAS SOBRE DOSIMETRIA

PARA QUE SERVE A DOSIMETRIA INDIVIDUAL?

A Dosimetria Individual tem como finalidade determinar o Nível de Doses de radiação


recebida pelo usuário como decorrência de seu trabalho.
Existe "Limite de Dose Mensal"?

Não existe limite de dose mensal. Entretanto, as normas estabelecem que deve haver investigação
para doses mensais iguais ou superiores a um determinado limite. Esse limite é chamado de nível de
investigação.

A Posição Regulatória 3.01/004 referente à norma CNEN-NN-3.01 estabelece como nível de investigação
a dose mensal de 1,0 mSv. Essa norma é referenciada pelas normas de segurança do trabalho NR-15 e
NR-32, sendo portanto uma obrigatoriedade trabalhista.

A Portaria 453/98 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde estabelece como nível de
investigação a dose mensal de 1,5 mSv (item 3.47 alínea i).

Note-se que esta Portaria se refere exclusivamente aos serviços de radiodiagnóstico médico e
odontológico, não se aplicando a outras práticas da medicina, como Medicina Nuclear, Radioterapia e
Radiologia Intervencionista. Para os demais casos se aplica o nível de investigação definido pela CNEN.
Como proceder se alguma dose for maior que 4 mSv?

Para doses entre 4 – 50mSv: Fazer um Relatório de Investigação, com registro de atitudes tomadas
pela Instituição e anexá-lo junto com os Relatórios Mensais de Doses, para possível fiscalização.

Para doses entre 50 – 100mSv: Arquivar o Relatório de Investigação junto com os Relatórios Mensais
de Dose e enviar uma cópia para a Coordenação Geral do Grupo de Análise de Doses Elevadas – GADE-
CNEN.

Para dose mensal acima de 100mSv: O responsável pela proteção radiológica deve entrar
imediatamente em contato com o GADE-CNEN, para receber instruções sobre como proceder na analise
da dose elevada de radiação. Adicionalmente, a Portaria 453/98 da SVS/MS exige que seja realizado
um exame citogenético.
Como proceder para fazer um "Relatório de Investigação"?

O Relatório de Investigação deve ser sucinto e objetivo no sentido de permitir identificar a real causa
da Dose Elevada, a circunstância que a ocasionou e as medidas corretivas adotadas. Portanto, ele deve
conter informações como Nome do Usuário, Período em que houve a Dose e as atitudes tomadas, tais
como:

• Investigação sobre os motivos desta exposição, levou-nos a constatar que...


• Durante a realização dos exames o referido usuário utilizou, ou não utilizou um avental de
plumbífero para sua proteção de corpo inteiro?
• Da mesma forma o Dosímetro foi usado sobre ou sob o avental?
• Os exames laboratoriais de rotina foram realizados e constatou-se ou não alterações no exame de
sangue? (Contagem de plaquetas, hemograma completo do usuário, ...)
O que é um Relatório Mensal de Doses?

O Relatório Mensal de Doses é um relatório das doses recebidas pelos usuários de uma instituição
durante o período de um mês. Neste Relatório, além das doses, consta o código da Instituição e dos
usuários, o Período de Uso dos Dosímetros, o Registro da Instituição na CNEN, etc.

O Período de uso dos Dosímetros é sempre um mês, iniciando no dia 01 ou 15. Eventualmente em caso
de atraso da nova remessa os Dosímetros poderão ser usados por mais alguns dias, até serem
substituídos pela nova remessa de outra cor.

• O Registro na CNEN é um número atribuído à Instituição pelo Órgão Credenciador da Dosimetria no


Brasil, que é o Instituto de Radioproteção e Dosimetria – IRD da Comissão Nacional de Energia Nuclear –
CNEN, no Rio de Janeiro.

• As Doses são sempre apresentadas em três colunas designadas por mês, trim e ano. A coluna A coluna
mês indica a Dose do Período de Uso Período de Uso indicado no Relatório. A coluna trim. mostra as
somas das doses dos últimos 3 meses (3 Períodos de uso), e a coluna ano mostra a soma dos últimos 12
meses consecutivos (12 Períodos de Uso) dos Dosímetros.
Para que serve o relatório de doses?

O relatório serve para que se conheçam as doses ocupacionais, atendendo à legislação vigente (do
Ministério do Trabalho, da Comissão Nacional de Energia Nuclear e da Secretaria de Vigilância Sanitária
do Ministério da Saúde).
Além disso, o conhecimento das doses permite a tomada de ações preventivas e corretivas para que
efeitos indesejados não aconteçam.

O que fazer com o relatório de doses?

O supervisor de radioproteção deve avaliar as doses e então armazenar o relatório, deixando-o à


disposição da autoridade regulatória.
Cabe lembrar que o relatório de doses é um documento importante e deve ser guardado com cuidado.
A legislação obriga seu armazenamento por, no mínimo, 30 anos.
É permitido e recomenda-se utilizar os meios adequados de armazenamento digital.
Como o dosímetro é por dentro?

Existem dois detectores internos que servem para medir a dose de radiação ionizante. Ambas são
pastilhas brancas e sem informação visível.

Atenção: Jamais abra o dosímetro para ver como é. A dose registrada em dosímetros violados é
automaticamente considerada como desconhecida.

O que é feito com o material que está dentro dos dosímetros depois de devolvidos
ao laboratório?

Os detectores são lidos para avaliação da dose, recebendo depois um tratamento para que possam ser
reutilizados.
Exames médicos, quais são necessários?

Ao tomar conhecimento de uma dose elevada (>100 mSv), imediatamente deve-se mandar realizar um
exame de sangue com contagem de plaquetas no trabalhador supostamente exposto à radiação.

É uma exigência das autoridades do Ministério do Trabalho. Entretanto, do ponto de vista prático, este
exame provavelmente será inócuo (mas é obrigatório!). Se der alguma alteração, certamente não será
devido à radiação.

Exames comuns de laboratório somente detectam alterações para doses acima de 1.000 mSv
(leucopenia leve “diminuição da taxa sanguínea de leucócitos”). Para doses abaixo deste valor ainda é
possível fazer um exame de aberrações cromossômicas (citogenético), mas somente para doses acima
de 300 mSv. A portaria 453/98 da SVS/MS estabelece o valor de 100 mSv (item 3.47 letra i) para
realização de exame citogenético.

Exames periódicos: São definidos através do PCMSO, após o médico do trabalho analisar os riscos
ocupacionais.
Para o risco físico Radiações Ionizantes são normalmente exigidos exames semestrais de Hemograma e
Contagem de Plaquetas.

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