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LARINGITES AGUDAS:
A LARINGITE ALÉRGICA AGUDA é uma alergia respiratória que cursa com aumento da
secreção na árvore traqueobrônquica com alterações nas membranas de revestimento nasal e
faríngea, resultando em alteração na qualidade vocal, tosse seca e discreta rouquidão, podendo ainda
evoluir com edema laríngeo intenso e dispneia. Apesar de comum, é uma patologia de difícil
diagnóstico, ainda mais por outras afecções relacionadas (RFL, tabagismo, abuso vocal).
O diagnóstico é feito pela anamnese alergológica (sinais evidentes de alergia), com quadro de
edema laríngeo agudo sem outro fator etiológico e videolaringoestroboscopia mostrando edema de
pregas vocais e leve congestão venoarterial submucosa, com fenda irregular durante fechamento
glótico, após excluir outras causas. O tratamento é feito com anti-histamínicos ou imunoterapia,
mostrando melhora do quadro e dos achados videolaringoscópicos.
LARINGITES CRÔNICAS:
A TUBERCULOSE é caracterizada por um processo inflamatório
granulomatoso causado pelo Mycobacterium tuberculosis, causa mais frequente
de lesão granulomatosa da laringe. Possui predomínio do gênero masculino e em
idosos, raramente acometendo crianças. A clínica envolve odinofagia, disfagia e
disfonia progressivas (mais comum em adultos), com estridor e dispneia (mais
comum em crianças). A tuberculose laríngea geralmente está associada a um
quadro pulmonar grave, onde a tosse permite a inoculação direta do bacilo
através da secreção contaminada (ascendente). A via linfática e hematogênica é
rara, e o quadro primário laríngeo também é raro, sendo mais comum em crianças.
O diagnóstico é feito pelos achados de videolaringoscopia (lesão
infiltrante, vegetante ou ulcerada), história clínica, exames de imagem (RX, TC),
baciloscopia de escarro (pesquisa do bacilo), biópsia de lesão oculta ou PPD
(triagem – inoculação com tuberculina e verificação da reação após 3 dias). O
tratamento é feito com Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol (2
meses RIPE + 4 meses RI). A presença de BAAR positivo no final do segundo
mês de tratamento pode indicar micobactéria resistente, e por isso deve ser
realizada cultura e antibiograma. As sequelas envolvem erosão / amputação total
da epiglote, estenose laríngea, fixação da articulação cricoaritenóidea e lesões
cicatriciais em pregas vocais.
A HANSENÍASE é caracterizada principalmente pelas afecções de pele com
hipocromia e alteração de sensibilidade causada pelo Mycobacterium leprae.
Acomete ambos os sexos e em qualquer idade, porém as crianças são mais
suscetíveis. A transmissão ocorre por contato com secreções nasais, de
orofaringe ou por ferimentos na pele dos doentes bacilíferos, com alta
infecciosidade porém baixa patogenicidade e virulência (período de incubação 3-5
anos). Classificada como paucibacilar (mais comum índice baciloscópico < 2,
teste de Mitsuda positivo com boa reação ao bacilo) ou multibacilar (índice
baciloscópico ≥ 2, teste de Mitsuda negativo por falta de imunidade efetiva). A doença
tem um caráter descendente (nariz boca e laringe), assim como o
comprometimento laríngeo (epiglote pregas vocais) por inoculação direta dos
bacilos da cavidade nasal. A sintomatologia envolve aspereza na voz, tosse não
produtiva e sensação de corpo estranho.
O diagnóstico é feito com os sinais de lesão de pele (única ou múltipla), em
geral hipopigmentada com perda de sensibilidade e baciloscopia positiva. Pode
ser feita prova da histamina, prova da pilocarpina, exame histológico, citológico,
PCR, sorologias e reação de glicolipídeo fenólico 1. O tratamento é feito com a
associação de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina, com resposta terapêutica
rápida e processo cicatricial em diferentes graus de fibrose.
A SÍFILIS é uma doença causada pelo Treponema pallidum, com
transmissão por relação sexual com parceiro infectado (mais frequente em adultos
jovens sexualmente ativos) ou via transplacentária (sífilis congênita). Pode ser
classificada como sífilis primária (3-90 dias após exposição), secundária (4-10
semanas após infecção) ou terciária (3-15 anos após infecção). O cancro duro na
laringe é incomum e excepcional. O estágio secundário está relacionado a uma lesão infiltrativa
altamente contaminante, e o terciário geralmente acomete epiglote e porção posterior da glote, com
polimorfismo, podendo evoluir com disfagia, disfonia e até mesmo estenose laringotraqueal. As
lesões geralmente são recidivantes, e podem coexistir com com outras em diferentes mucosas,
podendo ter adenite satélite.
Questões:
1) Paciente, sexo masculino, 4 anos, encontra-se irritado com picos febris e dispneia ao deitar.
O quadro evoluiu rapidamente de uma IVAS em 6 horas para odinofagia intensa e disfagia,
levando à dificuldade de deglutição da própria saliva. No PS foi realizada a radiografia abaixo.
O possível diagnóstico e o agente mais comum dessa doença é:
a. Parainfluenza I, Epiglotite
b. Haemophilus influenzae tipo B, Epiglotite
c. Parainfluenza I, Laringotraqueíte viral
d. Harmophilus influenzae tipo B, Laringotraqueobronquite viral
2) Qual a causa mais frequente de lesão granulomatosa da laringe?
a. Leishmaniose
b. Candidíase
c. Tuberculose
d. Hanseníase
3) Paciente do sexo masculino, 54 anos, com rouquidão há 3 meses, realizada nasofibroscopia que mostra
áreas da mucosa com pontilhado hemorrágico, descritas como “picada de pulga” (estomatite
moriforme), no anátomo-patológico foi descrito o patógeno com aspecto de “roda de leme”. O provável
diagnóstico é:
a. Tuberculose
b. Hanseníase
c. Histoplasmose
d. Paracoccidioidomicose;
4) Qual o tratamento de escolha para Histoplasmose?
a. Anfotericina B
b. Fluconazol
c. Itraconazol
d. Cetoconazol
5) Quais os principais agentes da laringite catarral?
a. Branhamella catarrhalis e Streptococcus pneumoniae
b. Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus
c. Branhamella catarrhalis e Klebsiella pneumoniae
d. Branhamella catarrhalis e Haemophilus influenzae;
6) Qual a principal região acometida pela Leishmaniose na região laríngea?
a. Subglote
b. Epiglote
c. Processo vocal
d. Comissura anterior