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ANGINA DE LUDWIG

Angina de Ludwig é uma infecção polimicrobiana,


potencialmente fatal e de rápida evolução,
caracterizada por uma celulite tóxica.

Freqüentemente, originada de uma infecção


odontogênica, mas pode envolver outros fatores como
laceração da mucosa oral, Amigdalites, Fraturas de
Mandíbula e cirurgias contaminadas.

Afeta os espaços submandibular, sublingual


bilateralmente e submentoniano.
Surge tipicamente das raízes do segundo e terceiro
molar inferior.

As raízes desses dentes se estendem abaixo da linha


milo-hióidea da mandíbula e isso permite a progressão
da infecção deles para o espaço submandibular.

Um fator comum em quase todos os pacientes com


esse tipo de infecção é que eles foram tratados
anteriormente para a infecção dentária com
antibióticos, mas sem extração e nem tratamento dos
dentes infectados.
Sintomas e Diagnóstico

Inchaço intenso na região, com vermelhidão.


Elevação do assoalho da boca.
Dificuldade para abrir a boca e engolir.
Inflamação na garganta.
Febre e calafrios.
Aumento na produção de saliva.
Obstrução das vias respiratórias .
Sintomas e Diagnóstico
O diagnóstico da Angina de Ludwig é essencialmente
clínico.

Exames complementares como laboratoriais e de


imagem são relevantes para determinar o grau da
infecção.

 Tomografia computadorizada, e as radiografias planas


convencionais, proporcionam a visualização mais clara
dos espaços acometidos pela infecção, assim como o
possível curso de disseminação.
Caso Clinico I
Paciente, gênero feminino, 54 anos, apresentou- se na
emergência do serviço de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial para avaliação e tratamento. Referia dor
em hemiface direita, disfagia, dificuldade para respirar e
edema disseminado nos espaços fasciais submandibular,
submentoniano e sublingual com evolução clínica de três
dias.

Na avaliação extra oral, observou-se edema em espaço


bucal direito, alteração volumétrica nos espaços fasciais
primários bilateralmente e aumento da temperatura
superficial.
Caso Clinico I
Clinicamente a região intraoral apresentava-se
satisfatória, porém, apresentava edema , apagamento
do assoalho da boca e o elemento 47 com a região
coronária destruída.

Ao exame radiográfico, observou-se o elemento 47 com


grande parte da coroa destruída e rarefação óssea
invadindo a região de furca.

O diagnóstico foi de Angina de Ludwig, oriunda de


infecção odontogênica acometendo os espaços fasciais.
Caso Clinico I

Foto 1: Aspecto inicial. Espaços


fasciais primários acometidos e Foto 2: Radiografia de perfil
hiperemia local. da face evidenciando a lesão.
Caso Clinico I

Tratamento
A conduta inicial foi medicar a paciente com
antibióticos por via endovenosa antes da exodontia.

Procedeu-se com a exodontia do elemento 47 e


internação hospitalar para acompanhamento e
evolução do caso. A paciente foi acompanhada
diariamente durante oito dias até a regressão do
quadro clínico.
Caso Clinico I

Foto 3: Aspecto após 15 dias de


internação hospitalar.
Caso Clinico II
Paciente, sexo masculino, 25 anos, compareceu ao
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial
do Hospital Regional Sul com queixa principal de
aumento de volume e sintomatologia dolorosa em
região submandibular sete dias após exodontia do
elemento 47.

O exame extra-oral revelou grande aumento de volume


submental, submandibular e sublingual
bilateralmente endurecido à palpação e trismo.
Caso Clinico II

Figura 1 - Aumento de volume Figura 2 - Trismo e elevação da língua


submandibular bilateral e
submental. Do lado esquerdo, o
aumento de volume estendia-se
até próximo à fossa
supraclavicular.
Caso Clinico II
Radiograficamente, havia extensas restaurações e
imagem do alvéolo do dente 47.

Figura 3 - Radiografia Panorâmica: Figura 4 - Pormenor da Radiografia


dentes com restaurações extensas Panorâmica: imagem do alvéolo do 47
(seta)
Caso Clinico II

Tratamento
Foi realizado internamento imediato do
paciente para drenagem cirúrgica e
antibioticoterapia intravenosa.

A Tomografia Computadorizada mostrou


locas em região submandibular bilateral,
submental e sublingual, além de desvio da
traqueia para a direita.
Caso Clinico II

Figura 5 - Tomografia evidenciando coleção


purulenta nos espaços fasciais e desvio da
traqueia (seta).
Caso Clinico II
Realizada uma traqueostomia devido a
impossibilidade de entubação endotraqueal.

Figura 6 - Traqueostomia realizada para


manutenção das vias aéreas e
entubação endotraqueal.
Caso Clinico II
Em seguida, foram realizados acessos submandibular
direito e submental com drenos de Penrose (borracha)
intercomunicantes e cervicotomia esquerda.

Figura 7 - Drenagem de espaços submandibular


direito, submental e cervicotomia
Caso Clinico II

Figura 8 - Pós-operatório de 60 dias

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