Este documento descreve o caso clínico de um paciente de 52 anos com três hérnias: inguinal, umbilical e incisional. O paciente apresenta fatores de risco como tabagismo e obesidade. Após 10 dias, o paciente retorna com dor e abaulamento não redutível na hérnia inguinal, indicando estrangulamento.
Este documento descreve o caso clínico de um paciente de 52 anos com três hérnias: inguinal, umbilical e incisional. O paciente apresenta fatores de risco como tabagismo e obesidade. Após 10 dias, o paciente retorna com dor e abaulamento não redutível na hérnia inguinal, indicando estrangulamento.
Este documento descreve o caso clínico de um paciente de 52 anos com três hérnias: inguinal, umbilical e incisional. O paciente apresenta fatores de risco como tabagismo e obesidade. Após 10 dias, o paciente retorna com dor e abaulamento não redutível na hérnia inguinal, indicando estrangulamento.
BACHARELADO EM MEDICINA INTERNATO DE CIRURGIA COORDENADOR: DR. DANIEL ROHRS DISCENTE: GÉSSICA RODRIGUES DA SILVA
CASO CLÍNICO 7 – HÉRNIAS
Paciente masculino 52 anos, vem a consulta ambulatorial com relato de dor e
abaulamento redutível em região inguinal a direita há 3 anos. O mesmo refere ser tabagista de longa data e trabalhador da zona rural. Relata ainda outro abaulamento em região umbilical e um caroço que incha na região de fossa ilíaca direita, local de cirurgia de apendicite prévia.
Ao exame - IMC 35
Paciente tosse durante todo exame
Abaulamento redutível em região umbilical com defeito de 4 cm, abaulamento
redutível em região de FID de mais ou menos 5 cm . Ambos aumentam com manobra de Valsalva
Abaulamento redutível em região inguinal a d, durante manobra de Landivar -
abaulamento toca a polpa do dedo do examinador. Defeito de duas polpas digitais.
1 - Quais os diagnósticos específicos para seu paciente? Descreva e
explique as manobras do exame clínico acima citadas.
Os diagnósticos são hérnia inguinal redutível a D, hérnia umbilical e hérnia
incisional em FID.
- Manobra de Valsalva: consiste em uma expiração forçada com a glote
fechada (o que ocorre ao tossir com a boca fechada). Nela o paciente deve ser mantido sentado ou deitado, respirando profundamente. Em seguida, é necessário fechar a boca, prender a respiração e forçar a saída de ar, sem deixar o ar escapar. É preciso manter a pressão por 10 a 15 segundos. O aumento da pressão intra-abdominal com a manobra de Valsalva é acompanhado de fechamento da glote, contração dos músculos abdominais e, ao mesmo tempo, de relaxamento da musculatura do assoalho pélvico, com o que se consegue a expulsão das fezes.
- Manobra de Landivar: Consiste na colocação da ponta dos dedos na parede
abdominal sobre a região inguinal e pede-se ao paciente para repetir a manobra de Valsalva.
2- Identifique quais os principais fatores de risco pra a patologia em
questão descritos em seu paciente e como evitá-lo.
Tabagismo, atividades que exercem o aumento de pressão abdominal (esforço
físico do tipo carregamento de peso) e obesidade. As medidas possíveis são: cessar tabagismo, evitar pegar excesso de pesos e reduzir IMC com mudança do estilo de vida (prática de atividade física, 3x/semana por 30 minutos, ao menos, reeducação alimentar).
3 - É necessário algum exame de imagem para diagnóstico? Quais?
Justifique.
USG e TC de abdome são necessários em caso de dúvida diagnóstica para
hérnias mais incomuns.
A melhor opção é a Ultrassonografia, a qual possui alta sensibilidade e
especificidade para detecção de hérnias ocultas, direta, indireta e femoral. A tomografia computadorizada do abdome e pelve pode ser útil para o diagnóstico de hérnias obscuras e incomuns, bem como para massas atípicas da virilha. São utilizados ainda para realização de diagnósticos diferenciais, destacando-se condições como hidrocele, adenite inguinal, varicocele, testículo ectópico, lipoma, hematoma, cisto sebáceo, abcesso de psoas, linfoma, neoplasia metastática, epididimite, torção testicular, hérnia femoral, adenite femoral, dentre outros.
4 - Classifique os achados baseado nana novas classificações
internacionais.
Classificação da Sociedade Europeia da Hérnia (2007):
- Utilizam uma letra (de acordo com a localização: L lateral; M medial; F femoral) - Utilizam um número (de acordo com o tamanho do defeito, medido com o dedo indicador: 0 sem hérnia; 1 menos que um dedo; 2 um a dois dedos; 3 três ou mais dedos; x hérnia não evidente). - Devem ser usadas as letras P ou R para classificar a hérnia como primária ou recidivada. Em caso de hérnia mista (ex. direta e indireta ou indireta e femoral) ambas devem-se ser classificadas. De acordo com a classificação europeia da Hérnia o paciente apresenta a seguinte classificação: F2P; M3P; F3P.
5 - Qual tratamento você indicaria para cada um dos seus diagnósticos?
Na região inguinal descreva quais são as técnicas cirúrgicas disponíveis.
O tratamento é conservador para a hérnial incisional e cirúrgico e eletivo para
as demais.
Hérnia inguinal redutível a D Diversas técnicas foram desenvolvidas, as
quais possuem aplicabilidade e abordagens distintas. Citam -se as de Bassini, Sholdice, McVay, Lichtenstein e via laparoscópica, com destaque para o Reparo Laparoscópico Extraperitoneal Total (TEP) e Abordagem Pré-peritoneal Transabdominal (TAAP). Atualmente as técnicas que priorizam a utilização de tela, tais como Lichtenstein e TEP/TAAP, são as preferenciais, uma vez que reduziram o índice de recidivas, sem elevar a ocorrência de quadros álgicos.
- Após realizar a inguinotomia, a dissecção por planos, a abertura da
aponeurose do músculo oblíquo externo, a dissecção do cordão inguinal, a identificação do saco herniário, sua dissecção e redução, é iniciada a etapa que visa diminuir a tensão. Para alcançar esse objetivo é implantada uma tela sintética, que geralmente é inabsorvível e de polipropileno ou mista (parte absorvível) e preferencialmente macroporosa, para proteger ou reforçar o canal. A tela é cortada em suas bordas para se adequar ao tamanho da cavidade e é feita também uma abertura medial para propiciar a passagem do cordão inguinal. Ela é fixada por meio de suturas contínuas no tecido aponeurótico que recobre o tubérculo púbico e no ligamento inguinal e por suturas descontínuas no espessamento conjunto. Em seguida, suas extremidades que ainda estão afastadas são aproximadas e suturadas, formando o novo anel.
Vale a pena salientar que é de extrema importância, durante o procedimento,
identificar todos os elementos do cordão inguinal e adequar o tamanho do novo anel formado para que não ocorra nenhum tipo de comprometimento nervoso, vascular ou de algum outro elemento caso fique muito estreito, ou que possa comprometer o intuito da utilização da tela como meio de evitar recidivas se a abertura ficar muito grande. O ideal é que seja de aproximadamente uma polpa digital.
Hérnia umbilical Considerando que se trata de médio defeito (>1-4 cm), o
tratamento é cirúrgico. Neste, deve ser realizada abordagem aberta com tela no espaço pré-peritoneal. A abordagem laparoscópica é reservada para pacientes com múltiplos defeitos ou com alto risco de complicações da ferida. Hérnia incisional em FID Se trata de uma hérnia estágio 1: baixo risco (<10cm e limpa). A conduta é expectante.
Paciente após 10 dias da consulta enquanto realizava o seu pré operatório
identificou que o abaulamento na região inguinal d não reduzia há mais de 24 h. Passou a apresentar náusea e vômitos e procura a emergência. Ao exame - presença de abaulamento não redutível em região inguinal a d com hiperemia e dor local. Não redutível a manobra de Taxe.
6- Qual o diagnóstico sindrômico e específico? Descreva a manobra
acima citada.
Diagnóstico sindrômico é abdome agudo obstrutivo, secundário a Hérnia
inguinal estrangulada.
- Manobra de Taxe: Consiste na compressão manual da hérnia. Se a hérnia for
reduzida à compressão, significa que o saco herniário retorna à cavidade abdominal. Caso a hérnia não seja compressível e não haja a redução manual do saco herniário, a hérnia é dita irredutível, encarcerada. Essa manobra não deve ser realizada em caso de sinais e sintomas de estrangulamento ou sofrimento de alça intestinal.
7 - Você concorda com a realização da manobra acima? Qual a melhor
conduta para o caso em questão?
Discordo da realização dessa manobra. No contexto em questão, a manobra
de Taxe não deve ser realizada, dados os de sinais e sintomas de estrangulamento ou sofrimento de alça intestinal.