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2020

Autor: João Marcelo Franken Teixeira

DIREITOS AUTORAIS: É terminantemente proibida a reprodução


total ou parcial desta obra por qualquer forma ou meio, sem
prévia autorização expressa do autor, João Marcelo Franken
Teixeira, inscrito no CPF sob o nº 061.233.104-02. A punição para
violação dos Direitos Autorais é crime previsto no Artigo 184 do
Código Penal e as sanções civis estão previstas nos Artigos 101 a
110 da Lei 9.610/1998.

Para informações, consulte joaofrankenconsultoria@gmail.com


ou entre em contato pelo número whatsapp (82) 98134-6633

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À


JOÃO MARCELO FRANKEN TEIXEIRA

3
SUMÁRIO
Como você deve estudar esse E-book ............................................................12
Como ganhar mais dinheiro e autoridade usando esse E-book.............14
Posturologia e/na Musculação ...........................................................................21
A famosa cartilha de Vladimir Janda...............................................................28
Como treinar de forma eficiente.......................................................................33
Treinar com Postura...............................................................................................35
Coluna e a Musculação..........................................................................................37
Estabilização da Coluna........................................................................................39
Hérnia de Disco e Musculação...........................................................................40
A Cabeça....................................................................................................................45
Manobra de Brace....................................................................................................51
Cinta Modeladora: Não Utilize ...........................................................................53
Prescrição da Manobra de Brace.......................................................................54
Precauções quanto a Manobra de Brace........................................................55
Alongamento da Musculação.............................................................................56
Proposta de utilização do treino de flexibilidade........................................59
Insuficiências Musculares.....................................................................................61
Exercícios Abdominais..........................................................................................67
Abdominal Infra......................................................................................................69
Abdominal Supra.....................................................................................................77
Prancha Isométrica……...………………………………………………………...………........….81
Tipos de Pegada: você precisa saber disso………………..................................85
Cintura Escapular……………….....………………………………….........……………………….87
Escápulas…………………………………………………………………….............…………….…….88
Abdução da Escápula………………………………………………………......………………….92
Elevação da Escápula ...........................................................................................94
4
Adução da Escápula................................................................................................95
Depressão da Escápula.........................................................................................97
Rítmo escapulo escapuloumeral.......................................................................98
Ombro.........................................................................................................................101
Artrocinemática.....................................................................................................104
Manguito Rotador..................................................................................................107
Plano da Escápula...................................................................................................110
Análise dos exercícios de membro superior.................................................114
Grande Dorsal: Análise dos exercícios............................................................116
Puxadas: de volta ao básico ..............................................................................117
Puxada Supinada...................................................................................................125
Puxada com Barra H.................................................................................... ........130
Erro comum em todas as variações de puxada...........................................131
Barra Fixa..................................................................................................................132
Remada Baixa Pegada Supinada.....................................................................137
Remada Baixa Pegada Pronada .....................................................................149
Remada Baixa com Barra H...............................................................................154
Remada Curvada....................................................................................................155
Remada Curvada Pegada Supinada………………….……………........……...………156
Remada Curvada Pegada Pronada…………….………………................................161
Remada Curvada Unilateral com Halter Pegada Neutra…………………...165
Remada Articulada Pegada Neutra………………………………………...………......170
Remada Articulada Pegada Pronada……………………………………………….......175
Pulldown .................................................................................................................179
Pullover......................................................................................................................183
Peitoral Maior..........................................................................................................188
Supino (Halter e Barra) ........................................................................................191
Supino Reto.............................................................................................................192
Supino Inclinado (Halter e Barra) ..................................................................205
Supino Declinado..................................................................................................210
5
Crossover Polia Alta................................................................................................210
Crossover Polia Média.............................................................................................216
Crossover Polia Baixa..............................................................................................218
Crucifixo com Halter...............................................................................................222
Crucifixo Vertical.......................................................................................................231
Flexão de Braço.........................................................................................................237
Supino Vertical..........................................................................................................242
Deltóide.......................................................................................................................246
Elevação Lateral..................................................................................................... 249
Elevação Frontal.......................................................................................................255
Desenvolvimento: halter, barra e máquina....................................................257
Elevação Y..................................................................................................................267
Crucifixo Inverso: com halter e na máquina………………………………….......…270
Wall Ball Slide………………………………….……………….................................................275
Push-Up Plus……………………………………………..……………………….…................…….280
Bíceps…………………………….………………………………………...…………….........................282
Rosca Direta: com halter e com barra………………………………..……………..…..284
Rosca Direta na Polia.............................................................................................289
Rosca Scott: com halter ou barra.......................................................................292
Rosca Scott na Máquina........................................................................................298
Rosca Direta no Banco Inclinado.......................................................................299
Tríceps..........................................................................................................................303
Tríceps na Polia.........................................................................................................305
Tríceps Testa..............................................................................................................310
Tríceps Francês..........................................................................................................313
Pelve,Quadril e Joelho............................................................................................320
Anteversão, Retroversão e Neutra.....................................................................322
Drop Pélvico...............................................................................................................327
Coxa Vara e Coxa Valga............................................................................................33
Joelho Valgo e Joelho Varo..................................................................................332
6
Eixo mecânico do membro inferior..................................................................334
Pronação do Pé........................................................................................................337
Tripé do Pé.................................................................................................................339
Quadríceps, Glúteos e Isquiotibiais...................................................................341
Agachamento Livre.................................................................................................342
Agachamento no Smith..........................................................................................351
Levantamento Terra (barra reta e barra hexagonal) .................................354
Elevação Pélvica no solo......................................................................................360
Elevação Pélvica no banco...................................................................................363
Sapinho no solo.......................................................................................................366
Sapinho no banco....................................................................................................368
Stiff................................................................................................................................369
Bulgarian Slit Squat.................................................................................................375
Hack Linear................................................................................................................380
Leg Press 45º…………………..………………….…………………………...………...............…..385
Cadeira Extensora………………………………….……………….........................................392
Cadeira Flexora……………………………………………..………………………..................……397
Mesa Flexora…………………………….………………………………………...….…...............….400
Cadeira Abdutora em Pé………….…………..................……………………………..……404
Complexo do Glúteo e Exercícios Isolados......................................................411
Abdução de Quadril (na polia, com caneleira ou band .............................412
Glúteo Ostra...............................................................................................................421
Glúteo 3 apoios…………………...................................................................................424
Extensão de Quadril na Polia ............................................................................428

7
Hérnia de disco
e musculação

Este é, sem dúvida, o assunto que você estava esperando dentro desse capí-
tulo, pode admitir. Esse tema é motivo de muita dor de cabeça entre os profissio-
nais de educação física e fisioterapia, e eu compreendo tal preocupação, afinal, a
graduação não te ensinou nada sobre isso e as informações disponíveis na internet
são um tanto quanto contraditórias e até desconexas com a realidade da patologia.
Já mencionei em páginas anteriores que no centro do disco intervertebral se encontra
o núcleo pulposo (líquido), e que discos saudáveis apresentam em torno de 70% a 90% de
água em sua formação. Esse núcleo tende a migrar numa direção posterolateral ou pura-
mente posterior em direção aos tecidos moles locais, como ligamentos, raízes nervosas etc.
Nem toda hérnia se mostra como a “perfuração” do ânulo fibroso (tecido em envol-
ve o disco e mantém o núcleo preservado). Casos simples como um pequeno abau-
lamento são mais comuns do que a extrusão completa do núcleo. Esses casos mais
simples o que ocorre é apenas a pressão do núcleo contra as fibras do ânulo fibroso
causando uma ligeira deformação neste. Em casos moderados pode deformar o ânulo
além dos limites do contorno, porém o núcleo ainda se mantém dentro do mesmo.
Os casos mais graves ocorrem quando o líquido perfura as fibras do ânu-
lo fibroso e por consequência comprimem os tecidos moles adjacentes. Quan-
do isso ocorre o líquido comprime e inflama os tecidos moles e o processo de
dor é disparado. A dor pode ser advinda apenas da degeneração do disco em si,
mas, mais comum é a dor devido ao pinçamento do núcleo nas raízes nervosas.

8
Fonte: NEUMANN, Donald. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético: fundamentos para reabilitação. 2011

Na imagem acima você identificar to- res e relatos de dor. Quando a lombar per-
dos os detalhes explanados anteriormen- de sua curvatura e flexiona, as vértebras
te. Veja que o no caso de um herniamen- comprimem anteriormente o disco e di-
to discal com extrusão do núcleo ocorre recionam o núcleo pulposo para a região
o pinçamento dos tecidos circudantes. posterior ou posterolateral – como já men-
O extravasamento do núcleo ocorre pelo cionado – e se caso essa posição disfun-
rompimento parcial ou total das fibras cional for mantida a tendência é o afrou-
posteriores ou posterolaterais do ânu- xamento do tecido anular posterior bem
lo fibroso, além do estiramento exces- como do ligamento longitudinal poste-
sivo e incapacidade do ligamento lon- rior, o que facilita para o rompimento do
gitudinal posterior de segurar o núcleo mesmo caso uma sobrecarga excessiva
Os fatores que podem ocasionar todo seja adicionada a essa postura alterada.
esse quadro estão ligados a cargas com- Esse tipo de posicionamento da coluna
pressivas constantes impostas à coluna lombar é inerente ao padrão postural sway
durante o dia a dia ou durante a própria back e dorso plano por apresentarem a
musculação, aqui eu descarto os motivos retificação (vide imagem abaixo) e con-
de caráter estrutural para a hérnia porque sequente “apagamento” da lordose lom-
se esse for o caso o cliente deve ser direcio- bar, refletindo na perda da capacidade de
nado para um médico ortopedista antes de resistir e dissipar as forças compressivas
decidir praticar musculação. Em páginas a ela impostas. O simples posicionamen-
passadas mencionei que o alinhamento to em flexão da coluna lombar já causa
ideal e anatômico da coluna era peça-cha- o esmagamento da face anterior do dis-
ve para evitar qualquer tipo de sobrecarga co e extrusão posterior do núcleo pulpo-
à mesma, principalmente à região lom- so, imagine esse quadro somado a adição
bar. De fato, a perda da lordose lombar de sobrecarga durante um levantamento
seja para uma hiperlordose ou retificação terra onde o tronco deve ficar inclinado a
acarretará a compressão da face anterior frente, justamente na posição em que há
ou posterior do disco, respectivamente. maior força compressiva para os discos.
O “apagamento” da lordose lombar O resultado final será um aluno se quei-
torna-se o fator mais grave que contribui xando de dores na lombar e quiçá uma
para o surgimento de disfunções lomba- hérnia com extravasamento do núcleo.

9
Essa imagem é de um aluno de consul-
toria online, médico de emergência e cirur-
gião. Esses são fatores críticos para desenvol-
ver lombalgia, e até hérnias de disco, assim
como os dentistas que ficam sentados o dia
inteiro com a coluna flexionada a frente ex-
pondo a coluna lombar a toda a carga gra-
vitacional. Nesse caso em específico o aluno
já apresenta hérnia em todos os discos da
coluna lombar e apresenta crises constantes
de impossibilitá-lo de se locomover. Esse pa-
drão postural quando perpetuado apresen-
ta tais consequências, pois a coluna lombar
estará sempre sendo exposta a carga exter-
na e não apresentará alinhamento para ab-
sorver e dissipar essa carga de forma correta.
A face anterior dos discos lombares es-
tará sempre com um grau de compressão
e isso direcionará o núcleo pulposo cons-
tantemente para a face posterior do ânulo.
Se houver a flexão da coluna isso agravará
ainda mais essa pressão do núcleo na face
posterior do ânulo até o ponto em que haja
rompimento das fibras e o líquido acabe
tensionando (apertando) os tecidos nervo-
sos adjacentes disparando reflexos de dor.
Durante exercícios de agachamento, por
exemplo, ao final da fase excêntrica ocorre
um giro na pelve conhecido como retrover-
são pélvica. Tal movimento pélvico resulta
na flexão da coluna lombar, o que reflete em
todo esse mecanismo de compressão su-
pracitado. Portanto, aqui deixo claro que o
giro pélvico posterior é extremamente pre-
judicial para a saúda da coluna lombar além
de reduzir a eficiência do exercício para os
músculos alvo, geralmente glúteo máximo.

10
Na imagem acima você pode ver com verdade é o medo que acaba tomando
clareza o que significa a retroversão conta do profissional, já que hérnia de
pélvica na fase excêntrica (seta amarela) disco é assunto expressivo e precisa de
de agachamentos e similares – no caso certo conhecimento para direcionar
acima a aluna está na máquina Hack o indivíduo para a musculação. Mas
Linear. Olhe apenas para a região da coluna a partir de agora eu prometo acabar
lombar e veja que a mesma não apresenta com o seu medo sobre esse assunto.
uma concavidade voltada para trás, o que Você já conseguiu compreender que
indicaria uma lordose natural, mas sim, uma o alinhamento da coluna é fundamental
cifose na região, ou seja, inversão completa para sua perfeita funcionalidade, e
da curvatura com consequente sobrecarga que qualquer alteração em qualquer
na face anterior dos discos intervertebrais região da coluna culmina numa reação
fazendo com que o núcleo seja empurrado e cadeia que altera todo o alinhamento
para trás (agora imagine todo o processo que da mesma. Ora, se o alinhamento da
já foi mencionado acima, ocorrendo aqui). coluna lombar permite que as cargas
O questionamento mais comum que externas sejam absorvidas e dissipadas de
eu recebo em minhas redes sociais é: forma correta e o mal alinhamento faz o
“João, meu aluno tem hérnia de disco, contrário, qual a lógica que você tira disso?
quais exercícios ele pode fazer? Ele pode Simples, durante os exercícios da
treinar musculação?”. Não culpo a quem musculação você precisa apenas manter a
tem esse questionamento, porque na coluna lombar bem alinhada e dessa forma

11
evitará que haja problema. Uma pessoa com (hiperlordose). Isso é “benéfico” para o
hérnia de disco não apresenta mais nada sexo feminino uma vez que a hiperlordose
de diferente de uma sem hérnia de disco, lombar é antagônica à hérnia de disco,
além, óbvio, da própria hérnia. Você poderá ou seja, é muito mais difícil de acontecer.
colocar seu aluno para executar qualquer Estratégias para evitar a posição de
exercício da musculação, e tudo que você retificação lombar durante o dia a dia:
precisa ter é cautela para com a postura do
seu aluno durante a execução dos exercícios. 1. Manter a pelve em ligeira anteversão
Claro que uma pessoa com hérnia de quando sentado
disco grave não vai simplesmente começar 2. Evitar ficar parado(a) em pé deixando
a treinar sem autorização do médico o tronco “pender” para trás, ou seja,
ortopedista, mas, casos mais moderados e mantendo uma postura sway back
baixos desse quadro clínico não resultam 3. Realizar o alongamento dos músculos
em qualquer restrição para a prática da adutores, isquiotibias e panturrilha com
musculação. Exercícios de agachamento, frequência
levantamento terra dentre outros poderão 4. Movimentar-se (vulgo “andar”) com
ser prescritos sem problema, mas, como a caixa torácica elevada (peito “estufado”)
havia dito, você só precisa ter cautela evitando deixar as escápulas em abdução
para com o alinhamento da coluna. – servindo isto, da mesma forma, para a
É simples, o aluno apresenta abaulamento postura sentada.
ou extrusão do núcleo, mas quando a
coluna está alinhada o disco retoma a Um fato interessante é que se você notar
correta absorção central (no centro do na cartilha de Vladimir Janda o iliopsoas
disco) das cargas e dissipa essa carga é caracterizado como um músculo com
por todo o disco até as vértebras, então tendência ao encurtamento (característica
tudo que você precisa fazer é manter esse de músculos tônicos), sendo que na
sistema funcionando dessa forma até que postura sway back e dorso plano esse
haja melhora do quadro de forma crônica, e músculo geralmente apresenta fraqueza
nada melhor para isso do que a musculação. (característica de músculos fásicos), o que
Apenas evite exercícios que a coluna lombar favorece um posicionamento da pelve em
flexiona, como por exemplo o abdominal neutro -puxada para retroversão – e uma
infra (que veremos mais à frente). Eu coluna lombar retificada e com facilidade
disse, é mais simples do que você imagina. para flexão, facilitando o abaulamento discal
Alguns fatores estruturais inerentes ao e a hérnia de disco. Temos um paradoxo
sexo masculino facilitam a retificação da aqui, o iliopsoas não deveria se mostrar
coluna lombar e favorece o surgimento fraco e alongado se levada em consideração
de abaulamentos discais mais comuns a a “determinação” da cartilha, mas isso se
esse sexo. A pelve masculina geralmente mostra verídico na postura sway back.
é mais estreita que a da mulher o que Compreenda como nada pode ser levado
favorece um ângulo de torção femoral como regra geral, e é preciso avaliar cada
em retroversão. Além disso o homem quadro em particular para saber o que fazer.
geralmente apresenta uma pelve alta, ou
seja, a “parede” lateral da pelve é mais alta
se comparada a da mulher e isso posiciona
a coluna lombar em retificação fisiológica,
ou seja, não há correção. Na mulher a
história ocorre de forma inversa, sendo a
pelve mais larga (por conta da gestação) e
favorecendo um ângulo de torção femoral
em anteversão. Esses fatores na mulher
fazem com que geralmente a pelve se
encontre em anteversão funcional e com
consequente aumento da lordose lombar

12
Drop Pélvico
O próximo passo para análise da pelve a fazer algum exame de radiografia que
é saber identificar quando esta não se identificou essa assimetria de membros
encontra nivelada no plano frontal, ou seja, inferiores. Isso é importante porque você
quando um lado está mais alto do que o pode traçar um protocolo de treino errôneo
outro. Essa é uma alteração na posição na a partir de um diagnóstico errôneo, o que
pelve que também pode ter duas causas, pode acabar piorando outras disfunções já
tanto funcional quanto estrutural. Caso seja presentes, compreende? Então, o primeiro
funcional é decorrente do desequilíbrio passo é ter certeza da possível causa do
entre as musculaturas dos quadris e desnivelamento para que possa ser feita
lombopélvicas, caso seja estrutural é a melhor prescrição possível. Caso seja
decorrente (geralmente) de uma perna ser constatada a assimetria estrutural entre os
maior do que a outra, o fêmur ou a tíbia. De MMII eu sugiro que fique despreocupado
antemão deixo expresso que se tratando quanto a questão do “drop pélvico”
de uma perna maior do que a outra a única durante a fase excêntrica dos exercícios, a
forma de melhorar o desnivelamento da escoliose que o sujeito apresenta etc., pois
pelve é com o uso de palmilhas feita sob não há muito o que fazer, apenas adaptar
medida (para a perna menor). Então, caso o aluno aos exercícios (e não o contrário).
na avaliação você identifique que o aluno Entretanto, se a alteração for de caráter
apresenta desnivelamento da pelve no funcional você precisa apenas avaliar para
plano frontal (e este seja bem acentuado), identificar quais são as possíveis causas
sugiro que questione se o aluno já chegou desse desnivelamento no plano frontal.

A imagem acima mostra o alinhamento 1. Glúteo Médio;


da pelve no plano frontal, onde se torna 2. Glúteo Máximo (feixes superiores);
nítido o nivelamento entre ambas EIAS e 3. Adutores;
ambas tuberosidades isquiáticas. Um li- 4. Quadrado Lombar.
geiro desnivelamento entre essas estrutu- Geralmente as pessoas que apresen-
ras talvez não seja problema, porém, um tam um desnivelamento da pelve no
desvio mais acentuado pode se tornar um plano frontal possuem desequilíbrio
grande problema por afetar diretamente entre esses músculos, e esse equilíbrio
a coluna lombar e a articulação do qua- funciona de uma forma que os glúte-
dril. Para ser bem sincero, os mais impor- os precisam trabalhar em sinergia com
tantes que exercem influência nesse equi- quadrado lombar e adutores. Analisan-
líbrio da pelve, nessa visão frontal, são: do o lado direito (e a mesma lógica deve
ser aplicada ao lado esquerdo), quando
13
o sujeito apresenta a pelve direita mais região do quadrado lombar do lado mais
alta que a esquerda isso pode significar: alto, devido a constante posição alterada
posicionando o músculo em posição en-
1. Glúteo Médio (e feixes superiores do curtada. Isso fará com que se torne faci-
GMáx) do lado direito estão fracos; litado (neuronalmente), principalmente
2. Adutores e Quadrado lombar do se somado ao fato do glúteo máx e méd
lado direito lado direito estão encurtados; do mesmo lado apresentarem fraqueza e/
3. Glúteo Médio (e feixes superiores ou atraso de ativação neural, onde haverá
do GMáx) do lado esquerdo podem necessidade de supri-los nos movimentos
estar encurtados ou apenas em posição de abdução e extensão de quadril, o que
encurtada; o torna ainda mais facilitado (encurtado).
4. Adutores e Quadrado lombar do Durante o ato de agachar fica nítido o
lado esquerdo em posição alongada. desnivelamento da pelve no plano fron-
tal, e essa á uma das maiores dúvidas
Como dito, a mesma lógica deve ser dos personal trainer’s. Quando um aluno
aplicada ao lado esquerdo caso a pelve es- apresenta, previamente, uma pelve mais
querda esteja mais alta que a direita, ape- alta do que a outra (na avaliação pos-
nas invertendo os lados do que acabou de tural/funcional) a tendência é que esse
ser mencionado. Geralmente o complexo desnível se torne pronunciado durante o
glúteo do lado que está mais baixo não ato de agachar. Ao realizar a fase excên-
necessariamente está encurtado, pode trica você verá um lado ficar mais alto do
apenas estar numa posição de encurta- que o outro, como na imagem a seguir:
mento devido aos músculos contralate-
rais (lado oposto) que estão em desequi-
líbrio. É preciso deixar claro que isso não
é uma regra, apenas uma constatação ló-
gica de como funciona ação dos múscu-
los supracitados no nivelamento da pelve.
Quando a pelve direita está mais alta
acarretará num desvio da coluna lombar,
ou seja, uma escoliose, com convexidade
para a esquerda e concavidade para a di-
reita (mesmo lado). O inverso ocorre do
outro lado, quando a pelve esquerda está
mais alta a coluna a lombar irá apresen-
tar uma convexidade para a direita e uma
concavidade para a esquerda (mesmo
lado). A longo prazo e a depender do nível
desse desnivelamento os discos da colu-
na lombar podem sofrer desgaste devido
a compressão constante. No lado da con-
cavidade o disco estará sendo esmaga-
do e o núcleo pulposo sendo empurrada
em sentido posterolateral, principalmen-
te se esse desnivelamento for associado
a uma postura com a coluna lombar re-
tificada – mas isso não exclui o mesmo
acontecimento em pessoas hiperlordóti-
cas. De qualquer forma, isso não signifi-
ca que o aluno irá desenvolver uma hér-
nia de disco ao algo do tipo, porém, o que
pode acontecer é um desconforto com
sintoma de queimação ou de fadiga na

14
Nessa imagem está nítido que a pelve
esquerda se encontra mais alta que a di-
reita, ocasionando uma escoliose lombar
com convexidade para a direita e concavi-
dade para a esquerda. Além disso, é visível
que todo o lado esquerdo da aluna se en-
contra “comprimido”, perceba que o om-
bro esquerdo se encontra mais baixo do
que o direito, ou seja, pelve esquerda e om-
bro esquerdo se aproximando, enquanto
que o ombro direito e a pelve direita estão
se afastando, como se o lado direito esti-
vesse todo alongado. Analisando as EIPS é
possível notar esse desnivelamento. Outro
ponto a ser levado em consideração caso
haja dificuldade em diagnosticar qual
lado está baixo e qual está mais alto, bas-
ta olhar para a região inferior dos glúteos
(que cobrem a tuberosidade isquiática).
Veja que a região inferior do glúteo es-
querdo está mais alta do que a do direito,
confirmando que a pelve esquerda está
mais alta. Geralmente se associa o lado da
pelve mais alto com a fraqueza dos abdu-
tores do quadril desse lado, principalmente
do GMéd, além do possível encurtamento
dos adutores do quadril desse mesmo lado,
em maior grau do que lado contralateral.
A seta na lombar mostra a ligeira escoliose

O lado mais alto é tido como mais fraco/ da à fraqueza muscular, é de um dos adu-
alongado devido a pelve estar em adução tores do quadril se encontrarem mais en-
sobre o fêmur, já o lado contrário a pelve curtados que o seu contralateral, e durante
se encontra em abdução sobre o fêmur, o a fase excêntrica esse lado mais encurta-
que indica uma posição de encurtamento do não consiga se alongar com eficiência
dos abdutores desse lado. Durante a fase e acabe puxando a pelve do mesmo lado
excêntrica do ato de agachar o quadril se em adução (fazendo com que ela suba) e o
flexiona, ou seja, os glúteos são alongados outro lado abduza (fazendo com que caia).
(tanto o máximo quanto o médio), porém, Caso o “problema” esteja no quadrado
eles não podem simplesmente serem “des- lombar do lado esquerdo ele irá manter
ligados” durante o movimento, principal- esse lado da pelve tracionado para cima,
mente o glúteo médio, pois a sua função é principalmente se for muito solicitado
de estabilizador primário da pelve no pla- como estabilizador da coluna lombar du-
no frontal. Quando, por exemplo, o glúteo rante a fase excêntrica (o que pode ocorrer
médio do lado esquerdo se encontra fraco se os músculos abdominais não cumprirem
a tendência é de que ocorra um desliga- seu papel, como já discutimos). Inclusive
mento precoce dele e a pelve desse mes- esse pode ser um dos motivos do aluno re-
mo lado perca sua estabilização e caia pro latar incômodo na lombar em apenas um
lado contrário (o lado esquerdo sobre e o dos lados da região durante o agachamen-
direito cai), assim como na imagem acima. to, e coincidentemente pode ser o mesmo
O mesmo poderia ocorrer de forma inversa. lado da pelve que se encontra mais alta.
Outra hipótese que não está relaciona-
15
A imagem à esquerda mostra a correção
do desnivelamento pélvico durante a fase
excêntrica do agachamento, após uma in-
tervenção de apenas 4 semanas com essa
aluna de consultoria online. Durante essas
quatro semanas não foi feito nada mila-
groso e muito menos alguma espécie de
trabalho unilateral isolado, como fortale-
cer apenas o glúteo médio do lado da pel-
ve mais alta, ou alongar apenas os aduto-
res do lado da pelve mais alta. O trabalho
foi realizado de forma bilateral, tanto de
fortalecimento quanto de flexibilidade, e
foram utilizados os seguintes exercícios:

1. Glúteo Ostra com band;


2. Cadeira abdutora em pé
3. Elevação Pélvica no banco
4. Sapinho no solo
5. Alongamento de adutores na parede

Você pode estar se perguntando: “Mas,


só isso?”. Sim, apenas esses cinco exercí-
cios foram suficientes para trazer o equi-
líbrio da pelve em quatro semanas de
treinamento. Talvez apenas o primeiro e
o segundo exercício fossem suficientes.
Um dos maiores erros dos personal trai-
ner’s é achar que são necessários dezenas de
exercícios, dezenas de estratégias (inclusive
trabalho unilateral isolado) e muito tempo
para se resolver determinada “alteração”. O
recado é simples: o básico funciona, quan-
do bem feito e bem orientado, obviamente.

16
Supino Reto deverá ser mantido em abdução para
que o movimento de adução horizontal
ocorra no sentido dos feixes do PM que
No supino reto haverá uma ênfase nos se queira trabalhar, pela lógica do ritmo
feixes mediais e superiores (claviculares) do escapuloumeral as escápulas precisam ser
PM uma vez que a direção do movimento mantidas numa ligeirarotação superior,
articular coincide com o sentido desses realmente pouca, até porque o grau de
feixes. Uma vez deitado no banco o ideal abdução do ombro também será pouco.
é manter os pés apoiados no solo para As escápulas precisam estar em ligeira
ter maior base de sustentação, dessa rotação superior justamente para manter a
forma fornecendo maior estabilidade congruência da articulação e impedir que
para o corpo de forma geral durante a haja impacto nos tecidos subacromias, e
execução do exercício. Manter os pés aqui já vemos que estas não podem estar
apoiados no banco pode prejudicar em máxima retração porque fugirá da
essa estabilidade, a depender de quem normalidade do ritmo escapuloumeral. Da
esteja executando, é claro (não é regra). mesma forma, a abdução das escápulas
Acho que não é necessário bater na tecla com poucos graus de abdução do ombro
referente ao alinhamento da coluna e a também foge na normalidade do ritmo, ou
importância disso de uma forma geral, já seja, também não se deve ser a posição a
está mais do que clara a regra sobre isso ser mantida pelas escápulas. Entendendo
que deve ser aplicada a todos os exercícios que nem em abdução e nem em retração
da musculação, portanto, deve ser mantida estas devem ser mantidas, sobra apenas
uma distância de aproximadamente de uma posição, e não por coincidência é a
um a dois dedos da lombar para o banco mais eficiente e segura para ser utilizada
– preservando a lordose lombar -, manter durante todos os exercícios para PM, que é
as escápulas em posição neutra garantindo a posição neutra das escápulas. Caso você
a neutralidade da coluna torácica e recorde sobre o tópico de alinhamento
manter a cabeça apoiada no banco para da cintura escapular lembrará que estas
garantir a neutralidade da coluna cervical. se encontram em ligeira rotação superior
Chegamos ao ponto mais interessante – de forma postural – e essa posição é o
sobre o treino de peitoral, que se refere ao suficiente para que o ombro possa ser
uso das escápulas durante os exercícios, mantido aí em torno dos seus 40º a 70º
de uma forma geral (em todos). Muito se de abdução (para que se possa executar
discute quanto a função das escápulas as mais diferente angulação dos exercícios
durante o supino (principalmente), de PM, como reto, inclinado ou declinado).
alguns treinadores dizem que elas devem Há uma justificativa que paira na
estar móveis durante o movimento da educação física de que as escápulas devem
articulação glenoumeral e muitos dizem abduzir durante o movimento de adução
que elas não devem se mover durante o do ombro porque isso está relacionado
movimento do ombro. Isso pode acabar ao ritmo escapuloumeral, e que o serrátil
confundindo a mente de quem recebe anterior (SA) deve ser ativado durante esse
ambas informações, mas isso acaba aqui. movimento, na fase concêntrica, somada
É importante que você saiba que a ativação do PM na adução horizontal
durante os exercícios para PM o movimento do ombro. Da mesma forma, durante a
principal é adução horizontal da fase excêntrica as escápulas devem ser
articulação glenoumeral, como já foi dito, tracionadas em rotação interior e adução
justamente porque o PM só irá atuar nesse durante a abdução horizontal do ombro,
movimento, isoladamente. Para que esse com a mesma justificativa de manutenção
movimento ocorra os ombros precisam do ritmo. Entretanto, talvez não deva ter
ser mantidos numa posição de abdução passado pela cabeça do sujeito de que ao
que esteja relacionada com o supino (ou permitir o movimento das escápulas e a
outro exercício) que será executado (reto, ativação do SA durante a fase concêntrica
inclinado ou declinado). Já que o ombro de adução horizontal do ombro, essa

17
mesma ação do principal abdutor da Afirmar que o SA deve participar de
escápula (SA) irá roubar todo o trabalho do forma agonista durante os exercícios de
PM, ou seja, o PM deverá ser trabalhar com PM e que isso está relacionado ao ritmo
demanda reduzida porque haverá outro(s) escapuloumeral é no mínimo desconhecer
músculo trabalhando ao mesmo tempo e as capacidades de movimento do corpo
com outro movimento em outra estrutura. humano, assim como a cinesiologia. Além
Ao permitir que isso aconteça a eficiência disso, parece que não é levado em conta o
para o PM é jogada no lixo, pois, por lógica, fator atrito causado pelo banco. Uma vez que
se o objetivo com um exercício é extrair ao as escápulas estarão em constante contato
máximo de um músculo permitindo que ele com este já que o indivíduo estará deitado,
trabalhe de forma “isolada”, não há sentido o atrito não possibilitará o uso correto das
permitir que outros músculos participem escápulas como esses treinadores presam,
da jogada. Ainda há outra justificativa, a ou seja, elas não conseguirão executar a
de que a ativação SA é muito importante abdução (na fase concêntrica) de forma
e deve acontecer durante o supino e eficiente e principalmente e adução (na
demais exercícios de peitoral, porque esse fase excêntrica). Desconsiderando esse fato
músculo precisa ser fortalecido etc. e tal. do atrito, o motivo principal para não haver
Que é um músculo importante, lógica em permitir a abdução das escápulas
isso todo concordamos, que deve ser durante a adução horizontal é que o
fortalecido, todos também concordamos, exercício perde sua eficiência para a ativação
porém, entretanto, todavia, há exercícios máxima do peitoral, e isso vai de encontro
específicos que visam a ativação do SA e aos princípios da musculação que estão
são comprovados cientificamente que são mais do que claros, ou seja, se o exercício é
úteis para tal objetivo, como por exemplo: para músculo X, os músculos Y e Z devem
1. Push-Up Plus; ficar quietos. Se quer ativar músculo Y ou
2. Wall Slide; Z, faça exercícios específicos para eles, que
3. Wall Ball Slide. foram criados pensando neles. Sem mais.

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Na imagem anterior você pode visualizar até o ponto em que o cotovelo não
a posição inicial dos supinos e crucifixos de ultrapasse a linha do ombro, porque isso
uma forma geral, portanto, esta mesma representaria uma abdução horizontal
informação não será repetida nas demais excessiva. E esse movimento excessivo no
análises dos demais exercícios adiante. ombro acaba estirando de forma supra
Esse mesmo posicionamento, essa mesma máxima a cápsula articular anterior do
lógica, servirá tanto para os exercícios ombro, principalmente os ligamentos
executados em banco reto, quanto glenoumerais anteriores médio e inferior.
inclinado ou declinado, o pensamento não Se você recordar do que já foi ensinado,
se altera no que se refere ao alinhamento da pessoas com a síndrome do deslizamento
coluna, posição das escápulas em neutro anterior da cabeça do úmero apresentam
etc. Sendo assim, podem dar continuidade um afrouxamento desses componentes,
a análise do supino em questão, e permitir movimentos no ombro que
partindo da posição inicial vista anterior. estirem ainda mais esses componentes
A fase excêntrica do movimento é uma trará malefícios para integridade da
abdução horizontal do ombro, e é nesta articulação. Pelo fato de apresentar uma
fase que muitas pessoas erram, ao permitir instabilidade inerente, o afrouxamento do
que esse movimento seja executado de sistema passivo de estabilização tornará
forma excessiva. Infelizmente há a crença esta articulação ainda mais instável, e isso
de que é preciso executar os movimentos não deve ocorrer em hipótese alguma.
em amplitudes extremas para que Portanto, durante a fase excêntrica de
possa haver alongamento máximo e TODOS os exercícios para PM o movimento
consequente encurtamento (contração) de abdução horizontal do ombro deve
máximo do músculo, favorecendo maior ocorrer até o ponto em que o cotovelo
hipertrofia devido a maior ativação de esteja no mesmo plano do ombro, e que
unidades motoras segundo essa teoria. jamais ultrapasse esse limite, pois se
Tem até um certo sentido, porém, a ultrapassar, a cabeça do úmero deslizará
amplitude é articulação-dependente, para frente em relação a cavidade glenóide.
ou seja, cada articulação possuirá uma Além disso, essa amplitude excessiva não
amplitude X e cada músculo possuirá irá garantir o estiramento do PM, mas sim
estiramento máximo X, qualquer coisa da própria cápsula, e é ela que irá atuar
que ultrapasse esses limites não se torna na fase concêntrica de adução horizontal,
mais eficiente, pelo contrário, pode junto ao PM, e não o PM em si. Infelizmente
acabar trazendo algum malefício para os essa crença de que se deve descer o
tecidos moles da articulação em questão. máximo possível na fase excêntrica para
Como estamos falando da articulação potencializar a hipertrofia do PM é puro
glenoumeral, já foi elucidado em capítulos empirismo. Com isto em mente você
anteriores, principalmente sobre os deve estar perguntando, então, qual é
exercícios para GD, que a abdução o limite da fase excêntrica na prática, e
horizontal do ombro deve ocorrer isso está desenhado na imagem abaixo.

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É possível visualizar que o cotovelo se encontra no mesmo plano do ombro
(representada pelas bolas brancas), vulgo mesma “altura”, e isto significa a amplitude
máxima da fase excêntrica que garante o estiramento eficiente do PM enquanto se
preserva a integridade dos tecidos moles da articulação glenoumeral. Para que você
perceba tamanha amplitude basta saber que o ombro saiu de uma posição de 90º de
flexão e executou uma abdução horizontal de 90º, isto significa um arco de movimento
de 90º tanto para a fase excêntrica quanto para a fase concêntrica, será que não é o
suficiente?! A partir dessa posição ao final da fase excêntrica deve ser iniciada a fase
concêntrica, que é nosso próximo tópico a ser analisado ao final dessa discussão sobre
a fase excêntrica

20
É nítida a perda do alinhamento pela contração majoritária do PM com
entre cotovelo e ombro (representada auxílio do deltoide anterior, e extensão
pelas bolas brancas), como retratado na do cotovelo pela ação do tríceps braquial
imagem acima e no que foi abordado (como dito anteriormente, supino
nos parágrafos anteriores. Você pode ver envolve a ação de todos e não podemos
claramente que há perda do centramento ser extremistas e afirmar que o PM atua
da articulação e um estiramento sozinho, tampouco afirmar que o exercício
excessiva na cápsula anterior do ombro. não é para PM e sim para os outros dois
Inclusive o próprio modelo da foto relatou músculos, mas ter o bom-senso de
sentir o incômodo na região anterior do entender que o alvo principal é o PM e
ombro ao realizar esse movimento para os demais atuam de forma sinérgica).
a foto. Além disso, um outro erro comum Essa adução horizontal do
é permitir que o ombro gire em rotação ombro será realizada num arco de
interna na fase excêntrica, como pode movimento de 90º, como previamente
ser visto acima, o cotovelo atrás da linha explanado, e deve ocorrer até que o
do ombro e não à frente como deve ser. ponto em que o halter se posicione
Permitir que o ombro rode internamente em uma das duas opções a seguir:
com o ombro abduzido dessa forma pode
trazer riscos para integridade dos tecidos 1. Alinhado verticalmente ao ombro:
moles subacromiais, como já explicado haverá redução do torque para zero pois
em capítulos anteriores. Portanto, a resistência se encontrará na mesma
não se trata apenas de uma questão linha do eixo;
empírica, é a anatomia da articulação 2. Parar antes de alinhar verticalmente
e dos tecidos moles envolvidos com a ao ombro: continuará havendo torque
aplicação da cinesiologia na musculação, para o ombro, porém haverá redução na
pois cada movimento, articulação ou amplitude da fase concêntrica, mesma
músculo possui sua particularidade que não seja significativa.
e deve ser analisado de forma igual.
Continuando nosso raciocínio sobre a A minha escolha é a número 2, pois não
fase concêntrica, a partir do final da fase há sentido em cessar o torque resistente
excêntrica de forma correta, o objetivo é para a articulação e “cortar” o estímulo
realizar uma adução horizontal do ombro do músculo para então “reativá-lo”
21
novamente ao iniciar a fase concêntrica, e durante a adução horizontal do ombro,
ficar nesse jogo de ativa-desativa. O ideal que como vimos anteriormente se
é que o torque se mantenha constante trata de uma ação do músculo serrátil
na articulação permitindo que o músculo anterior. Uma vez permitida a perda de
seja mantido sob tensão a maior parte estabilização das escápulas com seu
do tempo, e como sabemos o time under consequente movimento durante a fase
tension (TUT) é um fator que contribui para concêntrica auxiliando no deslocamento
hipertrofia por permitir que haja maior da carga, o PM perderá parte de sua
estímulo mecânico no músculo agonista. eficiência por estar trabalhando em
Tendo isso em mente, passemos para conjunto com um músculo que não
o próximo detalhe que se refere aquela deveria estar participando de forma
conversa que tivemos no início desse dinâmica, mas sim de forma isométrica.
capítulo sobre o uso das escápulas nos Novamente, se o intuito é a ativação
exercícios de peito. A fase concêntrica do serrátil anterior, execute exercícios
dos exercícios para PM é a campanha específicos para o mesmo e deixe o supino
de erros justamente devido ao fato dos cumprir seu papel como um exercício
praticantes permitirem a ação dinâmica para o PM. Na imagem abaixo você
das escápulas, ou seja, abdução escapular, visualizar a forma incorreta de execução
do supino durante a fase concêntrica

É possível ver claramente a posição ter suas alterações perpetuadas ao


abduzida das escápulas com o ombro reproduzir esse movimento com adição
em sua posição final na fase concêntrica. de sobrecarga (uma vez que de forma
Repito: isso não deve acontecer, a ativação postural eles já apresentam as escápulas
do SA irá prejudicar a participação do abduzidas etc.). Para evitar tanto a
PM, além disso, sujeitos com quadro redução da eficiência do PM quanto a
de hipercifose, inclinação anterior e perpetuação de alterações posturais, o
abdução das escápulas etc., poderão ideal é executar a fase concêntrica dos
supinos da forma mostrada a seguir
22
As escápulas se encontram na mesma cio seja eficiente para a hipertrofia do PM
posição, do início ao final do movimen- e evitar perpetuação de disfunções você
to (fase concêntrica e excêntrica), com os precisa ter em mente que as escápulas
músculos escapulotorácicos atuando em não devem se mover (de forma signifi-
isometria e não de forma dinâmica. Para cativa), mas sim permanecerem estabili-
que o seu aluno (ou você mesmo) evite zadas contra a caixa torácica fornecendo
que a escápula abduza durante a fase base para a articulação glenoumeral se
concêntrica de adução horizontal do om- mover e os músculos motores do ombro
bro, oriente que o aluno puxe as escápulas se ativarem eficientemente. Agora numa
em adução (mas sem realmente movê- visão superior você poderá ver ambas
-las em adução) enquanto realiza a adu- formas de execução (ideal e não ideal).
ção horizontal, e isto garantirá que elas se Começando pela forma menos ide-
mantenha firmes na caixa torácica. Issto al de execução você pode perceber
permitirá que o PM atue de forma “isola- o nível de abdução das escápulas na
da” sem a possível e indesejável participa- fase concêntrica, tanto é que o serrá-
ção do serrátil anterior (ou até mesmo do til anterior fica bem visível nessa ima-
peitoral menor, que é também abdutor gem superior e o peitoral maior se
da escápula). Para garantir que o exercí- mostra “encolhido”, por assim dizer.

23
Já nesta imagem abaixo você pode quanto na imagem anterior, isto signifi-
visualizar a forma ideal de execução, e ca que o mesmo não está participando
é nítida a diferença do posicionamen- de forma agonista, apenas como esta-
to das escápulas bem como a partici- bilizador das escápulas, e isso faz total
pação máxima do PM no exercício. Veja diferença para o resultado final (ativa-
que o SA já não se mostra aparente tanto ção do PM e consequente hipertrofia).

Por último e não menos importante, tará sendo trabalhado, que no caso em
precisamos analisar a posição que o om- questão são os feixes mediais e clavicula-
bro se encontra, no caso, de abdução. Isto res. Na imagem abaixo, em vista superior,
é importante para que você perceba a di- você pode perceber que os ombros se
reção do movimento articular durante a encontram em uma abdução em torno
fase concêntrica e como ela condiz com de 60º, é claro que não estou usando um
o sentido dos feixes do peitoral que es- goniômetro, mas é nítida essa angulação.

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Em contra partida, ao analisar a posi- nessa posição para tirar a fotografia, não
ção menos ideal para realização do su- só nas fotografias como também em vá-
pino reto, percebe-se que os ombros se rios outros exercícios que foram filmados
encontram numa abdução de 90º e em para o meu Curso Online de Cinesiolo-
alguns casos até superior a isso. O proble- gia e Biomecânica: do básico ao avan-
ma desse grau excessivo de abdução do çado, que eu não se você sabe, mas é o
ombro é que o movimento da articulação maior curso online do Brasil nessa área.
não condiz com o sentido dos feixes que Portanto, tal posicionamento além de
queremos trabalhar, por consequência reduzir a eficiência do estímulo para o
temos uma redução da eficiência. Além músculo alvo, pode causar desconforto
disso, se o sujeito executante apresentar na articulação glenoumeral pelo possí-
alteração no posicionamento da cintu- vel impacto da cabeça do úmero contra o
ra escapular isso significa que provavel- acrômio da escápula (caso o sujeito apre-
mente ele apresentará uma certa redu- senta discinesia escapular). Fora esses
ção do espaço subacromial, somando pontos, há o fato de que nessa posição
isso ao alto grau de abdução de ombro, de 90º de abdução ou superior a isso, o
e o mesmo se encontrando me rotação manguito rotador perder sua eficiência
interna excessiva nessa posição, pode- na atuação como o sistema dinâmico de
mos hipotetizar que o mesmo sofrerá estabilização glenoumeral, ou seja, o om-
certo desconforto na região anterior do bro perde o mecanismo que garante sua
ombro ao realizar o movimento. Inclusive congruência. Na imagem abaixo veja a
o modelo em questão relatou sentir des- posição que não é ideal para execução do
conforto no ombro ao manter o ombro supino, em qualquer variação que seja.

Por fim, toda a lógica que você aca- concêntrica e excêntrica), no mais, os
bou de ver se aplica ao supino reto com detalhes são os mesmos. Na imagem
barra (SRB), afinal, como dito no início, a abaixo você pode visualizar a posição
diferença entre barra e halter é a solici- inicial do SRB, seguindo todos os princí-
tação do sistema dinâmico de estabili- pios anteriores, a coluna se encontra li-
zação e amplitude de movimento (fase nhada e as escápulas em posição neutra

25
Agachamento Livre que ambos são extremamente eficientes
para a ativação do glúteo máximo, dando
O rei destaque para a elevação pélvica que ge-
ralmente vence a disputa de quem apre-
Não poderíamos dar início a esse ca- senta maior ativação, mas lembre-se que
pítulo sem falar de um dos melhores maior ativação não significa mais hiper-
exercícios para membros inferiores. O trofia. Além disso, o AL mostra elevada ati-
agachamento livre (AL) é um exercício vação do quadríceps, algo que não se vê
multiarticular que trabalha o corpo de na elevação pélvica, o que mostra que o
uma forma geral, porém, com ênfase no glúteo máximo trabalha em sinergia com
trabalho de quadríceps e glúteo máxi- o quadríceps, portanto, tendo distribuição
mo, obviamente. O ato de agachar nos de ativação entre eles. Na elevação pélvica
acompanha desde o nascimento, o pro- o GMáx trabalha praticamente sozinho, o
blema é que perdemos esse hábito e essa que pode levar ao benefício de maior hi-
habilidade conforme os anos se passam, pertrofia. De qualquer forma, a estratégia
e a técnica para execução também vai mais inteligente é utilizar ambos exercícios.
embora devido aos encurtamentos mus- Começando de cima, a barra deve ser
culares e desuso do movimento em si. apoiada sobre o trapézio superior, este
Existe uma disputa infundada sobre que será ativado devido ao acionamento
quem é o melhor exercício para glúteo dos músculos escapulotorácicos quando
máximo, agachamento livre ou elevação o aluno posicionar as escápulas em neu-
pélvica, e é infundada porque ambos são tro. E esse posicionamento em neutro das
úteis e devem ser utilizados. São movi- escápulas garante a estabilização do bloco
mentos diferentes, com características e superior do corpo. O trapézio superior serve
amplitudes diferentes, portanto, resulta- como a almofada para sustentar a barra, e
dos diferentes. O máximo resultado para nesse ponto muitas pessoas erram ao po-
a hipertrofia do glúteo será alcançado ao sicionar a barra na coluna cervical imedia-
utilizar ambos exercícios, e não apenas tamente em cima da vértebra, o que gera
um ou outro. Inclusive estudos mostram o relato comum de desconforto na região.

26
Feito o posicionamento no trapézio o miofasciais responsáveis pela estabiliza-
próximo passo é o posicionamento da ar- ção do ombro, escápulas e tronco. Ao per-
ticulação do ombro, este que deve estar mitir que o cotovelo fique extremamente
em uma rotação externa, posicionando o apontado para trás as escápulas irão se in-
cotovelo imediatamente abaixo da barra, clinar para frente (movimento normal de
não havendo problema em estar ligeira ocorrer devido a ação de hiperextensão do
atrás desta. Seria um problema se o coto- ombro) e isso acarretará a perda de alinha-
velo estivesse muito apontado para trás, mento da cintura escapular e coluna torá-
ultrapassando inclusive o tronco. O coto- cica, gerando uma hipercifose e empur-
velo embaixo da barra ou no máximo li- rando o tronco do aluno para frente. Abaixo
geiramente atrás garante o alinhamento você pode ver ambos padrões, com o om-
ideal da cintura escapular a coluna toráci- bro em rotação externa e com o ombro
ca, além de favorecer a ativação das rotas em rotação interna (apontado para trás).

O alinhamento da coluna é peça im- do nível da escoliose apresentado, esse


prescindível durante o agachamento de- desalinhamento pode ser perpetuado. Se
vido a carga axial, ou seja, a carga imposta o nível dessa escoliose for baixo, não há
de forma vertical sobre a coluna. Por fa- necessidade de preocupação quanto a
lar nisso, existe uma discussão sobre alu- exercícios com carga axial. O alinhamen-
nos com escoliose poderem ou não fazer to correto da coluna permitirá a correta
o agachamento com barra nas costas, absorção de carga axial e permitirá a cor-
devido a questão de o desalinhamento reta dissipação entre as vértebras e de-
gerar uma má absorção e dissipação da mais estruturas adjacentes. A preservação
coluna, ou seja, haverá maior carga so- das curvaturas da coluna deve ser manti-
bre o lado da concavidade (o lado com- da durante ambas fases do movimento,
primido). De forma crônica, a depender como você pode ver na imagem abaixo.

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Uma parte importante no ato de aga- afastamentos que podem ser escolhidos:
char é a ativação da manobra de brace, 1. Largura da pelve, onde os pés ficam
responsável por garantir a estabilização alinhados com as EIAS;
da coluna (como já explicado no capítu- 2. Largura do deltóide anterior;
lo específico sobre isso). Não só a estabi- 3. Largura do deltóide medial;
lização da coluna será garantida pelo bra- 4. Mais afastado que a largura dos
ce mas também a estabilização da pelve, ombros (geralmente conhecido como
peça imprescindível para a correta mecâ- sumô)
nica do ato que garantirá o alinhamen- A escolha fica a cabo do que trouxer
to da coluna lombar e a correta ativação maior conforto para o teu aluno, mas cla-
das musculaturas fixadas à ela (a pelve). ro, é preciso ter bom-senso quanto a isso
O próximo passo é se atentar para o pois uma aluna(o) com joelho valgo ex-
afastamento dos pés, este escolhido de cessivo pode não se dar muito bem com
acordo com a largura da pelve da coluna e um afastamento muito aberto, podendo
com o conforto para a articulação do qua- acarretar em acentuação do valgo du-
dril durante o ato em si. Existem quatro rante o exercício (vulgo valgo dinâmico).

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Na imagem acima você pode ver os ao maior estiramento dos adutores longo
quatro tipos de afastamento do mem- e magno, estes que participam de forma
bro inferior. Geralmente os afastamentos agonista durante a extensão do quadril
representados pelas linhas preta e ver- quando o quadril ultrapassa os 70º de fle-
melha são os mais confortáveis para a xão, e por estarem mais estirados haverá
execução do agachamento, e isso é fee- maior capacidade de produção de força,
dback dos próprios alunos. Talvez você se porém, com maior facilidade para ocor-
questione sobre a diferença na ativação rência do valgo dinâmico. Escolhido o
muscular em cada tipo de afastamento, afastamento dos pés e levando em con-
e a realidade é que haverá uma real dife- sideração tudo que já foi abordado ante-
rença apenas no afastamento mais aber- riormente, o aluno estará pronto para ini-
to representado pela linha verde devido ciar a fase excêntrica (o exercício em si).

29
A fase excêntrica deve ocorrer iniciando disso, iniciar dessa forma fará que o torque
pelo movimento do joelho sendo direcio- seja corretamente distribuído entre o joe-
nado para frente e só depois é que o mo- lho e o quadril, ou seja, para o quadríceps
vimento é passado para o quadril, porém, e para os glúteos, atuando de forma equi-
não de forma pausada, mas sim contínua. librada. Quando o movimento se inicia e
Iniciar o movimento pelo quadril, ou seja, se mantém no quadril, flexionando cada
jogando a bunda para trás e então aga- vez mais e limitando a flexão do joelho
chando, fará com que a mecânica do exer- e dorsiflexão do tornozelo, o torque para
cício seja alterada e geralmente quem o os glúteos será aumentado, assim como
executa dessa forma acaba restringindo o também para a lombar. Por se tratar de
movimento do joelho (de ir para frente) e um exercício com participação equilibra-
o tronco acaba inclinado excessivamente. da entre esses dois grupos musculares,
No AL o ideal é tentar fazer com que a li- não há lógica em tentar priorizar uma ou
nha de deslocamento da barra no espaço outra região. E se o intuito é aumentar o
se mantenha vertical e reta, por assim di- torque para o quadril e tentar reduzir a
zer, sem que a barra seja excessivamente solicitação do quadríceps, é melhor fazer
deslocada para frente ou para trás duran- um levantamento terra, e não um aga-
te as fases de movimento, e isso só será chamento. Ao final da fase excêntrica a
possível com essa orientação para o início projeção vertical da barra deve estar apro-
do movimento ser nos joelhos (na verda- ximadamente no mediopé. Além disso, o
de se inicie lá embaixo pelo tornozelo se ideal é que haja uma possível paraleliza-
dorsiflexionando, mas para fins didáticos ção entre a linha da tíbia e a linha da co-
utilizamos o início pelo joelho sendo dire- luna, o que representa uma distribuição
cionado para frente e para o lado). Além ideal de carga entre o quadril e o joelho.

30
Em visão frontal é preciso se atentar ao se deve abrir os joelhos de forma excessiva-
alinhamento do membro inferior dentro do mente logo no início da fase descendente,
eixo correto, para evitar que haja a laterali- e esse é um erro muito comum. Deve ha-
zação da patela e cisalhamento dos tecidos ver um equilíbrio entre flexão de quadril
moles do joelho, como já abordamos. Isso e joelho e o movimento do quadril de ab-
significa que se deve evitar o valgo dinâmi- dução com rotação externa, para garantir
co. Perceba que o fêmur se mantém alinha- que a cabeça do fêmur mantenha sempre
do com a patela, que se mantém alinhada uma ótima área de contato com o acetá-
com a tíbia e que se mantém alinhada com bulo e se evite o impacto do colo do fêmur
o segundo ou terceiro dedo do pé. A orien- com alguma parte do acetábulo. Ao final
tação durante a fase excêntrica é que o alu- da fase excêntrica é o ponto em que o qua-
no realize uma abdução com rotação exter- dril deve estar mais abduzido e rotacionado
na do quadril à medida que o movimento lateralmente, ou seja, com o “joelho mais
vai acontecendo, de forma gradativa. Não aberto”, como você pode ver na imagem.

31
Ainda há detalhes que precisam ser ana- rém, se tratando de uma retroversão signi-
lisados em vista lateral, como por exemplo ficativa com acentuada flexão da lombar,
a possível perda do alinhamento da região independente do nível de treinamento ou
lombopélvica, ou seja, a famosa retroversão de quem seja o sujeito, não é ideal ou inte-
pélvica que acarreta a retificação ou fle- ligente permitir que isso aconteça. Para su-
xão da coluna lombar. Antes de mais nada jeitos iniciantes o recomendado é orientar
é preciso deixar uma coisa clara quanto quanto a importância de se manter uma
a essa questão da retroversão no que se pelve estabilizada e em posição neutra
refere a seu potencial que trazer danos a durante o exercício, orientado-o quanto a
integridade da coluna. Caso o indivíduo amplitude de movimento da fase excêntri-
executante seja avançado, treinado, com ca. Abaixo é retratada a retroversão pélvi-
significativa massa muscular e consciên- ca de grau ínfimo (à esquerda) e de grau
cia corporal, não haverá problema caso a mais acentudo (à direita) e é possível notar
pelve gire em retroversão ligeiramente, o “arredondamento” excessivo da coluna
algo realmente ínfimo, porque a estrutura lombar, o que causa a compressão excessi-
do sujeito estará preparada para isso. Po- va da face anterior do disco intervertebral.

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A retroversão pélvica geralmente é glúteo (joelho e quadril), bem como
consequência do encurtamento dos a manutenção do eixo de movimento
adutores longo e magno que passam da barra (vertical) e o alinhamento da
a ser extensores do quadril em gran- projeção da resistência com o medio-
des amplitudes de flexão deste, e se pé. Durante a fase excêntrica o torno-
estiverem encurtados não permiti- zelo pela se dorsiflexionar para permi-
rão que o quadril flexione ao máximo tir que haja uma boa flexão de joelho,
mantendo a pelve intacta, então aca- equilibrada com a flexão de quadril,
bam tracionando-a nesse giro poste- para permitir que o tronco não fique
rior. Pode ser consequência, também, excessivamente inclinado e o torque
da própria estrutura da articulação do seja corretamente distribuído entre
quadril, onde uma pessoa com ace- as articulações principais do exercício.
tábulo mais fundo apresentará maior Quando o joelho é impedido de se
dificuldade em alcançar grande am- projetar adiante dos pés, ou seja, quan-
plitudes devido ao impacto do colo do do o tornozelo não apresenta dorsifle-
fêmur no próprio acetábulo durante a xão, o movimento acaba sendo com-
flexão de quadril extrema, apesar de pensando por uma acentuação da
apresentar maior congruência do qua- flexão de quadril e o tronco se inclina
dril. Sujeitos com acetábulo mais raso excessivamente para frente. Ao fazer
podem agachar com maior profundi- isso haverá um grande braço de torque
da por não haver “barreira óssea” que para a coluna lombar e esta por sua vez
impeça o movimento, porém, são pes- deverá se contrair de forma extrema
soas com quadril menos congruente para impedir que o tronco flexione, e
(estável). Outro motivo para esse giro essa forte contração dos paravertebrais
pélvico posterior pode ser a rigidez do gera uma força de compressão muito
componente passivo do quadril, ou alta nas vértebras, e isso geralmente é
seja, os ligamentos e a própria cápsula confirmado pelo relato de desconforto
articular, daí a necessidade de se exe- na coluna lombar por parte dos alunos.
cutar exercícios de mobilidade prévio É uma questão óbvia, pois se o exercí-
ao treinamento da musculação. Uma cio demanda essa movimentação no
estratégia que pode ser eficaz para tornozelo, joelho e quadril, limitar o
evitar que a pelve gire em retroversão movimento do tornozelo irá impedir a
é orientar que da metade para o final flexão do joelho e tudo isso deverá ser
do movimento o aluno tente antever- compensado pelo quadril. Experimen-
ter a pelve – principalmente quando se te se posicionar para agachar e limite
aproxima do final da fase excêntrica. o movimento do joelho, mas continue
Um outro detalhe a ser analisado agachando, e você verá que o tron-
também em visão lateral se refere ao co irá se inclinar cada vez mais para
grau de inclinação do tronco, ou seja, frente. Talvez você use isso para argu-
de flexão de quadril, algo diretamen- mentar que dessa forma haverá maior
te dependente do nível de dorsiflexão torque para o quadril e o glúteo será
do tornozelo. Inclusive esse é um pon- mais solicitado, e isso até tem lógica,
to de muito debate na educação físi- porém, o AL não é apenas para GMáx,
ca, afinal, o joelho deve ou não ultra- mas também para o quadríceps. Que-
passar a ponta dos pés? A resposta é rer reduzir a solicitação do quadrí-
mais do que é óbvia, SIM, o joelho deve ceps para ativar mais o glúteo não faz
e precisa ultrapassar a ponta dos pés sentido, é melhor fazer um exercício
para que a mecânica do exercício seja específico para isso, onde há domi-
preservada, além de todos os detalhes nância de quadril e redução da solici-
que já foram citados quanto a corre- tação do quadríceps, ou seja, o levan-
ta de distribuição entre quadríceps e tamento terra. Veja a próxima imagem
33
Veja a clara diferença do nível de inclina- dos paravertebrais, e caso o aluno já apre-
ção do tronco entre essas duas formas de senta encurtamento deste grupo muito
execução. À esquerda temos um agacha- provavelmente relatará desconforto na re-
mento dentro de um padrão ideal, onde há gião devido a sobrecarga. Além disso, se o
a correta dorsiflexão do tornozelo, flexão do sujeito apresentar fraqueza dos músculos
joelho e flexão do quadril, havendo a corre- abdominais para atuar com os paraverte-
ta dissipação de carga sobre o mediopé. Já brais na estabilização da coluna, os para-
a imagem à direita representa um padrão vertebrais deverão trabalhar em dobro, o
alterado de agachamento, onde há limi- que gera mais um motivo para desconforto
tação da dorsiflexão do tornozelo e conse- na região. Então, essa questão de o joelho
quentemente da flexão do joelho, havendo ir para frente ou para trás é mais comple-
compensação na flexão do quadril e con- xa do que se parece, se fazendo necessá-
sequentemente na inclinação do tronco e ria essa projeção adianta da ponta dos
sobrecarga para a coluna lombar. Veja que pés para a correta mecânica do exercício e
o braço de torque para a lombar é curto na saúde da coluna. A linha tracejada branca
execução dentro do padrão ideal se com- representa a posição do tronco ereto para
parado ao padrão alterado. Quanto maior que você possa ter uma noção prática do
for essa distância da projeção de resistên- nível de inclinação em ambas imagens
cia para a lombar maior será a solicitação e comparar a nítida diferença entre elas.
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Puxada Supinada aprimorado. Diferentemente da puxada
supinada, que era corrigida em apenas
uma sessão de treinamento. Isto se rela-
A puxada supinada é de grande utili- ciona a complexidade dos movimentos
dade não só para hipertrofia do GD como nos diferentes planos cardinais, que como
também para dar início ao processo de dito em páginas anteriores parte do mais
correção do posicionamento da cintura básico e fácil de ser executado (plano sa-
escapular. Por se tratar de um movimento gital), ao intermediário (plano frontal)
no plano sagital (flexão e extensão do om- e ao mais complexo (plano transverso).
bro) torna-se um exercício com um grau Por se tratar de um movimento no
de facilidade superior às demais variações plano sagital deve ser mantido o correto
das puxadas. Recorde que o plano sagital afastamento das mãos, ou melhor dizer, a
é um plano básico de movimento atrelado pegada na largura ideal para se trabalhar
aos movimentos do dia-a-dia, portanto, dentro do plano de movimento e garantir
mais simples de serem executados e quan- a ativação muscular correta. Essa largura
do executados de forma correta permi- da pegada varia de sujeito para sujeito,
tem a melhora de alterações inerentes ao pois indivíduos com ombros mais largos,
cíngulo do membro superior. Isto é tanto ou seja, uma distância bi-acromial grande,
verdade que não houve ou não há um alu- a pegada deve ser um pouco mais aber-
no que tenha passado pelas minhas mãos ta, principalmente se houver uma massa
que tenha relatado que a puxada supinada muscular considerável no GD (como é o
era mais difícil do que as outras variações. caso do modelo das imagens). Mulheres
Além disso, em minha experiência prá- (ou até mesmo homens) que apresentam
tica como personal trainer e consultor uma cintura escapular estreita irão utilizar
online não houve um aluno sequer que uma pegada mais fechada. Para estes su-
acertou de forma rápida a execução efi- jeitos a pegada ideal será com as mãos à
ciente da puxada frontal pronada, porém, frente dos ombros, ou seja, na largura fi-
a puxada supinada era facilmente exe- dedigna dos próprios ombros. No caso de
cutada dentro dos conformes que serão uma cintura escapular mais larga e com
abordados logo mais. Nas análises de fe- alto volume muscular esta pegada deve
edback de alunos da consultoria online a ser um pouco mais aberta do que a largu-
puxada frontal pronada era corrigida du- ra dos ombros, porém, sem que isto afe-
rante pelo menos duas semanas até que ta o posicionamento da articulação gle-
o padrão começasse a ser melhorado e noumeral e altere o plano de movimento.

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Quanto a ativação muscular, pelo fato se inicia com uma ação de depressão das
de haver uma mudança no plano de movi- escápulas, tendo em vista que estas se en-
mento há a mudança na ênfase muscular. contram em elevação e rotação superior,
Ora, na pudaxa pronada ocorre um movi- isto deve ocorrer também na puxada su-
mento de adução, como vimos, priorizando pinada, afinal o início é similar em ambas
uma excelente ativação de todo o GD, por variações. Portanto, para que fique claro, o
assim dizer. Já na puxada supinada a ação início da puxada supinada deve ocorrer por
é uma extensão do ombro, portanto, o foco uma ação direta de depressão da cintura
serão os feixes mais laterais do GD uma vez escapular, dessa forma se garante todo
que estes apresentam uma direção/senti- aquele processo que vimos anteriormente
do que coincide com o movimento articu- quanto a estabilização ideal das escápulas
lar de extensão do ombro, portanto, a sua para fornecer uma base de movimento se-
ativação é garantida. Obviamente que aqui gura para a articulação do ombro e para
eu não descarto o papel dos demais exten- máxima ativação dos músculos motores
sores do ombro, por falar nisso, a cabeça desta. Portanto, feita a escolha da pega-
longa do tríceps braquial (recorde que é da com base no contexto do aluno o pró-
bi-articular e participa da extensão e hipe- ximo passo é dar início ao movimento. Na
rextensão do ombro) e o redondo maior imagem a seguir você verá a posição ini-
também são eficientemente ativados. cial e a primeira ação na puxada supinada.
Da mesma forma que a puxada pronada

Isto porque durante a metade para o fi- escápulas no início do movimento, have-
nal do movimento há a chance de haver a rá a necessidade de executar uma singela
inclinação anterior das escápulas quando retração das escápulas durante a extensão
estas não se encontram estabilizadas pela do ombro até porque se isso não ocorrer a
contração isométrica de trapézio médio e forma contração dos músculos escápulou-
inferior, e porque o conjunto adutor do om- merais irão tracionar a escápula em direção
bro não se aplica este plano de movimento ao úmero – como é visto no padrão alte-
(já que se trata de uma extensão). Dessa rado de movimento – fazendo com que se
forma, mesmo que haja a depressão das perca a eficiência e segurança do exercício.
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Portanto, após o início da extensão do tar que estes sejam ativados para garantir a
ombro durante a fase concêntrica, o ide- artrocinemática da articulação glenoume-
al é que se peça para o aluno trazer as es- ral. Caso as escápulas não sejam utilizadas
cápulas uma de encontro a outra à medida o MR não irá cumprir seu papel de tracionar
que o ombro ultrapassa a metade do mo- a cabeça do úmero para baixo e para den-
vimento, por assim dizer. Veja que eu não tro durante o movimento, por consequên-
falei para retrair de imediato e ao máximo, cia pode ser percebida a tração superior e
mas ir gradativamente aduzindo as escápu- anterior da cabeça do úmero durante a ex-
las conforme o ombro se estende, dessa tensão do ombro (no padrão alterado de
forma se consegue garantir o correto ritmo movimento). Então, recapitulando, após
escápuloumeral. E isto é importante para o início da extensão dos ombros deve ser
que a sincronia de ativação muscular ocorra orientado que se projete as escápulas em
como deve ser. O MR irá atuar de forma efi- adução à medida em que ocorre a extensão
ciente ao se respeitar essas regras. Até por- dos ombros, e ao final da fase concêntrica
que ao realizar a depressão das escápulas teremos as escápulas em retração máxima
lá no primeiro momento, causará o estira- e com a amplitude suficiente de extensão
mento rápido do manguito, o que faz ativar dos ombros. Veja a imagem a seguir refe-
seus fusos musculares e dessa forma facili- rente ao padrão correto de movimento.

O detalhe mais importante que está trica ultrapassasse esse limite significaria
diretamente relacionado ao padrão cor- uma perda da estabilização das escápulas
reto de movimento é a amplitude de mo- e do ombro. Se você reparar as escápulas
vimento da extensão dos ombros. Assim se encontram inclinadas anteriormente e
como vimos na puxada pronada, a adução a cabeça do úmero deslizada para frente,
do ombro deve ocorrer até o ponto em ou seja, nada do que queremos que acon-
que a barra fique alinhada entre o nariz e teça. Portanto, a amplitude de movimento
o queixo. Não seria diferente neste caso. da extensão do ombro deve ser limitada
Veja que o movimento finaliza quando a até o ponto em que barra esteja alinhada
barra se mantém alinhada entre os pontos entre o nariz e o queixo, nada além disso,
citados anteriormente, da mesma forma porque dessa forma conseguiremos a má-
que na puxada pronada. Isto é importan- xima ativação dos músculos alvos e pode-
te de se destacar porque se a fase concên- mos permitir a segurança para o comple-

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xo do ombro. O fator principal para evitar escápula (e isto também está relacionado
o excesso de amplitude da fase concên- a hipercifose torácica) e o deslizamento
trica é de se evitar que ocorra a perpetu- anterior da cabeça do úmero. Na próxima
ação de quadros disfuncionais na cintura imagem veja o que acontece quando se
escapular, como a inclinação anterior da extrapola a amplitude de movimento ideal.

Continuando, existe mais um detalhe de se ver. Quando essa ação ocorre a par-
que faz total diferença quanto a eficiên- ticipação do bíceps braquial é aumentada
cia do exercício para ativação do GD e de- drasticamente, auxiliando em boa parte
mais extensores do ombro, que é a ques- do movimento da fase concêntrica que
tão do afastamento da barra em relação deveria ser direcionada para o uso com-
ao corpo. Neste caso eu irei explicar sobre pleto do GD. Analisando as próximas ima-
o que acontece tanto na puxada pronada gens você irá notar que ao trazer a barra
quanto na puxada supinada, para matar próxima ao corpo (compare a distância
de vez esta questão. Um grande erro du- do ombro marcada pela pontilhada bran-
rante a fase concêntrica das puxadas em ca para a projeção do cabo marcada com
geral é trazer a barra próximo ao corpo a linha amarela) ocorre uma flexão de
como se quisesse bater a barra na parte cotovelo além do normal, e isto é decor-
superior do tórax, e isto é muito comum rente da ação direta do bíceps braquial.

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Quanto menor for o ângulo de flexão ponta do cotovelo enquanto se concentra
do cotovelo menor será a participação do em contrair apenas a região lateral do GD.
bíceps braquial, em ambas variações da Não estou dizendo que o bíceps não será
puxada (pronada e supinada). Além disso, ativado, é claro que ele irá, afinal o próprio
existe uma estratégia interessante para movimento da puxada supinada favorece a
evitar que haja excessiva participação do ativação do bíceps, porém, pelo direciona-
bíceps braquial durante a puxada, mesmo mento da contração – consciência corporal
se evitando essa máxima flexão do coto- – podemos tentar atenuar essa participa-
velo, que é orientar ao aluno para aplicar ção, como supracitado. Em minha experi-
a força no cotovelo durante a fase concên- ência prática com os alunos essa estratégia
trica. Pode parecer soar estranho, porém, funcionou em 100% dos casos, tanto nos
isto funciona de verde. Quando eu digo co- homens quantos nas mulheres. Esta estra-
tovelo é realmente na “ponta” do cotovelo, tégia pode ser utilizada em todas as varia-
ou seja, no olécrano da ulna. A idéia é fazer ções da puxada, e inclusive nas remadas
com que ocorre uma tração do cotovelo como veremos mais pra frente. Faça o tes-
para baixo utilizando apenas a força máxi- te em si mesmo. Acredite, funciona. Para fi-
ma de contração do GD demais extensores, nalizar, a próxima imagem reflete o padrão
enquanto você pede para o aluno relaxar o alterado de movimento da puxada supina-
braço (o bíceps em específico) e evitar con- da em vista posterior, sem estabilização,
traí-lo, direcionando toda a ativação para a sem alinhamento e sem ativação eficiente.

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Rosca direta na polia

A lógica para a execução na polia é a execução na polia é válida devido a manipu-


mesma apresentada anteriormente na exe- lação do torque no exercício o qual se torna
cução com halter, e aqui já deixo claro que mais constante nessa variação se compa-
para a execução livre com barra os detalhes rada à rosca direta com halter/barra. A ima-
são os mesmos, portanto, não há sentido gem à direita mostra a posição inicial no
repetir a mesma coisa e inserir as imagens padrão ideal de alinhamento, já a imagem
da execução com barra, mas é válido as à esquerda mostra a posição inicial den-
imagens da execução na polia. A escolha de tro de um padrão alterado de alinhamento

Na imagem à esquerda podemos ver um te gerando uma hipercifose torácica. Além


alinhamento ideal garantido pela posição disso, veja que a cabeça do úmero está des-
em adução das escápulas, veja que o tórax se lizada para frente, ou seja, a articulação gle-
encontra elevado e o brace ativo. A posição noumeral está fora da congruência ideal.
ideal das escápulas automaticamente puxa A partir da posição inicial dentro do pa-
o ombro para um posicionamento ideal, fato drão ideal de alinhamento é possível ini-
este confirmado pela posição da cabeça do ciar a fase concêntrica, como você pode
úmero em relação ao prumo (linha branca). ver nas imagens a seguir, retratando o pa-
Já na imagem à direita é possível que as es- drão ideal de movimento na fase concên-
cápulas estão fora do padrão ideal, deprimi- trica (imagem à esquerda) e padrão alte-
das e inclinadas à frente, consequentemen- rado de movimento (imagem à direita).

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Na imagem à esquerda é inquestionável frente, e isso ocorre devido a contração do
a eficiência do movimento e máxima ativa- bíceps e a carga sustentada nas mãos (no
ção do bíceps, sem movimentos compen- caso a polia). Veja que a cabeça do úme-
satórios/acessórios, de fato, o alinhamento ro foi puxada para frente e para baixo em
está perfeito e foi mantido desde a posição direção ao antebraço, além da hiperex-
inicial. O movimento foi restrito à articula- tensão ocorrida no ombro. Se um sujeito
ção do cotovelo (com insignificante par- com esse prévio quadro postural (depres-
ticipação do ombro, que foi ligeiramente são, abdução e inclinação anterior da es-
flexionado). A caixa torácica permaneceu cápula, e, hipercifose torácica, anteriori-
elevada e as escápulas em posição adu- zação da cabeça, deslizamento anterior
zida (a posição neutra também é aceitá- do úmero) realizar repetidas vezes (dias,
vel), mostrando que a força dos adutores semanas, meses e anos) esse padrão alte-
da escápula foi capaz de neutralizar a de- rado de movimento na execução da rosca
pressão e inclinação anterior da escápu- direta, seja ela com halter ou polia, o resul-
la causa pela forte contração do bíceps. tado não será outro se não a perpetuação
Não podemos dizer o mesmo da ima- das alterações posturais e desequilíbrios
gem à direita, onde todos os fatos anterio- musculares. As próximas imagens mos-
res ocorrem de forma inversa. As escápulas tram o padrão ideal no final da fase con-
estão fora da posição ideal, no caso, estão cêntrica, e o padrão alterado no final da
abduzidas, deprimidas e inclinadas para fase concêntrica, ambas em vista posterior.
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As setas amarelas acima dos ombros depressão das escápulas, as setas no cen-
mostram como a posição das escápu- tro das escápulas retratam a abdução
las está ideal no quesito altura, e as setas e as setas apontadas para os cotovelos
apontadas para o centro das escápulas mostram como os ombros se encontram
retratam como estão bem estabilizadas em rotação interna (lembra que em ro-
em adução, tudo isso contribuindo para tação interna o ombro perde sua capaci-
bom posicionamento do ombro, este que dade ideal de produzir força?). A estraté-
se encontra em posição neutra, confir- gia para evitar o padrão de movimento
mada pelo posicionamento do cotovelo mostrado na imagem à direita, tanto esta
apontado para trás. Já na imagem à di- acima quanto a da página anterior, é apli-
reita é possível notar todo o inverso, onde car o que foi ensinado no bônus ao final
as setas acima dos ombros se referem a da análise da rosca direta com halter.

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Tríceps Testa
O tríceps testa (TT) é mais um exercício no TP, as escápulas prestam o papel mais
extremamente válido para a hipertrofia do importante no TT, pois ao serem estabili-
tríceps, principalmente porque a sua exe- zadas na caixa torácica forneceram uma
cução se torna eficiente devido ao meca- base estável para o ombro se estabilizar,
nismo de propriocepção fornecido pelo e uma vez ambos estabilizados o cotove-
banco (quando este é executado em um). lo poderá ser mantido dentro de seu eixo
Ao sentir as escápulas em contato com o correto de movimento, que é onde todos
banco fica mais fácil do sistema nervoso erram na execução do TT. Veja a próxima
entender a posição que estão ocupando imagem a posição inicial ideal de alinha-
e automaticamente fornecer a informa- mento para execução, inclusive é tam-
ção da necessidade de ajuste caso estejam bém a posição final da fase excêntrica (por
fora do alinhamento ideal. Assim como isso não será mostrada de forma isolada)

As próximas imagens mostram a visão do cotovelo (e aqui entra toda aquela histó-
superior destacando o alinhamento do om- ria sobre o cisalhamento etc.). Caso o sujeito
bro e do cotovelo que deve ser mantido tenha muita massa muscular no dorso será
inicialmente e durante a fase concêntrica bem difícil pedir que mantenha os cotovelos
(imagem de cima), e você pode perceber apontados para frente, por isso talvez seja
que o cotovelo se encontra apontado quase necessário um aumento da abdução das
para a frente, podendo estar LIGEIRAMEN- escápulas para conseguir tal alinhamento
TE apontado para a diagonal (como é o caso (e não há problema algum nisso), contato
da foto), mas jamais apontado para a lateral que as escápulas fiquem firmes e bem esta-
(como na imagem de baixo), porque isso bilizadas durante todo o exercício (entrando
significa a rotação interna excessiva do om- o serrátil anterior para manter as escápu-
bro e a quebra do eixo sagital de movimento las abduzidas e firmes ao mesmo tempo).

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Há um adendo a ser feito quanto ao po- las precisam estar ligeiramente abduzidas
sicionamento das escápulas. Pelo fato do para manter a cavidade glenóide apontada
ombro estar flexionado as escápulas não na direção correta para o encaixe da cabe-
podem ser mantidas em retração, pois isso ça do úmero. O importante aqui é simples-
seria contra a lógica do ritmo escapuloume- mente não permitir movimento em nenhu-
ral, e, além disso, recorde que já foi falado ma estrutura que não o cotovelo pela ação
que a posição de estabilização das escápu- do tríceps. Além disso, pelo fato da flexão
las não é apenas em retração ou posição do ombro a cabeça longa do tríceps esta-
neutra, mas sim em qualquer posição que rá estirada, por conseguinte, estará mais
seja mantida contanto que não seja pertur- suscetível a contração/estímulo, mas isso
bada pelo movimento em outra estrutura não anula o fato da forte participação das
(no caso o cotovelo). Então, devido ao ombro outras duas cabeças. O final da fase con-
se encontrar em ~110º de flexão as escápu- cêntrica é mostrado na próxima imagem

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Na imagem acima você pode ver o final é de costume as pessoas executarem e os
da fase concêntrica da extensão do cotove- treinadores orientarem, ao final da exten-
lo, e veja que se traçada uma linha vertical são do cotovelo se traçássemos a projeção
representando a projeção da resistência vertical da resistência e víssemos a distân-
(linha tracejada branca) e ver a sua distân- cia para o eixo perceberíamos que a resis-
cia para o eixo de movimento (cotovelo) é tência está imediatamente acima do eixo,
possível notar que ainda há torque sendo logo, cessando o torque e o estímulo do trí-
exercido na articulação (linha tracejada ceps. Portanto, para garantir que o torque
amarela), ou seja, o músculo continua ati- seja constante e o músculo seja submetido
vo mesmo quando o cotovelo se encontra a mais tempo sob tensão e consequente-
em máxima extensão. Isso só é possível mente influenciando positivamente para
quando o ombro está angulado da forma sua hipertrofia, o ideal é executar o TT com
como mostrado desde o início da análise os ombros em ~100º. A próxima imagem re-
do TT, em aproximadamente 110º, pois caso trata o padrão ideal de movimento e alinha-
o ombro estivesse angulado em 90º como mento da fase concêntrica em visão frontal.

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Elevação Lateral
No plano f rontal e no plano
da escápula

Não poderíamos começar esse capítulo elevação do úmero. A diferença se dará no


por outro exercício se não o mais utilizado, nível de encurtamento do deltoide medial.
e na minha opinião o melhor exercício para Ao executar a elevação lateral com as es-
hipertrofia do deltoide medial. A elevação cápulas mantidas em retração, o deltoide
lateral (EL) é um movimento de abdução entrará em máximo encurtamento/con-
da articulação glenoumeral, por conse- tração com o ombro se encontrar em 90º
quência o fascículo priorizado nesse exer- de abdução. Já na outra variação, permi-
cício é o III, como vimos anteriormente. tindo que as escápulas rodem para cima,
A EL pode ser executada de duas formas: o deltoide manterá o bom comprimento
1. No Plano Frontal: nesse caso o para continuar se contraindo até mesmo
movimento ocorre estritamente na lateral após os 120º ou 130º de abdução. Mas aqui
do corpo, conhecida como abdução existe um porém, caso o sujeito apresente
pura do ombro (Kapandji, 2000). Existe um acrômio do tipo II ou III que favorece
uma falácia de que executar a EL nesse a redução anatômica do espaço subacro-
plano é proibido e tem risco de lesão mial e somado ao fato dele possivelmente
etc., pois o ombro estará em rotação apresentar alterações na cintura escapu-
interna e correrá o risco de impactação lar, alterações estas que podem favorecer
da cabeça do úmero no acrômio da ainda maior redução desse espaço e con-
escápula. Voltaremos a isso em breve. sequente impacto das estruturas, não é
interessante que esse sujeito execute a EL
2. No Plano da Escápula: nessa variação mantendo a escápula em retração. Como
o ombro será elevado na “diagonal”, a retração está associada a uma ligeira
seguindo a orientação anatômica da rotação inferior, essa ação poderá redu-
cavidade glenóide, devido a posição das zir ainda mais a distância entre acrômio e
escápulas na caixa torácica ser orientada em úmero, e somando todos os fatores possi-
torno de 30º a 35º a frente do plano frontal velmente haverá um impacto da estrutu-
(já vimos isso). Segundo Kapandji (2000) ras, mas veja que estou utilizando a pala-
essa é a abdução fisiológica e é verdade vra “possivelmente”, isso não significa que
que ela PODE reduzir o risco de haver o impacto irá ocorrer ou que o braço do
impacto do ombro, mas não é garantia sujeito irá cair, são apenas possibilidades.
de que será realmente evitado o impacto. Para esse sujeito o mais interessante se-
ria executar a EL permitindo que as escápu-
Um detalhe ainda mais importante se re- las se movam, ou seja, durante a elevação
fere ao uso das escápulas durante a execu- do membro superior (do úmero) a escápu-
ção desse exercício, havendo uma discus- la rode para cima acompanhando o úme-
são no meio dos personal trainer’s sobre se ro, de forma sincrônica, assim como estu-
escápulas devem ficar em constante retra- damos o ritmo escapuloumeral. Isso fará
ção ou devem estar em ação dinâmica em com que o espaço subacromial possa ser
sincronia com o movimento do úmero. A preservado e que o deltoide possa manter
resposta não é definitiva, na verdade, de- sempre um comprimento ideal para con-
pende. A autora Carol Oatis (2014) nos fala tinuar se contraindo, pois não entrará em
em sua obra que existem essas duas for- insuficiência ativa de forma precoce, como
mas de se executar a elevação do mem- acontece na EL com as escápulas em re-
bro superior, a primeira com as escápulas tração onde o mesmo alcança seu encur-
mantidas estáticas e apenas o úmero se tamento máximo (e consequentemente
elevando, e a segunda permitindo que as não consegue mais contrair, isso que é a
escápulas rodem superiormente durante a insuficiência ativa) aos 90º de abdução.
46 46
O argumento para crucificarem a EL da escápula. Em algumas pessoas isso
no plano frontal é de que nessa posição o realmente acontece, e digo isso por
ombro se encontrará em rotação interna experiência própria com meus ex-alunos
e consequentemente o tubérculo maior de atendimento presencial que relatam
do úmero será posicionado alinhado ao desconforto no ombro ao executar a EL no
ponto mais baixo do teto, e somado ao plano frontal. Como eu disse, isso realmente
fato do sujeito possivelmente apresentar pode acontecer como também pode nunca
alterações na cintura escapular que acontecer, isso irá variar de sujeito para
prejudicam o ritmo escapuloumeral sujeito, e é para isso que serve a avaliação
e consequentemente a preservação postural/funcional. Para substituir a EL no
da integridade dos tecidos moles, o plano frontal e prevenir que haja impacto
movimento de abdução do ombro nessa precoce das estruturas, a maioria dos
posição poderá acarretar em impacto personal trainer’s utiliza a EL no plano da
precoce da cabeça do úmero n o acrômio escápula, como veremos mais a frente

Na imagem acima você pode ver o movimento do ombro nessa direção


claramente como o halter está posicionado pode favorecer o impacto precoce das
estritamente ao lado do corpo, ou seja, estruturas moles do espaço subacromial. A
uma abdução pura da articulação do imagem a seguir retrata a visão lateral da
ombro e que coincide com o III fascículo elevação no plano da escápula (EPE), que
do deltoide, além do trabalho sinergistas difere da mostrada anteriormente devido
do IV e V fascículo após o ombro ser a posição que o ombro ocupa durante o
abduzido nos primeiros graus. Como dito, movimento e os fascículos trabalhados

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Analisando com calma você percebe que subacromial. Fora esse detalhe “mecânico”,
o movimento já não ocorre estritamente a EPE coincide com os feixes mais laterais
ao lado do corpo, também o ombro não do II fascículo e de todo o III fascículo
se mova estritamente para frente, mas (não se pode negar a participação do IV
sim na diagonal, ou seja, no plano da fascículo). Então, a diferença entre esses
escápula. Recorde que no capítulo onde dois movimentos, EL e EPE, é a orientação
falamos sobre escápula lhe foi mostrado da cabeça do úmero na cavidade glenóide
que a esta se encontra numa posição, na e a influência disso para a integridade
caixa torácica, que orienta a sua cavidade dos tecidos moles da articulação – sem
glenóide numa posição de 30º a 35º a mencionar a ativação muscular. Qual
frente do plano frontal. A elevação no utilizar? Ambas, pois quanto maior for a
plano da escápula permite que o ombro se variação de movimento do ombro maior
mova angulado com a cavidade glenóide, será o recrutamento total de todos os
além disso, o movimento nessa direção fascículos do complexo deltoide. A próxima
permite que o tubérculo maior do úmero imagem retrata como deve ser o uso das
alinhado com o ponto mais alto do acrômio, escápulas durante a fase concêntrica
e isso significa a preservação do espaço da elevação do membro superior.

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Na imagem acima você pode visualizar devido a aproximação do tubérculo maior
claramente a posição que a escápula do úmero do ponto mais baixo do acrômio.
ocupa na caixa torácica ao final da fase O detalhe que você precisa se atentar é
concêntrica da EPE (a mesma lógica se a ativação equilibrada de todos os feixes
aplica a EL), e é nítido que elas estão fora do trapézio, veja que não há uma região
da posição de retração. Lembre-se que mais acionada que a outra, mostrando
para preservar a integridade dos tecidos do que os músculos estão trabalhando de
espaço subacromial a escápula precisa rolar forma perfeita, equilibrada e mantendo
para cima no eixo anterior-posterior (sem as escápulas no local correto enquanto
quebrá-lo) permitindo que o espaço seja ocorre a rotação superior das mesmas.
preservado e garantindo que o manguito Sobre o torque nesse exercício, durante a
rotador estará sempre num comprimento abdução do ombro a dificuldade aumenta
ideal para cumprir seu trabalho de auxiliar proporcionalmente devido ao afastamento
na artrocinemática da articulação. Para da resistência do eixo, alcançando seu ápice
que isso ocorra o movimento da escápula aos 90º de abdução onde há um ângulo
deve estar livre na caixa torácica para perpendicular entre a projeção vertical da
acompanhar o movimento de elevação resistência e o eixo do movimento. A linha
do úmero após os 30º (recorde do rítmo). amarela representa a força resistente, e o
O grande erro nesses exercícios para ponto branco o eixo (centro de rotação do
deltoide é impedir que a escápula se ombro). Caso o movimento continue (para
mova, ordenando que o aluno mantenha cima) a resistência se aproxima novamente
elas fixas contra a caixa torácica, em do eixo, reduzindo o torque. portanto, o ideal
retração constante, e ao fazer isso o úmero é elevar o ombro até esses 90º e orientar
consequentemente irá impactar contra que o aluno tente manter uma isometria
o acrômio devido a quebra do ritmo, de 2 ou 3 segundos nessa angulação
principalmente se isso for feito durante a EL para potencializar o trabalho do deltoide.

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A quebra dessa sincronia e equilíbrio
entre os músculos escapulares pode ser
vista na próxima imagem:

Durante a elevação do membro superior feixes médio e inferior do trapézio não


precisa haver o equilíbrio de ativação (força) estão ativados (compara as duas imagens
entre os três feixes do trapézio e o serrátil anterior da forma correta e incorreta).
anterior, para que dessa forma a escápula A estratégia mais eficaz para
possa ser mantida na mesma altura e contornar esse problema – a dominância
possa rodar superiormente sem quebrar do TS – é orientar que o aluno mantenha
o seu eixo anteroposterior de movimento. uma certa contração na região do trapézio
Entretanto, é comum o trapézio superior médio durante todo o movimento de
apresentar uma dominância na rotação elevação do membro superior. Além
superior da escápula, principalmente se disso, orientar que durante essa elevação
os feixes médio e inferior estiverem com do braço tente tracionar as escápulas
falta de controle de ativação e possível em direção ao centro (trapézio médio)
fraqueza, assim como o serrátil anterior. e ligeiramente para baixo, mas sem
Quando estes músculos não trabalham necessariamente mover as escápulas. Por
em sinergia a escápula tende a se elevar último e não menos importante, o músculo
(aproximando-se da orelha), quebrando principal que a maioria dos treinadores se
seu eixo de movimento, e isso ocorre numa esquecessem de orientar quanto a ativação,
tentativa de o TS auxiliar no movimento o SA. Peça que, enquanto o aluno execute
de abdução da articulação glenoumeral as duas estratégias anteriores, empurre as
(geralmente). Veja que as escápulas se escápulas contra as axilas, isso fará com
encontram excessivamente abduzidas e que o SA entre na jogada junto ao trapézio
elevadas, com um acionamento anormal (todos os feixes). A próxima imagem retrata a
do TS, além disso, é possível notar que os visão frontal do padrão ideal de movimento

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Para finalizarmos, existe mais uma tubérculo maior do úmero de qualquer
forma de garantir que o impacto entre ponto do acrômio, além de ocorrer uma
cabeça do úmero e acrômio possa ser ótima ativação do manguito rotador
evitado em casos de sujeito com séria durante o movimento em si. O detalhe é
discinesia escapular e configuração que movimento o ombro nessa posição irá
desfavorável do acrômio. Essa estratégia enfatizar uma maior ativação do II fascículo
é mostrada na imagem seguir, onde o em detrimento do terceiro, ou seja,
aluno deve executar essa elevação do aumentando a solicitação da parte anterior
membro superior mantendo o ombro em do deltoide. Mas lembre-se, isso só deve ser
rotação externa, ou seja, com o polegar usado em último caso, onde porventura
apontado para o teto, pois dessa forma o aluno continue sentindo desconforto
haverá o afastamento ainda maior do no ombro (por pinçamento/impacto)

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