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Licenciado para - Fabio Palhano Costa - 00409167150 - Protegido por Eduzz.

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UMÁRIO
4 Alongamento na musculação

7 Peitoral Maior e menor

8 Linha Lateral

9 Grande Dorsal e Escapuloumerais

10 Escapuloumerais e Cápsula Posterior do ombro

11 Paravertebrais Lombares

12 Linha Superficial Anterior

13 Paravertebrais e Glúteos

14 Adutores Sentado

15
Adutores na Parede

Adutores Dinâmico 16

Mobilidade de Quadril na parede 17

Adutores Borboleta 18

Iliopsoas 19

Isquiotibiais unilateral em decúbito dorsal 20

Isquiotibiais bilateral sentado 21

Rotadores laterais 23

Panturrilha e mobilidade de tornozelo 24


Licenciado para - Fabio Palhano Costa - 00409167150 - Protegido por Eduzz.com
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2020

Autor: João Marcelo Franken Teixeira

DIREITOS AUTORAIS: É terminantemente proibida a reprodução


total ou parcial desta obra por qualquer forma ou meio, sem
prévia autorização expressa do autor, João Marcelo Franken
Teixeira, inscrito no CPF sob o nº 061.233.104-02. A punição para
violação dos Direitos Autorais é crime previsto no Artigo 184 do
Código Penal e as sanções civis estão previstas nos Artigos 101 a
110 da Lei 9.610/1998.

Para informações, consulte joaofrankenconsultoria@gmail.com


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TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À


JOÃO MARCELO FRANKEN TEIXEIRA

4Licenciado para - Fabio Palhano Costa - 00409167150 - Protegido por Eduzz.com


Alongamento na Musculação ção – quando a fase de treinamento em que o su-
jeito se encontra, a priori, não seja de força máxi-
Sem dúvidas esse é um dos assuntos mais po- ma (por exemplo, 02 a 04 repetições máximas).
lêmicos que envolvem a educação física. Para en- O flexionamento difere totalmente dos dois ti-
tender em qual momento devemos utilizar os exer- pos anteriores, por se tratar de um estiramento de
cícios de alongamento primeiro se deve entender nível pouco suportável, ou seja, muito intenso – co-
o objetivo do mesociclo em questão, o contexto mumente, a sensação é de que o tecido irá rom-
em que o aluno está inserido e os tipos de traba- per. Esse estiramento ativa os mecanismos proprio-
lho de flexibilidade que existem (aqui irei descon- ceptores (fusos musculares), devido a intensidade
siderar métodos como FNP e afins, atendo-me do estiramento bem como a velocidade dele. Esse
ao uso do alongamento estático e/ou dinâmico). tipo de estímulo confere aumento da flexibilidade
Os exercícios de flexibilidade englobam três in- de forma aguda e crônica por atingir os níveis má-
tensidades distintas, cada uma com seu objetivo e ximos de deformação plástica, quando executado
característica específica. Assim como os exercícios de forma estática – de forma dinâmica, o aumento
da musculação, cada intensidade representa o trei- da flexibilidade é apenas crônico e não agudo. Esse
namento de uma capacidade específica do tecido. tipo de estímulo quando executado de forma rápi-
O grande “x” da questão está em saber quando da causará a contração da musculatura estirada,
utilizar cada tipo de exercício e por quê. São elas: após cessar o estímulo, fazendo com que se perca
a flexibilidade de forma aguda, o que prejudica a
1. Relaxamento; performance do exercício caso este seja executado
2. Alongamento; logo em seguida. Se feito de forma lenta, haverá
3. Flexionamento. estímulo do órgão tendinoso de golgi e por reflexo
inibitório acarretará o shut down da musculatura,
O relaxamento é o exercício de alongamento ocasionando inibição e retardo de ativação neural.
utilizado dentro de um limiar baixo de dor, ou seja, A consequência é o prejuízo da performance do
não causa desconforto e pode ser sustentado por exercício, caso este seja realizado logo em seguida.
muito tempo. Tal estímulo não é forte o suficien- Agora que você entendeu as diferenças en-
te para alongar o tecido de forma máxima e mui- tre alongamento e flexionamento, deverá en-
to menos melhorar a flexibilidade de forma aguda tender quando utilizar e porque utilizar: an-
ou crônica. Serve como uma forma de melhorar o tes, durante ou após os treinos da musculação.
fluxo sanguíneo local para acelerar o processo de Uma pessoa com diversas alterações posturais,
recuperação pela troca de nutrientes etc. O ideal é geralmente, apresenta diversos músculos em esta-
utilizar esse tipo de exercício após o treino de mus- do de encurtamento e outros em estado de alon-
culação, atentando-se para sua característica de ser gamento excessivo. Da mesma forma, essa pessoa
de baixa intensidade e não causar desconforto. O apresentará padrões alterados de movimentos, fal-
cuidado deve ser redobrado quando for executar ta de sequenciamento de ativação muscular, falta
exercícios de alongamento após o treino, pois de- de flexibilidade, mal centramento articular, falta de
pendendo da intensidade do treino o alongamen- mobilidade articular, falta de coordenação intra e
to que visa o relaxamento pode romper o múscu- intermuscular etc. Logo, essa pessoa deverá pas-
lo, por exemplo – portanto, cautela e bom senso. sar por toda a base da periodização até que possa
O alongamento em si é realizado dentro de uma treinar força, que é a capacidade matriz que todo
intensidade suportável de dor, mas que seja senti- ser humano precisa possuir em níveis normais.
do o estiramento (sensação considerável de “estar Pensando nessa questão funcional, as primei-
alongando”) do tecido mole, suficiente para au- ras duas (ou até três) fases do macrociclo devem
mentar a flexibilidade de forma aguda ou momen- ser direcionados para a melhora das aptidões bá-
tânea, ativando os fusos musculares, mas não for- sicas do organismo, como: flexibilidade, mobilida-
te o suficiente ao ponto de fadigá-los e prejudicar de, resistência, coordenação motora etc. Portanto,
seu funcionamento. Esse tipo de exercício é ideal a carga utilizada nessas fases não necessitam ser
para se utilizar antes da musculação, nas duas ou alta, pois o objetivo não é o ganho de força (nes-
três primeiras fases da periodização – irei explicar se primeiro momento), mas a criação de uma es-
o porquê mais à frente. Esse tipo de estímulo atin- trutura apta à desenvolvê-la da forma correta.
ge zona de deformação plástica submáxima, por- Para que os desvios posturais e padrões alterados
tanto, não causa adaptação a longo prazo, ou seja, de movimento sejam corrigidos é preciso alongar
não há aumento da flexibilidade de forma crônica as musculaturas encurtadas e fortalecer as muscu-
(DANTAS, 2018). Esse tipo de estiramento causa au- laturas excessivamente alongadas. Se o sujeito for
mento da flexibilidade logo após a sua execução treinar musculação com o corpo completamente
e não causa qualquer tipo de fadiga ou consequ- desalinhado, sem alongar o que deve ser alongado, o
ência para os mecanismos proprioceptores. Dessa que acontecerá no momento do treino? Exatamen-
forma, o seu uso é bem-vindo antes da muscula- te, a perpetuação dos encurtamentos musculares e
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dos padrões alterados de movimento. É por isso que são muscular – veremos a seguir) recuperam seus
o alongamento antes da musculação, nas primeiras comprimentos mais anatômicos automaticamen-
fases da periodização, deve ser utilizado nos indiví- te, assim como a capacidade normal de produção
duos que apresentam tais alterações identificadas de força. Além disso, ao alongar músculos curtos
por análises específicas (como fotos, por exemplo). e torná-los agudamente mais flexíveis, o risco de
Quando as musculaturas certas são alongadas, ocorrer padrões alterados de movimento (duran-
o centramento articular melhora e a musculatura te a prática) é extremamente reduzido porque o
antagonista que estava inibida automaticamen- músculo não entrará em insuficiência passiva (ca-
te recupera parte da sua capacidade de produção racterísticas de músculos curtos), não necessitará
de força e carga neural (CHAITOW, 2008). A arti- do auxílio de músculos sinergistas para cumprir
culação, para simplificar, fica melhor posiciona- a tarefa e ameniza a suscetibilidade direcional.
da, e ambas as musculaturas que antes estavam
encurtada (agonista) e alongada excessivamente
(antagonista) e com redução da capacidade de
produção de força (princípio do comprimento-ten-

Tipo de trabalho Benefício à curto prazo Benefício à longo prazo


Não há diferença para o Aumento crônico da
Flexionamento estático alongamento flexibilidade

Redução aguda da Aumento crônico da


Flexionamento dinâmico flexibilidade flexibilidade

Aumento agudo da Não causa aumento


Alongamento flexibilidade crônico da flexibilidade

Fonte: DANTAS, Estélio. Alongamento e flexionamento. 6 ed. Barueri, SP: Manole, 2018

A partir dessa tabela você pode ter uma visão ça e o possível risco de lesão por alguns motivos, como:
mais clara dos objetivos de cada tipo de estímulo. 1. Flexionamento dinâmico causa o retesa-
Se você notar, o alongamento não melhora a flexi- mento da musculatura alvo, ou seja, perde-se fle-
bilidade de forma crônica justamente por ser execu- xibilidade e isso atrapalha o padrão de movimento
tado dentro de uma baixa intensidade e, como dito normal dentro do arco de movimento anatômico;
anteriormente, não será capaz de deformar o teci- 2. Flexionamento estático lento causa o relaxa-
do plástico no limite máximo. Diferente do flexiona- mento do músculo e isso pode reduzir o potencial de
mento que faz justamente o oposto, melhorando ativação neural dele, prejudicando o seu desempenho;
cronicamente a flexibilidade, sendo a única forma 3. Flexionamento é realizado com níveis
de obter aumento significativo dela no longo prazo. extremos de extensibilidade, causando defor-
Utilizar o alongamento antes da musculação tam- mação em níveis máximos no tecido plástico e
bém não irá prejudicar a capacidade de produção elástico, ativando os mecanismos propriocep-
de força do sujeito muito menos predispor a lesão, tores e fadigando-os, por assim dizer, poden-
como muito se prega nas redes sociais. A redução do prejudicar sua função durante o treino;
de força será significativa, caso o volume e a intensi- 4. Flexionamento utiliza energia para ser exe-
dade do treino de flexibilidade sejam elevados, o que cutado e mantido, energia essa que poderia ser
poderia causar prejuízos no treino de força máxima. utilizada no treino de força. Podemos hipoteti-
Agora, seja bem sincero consigo mesmo: Quantas zar que o flexionamento pode reduzir a capaci-
pessoas você vê na academia usando cargas altíssi- dade máxima de produção de força do músculo.
mas (treinado força máxima de verdade) realizando Adiante, é importante comentar que existem
entre 2 a 4 repetições? Além disso, teoricamente, casos de pessoas que já nascem com hiperflexibi-
uma pessoa que está num mesociclo de força máxi- lidade, ou seja, são altamente flexíveis em todas as
ma já deveria ter passado por todo o período básico articulações do corpo e capazes de realizar movi-
da periodização, onde se objetivo a melhora de todas mentos extremos, e isso também é um risco para a
as capacidades citadas anteriormente – do contrário, integridade dos tecidos moles, pois nem o excesso
sem base, não há lógica em treinar força máxima. de flexibilidade nem a falta dela são benéficas para
Quando se fala em flexionamento, daí sim podemos o corpo. Indivíduos com excessiva flexibilidade têm
justificar a redução da capacidade de produção de for- tendência ao deslocamento articular, o que pode

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acarretar luxações e/ou subluxações, pois o siste- xíveis demais nem curtos demais, ambos estados
ma passivo (composto por ligamentos) é extrema- porão em xeque a integridade dos tecidos moles.
mente flexível e incapaz de estabilizar eficiente- Segundo Dantas, 2018, o uso de exercícios de
mente a articulação. Os ligamentos precisam ter alongamento é ideal como forma de aquecimento
um certo grau de rigidez para fornecer estabilida- para a parte principal de uma modalide (no caso
de articular ante uma perturbação (movimentos). aqui, a musculação), assim como na volta a calma,
O sistema ativo de estabilização articular é o ou seja, após o treino, devido à baixa intensidade do
sistema muscular. Da mesma forma, precisam estiramento. Já o flexionamento não se recomenda
apresentar um certo grau de rigidez (ou melhor, nem antes nem após o treino, mas sim numa ses-
tônus de repouso), para poder estabilizar a articu- são específica e separada da prática da modalida-
lação durante seu uso. Os músculos estabilizado- de. Por exemplo, pode treinar flexionamento pela
res funcionam durante o movimento do membro. manhã e treinar musculação à noite, ou vice-versa.
Seu grau de contribuição à estabilização articular
em repouso é pequeno se comparado ao dos liga-
mentos, porém ambos trabalham juntos para for-
necer equilíbrio. Portanto, não podem nem ser fle-

Proposta de utilização do treino de flexibilidade

Para os meus alunos de consultoria online e/ Vale ressaltar que esta é a estratégia que eu
ou treinamento presencial eu sempre utilizei exer- utilizo com meus clientes e que tem surtido o
cícios de alongamento imediatamente antes do efeito desejado no aumento agudo da flexibilida-
treino, visando estirar a musculatura encurtada, de. Ressalto também que é o uso de alongamen-
facilitando a ativação do antagonista (principal to pré-treino e não de flexionamento. A proposta
músculos que realiza o movimento em questão) para o uso do flexionamento é mostrada a seguir,
que seria utilizado no treino de musculação. Por e como mencionado anteriormente, é executa-
exemplo, se o treino for de membros inferiores en- do em horário distinto do treino da musculação:
fatizando glúteos, os alongamentos seriam desti- 4. Encurtamento moderado: 2 séries de 20
nados aos adutores, iliopsoas e isquiotibias (este segundos de permanência no flexionamento;
último, se apresentasse encurtamento). Todos es- 5. Encurtamento severo: 2 a 3 séries de 30
ses músculos, exceto isquiotibiais, são antagonis- segundos de permanência no flexionamento.
tas direto dos glúteos e como vimos na cartilha de Não utilizo protocolo de flexionamento para
Janda apresentam tendência ao encurtamento. quem apresenta baixo nível de encurtamen-
Ainda, se o encurtamento estiver presente soma- to, porque no meu ponto de vista o trabalho de
do à ligeira atrofia e atraso de ativação dos glúte- alongamento pré-treino favorecerá o arco de
os, nada mais lógico do que alongá-los (adutores e amplitude articular anatômico durante a mus-
iliopsoas, principalmente), para tornar o estímulo culação, e isso será o suficiente para que o movi-
nos glúteos mais eficiente e evitar que ocorressem mento ocorra de forma limpa, segura e eficiente.
padrões alterados de movimento devido ao en- Executar os exercícios dentro dos arcos de movi-
curtamento muscular e suscetibilidade direcional. mento anatômico, somado ao correto trabalho
A dose utilizada (séries e duração do estira- de alongamento, favorecerá a manutenção da
mento) vai depender do nível de encurtamen- flexibilidade normal no longo prazo, não necessi-
to do indivíduo. Na verdade, isso é óbvio, porque tando intervir para aumentar essa aptidão física.
se uma pessoa apresenta uma flexibilidade mo- Em relação ao uso do alongamento durante
derada necessitando ainda de um certo grau de o treino dependerá do objetivo. No capítulo de
amplitude articular para se alcançar algo ana- membros inferiores, mais especificamente no
tômico, a dose não precisa ser alta. O cenário exercício cama flexora, irei discorrer sobre o movi-
muda quando o indivíduo é uma pessoa com en- mento correto que deve ser executado, bem como
curtamentos severos, onde a dose deve ser mais os padrões alterados de movimento que podem
alta, para poder surtir o efeito esperado. Portan- surgir e como intervir para corrigi-los – para fa-
to, use sempre o nível de encurtamento como cilitar essa correção do padrão de movimento, o
parâmetro para dosar o treino de flexibilidade: interessante é utilizar o alongamento entre as sé-
1. Encurtamento baixo: 1 ou 2 séries de 20 ries. Por exemplo: No caso de o reto femoral estar
segundos de permanência em alongamento; encurtado (característica de uma pelve em ante-
2. Encurtamento moderado: 2 séries de 35 versão com hiperlordose lombar), pode ocorrer a
segundos de permanência em alongamento; anteversão pélvica dinâmica durante a flexão do
3. Encurtamento severo: 2 a 3 séries de 40 se- joelho, devido a sua incapacidade de se alongar ao
gundos a 1 minuto de permanência no alongamento; máximo (insuficiência passiva) em ambas articu-
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lações que cruza, pois é um músculo bi-articular. Como bônus,
Esse padrão alterado de movimento perpetuará será possível causar
o padrão lordótico da mulher, por exemplo, além o estiramento do
de não conferir máxima eficiência para o músculo peitoral menor, que
alvo – os isquiotibias – bem como causar lombalgia quando encurtado
(dor na lombar) devido à hiperlordose lombar e ati- está diretamente
vação excessiva do músculo quadrado lombar. Para relacionado a de-
amenizar esse padrão alterado, o ideal é utilizar o pressão, rotação in-
alongamento unilateral do reto femoral – que será ferior e inclinação
mostrado no capítulo em questão – somada à ati- anterior da escápu-
vação da manobra de brancing e contração isomé- la, contribuindo di-
trica do glúteo ipsilateral (leia-se: glúteo do mesmo retamente para a
membro em que está sendo alongado o reto femo- hipercifose torácica
ral). Não só a insuficiência passiva do reto femoral e anteriorização da
pode ser a causa para a anteversão pélvica dinâmi- cabeça. Para isso,
ca, mas também a falta de ativação dos feixes infe- a retração das es-
riores do reto do abdômen e oblíquo externo, por cápulas, citada an-
exemplo – por isso a manobra de bracing duran- teriormente, já o
te o alongamento entre as séries da cama flexora. estira, porém, para
potencializar o seu
estiramento você
pode elevar as es-
cápulas (aproxime-
-as das orelhas) –
isso, somado à retração das escápulas, irá estirá-lo
ainda mais. Já que o peitoral menor é depressor e
Peitoral Maior e Menor abdutor das escápulas, para garantir máximo es-
tiramento é preciso retraí-las e elevá-las.
Esse, talvez, é o principal exercício de alonga- Além disso, para
mento que deve ser usado com intuito não só de estirar ambas as
alongar o peitoral maior (PM), mas também corrigir musculaturas ainda
(de forma rápida) a hipercifose torácica. Sua execu- mais ao extremo,
ção é simples, precisando apenas que a pessoa se execute uma expi-
posicione de costas para o aparelho e passe os bra- ração forçada (pois
ços por dentro das hastes. A “grande sacada” é man- ambos são acessó-
ter os ombros abduzidos (fazer força para fechar as rios na inspiração).
escápulas) como na imagem, porque dessa forma o Resumidamente,
estiramento do PM será ainda maior devido a orien- temos que: retrair e
tação do membro superior. elevar as escápulas,
O segredo está na posição e ação das escápulas inclinar para frente,
durante a execução do exercício, onde pode-se per- ativar o bracing e
ceber que estão em retração (“ombros para trás”) força a expiração.
máxima a partir de uma forte contração isométri- Caso a academia
ca de todos os feixes do trapézio, e dos romboides não possua um es-
(músculos que realizam esse movimento de “fechar” paldar para realizar o
as escápulas). Ao exigir essa contração isométrica alongamento bilate-
dos adutores das escápulas o PM será automatica- ral você pode utilizar
mente estirado e inibido pelo princípio da inibição essa estratégia, executar de forma unilateral utili-
recíproca. Para aumentar o estiramento o interes- zando a mesma lógica apresentada anteriormente.
sante é orientar que o aluno incline o tronco para Tudo que precisa ter é uma parede para apoiar todo
frente, mas, atenção, é preciso ter cuidado com o ali- o antebraço (incluindo o cotovelo) e orientar o cor-
nhamento da coluna lombar durante essa ação. Se po à frente, além da retração das escápulas e tudo
o sujeito apresentar hiperlordose lombar você pre- aquilo que já foi falado. Como forma de potencia-
cisa ter cuidado para que durante essa inclinação lizar o estiramento você pode rotacionar o tronco
do tronco ele não acentue essa hiperlodose, o que é para o lado contrário ao do alongamento, ou seja,
muito comum de acontecer, e para neutralizar isso se na imagem o braço apoiado é o esquerdo, rode
deve ser orientada a ativação da manobra de bra- o tronco para a direita – isso fará com que o PM seja
cing e exigido que o aluno tracione a pelve em ligei- ainda mais estirado.
ra retroversão (colocar a bunda para dentro).

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Linha Lateral
Grande dorsal, oblíquos, quadrado
lombar, TFL e glúteo médio.

Esse pode ser um excelente alongamento para


quem apresenta escoliose, por exemplo, com uma
concavidade única (escoliose em C) para o lado di-
reito, da coluna lombar até a coluna torácica, pois
enfatiza a inversão dessa curva, com o estiramento
dos músculos que possivelmente estão envolvida
nessa escoliose. É válido sentir os locais onde o esti-
ramento está mais intenso:
1. Se é na região do grande dorsal – parte supe-
rior;
2. Se é na região lateral do abdômen – oblíquos;
3. Se é na região posterolateral da lombar – qua-
drado lombar
A resposta pode ser o indicativo de qual músculo
pode estar atrapalhando o equilíbrio e influencian-
do na escoliose.
Além disso, “soltar” ambos os lados garantirá
mais fluidez nos movimentos e serve como forma
de acordar os fusos musculares bilaterais dessas
musculaturas que atuam na estabilização latero-la-
teral da coluna.
O detalhe mais importante é manter o alinha-
mento correto da coluna durante a prática desse
alongamento, tendo mantê-la no mesmo plano em
todas as regiões, ou seja, não permitir que a coluna
torácica esteja flexionada ou a frente da região lom-
bar, e vice-versa.

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9
Grande Dorsal e
Escapuloumerais

É fato que os rotadores internos dos ombros têm


tendência a apresentar encurtamento devido ao
excesso de uso, uso incorreto e/ou posturas ocupa-
cionais sustentadas. São eles:

1. Peitoral maior;
2. Grande dorsal;
3. Redondo maior.

Ao se encurtar causam a rotação interna dos


ombros e automaticamente puxam a escápula em
abdução, e isso também gera a hipercifose torácica.
Além disso, estão associados à síndrome do desliza-
mento anterior da cabeça do úmero.
O alongamento à esquerda é ideal para esses
músculos devido ao alto grau de flexão do ombro
somado à rotação externa – veja que o cotovelo está
querendo ficar apontado para frente. O ombro em
flexão estira de forma máximo todos esses múscu-
los, e a rotação externa causa um estiramento ain-
da maior, potencializando o exercício.
É preciso manter as escápulas em rotação infe-
rior devido à flexão do ombro, respeitando o ritmo
escapuloumeral, mas, pode ser interessante não
deixar que elas se elevem (em direção às orelhas).
Portanto, quando os ombros estiverem flexionados
tracione as escápulas ligeiramente para baixo, e
isso fará com quem o estiramento seja ainda maior
O alinhamento da coluna é imprescindível para
a eficiência geral do exercício, uma vez que pessoas
hiperlordóticos apresentam tendência a acentuar
ainda mais a curvatura durante esse exercício. Se a
pessoa executante for hiperlordótico, sugiro orien-
tar que o mesmo faça uma ligeira retroversão pél-
vica a partir da ativação da manobra de bracing.
Se o sujeito for swayback ou dorso plano eu sugiro
orientar que forcem uma ligeira anteversão pélvica.

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Escapuloumerais e Cápsula Posterior do Ombro

A síndrome do deslizamento anterior do úmero do cotovelo, e a partir desse ponto você deve puxar
pode ser causada pelo enrijecimento da cápsula o bastão (por baixo) de baixo para cima, forçando
posterior do ombro, além do encurtamento do pró- uma rotação externa do ombro (como ilustrado pe-
prio deltóide posterior, que pode se tornar encur- las setas amarelas no ponto inferior e superior do
tado devido à demanda imposta para ser o rotador bastão). Isso mesmo, uma rotação externa, e eu sei
externo principal do ombro, além de estabilizador, que você pode ficar confuso pois o intuito desse
na presença de insuficiência do redondo menor e alongamento é estirar essa região, então, por lógi-
infraespinhal. Como já mencionado no e-Book “Ma- ca, deveria ser realizada uma rotação interna. Sim,
nual da Musculação” a SDACU pode ser identifica- em teoria é isso mesmo, porém, lembre-se da po-
da por uma saliência na região posterior e superior sição que o ombro está posicionado, no plano da
do ombro, logo abaixo do acrômio, que representa escápula e abduzido, ou seja, o movimento antago-
o local onde deveria estar preenchido pela face pos- nista à ação dos rotadores externos, um movimen-
terior da cabeça do úmero, mas não está. to que estira, e é isso que conta. Não apenas o fato
A escápula do lado executante precisa ser man- de ser realizada a rotação externa. O que conta é
tida em posição neutra (e se manterem estáticas) o movimento antagonista ao músculo estar sendo
enquanto o ombro é posicionado no plano da es- realizado, estirando-o. De fato, esse alongamento
cápula em torno de 80º a 90º de abdução. A es- enfatiza o estiramento de:
cápula presta o papel principal por ser o ponto de
fixação desses músculos e para que haja o estira- 1. Cápsula Posterior do ombro;
mento destes o ombro precisa ser movido sem que 2. Deltóide posterior;
ela se mova junto. 3. Infraespinhal;
O bastão deve passar por trás do antebraço e 4. Redondo menor.

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Paravertebrais lombares

Em pessoas hiperlordóticas geralmente os múscu-


los paravertebrais se encontram encurtados, o que
pode causar lombalgia devido ao aumento do tônus
de repouso e consequentemente de fadiga (pelo
disparo neural constante devido a ativação dos fusos
musculares). Inclusive, o teste para identificar o en-
curtamento dessa região pode ser visto no módulo
bônus do Curso Online Cinesiologia e biomecâni-
ca: do básico ao avançado (se você possui o acesso
a ele, claro, se não, fale comigo para garantir o seu na
próxima turma).
Para que se consiga realizar o estiramento máxi-
mo dos paravertebrais lombares é haver flexão an-
terior, flexão lateral e rotação da coluna, obviamente
que para o lado oposto ao da região que pretende
ser estirada. Nesse alongamento em específico foi
utilizada a rotação da coluna, que inclusive serve
como um excelente exercício de mobilidade da co-
luna, como bônus.
É possível associar uma ligeira flexão da coluna
lombar para aumentar o estiramento causado pela
sua rotação, potencializando a eficiência do exercí-
cio.
A orientação principal é para que se mantenha
com a coluna torácica estática (com o mínimo de
rotação no mesmo sentido do movimento), tentan-
do forçar uma rotação contrária a que está sendo
executada na coluna lombar, para garantir que haja
realmente uma “torção” eficiente para alongar os
paravertebrais lombares. Caso a coluna torácica ro-
tacionasse junto não haveria estiramento.
Usando como exemplo essa imagem, mantenha
o ombro esquerdo em contato com o solo enquanto
rotaciona a coluna lombar para a direita, auxiliando
essa rotação com o uso do membro superior direito.

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Linha Superficial Anterior
Da pelve até a cervical.

Pode ser comum, em sujeitos sway back, as escápulas em posição enquanto exerce uma
o encurtamento do reto do abdômen e o contração isométrica nos adutores dessas. Além
enrijecimento da fáscia esternocondral, onde disso, pode ser interessante requisitar uma
ambas podem estar relacionadas a postura contração nos paravertebrais lombares para
hipercifótica com depressão da caixa torácica. que se possa desfrutar do princípio da inibição
Portanto, utilizar o alongamento mostrado recíproca, causando um estiramento ainda maior
anteriormente pode ser útil para a progressão nos flexores do tronco e profundos do pescoço,
da melhora desse quadro postural, sem que haja aumentando a eficiência do exercício.
qualquer estiramento na parte inferior da linha Vale lembrar que esse alongamento pode não
superficial anterior, que compreende o quadríceps ser muito interessante para pessoas hiperlordóticas
e os extensores profundos dos dedos dos pés. justamente pelo movimento que é exigido para
Posicione-se em decúbito ventral com as mãos realizá-lo, e devido a contração dos paravertebrais,
a frente dos ombros e então empurre o solo que podem estar severamente encurtados em
elevando o tronco. Ao fazer isso, tente manter hiperlordóticos.

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13
Paravertebrais e Glúteos

Continuando com alongamentos focados a flexão da coluna lombar, que acarreta numa
nos paravertebrais, este é mais um exemplo de flexão da pelve sobre o fêmur, os glúteos também
como a variação de movimentos é importante são bastante estirados nesse exercício.
para o resultado. Recorde que mencionei Para potencializar esse alongamento – usan-
no alongamento anterior que, para que os do a combinação mencionada – você pode rodar
paravertebrais sejam alongados ao máximo é o lado esquerdo em direção ao lado direito, como
preciso haver a combinação de 3 movimentos: mostrado pela seta, e vice-versa. Além disso, pode
flexionar lateralmente a coluna a partir dessa po-
1. Flexão anterior da coluna;
sição, como mostrada a seta amarelo, flexionando
2. Flexão lateral da coluna;
para o lado direito, e vice-versa.
3. Rotação da coluna.
Para sujeitos sway back e/ou dorso plano
No caso anterior foi utilizada a rotação da coluna, que apresentem alongamento normal dos
e neste está sendo realizada a flexão anterior dela. paravertebrais, eu não aconselho realizá-lo, para
Devido a posição do quadril – em flexão – somada não agravar o alongamento.

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14
Adutores sentado

Os adutores do quadril também apresentam ten- gire em retroversão quando nessa posição. Isso
dência ao encurtamento e geralmente se mostram acontece justamente devido aquele motivo da
encurtados, tanto em homens quanto em mulheres. inversão de ação que ocorre após os 70º, e como o
Em mulheres esse encurtamento contribui para a quadril está em 90º de flexão isso acaba causando
anteversão pélvica, hiperlordose lombar, joelho val- uma insuficiência passiva dele, acarretando um
go e pronação dos pés. Além disso, encurtamentos “puxão” na pelve, flexionando a coluna lombar e
em nível moderado a severo são os principais cau- removendo o estiramento máximo do grupo adutor.
sadores da retroversão pélvica durante a fase excên- Para evitar que essa retroversão pélvica ocorre o
trica do agachamento e similares. Isso se dá devido que pode ser feito é colocar um step para que se
a inversão de ação sofrida pelo adutor magno e possa sentar sobre, e com isso reduzir o grau de
adutor longo, pois quando o quadril ultrapassa 70º flexão de quadril e facilitar a manutenção em neutro
de flexão estes passam de flexores do quadril para da posição da pelve e consequentemente da coluna
extensores deste, influenciando no posicionamen- lombar. Como forma de evitar ainda mais que ocorre
to da pelve e coluna lombar durante o exercício. a retroversão, tente “empinar” a bunda, ou seja,
Para alongá-lo, nada mais útil do que a abdução anteverter a pelve, e isso aumentará o estiramento.
do quadril, podendo ser incluída uma rotação Lembra que mencionei que um ótimo exercício
externa do quadril para potencializar o estiramento, por treinar um bom padrão postural? Forçado
já que os adutores também são rotadores internos. a manutenção da coluna em alinhamento
Esse alongamento é extremamente útil quando ideal, escápulas bem posicionadas e a manobra
executado de forma correta, porque treina a de bracing ativada, e isso tudo em contração
manutenção de uma “boa postura” durante isométrica constante até o final da série do
sua execução. Entretanto, há erros comuns que exercício, fazendo com que os “músculos
devem ser evitados, pois reduzem a eficiência do posturais” sejam treinados e fortalecidos, facilita a
exercício, como, por exemplo: permitir que a pelve progressão para a melhora das alterações posturais.

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15
Adutores na parede

Ainda em nossa discussão sobre os adutores, musculaturas posturais que garantem a sustentação
essa variação pode ser extremamente útil para do alinhamento ideal da coluna e das escápulas,
quem não consegue manter um bom alinhamento mas, irá garantir um aumento do grau de abdução
na execução sentado, mesmo com o uso do step do quadril devido a ação da gravidade direta
para facilitar a neutralidade da pelve. Com o uso sobre as coxas empurrando-as em direção ao solo.
do alongamento em decúbito dorsal a ação da É valido lembrar que para garantir máximo
gravidade passará da coluna direto para os quadris. estiramento é preciso manter a pelve em anteversão,
Além disso, o solo irá atuar como um acessório ou seja, remover a coluna lombar do contato com
de propriocepção para facilitar a manutenção o solo – algo em torno de 2 dedos apenas – e
do alinhamento da coluna e da pelve durante a forçando uma ligeira rotação externa dos quadris.
execução do exercício, pois será possível “sentir” Um detalhe válido: nesse alongamento haverá
onde está a coluna em relação ao solo e poder grande estiramento do grácil por ser um rotador
adaptar-se caso haja algum mal alinhamento. interno e adutor do quadril, e a ação gravidade gera
É claro que não irá surtir a mesma eficiência do uma rotação externa do quadril, fazendo com que
que o alongamento sentado para a funcionalidade se sinta um forte estiramento na região medial da
geral do corpo assim como o treinamento das articulação do joelho – é onde está a inserção do grácil.

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Adutores dinâmico

Esse exercício tem o intuito não só de de ser mantida com a coluna alinhada e a pelve
trabalhar a flexibilidade do grupo adutor, como em nutro, devido ao quadril estar em 90º de
também a mobilidade da articulação do quadril flexão – a modelo da imagem apresenta boa
e a consciência corporal sobre a técnica de flexibilidade deles. Se for o caso, a posição inicial
agachamento (no que se refere à manutenção do pode ser com o quadril menos flexionado, ou
alinhamento da coluna e pelve). O posicionamento seja, com o tronco mais deslizado para frente.
inicial é simples, deve-se ficar com os joelhos e A partir dessa posição é necessário iniciar a
cotovelos no chão, similar a posição de cachorrinho, fase excêntrica de um agachamento, jogando o
e garantir que a coluna esteja alinhada, as quadril em direção posterior, mas, mantendo o
escápulas em ligeira rotação superior devido a alinhamento da coluna e da pelve evitando que
flexão dos ombros, o quadril em ligeira rotação ocorra uma retroversão. Essa fase excêntrica deve
externa (aproximando ligeiramente os pés – como ocorrer até o ponto em que o alinhamento não
na imagem) e abduzidos em torno de 45º cada seja perdido, ou seja, não adianta agachar até
Caso o sujeito apresente um encurtamento o final se a pelve girar em retroversão, flexionar
severo nos adutores, essa posição pode ser difícil a coluna lombar e acentuar a cifose torácica.

Na imagem anterior, veja que a coluna se manteve por alguns graus a mais a posição ideal da pelve.
alinhada durante a fase excêntrica, mas em seu Agora o passo é executar isso de forma
limite, pois caso a aluna agachasse um pouco mais dinâmica, ou seja, indo para frente e para trás,
a pelve iria girar em retroversão, e isso significa que simulando o ato de agachar (fase excêntrica e
a amplitude máxima de fase excêntrica para essa concêntrica). O estiramento deve ser sentido na
aluna agachar é de ~110º. Dessa forma é possível região da virilha, próxima a origem dos adutores.
descobrir o próprio limite, enquanto se treina a Além disso, é um excelente exercício para “soltar”
flexibilidade e mobilidade dele. Durante a fase a cápsula e ligamentos do quadril que quando
excêntrica force uma anteversão pélvica, para evitar rígidos prejudicam a mecânica dos exercícios
a retroversão precoce, ou pelo menos sustentar de MMII e reduzem a amplitude do movimento.

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17
Mobilidade de Quadril na mais agachado – aumentando o grau de flexão do
quadril e estirando mais os adutores – mas a pelve
parede gire em retroversão e perca seu contato com a
parede, significa que ele deve parar, subir um
Agachamento. pouco mais, alinhar novamente a pelve a coluna e
se manter nesse limite para então progredir (após
alguns dias).

Falando em agachamento,
temos agora mais um exemplo
de exercício de flexibilidade e
mobilidade para os membros
inferiores, continuando com
o foco no grupo adutor e
cápsula do quadril.
Você já deve ter percebido
a importância da flexibilidade
dos adutores do quadril
para os exercícios de
membros inferiores e como
a variação dos estímulos (de
estiramento) são importantes
para o máximo resultado.
Nesse exercício será
usado o mesmo princípio do
alongamento de adutores
na parede, onde a parede
é usada como acessório do
mecanismo de propriocepção para a orientação
do aluno quanto a posição das estruturas no
espaço bem como do alinhamento destas. O
intuito desse exercício é estirar os adutores de
quadril ao máximo durante a fase excêntrica da
simulação do agachamento usando a parede É nítido o alinhamento do eixo mecânico do
para acompanhar o posicionamento da pelve e membro inferior, e esse é um dos pontos mais
coluna lombar durante a execução. importantes, pois garante que o exercício está
Vale lembrar que o exercício não é dinâmico, e sendo executado de forma eficiente, inclusive é
sim estático. uma estratégia para uma melhor técnica durante
Veja que a pelve se encontra em contato o agachamento. As mãos irão servir para empurrar
com a parede, mas a coluna lombar está fora as coxas ainda mais para fora, aumentando o
de contato, aproximadamente 2 dedos de grau de abdução do quadril e consequentemente
distância dela, garantindo a lordose fisiológica e aumentando o estiramento dos adutores. Então,
permitindo a consciência desse distanciamento, a orientação deve ser para manter a pelve em
principalmente quando for aumentada a anteversão e usar os braços para empurrar as
amplitude do exercício. Além disso, a parede servirá coxas para fora. Deve ser orientado, também, a
para auxiliar na orientação do posicionamento manter o peso do corpo apoiado contra a parede
da cintura escapular, facilitando a retração das para evitar a fadiga precoce do quadríceps e
escápulas e permitindo o aprimoramento do glúteos.
conhecimento dessa posição (dificultando a Deve ser evitado ao máximo o valgo dos joelhos
perda da estabilização, que é muito comum). porque se não toda a eficiência do exercício é
Em visão frontal, como você pode ver na próxima perdida, além de prejudicar a integridade dos
imagem, a peça-chave está no alinhamento dos tecidos moles mediais da articulação do joelho.
membros inferiores, estes que devem estar bem Para evitar que esse valgo ocorre é onde entra
abduzidos, enquanto flexionados, para garantir o o papel dos membros superiores e de mais um
máximo estiramento dos adutores e da cápsula detalhe, a contração isométrica dos glúteos
do quadril. O grau de flexão do quadril vai forçando a abdução do quadril, e dessa forma
depender do nível de flexibilidade apresentado, aproveitando o princípio da inibição recíproca para
sendo essa amplitude nivelada pelo alinhamento inibir os adutores já alongados, potencializando
da coluna e da pelve, ou seja, caso o sujeito fique de forma fenomenal o exercício.

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18
Adutores Borboleta

Utilizando a mesma lógica do alongamento de apenas a abdução e rotação externa do quadril.


adutores na parede sobre o solo ser um acessório Essa é mais uma variação interessante para
para potencializar a propriocepção a manter o se utilizar visando o aumento da flexibilidade
alinhamento das estruturas, esta variação permite de adutores. Para potencializar o estiramento
que o estiramento seja removido do grácil, devido o ideal é utilizar o princípio da inibição
à flexão do joelho, e direcionado exclusivamente recíproca ao contrair os glúteos em isometria,
para os adutores do quadril, além de a posição forçando maior abdução do quadril – tentando
para execução não envolver a flexão de quadril, aproximar a face lateral do joelho do solo.

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19
Iliopsoas

O iliopsoas é o principal músculo flexor do quadril, soas e o nível de ativação do GMáx, inclusive, pode
antagonista direto do glúteo máximo, e o seu ser visto no módulo bônus do Curso Online Cine-
encurtamento causa a acentuação da lordose lombar siologia e biomecânica: do básico ao avançado.
e a flexão do quadril da pelve sobre o fêmur, e aqui Para alongar o iliopsoas é necessária que haja,
o reto femoral também participa, responsáveis pela primariamente, uma hiperextensão do quadril,
postura hiperlordótica. Devido a postura ocupacional entretato, dentro do limite em que não acarreta
sentada (em flexão de quadril), o iliopsoas tende a numa anteversão pélvica com acentuação da
ficar sobrecarregado, e devido a verticalização de lordose lombar, porque aí seria perder a lógica e
suas fibras o mesmo causa a compressão da coluna eficiência do exercício. Imagine que o iliopsoas
(quando contraído/encurtado) e o consequente realiza a flexão do quadril e a extensão da coluna
esmagamento dos discos intervertebrais. lombar, logo, para estirá-lo a pelve precisa ser
Segundo diversos autores ele é o principal posicionada em retroversão enquanto o quadril
causador das dores na lombar e tem influência é hiperestendido, essa é a combinação eficaz
direta sobre os órgãos digestivos, ou seja, quando para máximo estiramento dele. Claro que você
sobrecarregado influência em diversos fatores, pode optar apenas pela hiperextensão do quadril.
não só na biomecânica e na cinesiologia do corpo. Para potencializar o estiramento e de quebra
Pelo princípio da inibição recíproca, quando en- aumentar a estimulação neural do GMáx, contraia
curtado envia um estímulo inibitório para o glúteo de forma isométrica o GMáx do mesmo lado que
máximo que, a longo prazo, tende a se tornar debi- está sendo realizado o alongamento, porque
litado, com possível “delay” de ativação (atraso neu- dessa forma é possível aproveitar a inibição
ral) e atrofia devido ao desuso. Portanto, o equilíbrio recíproca, além da contração isométrica ser ideal
entre esses músculos é imprescindível para o corpo. para musculaturas inibidas devido ao constante
O teste para identificar o encurtamento do iliop- estímulo enviado para o músculo debilitado.

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20
Isquiotibiais unilateral em
decúbito dorsal

Os isquiotibiais atuam tanto como flexores do é de suma importância para a integridade


joelho como extensores do quadril, e, de certa do joelho, quadril e região lombopélvica.
forma, também auxiliam nos movimentos de Durante a execução do alongamento unilateral
rotação do joelho. Portanto, para garantir que é preciso manter a pelve em contato constante
ocorre o estiramento desse grupo é preciso com o solo, pois caso ela gire em retroversão o efeito
realizar uma flexão do quadril somada a uma do alongamento é perdido. Para garantir máximo
extensão do joelho, exatamente como na foto estiramento desse grupo o ideal é executar uma
acima. Além disso, caso queira priorizar o anteversão pélvica, tentando remover a lombar
estiramento dos isquiotibiais medias, ou seja, do solo – algo de 2 dedos. Além disso, é preciso
o semitendinoso e semimembranoso, pode realizar a manutenção da extensão do joelho,
combinar a flexão de quadril e extensão do joelho evitando que este se flexione ou seja coaptado
com uma rotação externa do quadril (rodando o (vulgo bloqueio articular). Caso seja coaptado todo
joelho para fora). Da mesma forma, se o intuito o estiramento será direcionado para os ligamentos
é aumentar o estiramento do bíceps femoral locais, podendo lesioná-los devido ao estiramento
cabeça longa, o ideal é combinar a flexão de excessivo. Uma forma de potencializar ainda mais o
quadril e extensão de joelho com uma rotação estiramento desse grupo é contrair o quadríceps em
interna do quadril (rodar o joelho para dentro). isometria, para se beneficiar da inibição recíproca.
Quando em estado de encurtamento os Para finalizar, é possível direcionar o estímulo
isquiotibias tendem a tracionar a pelve em mais para a panturrilha ou mais para os isquiotibias
retroversão, sendo um dos responsáveis pelo pela simples manipulação do tornozelo. Caso
padrão postural sway back. Além disso, ao tracionar a panturrilha esteja muito encurtada o ideal é
a pelve em retroversão acarretam a retificação da manter o tornozelo em flexão plantar (causando
coluna lombar, devido a seu vetor praticamente a insuficiência ativa dela) para que o estiramento
vertical de força, sendo considerado, assim seja direcionado para os isquiotibias – até porque
como o iliopsoas, um dos principais causadores o objetivo é alongar eles e não a panturrilha. Caso
de dor na lombar (quando sobrecarregados). o tornozelo seja dorsiflexionado o estiramento será
Adiante, quando encurtados podem inibir a mais direcionado para a panturrilha, fazendo com
ação do quadríceps, que são seus antagonistas que esta seja priorizada o estiramento sentido nessa
diretos, prejudicando a estabilização do joelho região antes mesmo de alongar os isquiotibiais.
e consequentemente sua funcionalidade. Se o objetivo é alongar a panturrilha o ideal é
Portanto, seu estado de flexibilidade normal realizar exercícios específicos para esse grupo.
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21
Isquiotibias bilateral
sentado

Continuando com os alongamentos para pois, nesse caso, o quadril estará flexionado em
isquiotibiais, esse se torna mais uma opção para 90º somado à extensão dos joelhos, o que causa
melhorar a flexibilidade – de forma bilateral – um estiramento tremendo nos isquiotibiais.
desse grupo muscular, enquanto se aproveita Caso o sujeito apresenta encurtamento severo
o benefício da melhora do quadro postural desse grupo ele não conseguirá realizar esse
fornecido pela postura sustentada durante a exercício de forma eficiente, pois os isquiotibiais
execução do exercício. Assim como mencionado irão entrar em insuficiência passiva, irão tracionar
no alongamento de adutores sentado, a a pelve em retroversão e consequentemente
manutenção de uma boa postura só é possível flexionar a coluna lombar, e tudo isso faz que se
com a ativação da “musculatura postural”, para perca a eficiência do exercício, podendo perpetuar
sustentar esse alinhamento da coluna e da o quadro de desequilíbrio muscular. Se esse
cintura escapular, ou seja, forte contração dos for o caso, a sugestão é começar utilizando o
paravertebrais e dos adutores das escápulas, alongamento unilateral em decúbito dorsal até
além da óbvia ativação da manobra de bracing. atingir maior flexibilidade para então progredir
Durante a execução desse exercício o ponto para esta variação. Caso consiga realizar esse
principal a ser observado é a manutenção da exercício mantendo o alinhamento ideal, contraia o
neutralidade da pelve, além da extensão do joelho quadríceps e posicione o tornozelo em flexão plantar,
e do detalhe quanto a posição do tornozelo. dessa forma, o estiramento para os isquiotibiais será
Nesse exercício, em específico, o estiramento dos ainda maior, potencializando o resultado. Atenção
isquiotibia se torna muito maior em comparação para a coaptação do joelho e a sobrecarga sobre
ao alongamento unilateral em decúbito dorsal, o sistema passivo da articulação (ligamentos).
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22
Isquiotibiais unilateral
em pé

Essa é mais uma opção de alongamento


unilateral para os isquiotibias, onde será treinada
uma “boa postura” durante sua execução, ativando
e fortalecendo as “musculaturas posturais”. A
posição sustentada é apenas uma flexão de quadril
com o joelho estendido, enquanto se mantém a
postura ereta com o membro inferior contralateral
atuando na sustentação e estabilização.
Durante a execução desse alongamento é
importante que se mantenha o alinhamento dos
membros inferiores bem como o nivelamento da
pelve, evitando que um lado fique mais alto do
que o outro, algo que acontece caso o membro
que for alongado seja posicionado muito em cima
do espaldar (aumentando a flexão de quadril).
Portanto, deve ser realizada a manutenção do
alinhamento da pelve através da contração
isométrica do glúteo médio do lado contralateral
(perna de apoio). Além disso, é ideal que se evite
o valgo do joelho, mantendo-o direcionado para
frente ou, se possível, com ligeira rotação externa
do quadril (tudo isso na perna de sustentação).
Para aumentar a intensidade do estiramento o
tronco pode ser inclinado à frente (seta amarela),
realizando uma flexão de quadril da pelve sobre
o fêmur, até o ponto em que consiga manter
o alinhamento da coluna e a neutralidade da
pelve. Se a pelve girar em retroversão e a lombar
retificar, o alongamento deve ser parado e a
inclinação do tronco reduzida (flexão do quadril).

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23
Rotadores laterais
Pigeon stretch.

do quadril e lateral da coxa (na região do tensor da


fáscia lata). Se esse for o caso, você pode utilizar uma
plataforma (banco, caixote) mais baixo e progredir até
alcançar uma amplitude maior como a da imagem.
O movimento do quadril, para executar o exercício,
é de flexão, abdução e rotação externa como você
pode ver na imagem acima. É imprescindível
a manutenção do alinhamento da coluna e da
neutralidade da pelve, pois caso a pelve gire em
retroversão o efeito do alongamento será perdido,
já que os rotadores laterais também atuam na
retroversão pélvica. Para potencializar o estiramento
desse grupo muscular você deve inclinar o tronco à
frente, ou seja, realizando uma flexão do quadril/pelve
sobre o fêmur. Dessa forma o efeito será ainda maior,
mas isso não deve ser realizado se a neutralidade
da pelve for perdida. Caso não seja possível
aumentar a flexão do quadril (inclinar o tronco à
frente), mantenha o tronco paralelo à gravidade
(ereto), assim como mostrado na próxima imagem

Algumas pessoas podem apresentar rigidez


na cápsula posterior do quadril bem como nos
rotadores laterais, aqui enfatizo o piriforme como
principal, à apresentar encurtamento. Quando
encurtado, o piriforme pode comprimir o nervo
ciático, principalmente em pessoas que apresentem
o nervo cruzando por entre esse músculo (fator
estrutural/congênito). Quando comprimido, o nervo
ciático, o sujeito pode relatar sentir desconforto na
coluna lombar que irradia para a região superior do
glúteo, posterior de coxa, por trás da articulação do
joelho e podendo chegar até os pés. Geralmente,
a síndrome do piriforme é confundida com hérnia
de disco por apresentarem os mesmos sintomas,
porém, é uma “falsa hérnia”, por assim dizer.
O encurtamento dos rotadores laterais pode ser
identificado ao tentar utilizar esse alongamento
com o sujeito e o mesmo não conseguir manter
um bom alinhamento e nem mesmo conseguir
apoiar a coxa no banco para executá-lo, fazendo-o
com muita dificuldade e relatando desconforto (por
estiramento) tremendo na região posterolateral

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24
Panturrilha e Mobilidade
de Tornozelo
Os gastrocnêmios e sóleos formam o to, o tornozelo precisa dorsiflexionar para permitir
compartimento posterior das pernas (panturrilhas) que o joelho possa passar à frente deste (sim, isso
que atua em movimento de flexão plantar (ambos) deve acontecer) para que o tronco possa descer
e flexão de joelho (apenas os gastrocnêmios e de na inclinação correta e permitir a flexão ideal en-
forma acessória). A flexibilidade desse grupo é de tre quadril e joelho, podendo a carga ser dissipa-
suma importância, não só pela questão funcional da no mediopé e o estímulo para quadríceps e
(por se tratar do nosso “segundo coração”), mas glúteos ser equilibrado. Caso essa dorsiflexão não
também por favorecer uma correta mecânica ocorra e o joelho não possa ir para frente, o tronco
nos exercícios de membros inferiores que será excessivamente inclinado à frente, a partir de
envolvam grandes amplitudes de dorsiflexão do um aumento exagerado da flexão do quadril para
tornozelo, como o agachamento, principalmente. compensar a restrição da flexão do joelho e dorsi-
O encurtamento desse grupo muscular flexão do tornozelo. O resultado será uma mecâni-
geralmente está associado a um joelho recurvato ca incorreta, com excessivo torque sendo gerado
com o tornozelo em flexão plantar postural, o que para a coluna lombar, redução da flexão do joelho
também está associado a uma postura lordótica e incorreta dissipação da carga do exercício (barra).
com o centro de gravidade anteriorizado – quadro Fica clara a necessidade desse compartimento
este que pode se perpetuado em mulheres que posterior da perna apresentar flexibilidade
fazem uso constante de salto alto. É uma questão suficiente para permitir que o joelho seja projetado
lógica, o salto alto posiciona o tornozelo em flexão à frente, para aumentar a eficiência e segurança
plantar como se a moça estivesse em isometria do exercício de membro inferior. Além disso,
ao final da fase concêntrica de um exercício para os níveis normais de flexibilidade dessa região
panturrilha, e o problema reside no fato de ser uma permitem que, durante a fase excêntrica, o pé não
posição prolongada (imagine quantas horas se passa prone e o calcâneo acabe rodando para dentro,
utilizando o salto alto e durante quantos dias/meses/ como acontece em muitos dos casos. Então, se o
anos). O encurtamento desse grupo também está calcanhar roda para dentro e o pé abduz, significa
relacionado a pronação do pé postural e dinâmica. que a panturrilha está encurtada impedindo o
No capítulo sobre agachamento, na segunda posicionamento ideal do pé, e consequentemente
edição do meu e-Book Manual da Musculação, o alinhamento ideal do membro inferior (eixo
eu deixo explícito as consequências da restrição mecânico) durante a execução do exercício.
da mobilidade do tornozelo e encurtamento da As próximas imagens ilustram o exercício de
panturrilha para a mecânica do exercício. Para re- mobilidade de tornozelo e de alongamento da
sumir: durante a fase excêntrica do agachamen- panturrilha (principalmente os gastrocnêmios).

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25
Esse exercício pode ser feito tanto de forma dinâmica desse exercício pode ser útil por simular
dinâmica quanto de forma estática. Sua execução o movimento do tornozelo durante a execução do
dinâmica é realizada quando se projeta o joelho exercício, reproduzindo a ação fidedignamente.
para frente e para trás, trabalhando a dorsiflexão O uso estático também trará benefícios similares.
do tornozelo, tentando sempre alcançar uma Esse exercício é ideal para “soltar” o sóleo, tendo
amplitude de maior de movimento, porém, sem em vista que o joelho estará em alto grau de flexão
que o calcanhar perca o contato com o solo. Em em ambas as fases do movimento, colocando os
posição inicial, o ângulo entre tíbia e pé formará gastrocnêmios em insuficiência ativa por serem
aproximadamente 90º, e no final do movimento o bi-articulares. Como o sóleo é monoarticular e o
joelho ultrapassará a ponta dos dedos, mas isso irá tornozelo estará em alto grau de dorsiflexão, todo
depender do nível de mobilidade, claro. No caso da o efeito do estiramento será direcionado para ele.
modelo, o joelho ultrapassa bastante a ponta do pé. Para enfatizar o alongamento e direcionar o
Para aumentar cada vez mais a mobilidade do estiramento para os gastrocnêmios é preciso
tornozelo se deve levar o joelho para frente até o que o tornozelo esteja em dorsiflexão e os joelhos
limite, podendo ficar parado ao final do movimento estendidos. Se o objetivo for estirar ainda mais
e sustentar o estiramento do compartimento o compartimento posterior da perna, pode
posterior, ou, ao final do movimento, segurar em ser utilizada a flexão de quadril combinada
torno de 3 segundos, retornar com “o joelho para trás” com essas outras duas ações. A imagem
e ir para frente novamente, repetindo o processo abaixo ilustra um alongamento direcionado
em torno de 10 vezes para cada lado. A utilização para os gastrocnêmios, de forma unilateral.

Veja que, apesar do tornozelo estar


dosiflexionado, o joelho se encontra estendido, o
que oferta maior estiramento direcionado para os
gastrocnêmios do que para ao sóleo. É importante
não realizar a coaptação do joelho (vulgo bloqueio
articular), apenas mantenha-o estendido.
Como mencionado anteriormente, se o intuito
for estirar essa região ainda mais, basta inclinar o
tronco para frente a partir de uma flexão do quadril
da pelve sobre o fêmur. O detalhe é que dessa forma
toda a Linha Superficial Posterior da pelve até a
sola do pé será estirada, podendo esse estiramento
ser sentido na panturrilha e nos isquiotibias.
De qualquer forma, é uma estratégia
extremamente válida e eficaz. Atenção para que
a pelve não gire em retroversão ao realizar essa
inclinação do tronco (flexão de quadril), porque
senão o efeito do estiramento será perdido.

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