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BIOMECÂNICA DO AGACHAMENTO:
Tudo o que você sempre quis saber na prática e com ciência!
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Mestre em Educação Física
(Biomecânica) pela Universidade
Federal do Paraná, Coordenador
nacional de Pós Graduações.
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Seu objetivo é compreender os detalhes biomecânicos no movimento de
agachamento e proporcionar as melhores orientações para seus alunos,
não é verdade? Claro, pois isso te permitirá maior credibilidade, menor
probabilidade de gerar alguma lesão e consequentemente aumentará a
sua rentabilidade.
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ESSE É O DIFERENCIAL DOS MELHORES PROFISSIONAIS, AQUELES QUE
ORIENTAM COM FOCO NA EFICIÊNCIA, AQUELES QUE DÃO DICAS QUE
GARANTEM A SAÚDE DO SEU CLIENTE, AQUELES QUE RECEBEM ATÉ 8X
MAIS QUE OS OUTROS PROFESSORES DA MESMA ACADEMIA/CIDADE.
COM O CONTEÚDO DESSE E-BOOK ESSE TAMBÉM SERÁ O SEU
DIFERENCIAL!
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POR QUE ALGUMAS PESSOAS CAEM PRA
TRÁS AO REALIZAR UM AGACHAMENTO
PROFUNDO?
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Observe na imagem ao lado que
podemos dividir o corpo humano
em duas partes, com a linha se
originando necessariamente na
base de apoio (o pé).
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Se visualmente os corpos humanos não são iguais, como acreditar que os seus
clientes agacharão de maneira semelhante ou que todos conseguirão fazer
cócoras? Impossível! Se o seu cliente tiver, por exemplo, muita massa corporal
na região dos quadris ele terá um certo tipo de equilíbrio e se outro possui
pouca massa corporal no quadril e muita nos ombros o equilíbrio será
totalmente diferente.
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Veja na figura abaixo que um fêmur proporcionalmente menor comparado ao
restante do corpo (1) permite um equilíbrio mais harmônico no agachamento,
enquanto que um fêmur bem longo proporcionalmente ao restante do mesmo
corpo (2) exige um ajuste de toda a estrutura.
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Todas as partes do corpo influenciam esse equilíbrio, por
exemplo, um tronco longo ou uma tíbia longa projetam
mais massa para a frente da linha vertical e você poderá
identificar essas questões para compreender as
dificuldades e facilidades dos seus alunos.
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Contudo, como você não pode alterar o comprimento dos ossos nos
corpos, vamos então falar do que podemos modificar para melhorar
o padrão do movimento:
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QUAL A DIFERENÇA NO
POSICIONAMENTO DA BARRA OU
ACESSÓRIOS NO AGACHAMENTO?
Para manter o equilíbrio mencionado
anteriormente, o nosso corpo interage com
os acessórios permitindo o equilíbrio sobre
os pés.
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Nesse caso, você não pode dizer que uma posição está “certa”
ou “errada”, pois dependendo da individualidade do seu cliente
uma forma poderá ser mais adequada que outra. Veja que o
posicionamento do tronco e inclinação da tíbia é bem diferente
nas execuções, assim você pode ter várias possibilidades para
trabalhar com as características individuais dos seus alunos.
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Por exemplo, um aluno que possui restrição na amplitude
articular do tornozelo não conseguirá realizar um bom
Agachamento Frontal (com a barra ou acessório à frente),
pois essa execução exige mais mobilidade dessa articulação.
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POSIÇÃO DO CORPO E
JOELHO QUE ULTRAPASSA
A PONTA DO PÉ!
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MAS O CLIENTE PODE ULTRAPASSAR O
JOELHO DA PONTA DO PÉ???
Claro que pode! Se a ponta do pé fosse parâmetro para predizer lesão no joelho,
pessoas com os pés pequenos seriam acometidas por todas as patologias nessa
articulação (rsrs)! ENTRETANTO, você precisa saber quais são as implicações do
deslocamento do joelho a frente mesmo que em pequenas quantidades.
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Para manter esse controle
articular, o músculo quadríceps
contrai e a consequência dessa
contração é o aumento da
pressão da patela na tróclea
também conhecida como a
compressão patelofemoral
(Schoenfeld, 2010; Li et. al., 2004).
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Dessa forma, concluímos que a ponta do pé não é um parâmetro para você
utilizar com seus clientes. Em situações onde o desgaste das cartilagens da
patela ou dos côndilos femorais está tão avançado a melhor orientação é
que o joelho se desloque o mínimo possível à frente. Inclusive o próprio uso
do sapato alto que gera um pequeno avanço do joelho na caminhada
(comparado a uma caminhada sem salto) pode gerar maiores compressões
e possíveis dores nessa região (Ho et al., 2012).
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Apesar de ser muito importante, observar apenas uma articulação ou
grupo muscular de forma isolada é o seu principal equívoco quando
falamos da orientação do agachamento.
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Por isso ter uma visão holística sobre o agachamento é o que
permitirá sua boa orientação, considerando as individualidades
de cada aluno no movimento. Então nas próximas páginas
descreverei os detalhes mais importantes de cada articulação,
bem como darei dicas para melhorar toda a função corporal no
agachamento.
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A BASE PARA
TORNOZELO E PÉ: O SUCESSO
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Caso você detecte uma falta de mobilidade nessa
articulação, é imprescindível a utilização de
exercícios para aumento da amplitude desse
movimento. No vídeo ao lado há algumas das
minhas melhores sugestões para aumentar a
amplitude do tornozelo e garantir um
agachamento de qualidade. Gosto de utilizá-los
imediatamente antes de realizar os agachamentos,
pois a melhora direta da amplitude do tornozelo
permite um melhor padrão de movimento.
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Em relação ao posicionamento e
contato dos pés, você deve
lembrar que é nele que temos a
reação do solo sobre toda a força
da gravidade imposta a sua massa
corporal e de uma possível barra
nas suas costas (figura ao lado).
Por isso a importância de absorver
e distribuir as sobrecargas
adequadamente!
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Na figura abaixo, mostro uma maneira efetiva de distribuir as forças na sola do
pé. Observe que formamos um “tripé” de apoio formado pelo calcanhar,
base do 1º e do 5º metatarso. Adicionalmente, é válido ressaltar a importância
do contato de todos os dedos no solo, pois muitos dos nossos alunos levantam
os dedos do pé no agachamento.
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PROFESSOR, DEVO
AGACHAR DESCALÇO?
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Em casos de pé chato, gosto da
orientação de imaginar que o pé é
uma “ventosa” e que o aluno
precisa aumentar o arco com o
contato do calcanhar e da base do
1º metatarso (ao lado). O aluno
realiza esse movimento durante o
próprio agachamento para que o
pé não “desabe” e permaneça em
boa posição para receber e
direcionar as sobrecargas.
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Em casos de pé cavo, gosto da utilização de acessórios como uma bola
semi-rígida para liberação da fáscia plantar e consequente melhor
posicionamento dos pés. Nesses casos, antes de realizar o agachamento,
o aluno descalço realiza uma liberação de mais ou menos 1 minuto
passando a bola do calcanhar até os dedos do pé. Isso promove uma
soltura da fáscia plantar e mantém o pé em posição mais adequada.
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ATENÇÃO PARA A ARTICULAÇÃO
JOELHO: QUE MAIS SOFRE!
31
Clique no ícone para
acessar o artigo mencionado
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Na imagem abaixo temos 3 situações em que esse alinhamento
não está respeitado (chamamos de valgo dinâmico) e 3 situações
onde o risco para o joelho é reduzido, você é capaz de identificar?
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As três primeiras imagens mostram o joelho desalinhado em relação ao
quadril e ponta do pé, realizando um valgo dinâmico. Pode parecer
mínimo, mas considerando a quantidade de sobrecarga e repetições que
realizamos os agachamentos, esse risco é multiplicado por várias vezes.
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É comum nossos alunos realizarem esse movimento, até porque
nossos corpos foram feitos para economizar energia e o movimento
de valgo dinâmico auxilia principalmente a subida no agachamento.
Entretanto, os riscos desse movimento são altos e a sua orientação
profissional é que permitirá um agachamento de qualidade e com
menor risco para o joelho.
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COLUNA ESTÁVEL E
QUADRIL: GLÚTEOS FORTES JOELHO SAUDÁVEL!
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Para evitar o valgo dinâmico mencionado anteriormente, são os
músculos do quadril e principalmente GLÚTEO MÉDIO E MÁXIMO
que serão os responsáveis. Eles que rodam externamente o quadril
e permitem o alinhamento do joelho sobre a ponta do pé,
garantindo mais saúde a essa articulação (Powers, 2010).
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Para melhorar a ativação do
músculo Glúteo Médio nos
agachamentos, você pode
utilizar uma faixa elástica (mini
band) ao redor das coxas do
seu cliente ou simplesmente
posicionar suas mãos na parte
de fora dos joelhos e solicitar
que ele intencione empurrar
suas mãos para fora.
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PARA ATINGIR COM MAIS EFICIÊNCIA O
GLÚTEO MÁXIMO, VOU SUGERIR ALGUMAS
DICAS DE ACORDO COM OS EXERCÍCIOS:
AGACHAMENTO PARALELO:
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AGACHAMENTO SUMÔ:
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Intencione as pontas dos pés como se
você quisesse rodá-las para fora, porém
não existirá o movimento. Para facilitar
você pode imaginar que os pés são
limpadores de para-brisa que realizam a
intenção de movimento em rotação
externa.
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AFUNDO:
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EXISTE UMA ABERTURA IDEAL
ENTRE OS PÉS PARA REALIZAR
OS AGACHAMENTOS?
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Contudo, o que posso sugerir é que existem algumas posições que geram
mais risco para a articulação coxofemoral quando comparadas a outras. Um
exemplo é a posição de agachamento com os pés juntos (Imagem abaixo).
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Como não sabemos o tipo ósseo da região do quadril dos nossos
clientes (a não ser que ele tenha um exame de imagem), realizar
esse movimento com os pés juntos pode aumentar o risco de
impacto femoroacetabular (IFA – Beck et. al., 2005) pois promove
Clique no ícone para
maior aproximação do colo do fêmur no acetábulo. acessar o artigo mencionado
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ESTABILIDADE
COLUNA: E NEUTRALIDADE
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Quanto mais fundo o agachamento, maior a possibilidade da
pelve realizar o movimento de inclinação posterior (retroversão),
consequentemente há uma inclinação no sacro e uma retificação
da coluna lombar.
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Clique no ícone para
acessar o artigo mencionado
Mesmo sem considerar esse risco aumentado, qual seria o motivo de
realizar em pequena quantidade o movimento de inclinação posterior?
Um pequeno aumento na amplitude? Se essa for a resposta, faço outra
pergunta: esse pequeno aumento é capaz de gerar ótimos benefícios?
Não! Portanto, continuo sendo a favor de você orientar os seus alunos
para que não realizem esse movimento quando estiverem fazendo os
agachamentos adicionados de intensidade e/ou volume.
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ORIENTAÇÃO NA SAÚDE DO SEU CLIENTE E
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REFERÊNCIAS
Beck M, Kalhor M, Leunig M, Ganz R. Hip morphology influences the pattern of damage to the acetabular cartilage:
femoroacetabular impingement as a cause of early osteoarthritis of the hip. J Bone Joint Surg Br. 2005;87:1012-8.
G.C. Polesello, E.H.T. Cinagawa, P.D.S.S. Cruz, M.Cd. Queiroz, C.J. Borges, W. Ricioli Junior, et al.Tratamento cirúrgico
para impacto femoroacetabular em um grupo que realiza agachamento Rev Bras Ortop, 47 (4) (2012), pp. 488-492
Ho KY, Blanchette MG, Powers CM. The influence of heel height on patellofemoral joint kinetics during walking. Gait
Posture. 2012;36(2):271–5.
Li, G., L. Defrate, S. Zayontz, S. Park, And T. Gill. The effect of tibiofemoral joint kinematics on patellofemoral contact
pressures under simulated muscle loads. J. Orthop. Res. 22: 802–806, 2004.
Marshall LW; McGill SM. The role of axial torque in disc herniation. Clin Biomech 25: 6–9, 2010.
Powers CM. The influence of abnormal hip mechanics on knee injury: a biomechani- cal perspective. J Orthop Sports
Phys Ther. 2010;40:42-51. http://dx.doi.org/10.2519/ jospt.2010.3337
Schoenfeld, BJ. Squatting kinematics and kinetics and their application to exercise performance. J. Strength Cond. Res
24: 3497-3506, 2010.
Witvrouw E, Callaghan MJ, Stefanik JJ, et al. Patellofemoral pain: consensus statement from the 3rd International
Patellofemoral Pain Research Retreat held in Vancouver, September 2013. Br J Sports Med 2014;48:411–14.
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ANDRÉ ALBUQUERQUE
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