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CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA MILZA

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

MICAEL PORTELA DE OLIVEIRA

LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UM ESTUDO NO NONO ANO


EM UMA ESCOLA DE REDE PÚBLICA MUNICIPAL NA CIDADE DE
GOVERNADOR MANGABEIRA BAHIA

GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2022
MICAEL PORTELA DE OLIVEIRA

LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UM ESTUDO NO NONO ANO


EM UMA ESCOLA DE REDE PÚBLICA MUNICIPAL NA CIDADE DE
GOVERNADOR MANGABEIRA BAHIA

Monografia apresentada ao Curso de


Licenciatura em Educação Física do Centro
Universitário Maria Milza, como requisito
parcial para obtenção do título de graduado.

Orientadora Professora Mestra Jocarla da Conceição Chagas


GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2022

MICAEL PORTELA DE OLIVEIRA

LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:


UM ESTUDO NO NONO ANO EM UMA ESCOLA DE REDE PÚBLICA
MUNICIPAL NA CIDADE DE GOVERNADOR MANGABEIRA BAHIA

Aprovado em __/__/__

BANCA DE APRESENTAÇÃO
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2022
Dedico esse trabalho a minha mãe. A Sra. Mônica Rios Portela de
oliveira e ao meu pai, o Sr. Paulo Alves de Oliveira por sempre
acreditarem em mim, e lutarem para que eu pudesse ser uma
pessoa melhor.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Jesus Cristo por ter me concedido a oportunidade de alcançar mais uma
conquista.
RESUMO

A Educação Física é uma importante disciplina do currículo escolar pois atua de


maneira singular na construção do indivíduo, partindo do objetivo de desenvolver um
cidadão crítico e capaz de intervir com clareza na sociedade. Que para alcançar  tal
feito a Educação Física utiliza os elementos da cultura corporal como o jogo, luta,
dança, esporte, ginastica como ferramentas de construção na intenção de
desenvolver cidadãos em sua totalidade. Contudo alguns estudos têm demonstrado
que o trato com as lutas tem se encontrado em desvantagem na Educação Física
escolar. Entendendo a necessidade do trato com os conteúdos da cultura corporal
no ambiente escolar em específico o trato com as lutas, notou-se a urgência em
pesquisar Como tem se desenvolvido o trabalho pedagógico com as lutas na
Educação Física, no nono ano, no ensino fundamental na escola de rede pública no
município de Governador Mangabeira Bahia? Com a finalidade de responder o
objetivo principal da pesquisa foi traçado três objetivos que são Identificar a
metodologia e a concepção de lutas dos professores de Educação Física; identificar
os possíveis agentes limitadores da prática das lutas na escola; e apontar
possibilidades para o trato pedagógico do conteúdo lutas. A pesquisa em questão é
uma estudo de caráter qualitativo e descritivo, que tem como instrumento de coleta
um questionário que foi aplicado ao professor do nono ano do ensino fundamental,
os dados foram coletados e recolhidos para análise do pesquisador, os dados foram
analisados a luz da fundamentação teórica em destaque o Coletivo de Autores de
1992, e em outras obras que dialogam sobre as lutas na Educação Física escolar.
Identificando que na sede do município de Governador mangabeira só existe um
professor licenciando em Educação Física atuante que trabalha na rede pública, e
que dar aulas ao nono ano do ensino fundamental, este professor tematiza as lutas
no contexto escolar, porém destaca dificuldades estruturais como a falta de espaço
adequado de materiais. Contudo esses elementos não impedem do professor
tematizar as lutas de forma adaptada na escola. Espera-se que a partir dessa
pesquisa sejam colhidas informações pertinentes para a Educação Física escolar e
que contribua no desenvolvimento dos indivíduos em sua totalidade.

Palavras-chave: Lutas. Cultura corporal. Educação Física escolar. Nono ano.


Sumário

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 4
2 REFERENCIAL TEORICO..................................................................................................7
2.1 CONCEPÇÃO DE ESCOLA E CICLOS DE ESCOLARIZAÇÃO...................................7
2.2 CULTURA CORPORAL E EDUCAÇÃO FÍSICA............................................................8
2.3 LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR...............................................................10
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 13
4 CRONOGRAMA................................................................................................................ 15
5 REFERÊNCIAS................................................................................................................. 16
1 INTRODUÇÃO

O que é lutas? Só é possível entender e se aproximar com maior nível de


conhecimento do elemento lutas, quando olhamos para o passado. Segundo o
Coletivo de autores (1992, p.26) as lutas são representações simbólicas de
situações antes vividas pelo homem, e que foram criadas ao longo do tempo e
culturalmente desenvolvidas. As lutas são representações da cultura humana, e isso
é maravilhoso, a partir deste ponto de partida podemos compreender que o ensino
das lutas pode contribuir na construção do próprio homem, o homem produz cultura,
ao mesmo passo que a utiliza para expressar sentimentos e para desfrutar do lazer
(Brasil, 1997, p.28-29). Deste modo, são as lutas parte de uma construção histórica,
pois o homem sempre lutou para conquistar algo, seja num confronto com um
grande animal, até num aspecto cultural manifestando costumes de uma
comunidade, desta maneira ao acompanhar o homem durante a sua trajetória as
lutas acabam por se tornar uma prática totalmente enriquecida pela cultura de seu
povo.
A partir da necessidade de introduzir as lutas na escola, a Educação Física
escolar surge como instrumento que irá permitir alcançar tal objetivo. Temos nesta
pesquisa o problema, a saber: Como tem se desenvolvido o trabalho pedagógico
com as lutas na Educação Física, no nono ano, no ensino fundamental na escola de
rede pública no município de Governador Mangabeira Bahia? O ensino fundamental
compreende no período dos 6 aos 14 anos de idade da criança, que inicia do
primeiro até o nono ano. Compreender como tem se desenvolvido as lutas no ensino
fundamental anos finais em uma escola pública no município de Governador
Mangabeira Bahia é o objetivo da pesquisa em questão, e para auxiliar no processo
da pesquisa científica seguiremos apoiados em três objetivos específicos o primeiro
deles é Identificar a metodologia e a concepção de lutas dos professores de
Educação Física, o segundo é identificar os possíveis agentes limitadores da prática
das lutas na escola, e o terceiro será o de apontar possibilidades para o trato
pedagógico do conteúdo lutas na escola pelos professores do ensino fundamental
na escola de rede pública municipal na cidade de Govenador Mangabeira.

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Atualmente, existem várias ideias ligadas às lutas e seus objetivos, mas o que
sem dúvida é evidente é a necessidade de se analisar tal conteúdo de forma mais
aprofundada, e quando falamos em análise gostaria de conecta-la a análise ao
ensino das lutas na Educação Física escolar, pois é na escola onde será
estabelecida a relação entre as diretrizes de ensino e a sociedade (LOPES, KERR,
2015, p.266).
Mas o dizer da necessidade de tematizar as lutas na Educação Física
escolar? O Coletivo de autores (1992, p.29) define bem o que seria o objetivo da
Educação Física frente às lutas como elemento da cultura corporal, o Coletivo
enfoca que a cultura corporal é um conhecimento da humanidade que precisa ser
tematizado em sala perante os alunos. As lutas fazem parte da cultura corporal
humana, e devem ser trabalhadas em sala de aula, frente aos alunos para que eles
cresçam e entendam o homem em sua totalidade, o Coletivo de autores destaca
também que a ausência do trato sistematizado das lutas em sala de aula, pode
resultar na falta da compreensão total do homem e da realidade que o cerca, ou
seja, quando o conhecimento a respeito das lutas é negado em sala de aula ao
indivíduo, ele se vê desprovido da capacidade de compreender em totalidade a sua
existência frente ao mundo que o rodeia.
O trabalho do professor de Educação Física frente ao desafio de inserir as
lutas no contexto escolar requer bastante empenho, o professor de Educação Física
deve ser dotado de propostas inovadoras, o profissional deve ser sábio para filtrar os
conhecimentos deturpados dos alunos a respeito das lutas, conhecimentos esses
que são fornecidos pela mídia, que oferecem na imagem das lutas conceitos rasos
sobre ela ser um esporte de espetáculo, ou de ser um incentivador a violência,
deixando de lado seus aspectos filosóficos. Logo para aplicar aulas de lutas é
necessário começar com as seguintes observações, o professor deve conhecer as
lutas enquanto conteúdo a ser mediado, o professor deve analisar os recursos
disponíveis na escola que possibilitem o trato com o conteúdo (MADURO, 2015,
p.101).
Apesar das lutas ocuparem um lugar na cultura corporal, e entender que os
elementos da cultura corporal necessitam ser tematizados em sala de aula pelos
docentes, as lutas se encontra em escassez nas escolas, e as respostas mais
pertinentes ao questionamento do por que da ausência do conteúdo lutas em sala

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de aula ou na sua mediação deficiente, giram em torno da justificativa do professor
responsável pelo trato não ter qualificação necessária para mediar o conteúdo, ou
da escola não oferecer uma infraestrutura e matérias para a prática (ALESSI,
BOEIRA, 2017, p.2).
Contudo, o ensino sistematizado das lutas é um elemento muito relevante na
sociedade, pois ao contrário do que alguns indivíduos entendem as lutas não
incentivam a agressividade, mas, ajudam a canalizar toda espécie de violência para
fora do ser humano, uma vez que a partir do momento em que ocorre o trato
planejado e sistematizado do conteúdo lutas na Educação Física escolar, o indivíduo
recebe a oportunidade de desfrutar das práticas corporais no campo das lutas,
crescendo com a oportunidade de compreender o mundo em sua totalidade. Logo
trabalhar as lutas na escola é uma oportunidade ímpar de utilizar uma prática que
popularmente é mal vista pela sociedade, por estar associada a brigas, em um
instrumento pedagógico através do ensino e aprendizagem, aperfeiçoando
habilidades motoras e psicológicas. É importante lembrar que o professor ao mediar
às aulas deve planeja-las de maneira bem criativa, e entender que ensinar as lutas,
não é apenas ensinar uma série de movimentos, mas é necessário ensinar
conceitos e princípios das lutas que iram colaborar para uma vida em sociedade
(CORRÊA, 2010, p.20).
O estudo em questão justifica-se mediante ao entendimento de que o
conteúdo lutas é um elemento de extrema relevância na cultura corporal, e embora
seja dotado de preconceito pelo mito de incentivar a violência, ele deve ser
trabalhado desde cedo, sendo mediado pelos professores em sala de aula por meio
da Educação Física escolar. Com isso investigar o trato com o conteúdo lutas no
ensino fundamental é de suma importância para o desenvolvimento humano, visto
que a introdução do conteúdo lutas na Educação Física escolar oferece inúmeros
benefícios, destacando-se o desenvolvimento motor, cognitivo e o afetivo social de
forma a contribuir para o desenvolvimento do indivíduo. É importante destacar que
tal estudo investigativo possui relevância no campo acadêmico e profissional, pois
fornece subsídios para intervenção, visto os resultados, e também oferta durante
toda construção a experiência de enriquecer as vivencias na formação acadêmica
no campo de atuação do professor de Educação Física licenciado. Contudo é

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permitido estender também tal relevância ao âmbito social no tocante aos mitos a
respeito da prática das lutas pelo indivíduo.
A pesquisa se dar no nono ano do ensino fundamental por ser o único período
escolar da instituição escolhida em que ocorre o trato das lutas. O estudo é uma
pesquisa de abordagem qualitativa de cunho descritivo, que foi realizado numa
escola municipal de rede publica na cidade de Governador mangabeira, a escola se
caracteriza por ser uma escola de grande porte com uma média de 1.000 alunos, 34
turmas em atividade, e oito turmas do nono ano, quatro turmas pela manhã e quatro
pela tarde. Como instrumento de coleta da pesquisa, foi entregue um questionário
ao professor de Educação Física, contendo oito perguntas socioprofissionais e oito
perguntas diretamente ligadas ao conteúdo lutas o professor teve cinco dias para
responder e devolver o questionário, junto ao questionário foi entregue ao professor
o termo de consentimento livre e esclarecido, que foi assinado pelo professor. Para
análise dos dados foi utilizado a análise de conteúdo, nesta análise os dados
coletados foram organizados e agrupados depois foram confrontados com as bases
teóricas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1 CONCEPÇÕES DE ESCOLA E CICLOS DE ESCOLARIZAÇÃO

A escola é um lugar incrível onde são formados cidadãos conscientes da


realidade social ao qual estão inseridos, nela os indivíduos ultrapassam o senso
comum e obtém o acesso a conhecimentos científicos, que são sistematizados para
cada faixa etária de sua vida, na escola o acesso ao conhecimento é socializado e
democratizado na tentativa de alcançar a construção de indivíduos éticos, que
contribuam na estruturação de uma sociedade forte e unitária, o Coletivo de autores
(1992) faz referência a uma escola que desenvolve a reflexão pedagógica do aluno
sobre os conhecimentos, uma escola que entenda a realidade social vigente
possibilitando uma leitura da realidade por parte do aluno, com pontos de vista reais
da classe trabalhadora viabilizando mudança sociais, de maneira que o aluno
compreenda os elementos a partir de uma perspectiva sócio histórica, realizando um
processo de escolarização no homem. Visto a concepção de escola crítica e
reflexiva é interessante quando pensamos e relacionamos à reflexão que a escola
propõe aliada a cultura corporal, nisto temos uma reflexão crítica dos elementos da
cultura corporal, elementos universais que necessitam serem compreendidos pelos
alunos na escola, tais elementos ajudam a caracterizar uma proposta de escola que
desenvolve uma pedagogia crítica superadora.
É na escola que se estabelece o ato de educar, dentro da escola é que se
estabelece o processo de humanização do ser humano tendo como base os saberes
científicos acumulados e sistematizados de geração em geração, é nessa relacao
que homens vão formando homens ao longo do tempo.

As aquisições do desenvolvimento histórico das aptidões humanas não são


simplesmente dadas aos homens nos fenômenos objetivos da cultura
material e espiritual que os encarnam, mas são aí apenas postas. Para se
apropriar destes resultados, para fazer deles as suas aptidões, “os órgãos
da sua individualidade”, a criança, o ser humano, deve entrar em relação
com os fenômenos do mundo circundante através de outros homens, isto é,
num processo de comunicação com eles. Assim, a criança aprende a
atividade adequada. Pela sua função este é, portanto, um processo de
educação (LEONTIEV, 2004, p. 290).

Dentro dessa linha de pensamento encontra-se o trabalho aliado ao ato de


educar os seres humanos como forma intima e intencional de produzir humanidade

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nos indivíduos (SAVIANI,2003,p.13) então certamente pode-se afirmar que o
objetivo da educação frente aos indivíduos junto aos ciclos de escolarização é

À identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos


indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de outro
lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para
atingir esse objetivo. (SAVIANI, 2003, p. 13)

Dentro do contexto escolar o conteúdo não são tematizados de forma


aleatória ou despretensiosa, os conteúdos abordados no contexto escolar pelos
professores ocorrem de forma sistematizada e adaptável seja qual for a matéria, os
conhecimentos são ensinados de forma espiralada seguindo uma lógica processual
de evolução por onde os alunos são tentados a interpretar, compreender e explicar o
conteúdo de ensino. Dentro do contexto escolar o senso comum deve ser deixado
de lado e o saber cientifico deve ser tratado de forma sistematizada, na pergunta o
que ensinar na escola, Saviani descreve o que deve ser ensinados aos indivíduos
dentro do contexto escolar, ele se refere ao clássico, como sendo objeto de ensino e
traduz o clássico como
Clássico é aquilo que resistiu ao tempo, tendo uma validade que extrapola o
momento em que foi formulado. Define-se, pois, pelas noções de
permanência e referência. Uma vez que, mesmo nascendo em
determinadas conjunturas históricas, capta questões nucleares que dizem
respeito à própria identidade do homem como um ser que se desenvolve
historicamente, o clássico permanece como referência para as gerações
seguintes que se empenham em apropriar-se das objetivações humanas
produzidas ao longo do tempo. (SAVIANI e DUARTE, 2012, p.31)

Os processos de ensino são regidos por ciclos, chamados ciclos de


escolarização. São 4 os ciclos de escolarização, o primeiro ciclo é o momento onde
os conteúdos devem ser organizados para que ocorra a identificação da realidade,
trabalhando com experiências sensíveis, associando e classificando os elementos, o
segundo ciclo ocorre o inicio da sistematização do conteúdo, é nesse período que o
abstrato vai se confrontando com a realidade e nisto se estabelece nexos e saltos
qualitativos são alcançados chegando ao ciclo de escolarização que será o objeto
de nossa atenção, o terceiro ciclo, que vai da 7º a 8º série que é caracterizado por
ser um ciclo em que os conteúdos são tematizados de maneira mais ampliada, os
conteúdos tratados em sala de aula são tratados numa logica dialética e materialista,
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de modo que sua compreensão se dê de maneira histórica, em decorrência disto o
indivíduo adquire uma nova leitura da realidade com referências mais ampliadas.
Nisto o aluno expande suas referências conceituais na sua mente, seu pensamento
agora reconstitui a situação discutida, ele reconhece os dados da realidade através
do pensamento teórico (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Compreendendo o quarto ciclos estão os alunos da 1° a 3° série do ensino
médio onde os conteúdos são aprofundados de maneira crítica de forma mais
intensa, nele o aluno adquire uma relação mais pessoal com o objeto, neste ciclo o
aluno estabelece uma relação direta e consciente do saber cientifico. (COLETIVO
DE AUTORES,1992).
Entendo os ciclos de escolarização e seu papel singular no processo de
construção individual do cidadão, é possível vislumbrar o prejuízo quando o clássico
das lutas é negado aos seres humanos, quando o conteúdo lutas não é tematizado
nos ciclos de escolarização o indivíduo se desenvolve de forma prejudicada pois o
teve acesso a todos os aspectos da cultura corporal.

2.2 CULTURA CORPORAL E EDUCAÇÃO FÍSICA

Após apresentar a concepção de escola e seu papel para com os indivíduos,


e falar um pouco sobre as características do ciclo de escolarização ao qual vamos
estudar, vamos entender agora alguns conceitos relacionados a cultura corporal,
Educação Física e lutas para então possuir subsídios suficientes para compreender
e formular pensamentos concretos a respeito das lutas e a sua introdução na
Educação Física escolar. Vários autores estabelecem diálogos interessantes sobre
os temas anteriormente citados, contudo traremos as contribuições mais relevantes
a respeito de cada ponto mencionado.
Para dar início a discussão trazemos a definição de cultura corporal por
Daolio (2004) que vem nos informar que o ser humano é um sujeito cultural que está
em continua construção de sua própria cultura, sendo ele também construtor e
recriador de seus próprios aspectos corporais. A cultura humana é riquíssima em
vários aspectos, os homens ao longo de toda sua vida aqui na terra foram
construindo a sua existência, ele se apropria dos conhecimentos construídos ao
longo da história por meio do processo da educação, ou seja, todo conhecimento
cultural antes produzido é por ele recebido e internalizado, e a partir deste momento
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o homem ao mesmo tempo em que vive experiências já vividas ele reconstrói seu
próprio modo de viver.
Mais o que podemos então afirmar sobre a cultura corporal da humanidade?
Segundo o Coletivo de autores (1992, p.26) a cultura corporal se traduz por ser a
mais fina expressão do homem, nela podemos observar o que o homem vem
desenvolvendo e vivendo durante todos esses anos de existência no planeta, a
cultura corporal descreve o mundo e a evolução humana, ela é a representação dos
movimentos historicamente criados e culturalmente desenvolvidos. Mas porque dizer
que a cultura corporal descreve a evolução humana? A cultura corporal foi passada
de ser humano a ser humano de forma que os auxiliou no desenvolvimento corporal,
um belo exemplo é a postura do homem que passou de quadrúpede a uma postura
bípede, esta mudança foi alcançada através das adversidades do meio e da
necessidade de superá-las. Nisto foi estabelecido uma relação entre seres de
aprendizado mútuo um para com os outros que resultou numa cultura corporal de
uma espécie.
Entendendo a riqueza presente na cultura corporal humana, e da necessidade
de trabalhá-la em sala de aula pelo professor de Educação Física licenciado, quais
ferramentas poderíamos utilizar na mediação desse conhecimento? A Educação
Física é a resposta, ela vem para sistematizar este conhecimento para os indivíduos,
tendo em vista as construções e necessidades históricas que foram responsáveis
pela criação e desenvolvimento do ser humano e tudo que ele produz.
Após descobrir a ferramenta de ensino que torna acessível o trato da cultua
corporal humana, podemos trazer o seu conceito, segundo o coletivo de autores
(1992, p.33) a Educação Física é uma área de ensino também desenvolvida no
campo escolar, que através do professor de Educação Física trabalha os elementos
da cultura corporal que são o jogo, luta, dança, ginastica e esporte. Estes elementos
fazem parte da história e desenvolvimento humano, fundamentado em tudo que o
homem foi desenvolvendo na área do movimento, de maneira que a Educação
Física ao se apropriar da cultura corporal se apossa de tais elementos que foram
rigorosamente organizados e estudados, então como um mediador entre o
conhecimento cientifico e o indivíduo, o professor se põem afim de mediar o
conteúdo de maneira sistematizada a seus alunos.

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É fácil notar a presença do trato da Educação Física na sociedade, os jogos já
começam muito cedo aliado as brincadeiras dentro do mundo infantil, e movimentos
tão artísticos como rolar e saltar soam de forma tão natural quanto existência das
crianças, e nesse compasso a vida já dar uma previa da prática sistematizada que
pode vim num ensino da ginástica, contudo o que mais impressiona é a capacidade
que a Educação Física possui em transformar vidas a partir do ensino que crítico
dará a possibilidade do indivíduo a fazer uma leitura da realidade em que ele está
inserido, tudo isso acontece quando o indivíduo tem a oportunidade de desfrutar dos
elementos da cultura corporal no âmbito escolar. (COLETIVO DE AUTORES, 1992,
p.43), Outro ponto que não poderia passar despercebido sobre a Educação Física, é
sua capacidade em desenvolver nos alunos uma consciência social, os conteúdos
trabalhados de forma dialética e materialista garantem uma reflexão social de
classes, os indivíduos se sentem parte de um todo, se sentem parte de um contexto
histórico, e essa consciência é essencial para cada ser, pois a partir deste
entendimento ele pode agir a favor de uma transformação cultural da comunidade e
de mudanças no domínio popular.

2.2 SURGIMENTO E CONCEITO DAS LUTAS

Ainda não é possível afirmar com maior índice de exatidão em qual momento
histórico exato as lutas foram criadas, o certo é que se pode concluir de forma
assertiva que as lutas surgiram junto com os seres humanos, muito antes da sua
sistematização em sala de aula ou da maneira que vemos hoje nos esportes dentro
do mundo capitalista. As lutas nasceram e se desenvolveram junto ao homem como
objeto intimo e pessoal de cada espécie, uma vez que em cada lugar do globo
diferentes tipos de lutas surgiram de acordo com o modo de viver de cada
sociedade, baseado em seus princípios filosóficos e nas suas necessidades
vigentes. Trusz e Nunes (2007, p.181) falam a respeito do surgimento das lutas
dizendo,

uma incógnita dentro do campo das pesquisas. Pois, segundo investigações


feitas por arqueólogos em pinturas encontradas nas cavernas, são tão
antigas quanto à existência do homem no mundo desde os primórdios da
humanidade, o homem lutou com os animais e com o outro para conseguir
os seus alimentos, sua companheira e a conquista do seu território. Para
eles, eram utilizadas basicamente uma forma de ataque e defesa em prol da
conquista. Com o tempo elas foram ganhando novos elementos, perdendo
outros, evoluindo conforme a cultura em que estavam inseridas.
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Certo é que as lutas se constituíram no passado como modo especial de
sobrevivência no meio hostil então desde quando o homem precisou sobreviver o
homem precisou lutar sendo ela a priori utilizada como modo de sobreviver,
Lançanova (2006, p.12) diz,

É provável que a luta tenha surgido nos primórdios da civilização humana,


junto com a necessidade do homem de defender-se de inimigos ou animais,
de atacar ou caçar com mais eficácia. Nesta fase toda forma de combate
seria travada de forma instintiva, sem as técnicas.

O ato de lutar é uma pratica inerente ao individuo, e ao seu desenvolvimento,


no mundo as lutas dizem muito sobre o ser humano e da relação que existe entre o
ser humano e a natureza, desta maneira seguramente entendemos sendo as lutas
uma construção histórica porque elas nasceram e se desenvolveram junto ao
homem, lutar não era somente uma questão de sobrevivência, mais também lutar
para se expressar intimo e culturalmente, lutar passa a ser uma forma de expressão
corporal e social construída pela humanidade, fundamentada culturalmente.

A partir disso as lutas ganham um significado maior, ou seja, lutar como


forma de resistência, preparação para guerra, defesa pessoal e combate, nesse
aspecto lutar se torna mais que uma ação mais numa construção de identidade
individual e social do individuo. E na mediada que a sociedade foi se desenvolvendo
e as necessidades foram sendo alteradas as lutas passaram a ter um caráter
diferente do inicial, no que se diz respeito aos objetivos dos primórdios da
humanidade.

Então apoiado pelo Coletivo de Autores (1992), Lançanova (2016), Brasil


(1997) Trusz e Nunes (2007), pode-se concluir que as lutas são uma representação
histórica da humanidade, representações que foram historicamente desenvolvida e
culturalmente fundamentada a partir da necessidade humana presente, necessidade
que ao longo do tempo foi se modificando e consequentemente modificou as lutas.

2.4 LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

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Após entendermos os conceitos de cultura corporal e Educação Física,
partiremos para o objeto de estudo, vamos ao trato das lutas. Mas o que tem haver
as lutas com a Educação Física escolar? Como tem se dado o trato das lutas? Quais
as problemáticas encontradas? A seguir desdobraremos todos esses e outros
questionamentos a respeito do trato das lutas na Educação Física escolar.
As lutas, assim como os jogos, ginástica, dança e os esportes, fazem partem
da Educação Física, e são elementos que constituem a cultura corporal humana,
creio que este aspecto já tenha ficado bem claro, partindo desse ponto as lutas
devem ser inseridas no contexto escolar assim como todos os outros elementos da
cultura corporal pois como já visto corroboram na construção do homem em sua
totalidade. Nisto servem as lutas como auxilio pedagógico para o professor em
Educação Física, sendo as aulas contextualizadas na historicidade cultural do
homem, (FERREIRA, 2006, p.37), contudo não é isto que temos visto nas escolas,
embora seja objeto integrante da Educação Física as lutas dificilmente são
tematizadas em sala de aula, ou fora dela pelo professor, são inúmeros fatores que
explicam essa ausência. Contudo gostaria de destacar neste paragrafo aquele que
penso ser o principal entre os estudos, este fator se chama preconceito, em diversas
pesquisas são encontrados vários aspectos que inibem a pratica do conteúdo lutas
na Educação Física escolar, que vão desde aspectos da formação do próprio
docente até déficits econômicos e estruturais no ambiente escolar. Na maioria dos
casos, as lutas são associadas socos, chutes e golpes que vão machucar ao
semelhante, com isso é deixado de lado seus aspectos filosóficos e princípios
morais (ALESSI, BOEIRA, 2017).
Nascimento e Almeida (2007, p.93) ao discutirem sobre aqueles que seriam
os agravantes da ausência das lutas na Educação Física escolar, destacam a falta
de vivencias dos próprios docentes em sua formação acadêmica, o que resultaria
numa ausência na aproximação com o conteúdo lutas, o que pode acarretar numa
incapacidade imediata em tratar o conteúdo de forma natural em sala de aula. Junto
a este agravante, os autores destacam a preocupação que existe entre os
professores nas lutas serem um incentivador da violência, sendo assim se
caracterizando inapropriado seu trato na escola, o interessante é que se o docente
em seu período de formação acadêmica tivesse a aproximação correta e necessária
com o conteúdo lutas, saberia de forma concreta como a trabalhá-la frente aos seus

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alunos, e de maneira mais clara possível que seu ensino é contrário a violência, ou
seja uma formação correta do professor em Educação Física diminuiria
significativamente seu receio e seu mal entendimento a respeito ao trato das lutas
na Educação Física escolar. Todavia é importante destacar que ainda que seja
negado ao docente as aproximações em sua formação a respeito das lutas, isso não
significa dizer que o mesmo não possua capacidade em sistematiza-la em sala de
aula. Nascimento e Almeida (2008) trazem em pesquisa que o professor pode sim
tratar as lutas em sala de aula mesmo sem ter o conhecimento de um especialista
na área ou na modalidade em questão, o professor pode tematizar as lutas desde
que seu objetivo seja a produção de conhecimento a respeito das lutas e não na
produção de atletas.
Então quais as contribuições que as lutas oferecem na Educação Física
escolar? O ensino sistematizado das lutas trazem benefícios psicomotores a
exemplo do ensino do Tae-kwon-do que ensina valores que perpassam a cortesia,
integridade, perseverança e o autocontrole, visto isso o que dizer de uma luta que
ensina autocontrole? Como é possível pensar que seu ensino desenvolva em seus
praticantes a agressividade? As lutas ainda contribuem na cognição do aluno
quando os mesmos precisam formar estratégias para sua pratica (ALESSI, BOEIRA,
2017). Endossando os benefícios das lutas, vamos abordar as vantagens físicas
construídas através das lutas, dentre elas destaca-se a possibilidade de um corpo
condicionado, e a construção de habilidades motoras como a lateralidade, controle
do equilíbrio corporal, ganho de massa muscular e a noção do seu próprio corpo no
espaço (FERREIRA, 2006, p.39).
As lutas proporcionam muitos aprendizados a respeito do viver em
pluralidade, dentre eles destacamos algo bem importante que é a vivência entre o
fracasso e o sucesso, ao passar por situações de vitórias e derrotas nas lutas o
aluno é instigado a refletir a respeito de cada momento, pois ambas as situações
estão inerentes a pratica das lutas assim como na sua vida tanto particular quanto
em sociedade. Os professores em Educação Física devem abarcar suas aulas
referentes ao conteúdo lutas de aspectos como pensamento autônomo, criticidade e
emancipação para construir assim conhecimentos que tenham significado e
proposito para seus alunos e o meio em que eles estão inseridos (NASCIMENTO,
ALMEIDA, 2007). O conteúdo lutas quando trabalhado de forma sistematizada na

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Educação Física escolar produz grandes avanços e saltos qualitativos
importantíssimos, segundo Santos (2014) diz:

O aluno ao se aproximar deste conteúdo na escola, ele terá a oportunidade


de aprender algumas informações sobre as lutas apresentadas, desde a
necessidade de sua existência, como evoluiu e o que levou a sua
resistência até os dias atuais, desenvolvendo habilidades motoras e
coordenativas, aprimorado a concentração, características típicas
necessárias a luta e principalmente o respeito ao próximo, já que a luta tem
formalidades e um depende do outro para a prática. Esses conhecimentos
são variáveis nas diferentes lutas, mas o conceito deles se equivale entre
todas elas.
Toda luta possui uma época, um momento situado na história e um
local onde se originou, bem como uma própria evolução histórica. No
entanto, o desenvolvimento de algumas delas, dependeu, ou até mesmo,
colheu informações de outras já existentes, para sua criação
(SANTOS,2014, p.25-26)

É impressionante pensar nas imensas contribuições que as lutas tem sobre o


indivíduo, são ricas as possibilidades de crescimento físico e intelectuais a partir de
um trato sistematizado. Nascimento (2018, p.46) expõem caminhos criativos para os
professores de Educação Física trabalhar as lutas em sala de aula nos anos finais
do ensino fundamental, é sugeridos pesquisas, leituras, e debates a respeito das
lutas, exposições para análise de vídeos e filmes também vem para agregar, e
sempre que possível o professor deve oportunizar vivências práticas de elementos
técnicos e aspectos táticos básicos e específicos no campo das lutas. Mediante a
essa série de elementos é aberto um leque de possibilidades no manejo de
atividades para uma aula. O professor com seu olhar crítico e cientifico a partir do
seu objeto de estudo poderá alavancar discussões que se direcionadas de forma
correta irão contribuir para o aprendizado dos alunos.
A necessidade em tematizar o conteúdo lutas na Educação Física escolar
também se estabelece na beleza de uma construção cultural formada a partir do ato
de educar, trazer a mostra uma das armas do arsenal cultural da humanidade é sem
duvida um dever que necessita ser imputado no leque de possibilidades que
compõem a dinâmica do ensino e aprendizado na educação da humanidade por
meio da Educação Física escolar, visto que o conteúdo lutas e seus elementos se
mostram inerentes a condição dos seres humanos desde os tempos mais remotos,
em que o homem possuía seu corpo como sua maior arma de sobrevivência em
ambientes hostis. Negar esse conhecimento é negar a cultura do movimento a seres

21
constituídos pelo mesmo, é negar o ser humano a oportunidade de criar uma
identidade social concreta, e que de forma direta fere a relação que existe e que
precisa ser estimulada entre o ser humano e a forma a pela qual ele se relacionar
com o mundo a sua volta.
.
2.5 DIFICULDADES NO TRATO COM AS LUTAS

As lutas como conteúdo da Educação Física encontra muita dificuldade no


seu trato na escola e na sua valorização na sociedade, muito por conta de ideologias
equivocadas a despeito da pratica das lutas, estas ideologias são enraizadas num
conceito social mais conhecido como senso comum, que entende as lutas como
sendo incentivadoras da violência no âmbito escolar e social, esta ideia equivocada
provocada por uma mídia focada no entretenimento provocou uma descriminação
com as lutas desde muito tempo, e esta é uma dificuldade que vem desde os
tempos da colonização com a pratica da uka uka e da capoeira, que embora sejam
praticas culturais provindas dos povos elas não eram aceitas na sociedade como
atividades de boa índole (JUNIOR,2006, p.3). Contudo ao entender os benefícios
das lutas quanto atividade capaz de canalizar a violência, e o sentimento agressivo
do individuo e administrar valores junto ao seu próximo no tocante a regras, respeito,
disciplina e autocontrole, direciona outros olhares a respeito da sua pratica, esses
elementos que quando agregados a vivencia do ser humano tem o poder de
controlar e reduzir os níveis de violência dentro da sociedade.

Outro fator de extrema importância que ao longo dos anos vem deixando a
desejar e tem sido um dos principais agravantes dentre as dificuldades no trato com
as lutas na Educação Física escolar é formação escassa dos professores de
Educação Física, pois pouco é tratado em seus currículos de formação acadêmica a
despeito das lutas como conteúdo das aulas, e suas modalidades esportivas e
filosofias culturais que muito tem a somar na construção do individuo. Sendo a
ausência ou o trato escasso com o conteúdo lutas na formação dos professores é
um forte agravante para perpetuar as ideologias equivocadas a respeito das lutas e
sua importância social, corroborando com a má formação do professor encontramos
a falta de materiais e equipamentos específicos no âmbito escolar, o que revela um
problema estrutural de politicas publica voltada a valorização das lutas desde o
contexto escolar.
22
Nisto é possível notar que a pratica das lutas como conteúdo escolar nunca
foram pensadas de forma a serem tratadas em sala de aula visando trabalhar na
sociedade os seus princípios. Então os professores chegam às escolas sem
conhecimento cientifico suficiente para tratar as lutas frente aos estudantes, pois na
sua formação tal conteúdo não foi trabalhado de forma a suprir as necessidades de
aprendizado, sem equipamentos escolares, diante de uma sociedade mergulhada
dentro de um senso comum equivocado sobre o trato das lutas, o professor neste
cenário se encontra com receio de trabalhar um conteúdo de seu fraco domínio e
que ainda que é discriminado pela sociedade, nisto o conteúdo das lutas é deixado
de lado e perde a possibilidade de contribuir historicamente com a sociedade.

2.6 FUNÇAO SOCIAL DAS LUTAS

Mas então após explanar tantas dificuldades sobre o trato com as lutas e as
inúmeras mudanças que necessitam serem tomadas para redirecionar seu ensino e
aprendizado desde a formação de professores ate o trato dentro do contexto
escolar, vem à pergunta, qual a função social das lutas? No que as lutas podem
contribuir na construção individual e coletiva no meio e que a mesma esta inserida?
Primeiro é importante salienta que o trato com as lutas no ambiente escolar é
essencial dentro da nossa discussão visto que segundo o COLETIVO DE AUTORES
(1992, p.20) quando fala do dever social da escola diz que “o conhecimento
cientifico ou saber escolar é o saber construído enquanto resposta as exigências do
seu meio cultural informado e pelo senso comum.” Hoje a demanda cultural baseado
no senso comum que vê com maus olhares as lutas requer da escola o papel social
de conduzir de forma assertiva a necessidade de uma nova compreensão do
conteúdo luta utilizando o conhecimento cientifico de forma sistematizada na
condução de um novo olhar.

Entendendo o papel social da escola conferimos a mesma a função de


através do saber cientifico promover uma transformação social, inserindo o trato das
lutas não como notamos em academias ou clubes que insistentemente acabam por
ganhar um víeis competitivo, mas de inserir as lutas como conteúdo da Educação
Física no contexto escolar de forma critica problematizando questões de resistência,
contextualizar filosofias, discutir lutas de classes e questões de gêneros, trabalhar as
23
lutas de forma critica é um dos primeiros passos para alcançar a função social das
lutas na sociedade. Outro ponto de extrema importância é o resgate histórico que o
trato com as lutas possibilitam, o docente pode através do trato com as lutas
resgatar aspectos culturais da sociedade que pouco são valorizadas como o trato
com lutas indígenas e as lutas africanas, e por meio disso trabalhar questões de
estereótipos étnicos raciais que permeiam a população brasileira
(JUNIOR,2006,p.7).

Esta é a uma das principais funções sociais das lutas resgatarem valores
históricos e corroborar na construção social e individual do individuo. Nisto é
interessante notar que o professor não precisar ser um exímio conhecedor das lutas
enquanto seus golpes e técnicas para tratar as lutas como conteúdo da Educação
Física.

Proposta não é a de formar professores que tenham um sem número de


técnicas, mas que sejam capazes de discutir o fenômeno cultural das lutas e
resgatar nelas os elementos que possam contribuir para o repertório de
atividades e conteúdos que fazem parte dos programas de Educação Física
escolar. (JUNIOR,2006,p.8)

24
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Mediantes as questões abordadas neste trabalho e o entendimento da


necessidade do trato com o conteúdo lutas nada Educação Física escolar,
considerando as implicações da negação com o trato do conteúdo lutas pelos
professores de Educação Física frente os alunos em salada de aula, e na ausência
de instrução necessárias aos professores no seu currículo de formação acadêmica.
Tendo como questionamento principal Como tem se desenvolvido o trabalho
pedagógico com as lutas na Educação Física, no nono ano, no ensino fundamental
na escola de rede pública no município de Governador Mangabeira Bahia? Trago a
discussão os dados obtidos após a pesquisa realizada ao professor formado em
Licenciatura em Educação Física atuante na rede de ensino municipal na cidade de
Governador Mangabeira referente ao nono ano numa escola publica.
Na pesquisa apenas um professor foi entrevistado, pois somente o mesmo
atendeu aos critérios da pesquisa que foram previamente estabelecidos, ao
professor em questão chamaremos de professor A. O professor A possui formação
em licenciatura em Educação Física e assume veementemente que é adepto da
abordagem critico superadora e que a utiliza como guia no trato com os
conhecimentos em suas aulas.
O Professor A é responsável por oito turmas do nono ano, quarto turmas pelo
turno matutino e quatro turmas no turno vespertino, no tocante as questões
socioprofissionais o professor A atua a demostrou ser muito experiente na Educação
Fisca escolar atuando na mesma por 17 anos possuindo especialização em
Atividade Física Adaptada à Saúde.
Quando questionado se possui algum curso especifico na área das lutas o
professor A respondeu que não tinha nenhum curso, contudo um aspecto bem
importante que deve ser levado em consideração é que o quando indagado se ele
trabalhava as lutas no contexto escolar ele respondeu que sim que a dezessete
anos as trabalha ou seja que desde o inicio da docência as ministra o conteúdo lutas
em sala de aula, isso nos trás uma concordância muito significativa quando
Nascimento e Almeida (2008) nos diz que não é necessário que o professor seja
dotado de métodos e técnicas para ministrar as lutas em sala de aula, mas deve o
professor ser criativo e para ser um mediador de conhecimento para os estudantes,
não com o objetivo de formar atletas visto que o professor naquele instante não
25
possuí instrumentalização necessária para tal, mas ser o professor um condutor
reflexões e praticas que possibilitem os alunos desfrutar das praticas corporais, de
maneira que isso se torna muito assertivo quando o professor A opta pela
abordagem critica superadora que possui um víeis mais critico e reflexivo a respeito
das relações sociais e das praticas corporais, demonstrando por fim que a ausência
de um conhecimento aprofundado referente ao conteúdo lutas pelo professor de
Educação Física não é justificativa para que não haja o trato das lutas em sala de
aula
Inicialmente quando o professor A foi questionado com a pergunta de qual é
a sua concepção de lutas, o professor A respondeu: “considero as lutas como um
importante elemento da cultura corporal, que é fruto da atividade humana, cujas
categorias, princípios e leis surgem da interação do homem com o meio social,
econômico, político e nos conflitos causados pelos diferentes interesses de classes”.

A partir dessa resposta é possível notar de como a abordagem critico


superadora está inerente a concepção de lutas do professor A, e de como ele
dialoga com o Coletivo de Autores (1992) em sua fala quando fala que reconhece as
lutas como elemento da cultura corporal e corrobora com Trusz e Nunes (2007),
Coletivo de Autores (1992) quanto entende às lutas como um processo histórico que
sofreu transformação sociais pois foi influenciada pela sociedade. As lutas que
vemos hoje são reflexos da sociedade presente, por isso em cada parte do mundo
existem diferentes tipos de lutas com conceitos filosóficos próprios pois foram
baseadas no modelo social de e da necessidade presente num dado momento
histórico da humanidade.

Quando questionado sobre como são desenvolvidas as aulas sobre o


conteúdo lutas na Educação Física escolar, o professor A respondeu: “Realizamos
roda de conversa sobre o tema, apresentação do conteúdo e avaliação de forma
processual”. A forma pela qual o docente articula as palavras nos faz refletir que
existe um processo por etapas na mediação do conhecimento para com os alunos, a
roda de conversa em primeiro momento possibilita ao professor saber em qual
estágio de aprendizado e qual o nível de conhecimento os estudantes se encontram
para a partir desse estágio estabelecer sua trajetória de ensino, é na roda de
conversa que o professor conhece a realidade do aluno pra então a partir da
realidades do aluno apoiado na abordagem critico superadora que é a abordagem
26
base das aulas do professor poder intervir na construção do aprendizado, pois é
desta maneira que a abordagem critico superadora trata os processos
metodológicos no tocante as relações de aprendizado dentro da sala de aula, onde o
aluno é instigado a aprender por meio da realidade social, é nela que a vivência
diária é confrontada com questões científicas, e os elementos da cultura corporal
são tematizados de maneira critico-reflexivo.

Outro ponto importante que podemos extrair das respostas só professor A é


quando ele mencionar que seu método avaliativo é contínuo e processual, quando
analisamos estas duas palavras conseguimos identificar uma avaliação que vai se
desenvolvendo ao longo de um trabalho, e não só em dado momento, uma
avaliação que segue estágios e processos dentro do aprendizado do conteúdo, o
processo avaliativo segundo o Coletivo de Autores (1992) não deve ser utilizadas
para determinar melhores ou piores, para medir técnicas ou para classificar ou para
desclassificar alunos, mas para orientar o professor a respeito dos saltos qualitativos
alcançados pelos estudantes e do objetivo de alcançar a autonomia crítica da
realidade para que haja uma formação lógica e dialética a do pensamento humano
seguindo propósitos de intercede da classe trabalhadora.

Quando confrontado com a pergunta de quais são os principais desafios que


dificultam seu trabalho pedagógico com as lutas no ambiente escolar? O professor A
respondeu; “A falta de espaço e equipamentos adequados”. O professor responsável
também relatou que o colégio em questão esta sem quadra, e que quando precisa
utilizar uma quadra para desempenhar seu trabalho ele tem que se deslocar junto
aos alunos a quadra poliesportiva localizada no centro da cidade de Governador
Mangabeira.
Não é de hoje que a falta de investimentos em espaços públicos de
educação é vista como um agravante negativo dentro de aspectos culturais para os
indivíduos, a escassez de materiais e espaços para o trato com as praticas
corporais, sejam eles dentro ou fora do ambiente escolar revelam um problema de
caráter governamental, e na necessidade de ações dos poderes públicos, com
politicas publicas que valorizem a cultura corporal em espaços abertos e fechados
na sociedade.
A falta de materiais para a realização das lutas no contexto escolar dificulta o
aprendizado dos alunos, pois os objetos culturais, vestimentas, equipamentos
27
provenientes das lutas corroboram também com a apropriação cultural necessária
para o desenvolvimento humano, a respeito da pratica corporal a exemplo, pode-se
citar o berimbal na capoeira, as luvas para o boxe, o quimono para o judô, o tatame
para diversas praticas, se os alunos não possuem aproximação com estes
elementos no ambiente escolar dificilmente ele vai conseguir ter acesso fora da
escola, estes objetos são necessários ao aprendizado, pois cada elemento cultural
possui suas particularidades e traz consigo sua historicidade, por isso se faz
importante que a escola possua a maior gama possível de elementos que favoreçam
as praticas corporais para que ocorra a apropriação cultural e assimilação dos
objetos culturais que fazem parte da construção histórica da humanidade.
Sabendo da importância dos materiais no ensino e aprendizado do conteúdo
lutas Rufino e Darido (2015) apontam uma opção muito pertinente para a falta de
materiais didáticos pedagógicos no ensino da s lutas no contexto escolar, os autores
reconhecem que essa é uma das limitações pertinentes no trato das lutas na
Educação Física escolar e aconselham a necessidade de confeccionar materiais
para as lutas, e na adaptação da pratica das lutas nas escolas, e quando falamos
em adaptações falamos tanto em aspectos físicos quanto em aspectos
metodológicos de ensino.
O professor deve ser criativo e muitas das vezes sair da sua zona de
comodidade a fim de oferecer aos alunos um conteúdo diversificado e atraente que
fuja de aspectos tradicionais de ensino, com a confecção de objetos artesanais que
produzam aproximação dos estudantes com o conteúdo das lutas no meio escolar.
Ainda quando foi questionado sobre o que deve ser feito pela escola e pelos
professores a fim de melhorar o trato das lutas no ambiente escolar, o professor A
respondeu: “A escola precisa garantir espaço e equipamentos adequados, e os
professores precisam se apropriar dos conteúdos e elaborar estratégias para que os
alunos desenvolvam as habilidades relacionadas às lutas”.
Quando se tem disponível melhores condições estruturais dentro do ambiente
escolar, melhor são as condições de aprendizado do aluno e melhores são as
ferramentas disponíveis para o professor no manuseio do conteúdo. Alunos que
possuem uma aproximação com seu objeto de estudo de forma direta tem maior
facilidade de se apropriar culturalmente do saber. Nesse sentido é correto afirmar
que melhores condições de infraestrutura melhoram e muito as condições de ensino

28
aprendizado dos alunos tonando sua formação mais completa. Quando o professor
A diz que a escola precisa garantir e materiais adequados ele entende que a relação
de ensino e aprendizado vai muito além de aulas teóricas, mas que necessita
também de experiências pratica ao aprendizado, e quando se fala de uma disciplina
como a Educação Física, que trata prioritariamente do movimento humano a
aproximação com elementos práticos são fundamentais ao aprendizado.
Durante o questionário o professor A foi perguntado como os alunos se
comportam frente ao trato das lutas em sala de aula o professor respondeu: “Os
alunos participam das aulas com bastante interesse e motivação”. A partir desta
resposta podemos compreender que as lutas são um conteúdo bastante
interessante para se tratarem em sala suas filosofias, suas tradições, musicalidades
e vestimentas trazem um arsenal de elementos que podem ser trabalhados em sala,
quando o professor esta disposto a intervir de forma singular, ele utiliza a
historicidade de cada luta para despertar a curiosidade e interesse dos alunos. Outro
elemento importante que o professor apoiado na abordagem critico superadora pode
utilizar é o de confrontar aspectos sociais das lutas num caráter critico reflexivo, com
questões de gênero, musicalidade, politicas e em ate questões étnicos raciais.
Partindo para o ultimo ponto que gostaria de trazer a mostra referente ao
questionário com o objetivo de corroborar com a discussão a respeito do trato com
as lutas no contexto escolar, quando perguntado quais lutas são tematizadas em
suas aulas o professor A responde: capoeira, boxe, jiu-jitsu, karatê, muay thay, Tae-
kwon-do, esgrima, Hucka Hucka, luta marajoara e outras. Quando o professor
oportuniza aos alunos mesmo que de forma adaptada a aproximação com as lutas
na Educação física escolar ele permite ao aluno ser conhecedor daquilo que é seu
por direto, o acesso aos conhecimentos acumulados e sistematizados ao longo do
tempo conhecimentos estes que foram sistematizados e que quando são mediados
aos indivíduos constroem o processo de humanização, que é somente possível por
meio da educação que é um ato intencional conduzidos pelos seres humanos
(LEONTIEV,2004).

29
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objeto de pesquisa as lutas na Educação Física


escolar, tendo como pergunta central como tem se desenvolvido o trabalho
pedagógico com as lutas na Educação Física, no nono ano, no ensino fundamental
na escola de rede pública no município de Governador Mangabeira Bahia. Esta
problemática requer uma grande valorização uma vez que o conteúdo lutas é um
importante elemento da cultura corporal que corrobora diretamente no processo de
humanização dos indivíduos. Logo o seu trato em sala de aula requisito
incontestável no processo de humanização.
Partindo da problemática central temos os objetivos específicos da pesquisa
que foram: Identificar a metodologia e a concepção de lutas dos professores de
Educação Física, o segundo é identificar os possíveis agentes limitadores da prática
das lutas na escola, e o terceiro foi o de apontar possibilidades para o trato
pedagógico do conteúdo lutas na escola.
Na pesquisa encontrou-se em campo uma concepção do conteúdo lutas pelo
professor entrevistado baseada no Coletivo de Autores de 1992, onde o professor
entende às lutas como uma construção histórica da humanidade, que surgiu a partir
da atividade humana e na relação entre indivíduo e meio, estando a mesma dentro
dos elementos da cultura corporal humana. Foi possível notar também no tocante as
questões metodológicas a utilização da abordagem critico superadora como
caminho na condução do conteúdo.
A concepção citada acima corrobora de forma positiva no trato com o
conteúdo lutas na Educação Física escolar uma vez entende as lutas conteúdo
necessário para a construção do indivíduo, servindo o conteúdo lutas como auxilio
pedagógico no processo de ensino e aprendizagem com seu trato critico e reflexivo
dentro do currículo escolar.
Embora seja reconhecido a necessidade do trato com o conteúdo lutas na
Educação Física escolar, foi encontrado alguns agentes limitadores no trato com o
conteúdo no ambiente escolar, questões como a falta de espaço a adequado na
escola não só para o trabalho com as lutas mais com outros elementos da cultura
corporal se mostrou evidente dentro do questionário aplicado. A falta de estrutura
adequada ou espaços precários nas escolas públicas é uma problemática que deve

30
ser levada em consideração, pois influência de forma direta no trato com os
conteúdos de ensino. Problemas estruturais como falta de espaço adequado, e falta
de matérias para o trato com o conteúdo lutas, devem ser corrigidos com um certo
nível de urgência uma vez que o acesso a materiais possibilita uma aproximação e
apropriação mais concreta do conteúdo. Estes aspectos não devem ser destinados
ao descaso pois colaboram com os processos educativos que é o principal caminho
na construção dos cidadãos que vão formar um país.
Para superar os agente limitadores das lutas, deve o professor de Educação
Física ser criativo com o trato das lutas na Educação Física escolar, deve elaborar
estratégias para que os alunos possam se apropriar das habilidades do conteúdo
lutas, de forma crítica e reflexiva em sala de aula, tendo a possibilidade de
confeccionar alguns materiais de forma artesanal para a utilização em sala de aula.
Contudo estas dificuldades conferem uma responsabilidade de poder público,
no tocante a questões estruturais, devem ser revistas questões políticas estruturais
nos espaços públicos de educação, deve o governo assegurar materiais e espaço
adequado nas escolas para o trato dos conteúdos escolares.
Por fim por meio das analises feitas a partir deste estudo foi possível notar
como se dar o trato do conteúdo lutas pelo professor Educação Física, no nono ano,
no ensino fundamental na escola de rede pública no município de Governador
Mangabeira Bahia, que acontece de forma adaptada a sua realidade superando a
falta de espaço e materiais, mostrando que o professor de Educação Física pode
intervir de forma criativa com o trato do conteúdo lutas em sala de aula.
A presente pesquisa possui uma relevância no campo da Educação Fisica
escolar, uma vez que fornece dados significativos a respeito do trato de um
conteúdo tão importante para o desenvolvimento humano, e que direciona novas
propostas pública de transformação social.

31
5 REFERÊNCIAS

ALESSI, A.; BOEIRA, W. N. S. Os benefícios das lutas e como trabalhar esse


conteúdo na educação física escolar. In: 8º CONGRESSO NORTE PARANAENSE
DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR. Londrina. 2017.

BARDIN, L. Analise de conteúdo/Laurence Bardin: tradução Luís Antero Reto,


Augusto Pinheiro. São Paulo. 70. ed. 2016.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, Edições 70, 1977.


32
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: Educação física / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília:
MEC/SEF, 1997.

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Paulo: Cortez, 1992. Coleção Magistério 2° grau – série formação do professor.

CORREIA, W. R. FRANCHINI, E. Produção acadêmica em lutas, artes marciais e


esportes de combate. Motriz, Rio Claro, v.16 n.1 p.01-09, jan./mar. 2010.

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1994. p. 67-79.

FASURGS. Orientação n° 01/2016 – Comitê de ética em pesquisa, in: O fator risco


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GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

LOPES, R. G. B. KERR, T. O. O ENSINO DAS LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA


ESCOLAR: uma experiência no ensino fundamental. Motrivivência v. 27, n. 45, p.
262-279, set, 2015.

NASCIMENTO, P. R. B.; ALMEIDA, L. A tematização das lutas na Educação Física


Escolar: restrições e possibilidades. Movimento, v. 13, n. 3, p. 91-110, 2007.

MADURO, L. A. Considerações e sugestões para o ensino das lutas no ambiente


escolar. Cadernos de formação RBCE, v. 6, n. 2, 2015.

SANTADE. M. S. B. A metodologia de pesquisa: instrumentais e modos de


abordagens. Interciência & Sociedade. Mogi Guaçu, v.5, n.2, p. 3-17, 2020.

ZANATTA, J. A. COSTA, M. L. Algumas reflexões sobre a pesquisa qualitativa


nas
ciências sociais. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 344-359,
2012.

33
Centro Universitario Maria Milza
Rodovia BR-101 KM 215 Governador Mangabeira
(75) 3424-2604, administrativofamam.com.br

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre é esclarecido

Título do Estudo: “Lutas na Educação Física escolar: um estudo no nono ano em


uma escola de rede pública municipal na cidade de Governador Mangabeira Bahia.”
Pesquisador Responsável: Micael Portela de Oliveira e a professora. Ma. Jocarla da
Conceição Chagas.

O (A) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa. Por favor,
leia este documento com bastante atenção antes de assiná-lo. Caso haja alguma
palavra ou frase que o (a) senhor (a) não consiga entender, converse com o

34
pesquisador responsável pelo estudo ou com um membro da equipe desta pesquisa
para esclarecê-los.
A proposta deste termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é explicar tudo
sobre o estudo e solicitar a sua permissão para participar do mesmo. Este
documento será emitido e assinado em duas vias: uma para o pesquisador, e outra
para o(a) senhor(a).
Observação: Caso o participante não tenha condições de ler e/ou compreender este
TCLE, o mesmo poderá ser assinado e datado por seu responsável.

Objetivo do Estudo
O objetivo geral do estudo: Pesquisar como tem se desenvolvido o trabalho
pedagógico com as lutas na Educação Física, no nono ano, no ensino fundamental
na escola de rede pública no município de Governador Mangabeira Bahia.
Os objetivos específicos do estudo: Identificar a metodologia e a concepção de lutas
dos professores de Educação Física, é identificar os possíveis agentes limitadores
da prática das lutas na escola, apontar possibilidades para o trato pedagógico do
conteúdo lutas na escola pelos professores do ensino fundamental na escola de
rede pública municipal na cidade de Govenador Mangabeira

Descrição do Estudo
Participarão do estudo aproximadamente 4 indivíduos.
Este estudo será realizado em Governador mangabeira Bahia no Centro
Educacional Angelita Gesteira (CEAG)
O (a) Senhor (a) foi escolhido (a) a participar do estudo porque é um professor (a) de
Educação Fisica atuando no Centro Educacional Angelita Gesteira (CEAG).
O (a) Senhor (a) não poderá participar do estudo se não for professor atuante de
Educação Física a no Centro Educacional Angelita Gesteira (CEAG)

Procedimento do Estudo
Após entender e concordar em participar, serão realizados uma aplicação de um
questionário o qual contém oito perguntas com relação às informações

35
socioprofissionais e oito perguntas relacionadas ao trato com o conhecimento das
luas no ensino Fundamental II.

Riscos Potenciais, Efeitos Colaterais e Desconforto


Considerando que "toda pesquisa com seres humanos envolve risco em tipos e
gradações variados", os riscos de participação na pesquisa vão em torno do
participante se sentir desconfortável, constrangido ao está respondendo um
questionário de coleta, ou até um leve desconforto por não saber responder alguma
indagação que quebre algum sigilo ou exponha alguma falha do seu percurso
profissional, podendo também ocorrer do participante sentir medo, vergonha ou até
um simples cansaço em responder as perguntas.

Benefícios para o participante


Os possíveis benefícios, diretos ou indiretos, para os participantes e a sociedade
consistem em coletar informações pertinentes à respeito do objetivo geral da
pesquisa para estudo e análise afim de obter subsídios suficientes para intervenção
pedagógica adequada afim de crescimento cultural da sociedade.

Compensação
Você não receberá nenhuma compensação para participar desta pesquisa e
também não terá nenhuma despesa adicional. Caso tenha alguma despesa, embora
não esteja previsto, em decorrência da participação, o(a) senhor(a) será
ressarcido(a).

Participação Voluntária/Desistência do Estudo


Sua participação neste estudo é totalmente voluntária, ou seja, somente participa se
quiser. Após assinar a declaração de consentimento, o(a) senhor(a) terá total
liberdade de retirá-lo a qualquer momento e deixar de participar do estudo, se assim
o desejar, sem quaisquer prejuízos.

Novas Informações
Quaisquer novas informações que possam afetar a sua segurança ou influenciar na
sua decisão de continuar a participação no estudo serão fornecidas para o(a)
36
senhor(a) por escrito. Se decidir continuar neste estudo, o(a) senhor(a) terá que
assinar o novo (revisado) Termo de Consentimento Livre Esclarecido juntamente
com os pesquisadores para documentar seu conhecimento sobre as novas
informações.

Em Caso de Danos Relacionados à Pesquisa


Em caso de danos materiais ou imateriais decorrentes da participação na pesquisa
previstos ou não, o(a) senhor(a) terá direito a assistência conforme o caso, sempre e
enquanto necessário, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

Confidencialidade
Todas as informações colhidas e os dados serão analisados em caráter estritamente
científico, mantendo-se a confidencialidade (segredo) do(a) senhor(a) a todo o
momento, ou seja, os dados que possam te identificar não serão divulgados, a
menos que seja exigido por lei.
Os resultados desta pesquisa poderão ser apresentados em reuniões ou
publicações, contudo, sua identidade não será revelada.

Quem Devo Entrar em Contato em Caso de Dúvida


Em qualquer etapa do estudo o(a) senhor(a) terá acesso aos profissionais
responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. Os
responsáveis pelo estudo nesta instituição é Micael Portela de Oliveira que poderão
ser encontrados no Centro Universitário Maria Milza ou

no(s) respectivo(s) telefone(s) (75) 98308-6155.


O estudo foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade Maria
Milza. Caso queira obter informações, ou registrar qualquer reclamação, o endereço
e telefone do CEP/UNIMAM são: Rodovia BR-101, Km215, UNIMAM, Pavilhão I, 1º
andar. Governador Mangabeira-BA, telefone: (75) 98810-6488, horário de
funcionamento: segunda à sexta-feira 8-12h e 13-17h.


DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO
37
Concordo em participar do estudo intitulado “Lutas na Educação Física escolar: um
estudo no nono ano em uma escola de rede pública municipal na cidade de
Governador Mangabeira Bahia.”, sob a coordenação de Ma. Jocarla da Conceição
Chagas

Li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem como seus


possíveis benefícios e riscos. Tive oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas
as minhas dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir não
participar da pesquisa. Entendo que ao assinar esse documento, não estou
abdicando de nenhum de meus direitos legais.

Assinatura do Participante da Pesquisa Data

Assinatura do pesquisador Data

Assinatura do Orientador Data

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APÊNDICE B – Questionário para pesquisa de campo.

CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA MILZA


LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FISICA

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Questionário referente ao Trabalho de conclusão de curso, elaborado pelo docente


Micael Portela de Oliveira, orientado pela Professora Mestra Jocarla da Conceição
chagas do curso de licenciatura em Educação física do Centro Universitário Maria
Milza, este questionário tem por objetivo recolher informações sobre o trato das lutas
como conteúdo da Educação física escolar. O questionário deve ser respondido de
forma integral e consciente, e devolvido ao pesquisador pra análise dos dados.

Parte 1. Informações socioprofissionais

1. Idade:

39
2. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

3. Qual a sua formação?

4. Titulação:
( ) Graduação ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado

5. Há quanto tempo você atua na Educação Física escolar?

6. Além de trabalhar na Educação Física escolar, você atua profissionalmente em


outro espaço? Se sim, qual?

7. Há quanto tempo você atua no ensino das lutas?

8. Você possui algum curso específico de lutas?


( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja “Sim” especifique o curso?

Parte 2: Informações relacionadas ao trato com o conhecimento das lutas na


Educação Física escolar

1. Qual a sua concepção de lutas?

2. Você tematiza as lutas em suas aulas de Educação Física escolar?

3. Como são desenvolvidas suas aulas sobre o conteúdo lutas?

4. Existe um planejamento no trato com as lutas durante a unidade?

5. Quais lutas são tematizadas em suas aulas?

6. Como os alunos se comportam frente ao trato das lutas em suas aulas?


7. Quais são os principais desafios que dificultam seu trabalho pedagógico com

as lutas no ambiente escolar?

8. O que deve ser feito pela escola e pelos professores a fim de melhorar o trato

das lutas no ambiente escolar?

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