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FACULDADE MARIA MILZA

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

VALDINEI VELOSO ESTRELA

EDUCAÇÃO FISICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA


INVESTIGAÇÃO ACERCA DOS CONHECIMENTOS DAS PROFESSORAS
UNIDOCENTES SOBRE A EDUCAÇÃO FISICA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA
CIDADE DE MURITIBA-BA

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2019
VALDINEI VELOSO ESTRELA

EDUCAÇÃO FISICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA


INVESTIGAÇÃO ACERCA DOS CONHECIMENTOS DAS PROFESSORAS
UNIDOCENTES SOBRE A EDUCAÇÃO FISICA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA
CIDADE DE MURITIBA-BA

Monografia apresentada ao curso de


licenciatura em Educação Física na
Faculdade Maria Milza, como requisito
parcial para obtenção do título de
graduado.

ORIENTADORA: PROF. MS. ELIPAULA MARQUES DA CRUZ CARVALHO

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2019
Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com
os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:


Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Estrela, Valdinei Veloso


E82e
Educação física nos anos iniciais do ensino fundamental: uma investigação
acerca dos conhecimentos das professoras unidocentes sobe a educação física
nas escolas municipais da cidade de Muritiba-BA / Valdinei Veloso Estrela. -
Governador Mangabeira - BA , 2019.

59 f.

Orientadora: Elipaula Marques Cruz Carvalho.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação Física) -


Faculdade Maria Milza, 2019 .

1. Educação física . 2. Ensino fundamental. 3. Trato com o conhecimento. I.


Carvalho, Elipaula Marques Cruz, II. Título.

CCD 796.071
Dedico este trabalho, primeiramente a
Deus, à minha família, amigos, todos os
professores que colaboraram com minha
formação, meus alunos, àqueles que
acreditaram em meus sonhos, àqueles
que acreditam no pais melhor através da
Educação.
AGRADECIMENTOS

Em fim chegou né!!? Três anos se passaram e mais um ciclo se encerra, foram
tantas lutas que quase esse objetivo não era alcançado. Desde o começo
obstáculos surgiram: foram dificuldades financeiras, noites perdidas, horas e horas
de estudo, cirurgia inesperada, entre outras coisas só sei que não foi fácil. Por isso
começo agradecendo ao maravilhoso Deus que me segurou com seu amor e paz,
aos meus pais Janice e Valdomiro que me deram a vida e sempre se preocuparam
com minha Educação, aos meus irmãos, Vagner, Valmir, Vivaldo, minhas irmãs
Vilma, Vera, Viviane que sempre me apoiaram cada um de forma especial. Aos
meus sobrinhos João Vitor por me fazer estudar mais a cada questionamento que
ele faz sobre minha formação, Vinicius que por todo dia me levar na porta e esperar
chegar com um biscoito em mãos, Amália por ter iniciado o processo de formação
comigo e me ajudar a fugir dos cachorros que nos perseguiam na volta para casa.
Agradeço de forma muito especial a três mulheres incríveis: a Dilvana Souza (Preta),
pela paciência diária, incentivo, pelas conversas nos intervalos, por ser exemplo
para mim, meu orgulho, uma pessoa que prima pela perfeição em tudo que faz,
Maciela Amorim (nega) pela amizade mais que especial, pelo carinho, e pela
referência que é para mim como Educadora, Jaqueline Silva (sócia) amiga para
todas as horas, exemplo para mim, meu orgulho, uma verdadeira irmã que a vida me
deu. Agradeço a turma 2016.2 onde fiz amigos para o resto da vida, em especial a
“panelinha”, onde fizemos ótimos trabalhos e nos divertimos muito, aos mestres que
contribuíram com minha formação, todos sem exceção, me ensinaram muito sobre a
Educação Física, e claro, agradecer a minha orientadora Elipaula Marques, na
verdade ela é a responsável da minha escolha pela Educação Física onde desde o
Ensino Médio me ensinou como ser uma professora em excelência e pela sua
imensa dedicação na construção desse trabalho, meu muito obrigado!!
“Educar não é Ensinar respostas, educar
é Ensinar a pensar”

RUBEM ALVES
RESUMO

A Educação Física é componente curricular obrigatório na educação básica onde


estabelecida por lei, está presente nos três níveis de ensino: Educação infantil,
Ensino fundamental e anos iniciais e finais e ensino médio, onde através da cultura
corporal por meio de jogos, esporte, lutas, dança dentre outros. Nos anos iniciais do
ensino fundamental, a Educação Física vai abranger do 1° ao 5° ano onde vai
proporcionar atividades que proporcionem desenvolvimento integral das crianças,
partindo da questão motora, e abrangendo a socialização e as relação em geral com
a humanidade. O presente estudo investigou a: “Educação Física nos anos iniciais
do Ensino Fundamental” uma investigação acerca dos conhecimentos das
professoras unidocentes sobre a Educação Física nas escolas municipais na cidade
de Muritiba-Ba. Para tanto, se faz necessário verificar, como tem sido o trato
pedagógico na disciplina de Educação Física junto aos professores do Ensino
Fundamental I nas escolas municipais da cidade de Muritiba-Ba, e especificamente
buscou: Apontar os benefícios da disciplina Educação Física para as series iniciais
do Ensino Fundamental (anos iniciais),Discutir o trato pedagógico da pratica docente
junto aos conteúdos das aulas de Educação Física para o Ensino Fundamental,
Mapear como tem sido o trato pedagógico dos professores do Ensino Fundamental I
com os conteúdos da disciplina de Educação Física nas escolas municipais da
cidade de Muritiba-Ba. Este trabalho utilizou como base metodológica a abordagem
qualitativa, em uma pesquisa que foi realizada em três escolas municipais na cidade
de Muritiba-Ba, através de questionário estruturado, direcionado ao público alvo que
foram as professoras unidocentes, estas, lecionam no ensino fundamental I na
cidade de Muritiba-Ba. Espera-se que esse estudo possa ter contribuído para que se
aprofunde as discussões sobre o tema e se amplie o entendimento do ensino da
Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como ampliar as
discussões sobre o trato pedagógico do professor unidoscente que ministra as aulas
da disciplina Educação Física. Percebe-se que a realidade dos professores
unidoscentes, reflete as políticas de educação do nosso pais que faz com que este
professor assuma a qualificação em ministrar esta disciplina como as demais, de
maneira coerente e dentro das discussões que a mesma solicita. Estas políticas,
devem primar por um professor qualificado em sala de aula, assim se faz necessário
a discussão para atuação desses professores pois ninguém ensina o que não sabe.

Palavra chaves: Educação Física, Ensino Fundamental, Trato com o conhecimento


ABSTRACT

Physical Education is a compulsory curricular component in basic education where it


is established by law, it is present in the three levels of education: Infant education,
Elementary education and initial and final years and high school, where through body
culture through games, sports, fights, dance among others. In the initial years of
elementary education, Physical Education will cover from the 1st to the 5th year
where it will provide activities that provide integral development of children, starting
from the motor issue, and covering socialization and the relationship in general with
humanity. The present study investigated the: Physical education in the initial years
of Elementary School: an investigation about the knowledge of the unidocentes
teachers goes to Physical Education in the municipal schools in the city of Muritiba-
Ba. , so it is necessary to: Check how the pedagogical treatment in the Physical
Education discipline has been with the teachers of Elementary School I in the
municipal schools of the city of Muritiba-Ba, and specifically sought: To point out the
benefits of the physical education discipline for the initial series (initial years), To
discuss the pedagogical treatment of the teaching practice with the contents of the
classes of Physical Education for Elementary School, Map how has been the
pedagogical treatment of the teachers of Basic Education I with the contents of the
discipline Physical Education in the schools municipalities of the city of Muritiba-Ba.
This work used as a methodological basis the qualitative approach, in a research that
was carried out in three municipal schools in the city of Muritiba-Ba, through a
structured questionnaire, directed to the target audience that were the unidocent
teachers who teach in elementary school I in the city of Muritiba-Ba. It is hoped that
the study may have contributed to deepening the discussions on the subject and to
broadening the understanding of Physical Education teaching in the initial years of
Elementary School, as well as to broaden the discussions about the pedagogical
treatment of the united teacher who teaches classes of Physical Education. It is
noticed that the reality of teachers united, reflects the education policies of our
country that causes this teacher to assume the qualification to minister this discipline,
like the others, in a coherent way and within the discussions that it requests. These
policies must be prioritized by a qualified teacher in the classroom, so it becomes
necessary to discuss these teachers because no one teaches what they do not
know.

Keywords:Physical Education, Elementary Education, I deal with knowledge


LISTA DE APÊNDICE

Apêndice A: Questionário com perguntas direcionadas as professoras unidocentes.

Apêndice B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.


LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01: Perfil das professoras. ........................................................................... 40

Quadro 02: Dificuldades para ensinar nas aulas de Educação Física . ................... 43

Quadro 03: Conteúdos mais frequentes nas aulas de Educação Física . ................ 45
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10

2 O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO ATRAVÉS DA ESCOLA E O


CONHECIMENTO QUE TRATA A EDUCAÇÃO
FISICA........................................................................................................................14

2.1 A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL........................................20

2.1.1 OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO


FÍSICA........................................................................................................................24
2.2 O TRATO PEDAGOGICO DO PROFESSOR UNIDOCENTE DO ENSINO
FUNDAMENTAL E O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
FISICA........................................................................................................................32
3.O TRATO COM O CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS
DO ENSINO FUNDAMENTAL I EM MURITIBA-
BA..............................................................................................................................39
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................52

REFERÊNCIAS..........................................................................................................54
APÊNDICE (A)...........................................................................................................57
APÊNDICE (B)...........................................................................................................59
10

1 INTRODUÇÃO

O homem é um ser biológico que ao nascer precisa das relações sociais para
construir sua bagagem de conhecimento. Diferente dos animais, o ser humano,
desde os primórdios luta por sua sobrevivência e por ser de natureza social, busca
construir e elaborar conhecimentos que provem da sociedade criada pela
humanidade. Por meio da apropriação da cultura material e imaterial o homem é
influenciado de forma direta no seu modo de viver, assim por ser o único animal que
exerce trabalho em prol de suas necessidades, o processo de transmissão do
conhecimento se dá à medida que é transmitida de geração a geração de forma
evolutiva.

A escola é a instituição responsável pelo processo de transmissão e


assimilação do saber sistematizado fazendo com o que o aluno dê um salto
qualitativo no processo de humanização através das temáticas da cultura corporal. A
Educação Física é componente curricular obrigatório na educação básica em que é
estabelecida por Lei, nos três níveis de ensino: Educação infantil, Ensino
Fundamental (anos iniciais e finais) e no Ensino Médio. Na perspectiva crítica
superadora, esta disciplina se dá por meio da cultura corporal através de jogos,
esporte, lutas, dança dentre outros.

A Educação Física, para Saviani (1994), é a única disciplina que tem um


programa especifico de conteúdos nem objetivos claramente definidos, dentro do
contexto educativo, para cada série, sendo assim importante que o professor
conheça o seu papel no espaço pedagógico e buscar implantar o ensino de forma
que o conteúdo da Educação Física atenda às necessidades do indivíduo de forma
integral e não dicotomizada.

Normalmente na realidade das escolas pública em nosso pais, é uma


disciplina ministrada por professores unidoscentes que estão presentes na escola
como responsáveis por lecionar várias disciplinas como a Educação Física que
como as demais precisa-se de conhecimentos adequados e a cada temática exposta
aos alunos.
11

A prática pedagógica nestas aulas de Educação Física no Ensino


Fundamental se dá na maioria das vezes, de maneira que prioriza técnicas de
execução e movimento e que reduz as aulas a mera atividades lúdicas fazendo com
que o aluno não desperte um olhar crítico para a realidade, em que poderá
correlacionar essas práticas com os fatos presentes com suas relações e vivencias
dentro e fora dela.

O trabalho em questão tem como tema: Educação física nos anos iniciais do
Ensino Fundamental: uma investigação acerca dos conhecimentos das professoras
unidocentes sobe a Educação Física nas escolas municipais na cidade de Muritiba-
Ba. O motivo de escolha desse tema de pesquisa surgiu a partir breve observação
nas escolas de Ensino Fundamental I na sede da cidade de Muritiba-Ba, assim,
busca investigar. Como tem sido o trato pedagógico dos professores do Ensino
Fundamental I, com os conteúdos da disciplina Educação Física nas escolas
municipais sede da cidade de Muritiba-Ba?

Para tanto tem como objetivo geral, verificar como tem sido o trato
pedagógico na disciplina Educação Física junto aos professores do Ensino
Fundamental nas escolas municipais da cidade de Muritiba-Ba, e especificamente
busca apontar os benefícios da disciplina Educação física para as series iniciais do
Ensino Fundamental (anos iniciais), discutindo o trato pedagógico da pratica docente
junto aos conteúdos das aulas de Educação Física para o Ensino Fundamental,
além de mapear o trato pedagógico dos professores do Ensino Fundamental I com
os conteúdos da disciplina Educação Física nas escolas municipais da cidade de
Muritiba-Ba.

Neste sentido, a fim de alcançar os objetivos deste estudo, parte para o


percurso metodológico através da pesquisa qualitativa. Para (MINAYO, 1992), a
metodologia de um estudo é uma descrição formal dos métodos e técnicas a serem
utilizadas, indica as opções e a leitura opcional que o pesquisador fez do quadro
teórico.Para tanto, usou como instrumentos de coleta de informações o estudo de
campo e o questionário estruturado, que para MINAYO (1992), quando o
pesquisador ao fazer o estudo de campo, deve realizar a maior parte do trabalho
pessoalmente, pois é enfatizada importância do pesquisador ter tido, ele mesmo,
uma experiência direta com a situação de estudo.
12

O público alvo deste estudo foram as13 professoras unidocentes do Ensino


Fundamental I, das (03) três Escolas municipais da sede da cidade de Muritiba- BA.
É valido ressaltar que houve uma pesquisa de campo previa, para saber quantas
escolas municipais do Ensino Fundamental existem na sede da cidade. Os mesmos
deverão responder ao questionário estruturado, que segundo MINAYO (1992), deve
ser elaborado de maneira clara, concreta e precisa, com o intuito de facilitar a
compreensão de quem irá responder as perguntas. O questionário, foi composto de
09 questões (abertas e fechadas) – Apêndice. .A coleta de dados obtidos nessa
pesquisa foram tratados através da análise de conteúdo que de acordo com Minayo
(1992) nesse tipo de analise os dados são tratados com o máximo de rigor e
cientificidade, onde se volta para a descrição objetiva e sistemática do conteúdo.

Para o embasamento teórico foi utilizado livros, artigos, e dissertações acerca


do tema onde procurou usar como autores: Coletivo de autores (1992), Saviani
(1994), Marsiglia (2015) entre outros para discutir sobre a importância do ensino em
sala de aula na Educação Física, na atuação de professores não licenciados na área
(unidocentes), nos anos iniciais do Ensino Fundamental I.

Os resultados demonstram a falta de embasamento teórico e formação


continuada por parte dos professores unidocente para ministrar as aulas de
Educação Física, embora reconheçam a importância do ensino da Educação Física
nas series iniciais e da presença de um professor licenciado lecionando as aulas. Os
professores unidocente apresentaram como atividades trabalhadas em sala de aula
conteúdos como brincadeiras, jogos populares, esporte e os jogos, contudo não
demostraram apropriação suficiente para trabalhar esses conteúdos da cultura
corporal nas aulas de Educação Física e pelo que foi possível verificar, conduzem a
disciplina em função da nomenclatura que a mesma se apresenta na unidade
escolar.

.A motivação para essa pesquisa é no sentido que possa contribuir para que
se aprofunde mais discussões sobre o tema e se amplie o entendimento do ensino
da Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como ampliar as
discussões sobre o trato pedagógico do professor unidoscente que ministra as aulas
da disciplina Educação Física, pois os mesmos devem buscar por qualificação e
conhecimentos teórico/metodológico como trato com o conhecimento através
13

daqueles que tem instrumentos suficientes para atender as demandas do ensino na


escola

No primeiro capítulo entra-se a INTRODUÇÃO com os objetivos e problema


do estudo; o segundo capitulo tratamos da formatação teórica e tem como título O
processo de humanização através da escola e o conhecimento que trata a
Educação Física, nesse capitulo abordamos um pouco o processo de humanização
e o contexto histórico da Educação Física, onde apresentamos três subtítulos no
primeiro, A Educação Física no Ensino Fundamental abordamos qual o papel da
disciplina nessa fase do aprendizado, em seguida trazemos o subtítulo, Os
conteúdos da cultura corporal nas aulas de Educação Física, onde destacamos
a cultura corporal como elemento indissociável do ensino nas aulas de Educação
Física, dando continuidade trazemos o terceiro subtítulo, O trato pedagógico do
professor unidocente do Ensino Fundamental e o papel do professor de
Educação Física, onde discutimos as práticas dos professores Unidocentes e o
papel do professor de Educação Física nas aulas.

No terceiro capitulo intitulado O trato com o conhecimento da Educação


Física nas escolas do Ensino Fundamental I, em Muritiba-Ba, tratamos da
análise dos dados, com as respostas dos questionários das professoras e
discussões sobre a importância da Educação Física nos anos iniciais do Ensino
Fundamental I e a relevância de ter professores de Educação Física lecionando a
disciplina.E por fim as considerações finais, referencias e apêndices.
14

2 O PROCESSO DE HUMANIZAÇÂO ATRAVES DA ESCOLA E O


CONHECIMENTO QUE TRATA A EDUCAÇÃO FÍSICA

O homem é um ser biológico que ao nascer precisa das relações sociais para
construir sua bagagem de conhecimento.

Diferente dos animais, o ser humano, desde os primórdios luta por sua
sobrevivência e por ser de natureza social, busca construir e elaborar
conhecimentos que provem da sociedade criada pela humanidade Segundo
Leontiev (2004), através do meio social o homem dar continuidade a cultura criada
ao longo do tempo em que expressada de diversas formas, formaram o contexto
social dos antepassados à atualidade, seja na conivência com os animais, com a
natureza entre outros.

Por meio da apropriação da cultura material e imaterial o homem é


influenciado de forma direta no seu modo de viver, assim por ser o único animal que
exerce trabalho em prol de suas necessidades, o processo de transmissão do
conhecimento se dá à medida que é transmitida de geração a geração de forma
evolutiva. Desta forma, fizeram com que simples movimentos, que eram usados
unicamente para sobrevivência, se tornassem o que conhecemos hoje como
atividade física Leontiev (2004).

Podemos dizer que cada indivíduo aprende a ser um homem.


O que a natureza lhe dá quando nasce não lhe basta para
viver em sociedade. É-lhe preciso ainda adquirir o que foi
alcançado no decurso do desenvolvimento histórico da
sociedade humana (LEONTIEV, 2004, p. 285).

Para Leontiev (2004) a cultura é posta ao homem através do mundo que o


circunda, e isso permite com que esse homem, desenvolva suas aptidões garantindo
alternativas viáveis para uma superação e consequentemente melhora significativa
em sua vida. O processo de transmissão da cultura produzida pelo homem se dá
através do passar do tempo, atuará de forma a inserir de fato o indivíduo na
sociedade.

Isto significa que o homem definitivamente formado possui já todas as


propriedades biológicas necessárias ao seu desenvolvimento sócio-
15

histórico ilimitado. Por outras palavras, a passagem do homem a uma


vida em que a sua cultura é cada vez mais elevada não exige
mudanças biológicas hereditárias. O homem e a humanidade
libertaram-se, segundo a expressão de Vandel, do “despotismo da
hereditariedade” e podem prosseguir o seu desenvolvimento num
ritmo desconhecido no mundo animal2. E, efetivamente, no decurso
das quatro ou cinco dezenas de milênios que nos separam dos
primeiros representantes do Homo sapiens, as condições históricas e
o modo de vida dos homens sofreram, em ritmos sempre mais
rápidos, mudanças sem precedente. Todavia, as particularidades
biológicas da espécie não mudaram ou, mais exatamente, as suas
modificações não saíram dos limites de variações reduzidas, sem
alcance essencial nas condições da vida social. (LEONTEV,
2004.p.262)

Neste sentido, a educação, será responsável por fazer a transição de um ser


que nasce de certa forma “inacabada”, sem os atributos do conhecimento cientifico,
a um homem com outra visão de mundo podendo assim entender o processo
evolutivo social de forma plena.

No âmbito escolar, o aluno terá o primeiro contato com o conhecimento


sistematizado, em que o conteúdo tratado de forma pedagógica, através do
conhecimento cientifico, deve ser garantido desde que não seja negada a sua
historicidade. Segundo (COLETIVO DE AUTORES, 1992) o currículo tem que ser
voltado a fazer com que o aluno faça uma reflexão pedagógica fazendo relação a
compreensão da realidade social, desenvolvendo assim uma lógica de fatos na qual
o mesmo possa fazer uma leitura do seu real papel na sociedade.

Vê-se, assim que para existir a escola não basta a exigência do saber
sistematizado. É necessário viabilizar as condições de sua transmissão e
assimilação, isso implica dosá-lo e sequenciá-lo de modo que a criança
passe gradativamente do seu não domínio ao seu domínio. Ora, o saber
dosado e sequenciado para efeito de transmissão-assimilação no espaço
escolar ao longo de um tempo determinado, é o que nós convencionamos
chamar de “saber escolar”, (SAVIANI,1994, p.06)

Viabilizar as condições desta transmissão e assimilação, empírica garantir o


conhecimento gradativo. Saber sistematizado para as crianças nos anos iniciais
segundo Saviani (1994), vai acontecer de forma dosada e sequenciada para efeito
de transmissão-assimilação no espaço de um tempo determinado, “saber escolar”
para a criança através das aulas de Educação Física vai se dar em vários campos
que a cultura corporal abrange como: as lutas, jogos, esportes em grupo entre
outros, sendo todo esse conteúdo organizado pelo professor para que se adeque a
16

essa fase do desenvolvimento infantil, estando apto a assimilação quase que


instantânea em virtude da curiosidade aguçada e do vigor pela pratica das
atividades característico dessa fase da vida. Por isso deve ser:

É organizado de modo a ser compreendido como provisório


produzido historicamente e de forma espiralada vai ampliando a
referência do pensamento do aluno através dos ciclos [...].
(COLETIVO DE AUTORES, 1992)

A Educação Física teve no percurso histórico de sua evolução, enquanto


disciplina escolar, um caminho que percorreu várias vertentes de discussões sobre o
que afinal esta disciplina tem a tratar no ambiente escolar. Várias tendências são
identificadas no decorrer desta história, desde o militarismo, a fase higienista,
desenvolvimentista, construtivista e tantas outras.

Segundo Darido (2003) as propostas educacionais da Educação Física foram


se modificando ao longo do século XX onde até os tempos atuais, mudanças
surgidas no último século influenciam a formação e a forma de lecionar de muitos
professores. Oficialmente, a Educação Física entrou no âmbito educacional no
Brasil, ainda no século XIX através da reforma Couto Ferraz no ano de 1851, todavia
na Europa a preocupação com exercícios físicos se tem registro desde o século
XVIII, através de nomes como J.J. Rosseau, Pestalozzi, entre outros.

A partir da década de 30 surge a concepção higienista, onde o foco era os


hábitos considerados saudáveis através de uma higiene pessoal e saúde a partir do
desenvolvimento físico e moral. Com o passar do tempo, surgiu as escolas
ginásticas cujo objetivo era o aprimoramento físico a partir da visão do francês
Amoros e do alemão Spiess, esse movimento resultaria na valorização da ginástica
na escola, Darido (2003).

Segundo Coletivo de Autores (1992) o modelo militarista a Educação Física


na escola tinha a função de formar homens prontos para o combate, ou seja,
selecionariam homens “perfeitos” fisicamente e excluiria os “imperfeitos” fisicamente
assim aumentando a força e o poder da população em caso de guerra. Os modelos
higienista e militarista tinha na pratica seu principal modo de ensino nas escolas não
pautados na fundamentação teórica para o planejamento das aulas onde a instrução
física militar e Educação Física não diferenciava -se.
17

O modelo da escola nova surgiu em contraposição a escola tradicional,


influenciada pelo educador Dewey, tinha como concepção do ensino da Educação
Física o desenvolvimento integral da criança através de um ensino democrático e
utilitário, em que a escola priorizava o ensino através do aprender fazendo Darido
(2003). No Brasil, o modelo militarista foi implantado através do governo ditatorial
posto na década de 60 em que, o papel da Educação Física nas escolas era a
formação de atletas que exaltassem o nome da pátria em competições. Para
Coletivo de Autores (1992) na época da ditadura o esporte no sistema educacional o
tem tanta força que não se pode dizer que era o esporte da escola e sim o esporte
na escola onde o professor exercia o papel de treinador.

Em contraposição a concepções tecnicista, esportivistas e biológica, surgem


novos movimentos na Educação Física escolar, a partir de um novo contexto social
que o pais passava no final da década de 70. Durante a década de 1980, a não
aceitação da Educação Física na concepção biológica, no âmbito escolar e de forma
particular no Ensino Fundamental, gerou críticas a predominância do conteúdo
esporte, essas críticas surgiram a partir de resultados de pesquisas no campo
pedagógico e na área cientifica da Educação Física Darido (2003).

A Educação Física no Brasil a partir da metade dos anos 80 passa a viver um


momento de renovação, passando a ter conteúdos mais ajustados ao novo
momento social que o pais vivia através de artigos e livros escritos naquela época,
tiveram origem novas proposições e concepções pedagógicas, assim:

levando-se em consideração à questão da metodologia de ensino é possível


classificar as concepções pedagógicas da Educação Física em: a)
concepções não-propositivas: as abordagens fenomenológica, sociológica e
cultural – “abordam a Educação Física escolar sem contudo estabelecerem
metodologias para seu ensino”; b) concepções propositivas, dentro das
quais localizam-se as concepções não sistematizadas (desenvolvimentista,
construtivista e plural) – que “apontam para uma configuração da Educação
Física escolar, sem todavia sistematizarem-na metodologicamente”. As
concepções desenvolvimentistas são normalmente aplicadas para as idades
iniciais e sua preocupação centra-se no desenvolvimento motor desses
indivíduos nas diversas fases de seus ciclos de vida. (CASTELANI FILHO,
2002 apud, DOS SANTOS,2016, p.21)

Para Dos Santos (2016), a abordagem construtivista tem como seu principal
viés os jovens, aptos a competição esportiva não priorizando o contexto social e
cultural daquele aluno em formação diferente das chamadas concepções
18

sistematizadas que são as abordagens: promoção da saúde, crítico superadora e


critico emancipatória.

Neste estudo, destaca-se a critico superadora, que volta a preocupação com


a formação de um ser social inserido nas lutas de classe, mas com o aprendizado
pautado pela cultura corporal em que à Educação Física se adequa a realidade que
precisa ser debatida pela sociedade.

As abordagens critico emancipatória e promoção da saúde diferentes da


critico superadora, vêm a Educação Física com caminho da promoção da saúde.
Neste sentido, o ensino é voltado para uma melhora da saúde do aluno não sendo
excludente de forma a separar aptos e inaptos como acontecia no pensamento
higienista. Por outro lado, a critico emancipatória não prioriza a busca pela saúde e
sim, o ensino que vai conscientizar aqueles indivíduos em formação, de sua
condição financeira, demonstrando as limitações postas pela classe dominante.

Em meio a tais discussões a Educação Física vivencia uma nova crise, e daí
para superá-la, segundo Dos Santos (2016) surge.

O aparecimento de novas concepções científicas, que visam afastar


aqueles conceitos antiquados que ora traziam os interesses higienistas,
militares, esportivistas, sendo substituído pelas novas concepções, agora
pedagógicas e que trazem em seu interior os elementos necessários ao
aprimoramento e implantação dos modelos educacionais, que trazem novas
abordagens e questionam o que é a ciência da Educação Física, a que se
destina realmente, qual o seu verdadeiro papel. (DOS SANTOS, 2016,
p.23).

Assim, surgem novas concepções dentro da Educação Física em destaque a:


Desenvolvimentista (Go Tani), Construtivista (Freire), Critica Superadora (Coletivo
de Autores), e Sistêmica (Betti), Psicomotricidade ( Le Bouch), Crítica
Emancipatória ( Kunz), Cultural (Daólio), Jogos Cooperativos ( Brotto), Saúde
Renovada (Nahas) e PCN’S (MEC), que permearam as discussões, avanços e
retrocessos que a Educação Física buscou para garantir sua especificidade na área
e na valorização dos conhecimentos acumulados pela sociedade ao longo dos
tempos.

Para Darido (2015) a Educação Física ao longo da história deu ênfase no


trato com o conhecimento de forma procedimental sendo assim priorizando o saber
19

fazer e não sobre o saber acerca da cultura corporal. O saber que chega até aluno
em especifico no Ensino Fundamental não deve passar pela via da técnica pela
técnica, esse conhecimento tem que inserir o aluno de fato no contexto da esfera da
cultura corporal, tendo assim maior ou igual relevância tanto o gesto técnico como o
contexto histórico proveniente daquela pratica.

Nesse sentido o papel da Educação Física ultrapassa o ensinar esporte,


ginástica, danças jogos, atividades rítmicas, expressivas e conhecimento
sobre o próprio corpo para todos em seus fundamentos e técnicas
(dimensão procedimental), mais incluem também os seus valores
subjacentes, ou seja, quais atitudes os alunos devem ter nas e para as
atividades corporais (dimensão atitudinal). E finalmente, busca garantir o
direito do aluno de saber porque ele está realizando este ou aquele
moimento, isto é, quais conceitos estão ligados aquele procedimento
(dimensão conceitual). (DARIDO, 2015.p.6)

Para Coletivo de Autores (1992), A apropriação crítica superadora, a


Educação Física na escola, percebem que o homem ao se apropriar da cultura
corporal, irá desenvolver também o significado de algumas práticas corporais
mediante a relevância social que estas práticas tiverem em sua vida e para tanto é
responsável pelo trato com o conhecimento com a cultura corporal do movimento, o
qual insere a dança, as lutas, a ginástica o jogo o esporte entre outras

O homem se apropria da cultura corporal dispondo sua


intencionalidade para o lúdico, o artístico o agonistico, o estético ou
outros, que são representações, ideias, conceitos produzidos pela
consciência social e que chamaremos de “significações objetivas”.
Em face delas, ele desenvolve um “sentido pessoal” que exprime sua
subjetividade e relaciona as significações objetivas com a realidade
da sua própria vida, do seu mundo e das suas motivações.
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.41)

O ensino da Educação Física na escola busca a partir dos seus conteúdos


das aulas, estão voltados para um contexto social, projeto político pedagógico do
professor, deu e assumiu o papel de mediar o conhecimento para que o aluno tenha
acesso ao conhecimento, fazendo com que o mesmo possa pensar de forma crítica
em relação com a conjuntura da sociedade atual e ao seu cotidiano, como destaca o
coletivo de autores (1992):

Nesse projeto a função social do currículo é ordenar a reflexão


pedagógica do aluno de forma a pensar a realidade social
desenvolvendo determinada lógica. Para desenvolvê-la, apropria-se
20

do conhecimento científico, confrontando-o com o saber que o aluno


traz do seu cotidiano e de outras referências do pensamento
humano: a ideologia, as atividades dos alunos, as relações sociais,
entre outras. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.16)

Vale ressaltar que a Educação Física, para Saviani (1994), é a única


disciplina que tem um programa especifico de conteúdos nem objetivos claramente
definidos, dentro do contexto educativo, para cada série, sendo assim importante
que o professor conheça o seu papel no espaço pedagógico e buscou implantar o
ensino de forma que o conteúdo da Educação Física atenda às necessidades do
indivíduo de forma integral e não dicotomizada.

2.1 A EDUCAÇÃO FISICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

A escola é a instituição responsável pelo processo de transmissão e


assimilação do saber sistematizado fazendo com o que o aluno dê um salto
qualitativo no processo de humanização através das temáticas da cultura corporal.

A prática pedagógica nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental


se dá na maioria das vezes, as técnicas de execução e movimento, fazendo com
que o aluno não desperte um olhar crítico para a realidade, em que poderá
correlacionar essas práticas com os fatos presentes com suas relações e vivencias
dentro e fora dela. Segundo Costa Filho et al. (2017), o objetivo destas aulas deve
está voltado para fazer com que o conhecimento sistematizado tenha uma
relevância social significativa e importante para que aconteça o processo de
socialização por completo, contextualizando fatos e estabelecendo relações entre os
próprios alunos.

Com destaque as aulas do Ensino Fundamental I, todas as demais, deve-se


dentro deste contexto buscar por uma aprendizagem inicial que desperte no aluno a
curiosidade por ele mesmo e pelos indivíduos a sua volta através do ato de
socialização. Através dos conhecimentos expostos em aula pelo professor fatores de
desenvolvimento pleno deste individuo facilitaram a concepção acerca do
conhecimento sistematizado e a organização dos dados da realidade.
21

O processo educacional, principalmente no Ensino Fundamental I1 e séries


anteriores, significam para o aluno um momento de autoconhecimento, de
descobrimento e de exploração. Quando a educação desenvolve um
espaço de aprendizagem onde o indivíduo brinca, aprende, compartilha e
também ensina, o seu desenvolvimento se amplia, sua capacidade
socializadora, de comunicação e de amadurecimento cognitivo, social e
afetivo. (COSTA FILHO et al,2017, p.3)

A escola tem como função social de proporcionar ao indivíduo em formação o


conhecimento sistematizado sendo através de diversas atividades como por meio do
brincar ou através de dinâmicas em grupo, jogos, vivências entre outras, pois cabe,
portanto, a escola a transmissão do conhecimento elaborado e não o conhecimento
espontâneo; o trabalho como um saber sistematizado e não como saber
fragmentado; e, finalmente, a aquisição da cultura erudita e não da popular. Assim
promovendo cada vez mais a ação socializadora necessária para o processo de
aprendizado. (PAES, 1996)

Isto reflete o pensamento de Saviani (2003, p.15) quando ele destaca o papel
da escola e da escola básica: “A escola existe, para propiciar a aquisição dos
instrumentos que possibilitam o acesso aos rudimentos desse saber elaborado
(ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber. As atividades da
escola básica devem organizar-se a partir dessa questão. ” .

O acesso ao conhecimento desde idades deve ampliar o repertorio motor da


criança desenvolver a parte sócio cognitiva e facilitara consideravelmente os
elementos da cultura corporal. FRIORIO (2012) destaca que a Educação Física deve
estar presente nos anos iniciais da educação, pois através dela serão ofertados aos
alunos:

[...]um amplo vocabulário motor, para que se aprimore seu aspecto físico,
cognitivo, social. Assim, para que de um lado a criança possa conhecer e
explorar seu corpo e suas potencialidades e, de outro, haja a valorização
desse componente curricular dentro da escola e da hierarquia dos saberes
escolares, propõe-se aqui a união de forças em busca de uma mesma
causa, que é a Educação Física nos anos iniciais. (FRIORIO,2012, p.23)

Neste sentido, para o Coletivo de Autores (2009) é importante que professor


de Educação Física conhecer as fases de desenvolvimento do indivíduo para que
uso os conteúdos das aulas de Educação Física aconteçam de forma coerente e
correta, com as necessidades dos alunos. Assim:
22

O primeiro ciclo vai da pré-escola até a 3° serie. É o ciclo de organização da


identidade dos dados da realidade. Nele o aluno encontre-se no momento
de sincrese. Tem uma visão sincrética da realidade. Os dados aparecem
(São identificados) de forma difusa, misturados. Cabe a escola,
particularmente ao professor, organizar a identificação desses dados
constado e descrito pelo aluno para que ele possa formar sistemas,
encontrar as relações entre as coisas identificando as semelhanças e as
diferenças. (COLETIVO DE AUTORES,1992, p.23)

O segundo ciclo vai da 4° ao 6° ano, é o ciclo da iniciação e sistematização


do conhecimento, é nesse momento que o aluno começa a adquirir consciência de
sua atividade mental, para esse indivíduo começa o momento de comparações
significativa entre os dados da realidade e as representações de seus pensamentos
sobre ele mesmo e sobre os outros indivíduos. Já o terceiro ciclo 7° e 8° ano
acontece a ampliação da sistematização do conhecimento, assim tomando
conhecimento das atividades teóricas (COLETIVO DE AUTORES,1992).

Segundo Machado (2016) nos anos iniciais no âmbito escolar, a criança se


encontra na fase do desenvolvimento das suas primeiras experiências de
socialização. Através das aulas de Educação Física em que os elementos da cultura
corporal terão uma contribuição fundamental, inerente a condição humana em que o
saber sistematizado terá o papel de educar o indivíduo de forma a explorar o
desenvolvimento cognitivo, passando assim a ter um maior conhecimento de seu
corpo, e de forma sociável expandir seu lastro sociocultural e sua relevância no
processo construção do seu papel na sociedade

Sobre isso, Taffarel (2014) aprofunda este pensamento destacando que as


aulas de Educação Física devem ser elaboradas a partir do plano de estudo
curriculares do estudante, havendo por parte do professor um plano de estudo para
que se tem um aprofundamento científico suficiente para respaldar de forma teórica
esse ensino.

O estudo por parte do professor deve atender a alguns pontos para a


construção do plano de aula, começando pela gênese, Taffarel (2014) em que se
estuda como surgiu a temática proposta para aula e porque surgiu, em seguida vem
a historicidade que traz todo contexto histórico que aquele objeto de estudo traz ao
longo dos anos e nesse contexto, as atividades proposta para aula devem ser
tratados historicamente, organizado e selecionado para o aprendizado do aluno.
23

Sem a consideração dos elementos ontológicos, históricos, pedagógicos e


curriculares compromete-se a qualidade do ensino da Educação Física na
escola. Ao nos remetermos a ontologia e a história, fica evidente que o
objeto de estudo da Educação Física não é “o corpo”, “o movimento
humano”, a “motricidade humana”, mas sim a atividade que constrói a
cultura delimitada como cultura corporal – categoria teórica que permite
reconhecer o vasto campo de conhecimento historicamente acumulado,
enquanto conhecimento clássico a ser tratado na escola. (TAFFAREL,
2014. p. 130)

A organização e o trato com o conhecimento no Ensino Fundamental I se não


for organizado e selecionado de forma correta irá trazer muitas dificuldades para o
professor leciona suas aulas pois o planejamento ter que ser organizado de forma
conjunto para que esse conhecimento seja apresentado ao aluno sem transpor as
barreiras que tangem os princípios fundamentais com o trato com o conhecimento
de forma simultânea e espiralada, que levará o aluno com o avanço da apreensão
do conhecimento, da sincrese a síntese ampliando assim sua compreensão dos
dados da realidade.

O professor de Educação Física deve estar aberto sempre a novos


conhecimentos assim enriquecendo seu aporte teórico, pois a atuação dele no
processo de transmissão dos conteúdos da cultura corporal ira ser de grande
relevância para o desenvolvimento humano de cada indivíduo, através de uma
atualização e apropriação de conhecimentos de forma continua, a atuação desse
professor, em aulas planejadas terão atividades dinâmicas que vão interagir com
seus alunos tanto no âmbito educacional como no individual,

[...]o profissional de educação física deve ser competente em sua função e


estar sempre aberto a novas propostas e conhecimentos, bem como
especializações e enriquecimento teórico de maneira pessoal, pois sua
vocação está diretamente ligada ao processo de desenvolvimento humano
de cada indivíduo e este deve ser sempre um mediador entre as
problemáticas de seus alunos, sejam por questões no processo de
aprendizagem, seja no âmbito pessoal de seus educandos. E para isso, o
professor precisar estar sempre atualizado, estudando e se aperfeiçoando,
buscando novos métodos e criando novas atividades e dinâmicas que
interajam com seus alunos, tanto no quesito educacional quanto no âmbito
individual, buscando sempre inovar em suas aulas. (COSTA FILHO et
al,2017, p.4)

Para Taffarel (2014) nas aulas de Educação Física a pratica pedagógica


passa pelo tempo e espaço que são fundamentais para organização e execução de
24

suas aulas assim, quando falamos de tempo não falamos somente de minutos ou
horas ou de atividades recreativas em alguns períodos no calendário escolar, em
que para falar de tempo espaço requer por parte do professor conhecimento
suficiente para saber como acontece o processo de aprendizado desse aluno. Esse
aprendizado acontece depois de sucessivas aproximações com o objeto de estudo,
sendo organizando-o sistematizando, selecionando ou distribuindo através do tempo
pedagógico necessário para a apropriação de todos os alunos.

Nas aulas de Educação Física os alunos devem ter contatos com os


conteúdos da cultura corporal , como por exemplo, aproximações com a dança e as
lutas, ginástica, jogos, etc. Mais para tanto, esses indivíduos devem aprender
porque se pratica essas manifestações da cultura corporal, quais relações essas
práticas têm com a sociedade atual, assim mais do que ensinar a fazer , tem que
haver a contextualização do conteúdo por parte do alunos relacionando a bagagem
histórica que cada pratica traz ao longo dos anos assim relacionando-a com sua
realidade.

2.1.1 OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO


FISICA

A abordagem crítica superadora defende o ensino a partir dos conhecimentos


da cultura corporal nas aulas de Educação Física nas escolas sendo relevância para
o processo de formação dos indivíduos, onde a escola é o canal de aprendizado
dessa temática

Para Saviani (1984) os conteúdos clássicos são os mais apropriados para o


processo de apreensão do aluno pelo contexto universal que ele possui, na
Educação Física os conteúdos clássicos são: jogos, danças, esportes, lutas, e
ginásticas e todos esses fazem parte da cultura corporal que deve ser parte do
arcabouço das aulas de Educação Física na escola.

Vale ressaltar que entendemos como cultura corporal todo material


historicamente produzido pelo homem ao longo dos anos e que o Coletivo de
25

Autores (1992) o homem se apropria dos elementos da cultura corporal dispondo de


sua intencionalidade para o lúdico, o artístico, o antagonístico, o estético ou outros
que representam conceitos e ideias produzidos pela consciência social que
chamaremos de “significações objetivas “que se relaciona com a realidade de sua
própria vida.

. Segundo Machado (2016), não obstante está o papel do professor de


direcionar os alunos a estes conhecimentos a partir de quais conteúdos a Educação
Física deve tratar na escola, e saber porque esses conteúdos são fundamentais
para o processo de humanização deste indivíduo dentro do espaço escolar.

Ao se apropriar dos elementos da Cultura Corporal Coletivo de Autores


(2009), destacamos como discussão os jogos, a dança, esporte, lutas, ginástica
dentro do trabalho pedagógico do professor nas aulas de Educação Física.

Sobre o jogo, para o Coletivo de Autores (1992), este satisfaz a necessidades


de “ação” da criança, mas para aplicar esse tema nas aulas o professor tem que
conhecer quais os fatores motivacionais levam essa criança ao se interessar pelo
jogo. Neste sentido o jogo não deve ser o fim, e sim o meio de desenvolvimento
através da ampliação do pensamento fazendo com que o indivíduo pense de forma
estratégica de como pode ser parte atuante do jogo não só sabendo as regras ou
movimentos, mas sim, vendo novas possibilidades de ação dentro dessa atividade.
Quanto mais o jogo impõe dificuldade para o aluno mais ele irá achar caminhos para
transpor as barreiras que o jogo apresenta pois, é a partir dessas resoluções de
problemas e compreensão das regras que o aluno passara do ato de jogar a
concepção de trabalho. Coletivo de Autores (1992).

[...] Foi proposta uma serie de tematizações de jogo selecionando do critério


de sua abrangência na possibilidade de capacitação da realidade que cerca
a criança. Elas oferecem a possibilidade do conhecimento de si mesmo, do
conhecimento dos objetos/materiais de jogos, das relações espaço-
temporais e, especialmente das relações com outras pessoas. Sugere –se
ao professor pesquisar, tanto em bibliografias adequadas que melhor
visualizem o treinamento na própria memória lúdica d a comunidade dos
seus alunos, os jogos que melhor viabilizem o tratamento dessa temática.
(Coletivo De Autores,1992, p.46)
26

No Ensino Fundamental há várias possibilidades de sistematizações dos


jogos para que o professor instrumentalizado discorra nas aulas, como por exemplo:
os jogos onde os alunos usam o conhecimento de se mesmos, das propriedades
externas, de relações com a natureza, com outros indivíduos, relações sociais com a
família a avaliação coletiva das próprias atividades e por fim, a elaboração de em
brinquedos coletivos ou individuais tanto para jogar pagando ou jogar sozinho.

Outros autores também destacam a importância dos jogos no contexto


escolar, para além do sentido de divertimento, como Resende et al (1997) em que
destaca os jogos populares na escola elencando aspectos que como: a organização
do espaço para a execução do jogo é flexível e variável, regras e nomenclaturas são
flexíveis, a improvisação de materiais usados nos jogos são constantes, e por fim os
professores que se valem dessas práticas em sala de aula fazendo mais uso de
ferramentas motivacionais do que de táticas e planejamentos durante a explicação
de como acontece esses jogos para os alunos. Alguns exemplos de jogos populares:
peteca, jogos de arremesso, de passe, e de rebater, pelada, amarelinha, bolas de
gude, queimada, entre outros que serão apresentados pelos alunos e que podem
ser discutidos e tratados na escola, por exemplos da relação entre jogos populares e
a sociedade: acontece muitas a aproximação do folclore com o contexto de
formação desses jogos por serem pautados pelo saber popular, nomes regras
variam de acordo com a localidade, ou seja, não há uma universalidade ou uma
sistematização nessas práticas e normalmente essas atividades são pensadas no
intuito do lazer e não de forma historicamente reflexiva. Há também os jogos
esportivos que normalmente tem regras e contexto histórico bem definidos.

Sobre a dança, esta está na história da humanidade desde os primórdios


representada através dos seus gestuais, ritos, formas e movimentos uma parte da
vida de nossos antepassados. Segundo Coletivo de Autores (1992) a dança é uma
linguagem social que transmite vários sentimentos quando executada, sendo assim
ela é uma representação da vida de aspecto expressivo, porém de forma simbólica,
não sendo um espetáculo acrobático.

Na dança determinantes as possibilidades expressivas de cada aluno, o


que exige habilidades corporais que, necessariamente, se obtém com o
treinamento/Em certo sentido, esse é o aspecto mais complexo do ensino
da dança na escola: a decisão de ensinar gestos e movimentos técnicos,
prejudicando a expressão espontânea, ou de imprimir no aluno um
27

determinado pensamento/sentido/intuitivo da dança para favorecer o


surgimento da expressão espontânea, abandonando a formação técnica
necessária à expressão certa. (COLETIVO DE AUTORES,1992. p,58)

O ensino da dança na escola tem que acontecer de forma reflexiva, não


adianta o aluno ser mero repetidor de movimentos e não conhecer todo contexto
histórico da dança na humanidade, todavia, para uma boa docência através dos
conhecimentos da cultura corporal no que remete a dança, cabe ao professor esta
instrumentalizado a contento a partir da sua formação continua, pois o papel dos
professor acerca dos conhecimentos da dança é não separar técnicas formais de
pensamentos socialmente reflexivos, ideológicos e de toda simbologia que a dança
traz.

É necessário, todavia, considerar que algumas formas de dança utilizam


símbolos próprios das culturas a que pertencem, o que toma de difícil
compreensão e interpretação. Portanto é recomendável uma abordagem de
totalidade na qual as diferentes disciplinas podem contribuir, a partir dos
diferentes campos do conhecimento. Assim assegura-se aos alunos a
possibilidade de reconhecimento e compreensão ao universo simbólico que
ela representa. (COLETIVO DE AUTORES,1992. p 59)

O ensino da dança passa por fundamentos técnicos importantes para a


apreensão do conhecimento do aluno de forma sistematizada, esses fundamentos
podem ser divididos em técnicos: ritmo, espaço e energia; e como fundamentos
expressivos: ações da vida, estados afetivos, sensações corporais, fenômenos do
mundo animal, vegetal e mineral, mundos do trabalho e escola, e problemas sócio
políticos e atuais, assim para Coletivo de Autores (1992) mesmo os aspectos
técnicos não sendo em absoluto dispensável é importante os alunos conhecerem
esses aspectos, porém na visão critico superadora o ensino não pode ser pautado
pela técnica visando o alto rendimento.

Nos diferentes níveis de Ensino Fundamental e médio, o professor irá


desenvolver o conhecimento técnico do aluno sem que isso signifique exigir
dele, necessariamente, níveis de execução de alta qualidade técnica. É
claro que, se alguns alunos vierein a se interessar e desenvolver
condições para tal, poderão treinar até atingir esses níveis, enquanto outros
serão orientados pelo professor dentro das possibilidades individuais, sem
negar conhecimentos mais amplos e profundos. (COLETIVO DE
AUTORES,1992, p. 61)
28

Sobre o esporte como conteúdo da cultura corporal, em nossa realidade, se


faz necessário compreender como ele vem sendo desenvolvido na escola, pois para
um ensino na perspectiva critico superadora o trato desse conteúdo tem que ser do
esporte da escola e não o esporte na escola. Na conjuntura atual capitalista, o
esporte é um fenômeno voltado a obtenção de lucros, assim, o esporte passa a ser
um produto, onde na maioria das vezes nas aulas de Educação Física o acesso
cultura é negado, assim prioriza o ensino das técnicas e táticas no intuito de formas
atletas e não indivíduos conscientes do seu verdadeiro papel na sociedade.
(COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Para Coletivo de Autores (1992) o esporte como instrumento da pratica social


acontece numa dimensão complexa envolvido de sentidos e significações da
sociedade que o criou e faz uso de suas práticas. Na escola através desta
perspectiva o esporte deve se adequar a realidade sendo de fato relevante para o
aluno, saindo do seu viés do alto rendimento posto pela sociedade capitalista que o
criou. No âmbito escolar de forma reflexiva não terá sua finalidade voltada a
competição e sim questionando suas normas, ambientes em que são praticados e
sempre fazer uso da parte pratica e teórica nas aulas para promover o respeito ao
próximo, a inclusão a cooperatividade e fazer com que o outro time ou o outro
companheiro na pratica esportiva não seja um adversário mais sim uma peça
essencial para obtenção do conhecimento e consolidação daquela prática.

No esporte manifesta-se a necessidade de um grau maior de abstração


para, por exemplo a internalização tanto das regras quanto dos “papeis”
envolvidos na pratica (como defensor, atacante, médio, etc.), pois nele tanto
regras como papeis não se resumem somente a delimitações resultante do
papel assumido na atividade. Como conteúdo que paulatinamente afasta-se
das questões mais diretamente empíricas presentes no jogo, o esporte pode
ser um auxiliar da atividade de estudo no aspecto do desenvolvimento
cognitivo e da capacidade de abstração. (OLIVEIRA,2016. p 341)

Para a o planejamento das aulas com o conteúdo esporte o professor tem que
fazer uso dos fundamentos básicos dessa pratica não se fixando só em elementos
técnicos. Alguns exemplos de práticas esportivas usadas no ensino escolar: futebol,
basquete, vôlei, atletismo, entre outros.

Sobre as lutas, como manifestação da cultura corporal produzida


historicamente, na escola, as lutas passam a ter um papel um pouco diferentes dos
29

outros conteúdos, pois além do conhecimento em uma prática com várias


modalidade advinda de vários países em tempos diferentes , na atualidade ela
passa por forte mercantilização e processo de esportiização em que a luta é
apresentada as pessoas como um espetáculo de puro e simples contato físico de
forma violenta e exacerbada sem se quer apresentar o contexto histórico e
questões sociais e reflexivas que a mesma apresenta.

Ao conhecer as lutas em diversos aspectos (políticos, econômicos, sociais,


fisiológicos. etc.), os alunos poderão se apropriar de elementos que
contribuirão com a construção crítica de conhecimentos, valores, atitudes,
fatos e procedimentos que auxiliarão na ampliação de suas visões de
mundo. No caso das lutas, é possível além de vivenciar diversas praticas
corporais, compreender o enfoque apontado pelas mídias, diferenciando-as
dos contextos violentos, possibilitando a tomada de decisões sobre opções
mais conscientes para sua vida cotidiana, entendendo estas práticas
corporais como possibilidade de lazer, saúde, rendimento comunicação,
expressão corporal, entre outras. (GOMES, et al, 2013. p 310)

Existem várias modalidades de lutas que podem ser trabalhadas nas aulas de
Educação Física, destaca-se que a capoeira, que traz no seu contexto histórico e em
toda suas significações elementos que remetem a partes importantes da história,
além de ser oficialmente o primeiro esporte brasileiro. Para Coletivo de Autores
(1992), a Educação Física no Brasil, deve dar ênfase por exemplo, capoeira na
escolas enquanto manifestação cultural, trabalhar com sua historicidade não
desmembrando-a do movimento cultural e político que a gerou.

A capoeira é um conteúdo que pode ser contemplado na escola pelos seus


múltiplos enfoques que possibilitam que possibilitam à luta a dança e a arte
o folclore o esporte a educação o lazer e o jogo. A mesma deve ser
globalizadamente deixando que o aluno se identificasse com os aspectos
que mais lhe convier. (GOMES ,2013, p 43)

Fazer uso do ensino da capoeira na escola, é dar conta de vários elementos


históricos e da cultura corporal do movimento de uma só vez. A questão do samba
de roda que é proveniente do Recôncavo da Bahia faz parte de uma tradicional roda
de capoeira onde até quando se faz uso do samba não perde sua essência que é
sempre dois praticantes no centro da roda, onde, nesse caso não se é necessário
ser praticante da capoeira pois, precisa-se só saber sambar, ou “vadiar” como fala
os genuínos praticantes. A capoeira pode ser trabalhada usada para apreensão de
danças afros e além do fato da confecção de instrumentos que também pode ser
30

usado de forma pedagógica e o grande arcabouço teórico que essa arte afro
brasileira traz, segundo Falcão (2004).

Uma das possibilidades de trabalhar pedagogicamente a capoeira é através


dos jogos e brincadeiras. Os jogos e brincadeiras fazem parte das vidas desses
alunos assim promovendo a sociabilidade, não fazendo com que o conteúdo seja
algo indiferente da vida dos mesmos, trabalhando por exemplo no caso dos jogos:
com jogos de pegar desequilibrar, jogos de esquiva etc. outros elementos como
tocar os instrumentos cantar as músicas que são carregadas de histórias da
capoeira.

Dos jogos de lutas que podem ser realizados em aula, destacam-se o cabo
de guerra, briga de galo, exclusão de espaço com ombro, mãos, conquista
da quadra do oponente e conquista de objetos com oposição. Devem ser
incorporados também nos jogos de lutas a criação de regras e novos jogos
propostos pelos alunos, no qual eles estabelecem o nome da luta, o modo
de jogar/objetivo, as regras, proibições e estratégias. (GOMES, et al.2013, p
30)

O ensino através de jogos e brincadeiras visa ir muito além da questão das


práticas da capoeira assim, numa aula pode ser abordado por exemplo questão de
combate ao preconceito o debate de questões como essa que é atual na sociedade
ou sugerir que a partir dos conhecimentos adquirido, os alunos
criem diferentes sequências para o aprendizado da capoeira, inspirados por, Manoel
Dos Reis Machado, o Mestre Bimba, e tantos outros.

A capoeira na escola é o ato de reproduzir a capoeira como acontece na


sociedade, que não é de forma sistematizada, pedagogizada, e levar a
mesma dentro deste mesmo contexto para a escola não havendo uma
problematização dos marcos históricos, sociais e políticos a cerca do que
está sendo transmitido, apenas o cantar e jogar. Defendemos enquanto
capoeira da escola, a materialização do seu ensino através da historicidade
da capoeira, os princípios, fundamentos, o jogar e o cantar, porém de forma
sistematizada, para que o aluno entenda como se deu essa luta
historicamente criada e culturalmente desenvolvida pela humanidade.
(TOSTA,2017. p. 23)

Discutir a simbologia da roda que se não tiver a participação dos alunos não
vai existir, questões de religiosidade presentes nos rituais e músicas presentes na
roda, a capoeira se apresenta com vários atrativos para ser parte integrante do
ensino de nossas escolas desde o primeiro ciclo de escolarização (COLETIVOS DE
31

AUTORES,1992) onde o aluno está iniciando seu contato com o conhecimento


sistematizado e fazendo projeções diante da nova vertente de aprendizado e
desenvolvimento nos primeiros anos de escola.

Sobre a ginástica, tem sua origem como forma de exercitar o corpo, engloba
várias atividades, como: corridas, saltos, lançamentos, e lutas, tem evoluindo de
forma esportiva devido ao contato continuo com diferentes culturas Coletivo de
Autores (1992).

No currículo escolar tradicional brasileiro, são encontradas manifestações


da ginástica de várias linhas européias, nas quais se incluem formas
básicas do atletismo (caminhar, correr, saltar e arremessar), e formas
básicas da ginástica (pular, empurrar, levantar, carregar, esticar). Incluem,
também, exercícios em aparelhos (balançar na barra fixa, equilibrar na trave
olímpica), exercícios com aparelhos manuais (salto com aros, cordas) e
formas de luta. Dessa concepção de ginástica, os jogos têm sido parte
importante. (COLETIVO DE AUTORES, 1992. p. 54)

Ainda de acordo com os autores, destacam-se alguns fundamentos da


ginástica e seus significados: Saltar: Desprender-se da ação da gravidade, manter-
se no ar e causem machucar-se; Equilibrar: Permanecer ou deslocar-se numa
superfície limitada, vencendo a ação da gravidade; Rolar/girar: Dar voltas sobre os
eixos do próprio corpo; Trepar: Subir em suspensão pelos braços, com ou sem ajuda
das pernas, em superfícies verticais ou inclinadas; Balançar/embalar: Impulsionar-se
e dar ao corpo um movimento de "vaivém".

Enquanto aos exercícios anteriormente citados têm-se atribuído objetivos de


desenvolvimento de algumas capacidades como força, agilidade, destreza,
aos jogos tem cabido a representação das experiências lúdicas da própria
comunidade. Até hoje, nos programas brasileiros, se evidencia a influência
da calistenia e do esportivismo, ginástica artística ou olímpica, o que pode
explicar o fato de a ginástica ser cada vez menos praticada nas escolas.
(COLETIVO DE AUTORES, 1992. p. 54)

A prática pedagógica da ginástica na escola deve atender as necessidades de


adequação para que esse ensino não seja encarado como um treino de um atleta
profissional que por consequência visara somente a questão de bons resultados no
tocantes as técnicas, não fazendo o movimento histórico reflexivo necessário para
que o aluno aprenda como surgiu essa pratica, porque surgiu e porque ele está se
apropriando dessas práticas em âmbito escolar.
32

A elaboração de um programa de ginástica para as diferentes séries exige


pensar na evolução que deve ter em sua abordagem, desde as formas
espontâneas de solução dos problemas com técnicas rústicas nas primeiras
séries, até a execução técnica aprimorada nas últimas séries do ensino
fundamental, bem como do ensino médio, onde se atinge a forma esportiva,
com e sem aparelhos formais. (COLETIVO DE AUTORES, 1992. p. 55)

As aulas de Educação física como, outras disciplinas no âmbito escolar,


precisa-se da chancela de conhecimentos específicos para a construção de um
contexto que permita ao aluno nas aulas ir muito além da pratica pela pratica, não
sendo um mero repetidor de movimentos. Faz-se necessário para o professor que
ministra as aulas de Educação física o aprofundamento teórico acerca dos
elementos da cultura corporal.

Estes conteúdos clássicos da cultura corporal, voltam-se para alguns


princípios curriculares que irão nortear o trabalho do professor Princípios esse que
são indispensáveis para a seleção do conteúdo, para Coletivo de Autores (1992), a
relevância social do conteúdo, que compreende o sentido e o significado do mesmo
para a reflexão pedagógica na escola, deve estar vinculado a contemporaneidade do
conteúdo, onde a seleção deve garantir o conhecimento que há de mais moderno no
mundo, todavia, o clássico não é dispensável.

Neste sentido, de acordo com Coletivo de Autores (1992), o desenvolvimento


da historicidade na transmissão dos conteúdos da cultura corporal, volta-se a
compreensão por parte do aluno, que o ser humano não nasceu pulando, saltando,
arremessando, jogando, e etc. todo esse contexto histórico das atividades corporais
foram desenvolvidas em determinada parte da história a partir das necessidades
humana.

2.2 O TRATO PEDAGOGICO DO PROFESSOR UNIDOSCENTE DO ENSINO


FUNDAMENTAL E O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Para Ruiz (2003) a prática pedagógica do professor perpassa por uma série
de ações que envolve desde a participação e elaboração do Projeto Político
Pedagógico (PPP), elaborar e cumprir com seu plano de trabalho, zelar pela
33

aprendizagem dos alunos, ministrar os dias estabelecidos e colaborar com as


atividades de articulação da escola com a família e com toda a comunidade.

Estas determinações envolvem todos os professores, independente da área


de conhecimento que o mesmo leciona, em que, em geral, o conhecimento
contextualizado, em práticas e teoria, o papel do professor será mediar o
conhecimento, assim o professor de Educação Física seguir a todas as normas
comuns aos professores, mas com a particularidade de ter como característica
preponderante nas aulas as práticas corporais.

A pratica da docência através dos professores unidocentes, que, após


formação prévia, tem como principal característica a responsabilidade dominar e
ministrar todas as disciplinas da grade curricular, de forma sistematizado através do
conteúdo programático de cada disciplina, de forma a atender as necessidades de
conhecimento dos alunos nos anos iniciais, desde os anos iniciais, a formação do
professor será um dos elementos que norteara essa pratica que por sua vez no
ensino da Educação Física não se resumira só em jogos e brincadeiras e atividades
lúdicas por exemplo, mais deve tratar de prática corporais reflexivas e que venham
de fato a se adequar a fase de desenvolvimento da criança e a sua realidade,

O professor é responsável pela orientação, seja teórica, metodológica e


técnica, pode-se considerar que, nesse sentido, ele é um agente formador, tendo em
vista que contribui para a formação dos seus alunos segundo Ruiz (2003). Tal
realidade exige, portanto, consciência crítica de todos os que trabalham com a
educação. O importante é saber que ainda hoje não se pode esquecer essa
consciência crítica, de questionar diante das políticas educacionais existentes.

Ruiz (2003) destaca que a educação necessita ser repensado. Esses não
podem mais agir de forma neutra nessa sociedade de conflito, não pode ser ausente
apoiando-se apenas nos conteúdos, métodos e técnicas, não pode mais ser omisso,
pois os alunos pedem uma posição desses profissionais sobre os problemas sociais,
mas como alguém que tem opinião formada sobre os assuntos mais emergentes e
que está disposto ao diálogo, ao conflito, à problematização do seu saber. (RUIZ,
2003. p10).

Aqui está, portanto, a importância do professor, seja na educação básica ou


no ensino superior. O aluno até consegue se apropriar de alguns
34

conhecimentos espontaneamente. Mas o faz de forma lenta, precária,


superficial. Apropriações dessa ordem são bastante úteis à vida cotidiana.
Mas o problema é que essa “vida prática”, tratada de maneira pragmática e
fragmentada, não nos eleva ao máximo desenvolvimento e faz de nós os
sujeitos alienados que não conseguem avançar na luta por outra sociedade.
(MARSIGLIA, 2013. p 101)

O professor, em vez de ser um agente de transformação nos processos de


ensino e aprendizagem, é utilizado como instrumento a serviço de interesses que
regem os modelos educacionais instituídos nas escolas e nas universidades. Com
isso, aqueles profissionais preocupados com a melhoria do ensino e com a
educação, são tidos como problema, tendo em vista à concepção conservadora
predominante ainda na sociedade. ”A colaboração defendida por Vigotski é de um
“par mais desenvolvido”, que tem as condições necessárias de conduzir a
aprendizagem de forma planejada, identificando pendências cognitivas que precisam
de ação sobre elas, garantindo qualidade às mediações realizadas. Esse é, por
excelência, o professor. (MARSIGLIA, 2013. p 102)”.

Ora, se defendemos o desenvolvimento histórico e social dos seres


humanos, então esse desenvolvimento iminente só poderá se tornar efetivo
em colaboração com outra pessoa. Entretanto, a ajuda do outro precisa ser
devidamente qualificada. Assim, uma criança não apreende as relações
internas dos objetos meramente convivendo com outra que já se apropriou
de determinados conhecimentos. Da mesma forma, um professor não
domina os conteúdos que deve ensinar em suas múltiplas determinações e
sua complexidade simplesmente “trocando experiências” com seus colegas.
(MARSIGLIA, 2013. p 102)

O professor pode ser sim um agente de transformação, não apenas na sala


de aula, mas na sociedade, no ambiente escolar, para, além disso, deve estar atento
ás discussões no que se refere ao mundo sua volta. É importante, participar de
grupos de estudos, envolverem-se em pesquisas, incentivar seus alunos a buscarem
sempre conhecer mais, como destaca Marsiglia (2013) 0 sobre essa qualificação
profissional do professor, pois:

O professor tem que partir de experiências e conhecimentos dos alunos e


oferecer atividades significativas, favorecendo-as compreensão do que está sendo
feito por intermédio do estabelecimento de relações entre escola e o meio social.

Se o educador é figura indispensável, ele precisa ser bem formado,


remunerado e participar continuamente de formação de qualidade. Isso
significa que os conteúdos de sua formação não podem ser aligeirados e
35

nem se concentrar nos “saberes e fazeres docentes” esvaziados dos


referenciais teóricos que os sustentam. Por essa razão, para a pedagogia
histórico-crítica não serve qualquer conteúdo. Explicitemos um pouco mais
como estamos valorando esse conteúdo. (MARSIGLIA, 2013. p 102)

A escola é o local onde o conhecimento sistematizado estará sempre como


elemento central do aprendizado, pois se vamos expor esses conhecimentos aos
alunos deve-se adequar esses conhecimentos as disciplinas correspondentes. O
ensino da cultura corporal na Educação Física se justifica como clássico, ou seja, se
torna base para o ensino e essencial no planejamento do professor que irá ministrar
as aulas. O professor em sala de aula tem que aprofundar os conhecimentos para
que o aluno evolua de forma constante acerca do seu aprendizado, logo a formação
desse professor não pode se dar de forma superficial, tem que ser embasada por
boas e confiáveis referencias que subsidiem a formação acadêmica desse professor.

O que tange ao professor de Educação Física, este deve planejar suas aulas
de forma a adequar os conteúdos de acordo com a realidade da escola afim de
alcançar requisitos fundamentais para a formação de indivíduos que façam parte da
sociedade de forma participativa e crítica.

Para que a aprendizagem seja compreendida como condição de


desenvolvimento, é indispensável perceber a relação dinâmica “[...] entre
“quantidade e qualidade”, ou seja, a “quantidade” de aprendizagens
qualifica o desenvolvimento, à mesma medida que a “quantidade” de
desenvolvimento qualifica a aprendizagem” (MARTINS, 2012, p. 217).
Entretanto, é importante destacar que, se nos diferenciamos de teorias
como a do “professor reflexivo”, entendemos que há distinções qualitativas
entre as apropriações, isto é, não são quaisquer apropriações que
promovem desenvolvimento. Daí a importância da seleção de conteúdo, da
correta organização do ensino, tendo em vista estar a serviço do
desenvolvimento dos indivíduos. (MARSIGLIA, 2013, p.101)

Na pratica docente o planejamento é um recurso fundamental para que o


ensino aconteça de forma eficiente, assim obtendo um caminho para se alcançar os
objetivos que se tem com seus alunos, em que, nos anos iniciais as crianças,
requerem do mesmo, maior atenção mediante a seu desenvolvimento, assim de
forma sistematizada, o docente desenvolvera atividades que vão promover o
desenvolvimento, cognitivo, motor e afetivo dos mesmos, e o professor seja ele de
Educação Física ou unidocente, deve trabalhar com os conteúdos da cultura
corporal e assim garantir o acesso a esse conhecimento.
36

Partimos da concepção segundo Coletivo de Autores (1992), de que aqueles


que recebem o título de licenciados em Educação Física passaram por anos de
estudos através de uma instituição responsável por dispor esses conhecimentos de
forma contextualizada, sistematizada e atual, conhecimentos esses da cultura
corporal que tem na Educação Física como conteúdo clássicos da Educação Física
para que o aluno assimile esse conteúdo de forma critico reflexiva entendendo o seu
papel na sociedade.

O professor de Educação Física instrumentalizado deve saber identificar


quais conhecimento que a disciplina trata, promovera nas aulas a reflexão acerca da
realidade fazendo com que o aluno não só reflita e compreenda o conteúdo da
cultura corporal, mas que possa também passar esses conhecimentos para as
próximas gerações e que esses indivíduos tenham um verdadeiro salto qualitativo no
tocante a compreensão da cultura em nossa sociedade, TAFFAREL (2014).

A seleção e organização de conteúdos não é uma tarefa simples e fácil,


porque a seleção do conhecimento implica nos rumos da formação. É uma
tarefa que não se faz só. É uma tarefa coletiva. Exige coerência com o
objetivo de promover a compreensão e atuação na realidade. Para que isso
ocorra, devemos analisar a origem do conteúdo e conhecer o que
determinou a necessidade de seu ensino. Exige consideração das
condições da escola. Não podemos ensinar a nadar sem espaços propícios
para tal – rios, lagos, açudes, mar, piscinas. Os conteúdos surgem da
categoria cultura corporal que se desdobra em sistemas de complexos que
podem ser vistos como grandes e abrangentes classificações suscetíveis de
serem sistematizadas em nível escolar, em todos os graus do ensino da
Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos, com diferentes graus de
complexidade e aproximações, do Ensino Fundamental ao Médio até o
Ensino Superior. (TAFFAREL,2014. p.128)

A organização do conhecimento sistematizado para a instrumentalização dos


alunos desde que acontecer de forma contextualizada a fazer com que o aluno
tenha uma formação voltada a compreensão dos dados da realidade e a visão
reflexiva para não ver nos elementos da cultura corporal só práticas e sim, vivenciar
novas formas de entender porque esses conteúdos tem que ser ensinados na
escola, como eles surgiram e a importância que esses conteúdos cheguem as
próximas gerações de forma coerente, dando continuidade ao processo de
transmissão e assimilação desses conteúdos.
37

Para Taffarel (2014) se faz necessário por parte do professor acompanhar o


Plano de Estudos Curriculares dos estudantes, apresenta-se a necessidade do
Plano de Estudo dos professores, assim:

[...] deve prever o aprofundamento, porque ninguém ensina o que não sabe.
Este estudo deve contemplar: (a) a gênese, (b) a historicidade, (c) as
atividades principais para as aprendizagens e, (d) a organização deste
conhecimento no Plano de estudo dos estudantes na escola. Sem a
consideração dos elementos ontológicos, históricos, pedagógicos e
curriculares compromete-se a qualidade do ensino da Educação Física na
escola. Ao nos remetermos a ontologia e a historia, fica evidente que o
objeto de estudo da Educação Física não é “o corpo”, “o movimento
humano”, a “motricidade humana”, mas sim a atividade que constrói a
cultura delimitada como cultura corporal – categoria teórica que permite
reconhecer o vasto campo de conhecimento historicamente acumulado,
enquanto conhecimento clássico a ser tratado na escola. (TAFFAREL,2014.
p.130)

É papel do professor conhecer locais adequados as práticas da cultura


corporal onde por exemplo é praticamente inviável praticar natação sem uma piscina
ou um rio por perto ou jogar futebol dentro de uma sala de aula, se faz necessário a
compreensão das técnicas usadas nos conteúdos da cultura corporal para que o
senso comum não sobreponha o conhecimento sistematizado; assim o que deve ser
pautado pelo professor é o tempo pedagógico necessário a fazer com que aconteça
ampliação do pensamento crítico por parte do aluno acerca do tema exposto em
aula depois de sucessivas aproximações .

A aprendizagem decorre de sucessivas aproximações aos objetos, com o


desenvolvimento de atividades principais que permitirão a apropriação deste
objeto no pensamento. Estas sucessivas aproximações requererão
instrumentos de pensamento e instrumentos de pesquisa. Requer que os
conteúdos sejam organizados, sistematizados e distribuídos dentro de
tempo pedagogicamente necessário para a sua apropriação e objetivação
por todos, sejam portadores de deficiência ou não. (TAFFAREL,2014.
p.131)

O professor de Educação Física organiza suas aulas , segundo Saviani


(1984) numa ordem de fatores que juntos ampliam a concepção do alunos sobre os
dados da realidade, assim começamos pela Pratica Social Inicial , o professor
verifica os conhecimentos dos alunos (senso comum) acerca do tema proposto, em
seguida vem a Problematização com a critcidade sendo despertada por parte do
aluno, depois, Instrumentalização onde cabe ao professor que já foi
instrumentalizado (conhecimento cientifico) através da sua formação e de seus
38

estudos contínuos, fazendo avançar do ponto de partida lá atrás onde esse aluno
estava no estágio de sincrese. A Catarse que é o momento que já se faz notório a
evolução do aluno diante do entendimento e reflexão da temática da aula e pôr fim a
Pratica Social Final com o desenvolvimento das discussões e reflexões surge, uma
nova visão por parte do aluno completando o processo de transmissão e assimilação
e de forma evolutiva o aluno sai da Sincrese a Síntese. E assim, deve o professor
unidocente conhecer e se apropriar destes conhecimentos

Para Coletivo de Autores (1992) a função do Professor de Educação Física é


fazer com que o aluno tenha o acesso aos “[...] conteúdos selecionados,
organizados e sistematizados devem promover uma concepção científica de mundo,
a formação de interesses e a manifestação de possibilidades e aptidões para
conhecer a natureza e a sociedade”. (COLETIVO DE AUTORES, 1992. p 62)

Vale ressaltar que muitas vezes o professor unidoscente acaba sendo


culpabilizado pela forma em que o sistema se organiza, com pouco investimento no
setor educacional, e muitas vezes se tem um quadro de resultados em que, ensino
ineficiente que não dar conta de que chegue ao aluno o conhecimento sistematizado
de forma aprofundada suficiente para o desenvolvimento continuo do indivíduo;
contudo segundo Ruiz (2003), não podemos negar os conteúdos da cultura corporal
aos alunos e para que não aconteça essa negação precisamos de professores com
uma formação plena que dê ferramentas educacionais suficientes para que esse
educador tenha consciência de fato qual conteúdo tem que estar em cada ciclo de
escolarização e assegurar que o processo de transmissão de conhecimento seja
pleno e continuo.
39

3 O TRATO COM O CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS


ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I, EM MURITIBA, BA.

A Educação Física tem passado por várias mudanças nos últimos anos,
graças as discussões estabelecidas sobre o seu papel na escola através dos
conteúdos da cultura corporal, que busca formar indivíduos conscientes de sua
cultura, para produzir e reproduzi-la de forma a expandir esses conhecimentos com
criticidade para compreender os dados da realidade, é possível fazer a leitura da
conjuntura educacional que o pais se encontra e compreender o sentido das práticas
corporais e a relevância desses conteúdos na formação dos indivíduos .
O presente estudo tem como marco metodológico é de natureza qualitativa
descritiva, teve como instrumentos de coleta um questionário estruturado aplicado à
13 professores unidoscentes, graduados em Pedagogia, da cidade de Muritiba; e
também a observação indireta, no período de entrega e recolha do questionário
entre os dias 13/05 a 20/05.
A cidade de Muritiba-BA, é localizada no Recôncavo da Bahia, com uma
população estimada em 29.387 pessoas, possui em todo o município 23 escolas
(zona urbana e rural) do Ensino Fundamental, com um quadro de 232 professores,
com 3.692 alunos matriculados. (IBGE,2018). Na sede do município possui três
escolas do Ensino Fundamental, com 18 professores do Ensino Fundamental I, dos
quais 13 aceitaram participar da pesquisa. Os professores Unidoscentes aceitaram
responder ao questionário composto por (09) nove questões, sendo 05 abertas e 04
fechadas, cujo intuito foi verificar suas práticas nas aulas de Educação Física.
As questões levantadas a partir do questionário buscam identificar as
demandas sobre como estes professores realizam as aulas de Educação Física,
para tanto levantou-se: ano/serie, tempo de atuação, formação e formação
complementar; qual o contato com a Educação Física na graduação, quais materiais
são usados nas aulas, quais conteúdos, qual o nome que a unidade de ensino da a
disciplina, planejamento das aulas, principais dificuldades, qual o entendimento e
importância da disciplina Educação Física e sobre a presença de um professor
licenciado.
40

A coleta de informações se deu após a coleta advindas do questionário


destinado a cada professor, para poder fazer uma caracterização de amostra. É
valido salientar que a pesquisa buscou preservar o nome das professoras por
questões éticas, e por serem todas do gênero feminino, foi utilizado por opção a
identificação das mesmas os nomes das professoras que contribuíram para a minha
formação durante o período da graduação nesta instituição, como também as que
fazem parte do meu núcleo familiar sendo a seguinte: professora 1-Elipaula;
professora 2- Lizziane; professora 3-Dilvana; professora 4-Jaqueline; professora 5-
Maciela; professora 6-Janice; professora 7-Vilma; professora 8-Viviane; professora
9-Vera; professora 10-Amália; professora 11-Jocarla; professora 12-Cris; professora
13-Juliana. É válido salientar que as professoras 1; 2 e 3 são da Escola A; as
professoras 4; 10; 6; 11 e 7 são da escola B, as demais 5; 8; 9; 12 e 13 fazem parte
da Escola C.

Ao verificar o perfil dos professores foi possível identificar (Quadro 01) as


séries e tempo de atuação; e o tipo de formação continuada que possuem.

Quadro 1: Perfil dos Professores

Ano/ Professoras Tempo de Formação Continuada


série atuação
1° 1 Elipaula 9 Anos Educação infantil
1° 2 Lizziane 25 Anos Não tem
1° 3 Dilvana 24 Anos Psicopedagogia
2° 4 Jaqueline 13 Anos Coord. e gestão escolar
2° 5 Maciela 23 Anos Não tem
2° 6 Janice 24 Anos Psicopedagogia
2° 7 Vilma 23 Anos Não tem
3° 8 Viviane 23 Anos Não tem
3° 9 Vera 25 Anos Psicopedagogia
3° 10 Amália 23 Anos Psicopedagogia
3° 11 Jocarla 14 Anos Ed. do campo
4° 12 Cris 28 Anos Não tem
4° 13 Juliana 15 Anos Psicopedagogia
Fonte: Pesquisa desenvolvida em Muritiba – BA (2019)
41

É possível verificar que os professores Unidocentes possuem uma


considerável experiência no ato de lecionar, tendo em média de 20 a 23 anos de
trabalho na área educacional. Para além do tempo à docência consciente é
indispensável, a formação e instrumentalização do professor para um aprendizado
continuo e atualizado do profissional (SAVIANI,1994).
No contexto envolvendo a Educação Física, esta disciplina passou por várias
mudanças nos últimos anos no âmbito escolar, e isso requer de quem a lecione
atualização e conhecimentos fundamentas para a sua prática. Tomando por base o
tempo de atuação na área pedagógica, espera-se que estes professores conheçam
ou reconheçam os avanços que a disciplina sofreu ao longo do seu percurso
histórico e busquem se atualizar embora seja possível constatar que nenhum
possui formação continuada na área da Educação Física escolar.
SAVIANI (1994) destaca que para haver conhecimento sistematizado tem
que ter responsabilidade ao buscar conhecimentos, tendo o cuidado de não
separando o clássico do atual, mantendo a intencionalidade de ir ampliando a
concepção do aluno acerca dos conhecimentos dosando e sequenciando o
processo de transmissão e assimilação expostos em sala de aula.

É necessário viabilizar as condições de sua transmissão e assimilação, isso


implica dosá-lo e sequencia-lo de modo que a criança passe
gradativamente do seu não domínio ao seu domínio. Ora, o saber dosado e
sequenciado para efeito de transmissão-assimilação no espaço escolar ao
longo de um tempo determinado, é o que nós convencionamos chamar de
“saber escolar”, (SAVIANI,1994, p 28)

É através da apropriação do conhecimento sistematizado que o aluno tem


acesso na escola, assim ele irá construir sua concepção de realidade abordando e
analisando o cenário que a sociedade lhe apresenta como os dados da realidade do
seu cotidiano. Assim diante da conjuntura de atual que o pais se encontra, se faz
necessário cada vez mais de uma atuação docente voltada a formação integral do
indivíduo.

Para Coletivo de Autores (1992) dentro da concepção critica superadora, o


professor deve fazer com que o conhecimento chegue ao aluno de forma espiralada
e simultânea, e as aulas de Educação Física deve estar voltada não para o
42

movimento pelo movimento, como pratica principal pautada somente pela técnica, e
sim deve buscar o contexto cultural que advém dessas práticas.

É possível verificar que nenhuma das especializações citadas acima remete a


Educação Física, assim surge uma reflexão: Como pode esses professores
lecionarem a disciplina por muitos anos sem uma formação voltada a área?

Buscando responder a esta problemática, Taffarel (2014) destaca que os


caminhos da formação implicam na docência pois, ninguém ensina o que não sabe,
quando você se dispõe a ensinar qualquer conteúdo tem que garanti-lo, isto não
ocorre com cerca dos 40% dos professores que não tem ou não identificaram a sua
formação continuada.

Do mesmo modo, Gamboa (2019), na palestra realizada na Faculdade Maria


Milza, na 11ª Semana de Educação em 2019 destacou que, não se pode ensinar
através de percepções e concepções sem embasamento científico, o ato de ensinar
demanda coerência e responsabilidade pois ao garantir o conhecimento
sistematizado através de sua pratica pedagógica o professor será o condutor para
uma nova percepção de mundo para o indivíduo.

As aulas de Educação Física perpassa por caminhos para a


instrumentalização do aluno assim iniciamos com a pratica social em que o professor
verificara onde o aluno está em relação ao tema da aula ou seja, se esse aluno tem
alguma aproximação com a temática e se tiver qual é o grau de aproximação que
tem, em seguida vem a problematização momento em que o professor provoca o
aluno assim despertando sua criticidade e o dialogo acerca do debate, no terceiro
momento a instrumentalização chega com a práxis pedagógica do professor que
através do conhecimento cientifico busca instrumentalizar o aluno fazendo com que
comece a sair do senso comum e comece para caminhar a próxima etapa, a catarse
em que ,nesse momento, o aluno passa a ver o conhecimento exposto na aula de
outra maneira ficando notável a aprendizagem acerca do conteúdo e por fim chega-
se na pratica social final com o aluno dando um salto qualitativo após apreender o
conhecimento sistematizado de forma a completar o processo de transmissão e
assimilação.

Sem a consideração dos elementos ontológicos, históricos, pedagógicos e


curriculares compromete-se a qualidade do ensino da Educação Física na
43

escola. Ao nos remetermos a ontologia e a história, fica evidente que o


objeto de estudo da Educação Física não é “o corpo”, “o movimento
humano”, a “motricidade humana”, mas sim a atividade que constrói a
cultura delimitada como cultura corporal – categoria teórica que permite
reconhecer o vasto campo de conhecimento historicamente acumulado,
enquanto conhecimento clássico a ser tratado na escola. (TAFFAREL,
2014. p. 130)

A atuação dos professores Unidoscentes nas aulas de Educação Física no


Ensino Fundamental I deve ser, repensada em relação aos cursos de graduação,
que devem ofertar esta disciplina para a formação dos mesmos, bem como os
cursos de formação continuada na área em que deve se inteirar perante aos
conhecimentos que esta disciplina requer de quem a ministre. O processo que o
docente percorreu desde o início dos seus estudos implicara nos caminhos da
formação do aluno, assim invariavelmente vai haver negação de conteúdo essencial
para o acesso ao conhecimento sistematizado neste caso em específico da cultura
corporal.

Neste sentido, questionou-se as professoras: Quais são as principais


dificuldades em ensinar a disciplina Educação Física no Ensino Fundamental.
(Quadro 3).

Quadro 2: Dificuldades para ensinar nas aulas de Educação Física

Dificuldades para lecionar %

Quadra 61,53%

Material de aula 30,76%

Rádio e caixa de som 15,38%

Retroprojetor 7,69%

Outros 53,84%

Fonte: Pesquisa desenvolvida em Muritiba – BA (2019)


44

É possível perceber que a percepção dos professores Unidocentes, sobre as


dificuldades para lecionar a disciplina, na sua maioria está, no fato de não ter uma
quadra (61,53%). Recursos como: caixa de som (15,38), retroprojetor (7,69%), são
apontados num segundo plano e que vem fazer parte da dificuldade apontadas em
lecionar a disciplina, o que também podeira ser tratado nas demais disciplinas
currículo escolar.

Ter uma quadra em condições favoráveis e a disposição para dar aulas de


Educação Física auxilia consideravelmente as aulas no sentido de que o aluno terá
um espaço adequado a várias práticas, porém não se pode perceber esta como
único instrumento de aula em como, negar ao aluno o conhecimento sistematizado
por falta desse recurso. O instrumento mais importante para lecionar é a apreensão
do conhecimento por parte do professor, que instrumentalizado a contento irá
planejar de forma a garantir os conhecimentos da Educação Física de forma a se
adequar a realidade da escola, pois falta de recursos não se justifica a negação do
conhecimento.

Os conteúdos da Educação Física, podem de certa forma serem trabalhadas


de forma coerente, mesmo sem o acesso aos recursos como caixa de som e quadra.
Por exemplo citamos o conteúdo luta, com a capoeira que para ter uma aula basta a
abordagem deste conteúdo por meio de sua historicidade, etc, bem como suas
vivencias podem acontecer de forma que se organize a turma em duplas ou em
formato de roda para assim executar seus movimentos de forma plena, sempre dois
a dois, onde suas músicas trazem a historicidade do tema, sendo preciso de canto e
palmas dos outros alunos, contudo se o professor não busca por ampliar seus
conhecimentos desse tema , de forma especifica, ele não terá meios para expor o
conhecimento.

O professor não deve se limitar a recursos materiais, contudo sem formação


inicial adequada e tão pouco, sem formação continuada, inevitavelmente o
conhecimento fica estagnado, ficando inviável ter um suporte para ministrar os
conteúdos e adequá-los a uma metodologia que saia do senso comum. O fato é que
se percebe-se que as professoras não possuem uma formação continuada na área
da Educação Física, provavelmente também não tenha contemplado a disciplina
Educação Física na sua formação, nem tão pouco, dento da abordagem critico-
45

superadora, o que tornam o acesso a conhecimentos mais amplos sobre esta


disciplina dentro do contexto escolar.

Diante disto, foi perguntado sobre os conteúdos mais frequentes nas aulas de
Educação Física (Quadro 4). Destes professores.

Quadro 3:Conteúdos mais frequentes nas aulas de Educação Física

Conteúdo de aula

38,46%
Brincadeiras
84,6%
15,38% Jogos Cooperativo
Esporte
Jogos Populares
46,15%

Fonte: Pesquisa desenvolvida em Muritiba – BA (2019)

As brincadeiras são um conteúdo da Educação Física mais abordado pelas


professoras (84,6%) seguido dos jogos populares (38,46%), jogos cooperativos
(46,15%) e o esporte (15,38%), para ser conteúdos de aula. Segundo Machado
(2016), além do professor direcionar os alunos aos conhecimentos da cultua
corporal, os conteúdos das aulas de Educação Física devem estar disposto dentro
de uma intencionalidade, lúdica, artística, antagonística, estético ou outros que
representam conceitos e ideias produzidos pela consciência social que chamaremos
de “significações objetivas “que se relaciona com a realidade de sua própria vida
,Coletivo de Autores (2009), dispondo de sua intencionalidade como também devem
ser fundamentais para o processo de humanização deste indivíduo dentro do espaço
escolar.
46

Nota-se principalmente que para estes professores, os elementos que


compõe os conteúdos da Educação Física não são destacadas as lutas, dança,
ginástica, demonstrando a falta de conhecimento sobre os elementos da cultura
corporal.

As aulas de Educação Física, elaborada a partir de referências clássicas e


atuais da disciplina, deve respeitar os ciclos de escolarização e levar em conta todos
os elementos suficientes para garantir o processo de transmissão e assimilação do
conhecimento de forma coerente fazendo com que esse conteúdo tenha de fato uma
relevância na formação do aluno.

Para Coletivo de Autores (1992) os jogos são bons instrumentos para se


trabalhar no Ensino Fundamenta I, mas não é qualquer tipo de jogo, tem que ter
fundamentação teórica e respeitar os ciclos de escolarização do conhecimento para
que o conhecimento chegue ao aluno de forma simultânea e espiralada. Numa breve
observação das aulas das professoras alvos da pesquisa, foi possível perceber a
presença dos jogos de tabuleiros e dominós, esses jogos são usados para trabalhar
da 1° ano a 4° com todas as series nas aulas de Educação Física

Conteúdos como a ginástica, danças e as lutas devem ser abordados no


âmbito escolar. A ginástica trabalhada no âmbito escolar de maneira reflexiva
trazendo todo contexto histórico, e suas vivencias adequadas aos alunos tornado
esse conteúdo acessível para todos, pois “A elaboração de um programa de
ginástica para as diferentes séries exige pensar na evolução que deve ter em sua
abordagem, desde as formas espontâneas de solução dos problemas com técnicas
rústicas nas primeiras séries”. (COLETIVO DE AUTORES, 1992. p. 55).

Outro conteúdo da cultura corporal que deve ser indissociável das aulas de
Educação Física é o conteúdo dança o qual deve estar inserido na pratica
pedagógica do professor de forma que não busque ensina a técnica nas aulas, pois
está não é o elemento principal de ensino. Deve elencar as concepções
socioculturais busque expressar a simbologia e expressão juntos com fundamentos:
ritmo, espaço e energia e que para o aluno esse conhecimento possa ter de fato
uma relevância, para transformar de mero repetidor de movimento, podendo
“orientados pelo professor dentro das possibilidades individuais, sem negar
conhecimentos mais amplos e profundos. (COLETIVO DE AUTORES,1992, p. 61).
47

Vale sempre ressaltar que não se faz necessário que o professor de


Educação Física seja um praticante da dança para ensiná-la, todavia se faz
necessário uma formação aprofundada acerca do tema para que o professor tenha
ciência do que está propagando.

As lutas como conteúdo clássico também tem seu espaço como conteúdo e
deve ser abordado de forma a desmistificar a conotação da violência que os meios
de comunicação apresentam como sendo elemento indissociável dessa pratica.
Uma das possibilidades de trato com elementos da cultura corporal por exemplo é a
capoeira. Ao tratar da capoeira no âmbito escolar, alcançamos vários elementos da
cultura corporal, como a dança, o esporte, jogos e as lutas.

A capoeira é um conteúdo que pode ser contemplado na escola pelos seus


múltiplos enfoques que possibilitam que possibilitam à luta a dança e a arte
o folclore o esporte a educação o lazer e o jogo. A mesma deve ser
globalizadamente deixando que o aluno se identificasse com os aspectos
que mais lhe convier. (GOMES ,2013, p 43)

A capoeira como luta tanto pode ser representada como ato social de lutar por
direitos principalmente para os seus percussores no país que foram os negros, como
a vivência da luta como ato físico e técnicas de defesa/ ataque que podem ser
usados em vários contextos, por exemplos em práticas em duplas que envolvam
jogos de oposição, praticas em grupo e até individual na forma de desenvolvimento
dessas técnicas e no contexto de aulas teóricas na exploração do contexto histórico
que se confunde com a própria história do pais, onde podemos citar por exemplo de
que a capoeira foi oficialmente declarado o primeiro esporte brasileiro.

É papel do professor transmitir o conhecimento sistematizado ao aluno tanto o


clássico como o atual, mesmo com empecilhos como a falta de materiais didáticos
pedagógicos, mas para tanto esse professor deve saber o que está ensinando, para
garantir a transmissão e assimilação do conhecimento.

Segundo Coletivo de autores (1992) são os conteúdos trabalhados em aula


que levaram o professor a realidade dinâmica e concreta do mundo do aluno, assim
fazendo com que o aluno enxergue sua realidade de outra maneira saindo do censo
comum. O professor levará o aluno através dos ciclos a uma nova leitura de
realidade onde esse conhecimento se amplia de acordo com o avançar das aulas.
48

É possível que a escolha dos conteúdos brincadeira (84,6%) e dos jogos


populares (38,46%) seja o reflexo de concepção dada pela escola a disciplina. Daí
foi questionado qual o nome que a disciplina recebe dentro da unidade escolar.
Para a unidade A, a disciplina Educação Física recebe o nome no seu currículo de
“Jogos e Brincadeiras”; na unidade B recebe o nome de “Jogos e Recreação”; na
unidade C “Psicomotricidade”. Contudo, é interessante ressaltar que para algumas
professoras, da mesma Unidade Escolar identificam a disciplina como “ Artes”; “
Habilidades motoras “ e “ Brincadeiras”.

A partir disto, é possível inferir que as professoras são direcionadas a pensar


nas aulas da disciplina Educação Física em função do nome que lhe é destinado ou,
aquilo que o professor compreende como disciplina. Talvez essa compreensão, faça
com que o professor direcione seus conteúdos na perspectiva das Brincadeiras,
Jogos Populares e Jogos cooperativos (Quadro anterior).

Sabe-se da importância do professor está em todas as fases da


aprendizagem do aluno, contudo essa aprendizagem necessita do: tempo,
maturação e ter acesso ao aquilo que o professor possa ofertar, para que o aluno
tenha conhecimento de fato para a sua vida, “[...], a importância do professor, seja
na educação básica ou no ensino superior. O aluno até consegue se apropriar de
alguns conhecimentos espontaneamente. Mas o faz de forma lenta, precária,
superficial. Apropriações dessa ordem são bastante úteis à vida cotidiana”.
(MARSIGLIA, 2013. p 101).Neste sentido, buscar por conhecimentos específicos da
disciplina, conteúdos, metodologias e estratégias de aula são importante para que a
prática pedagógica deste professor não se limite apenas ao que foi informado.

Tomando por base estes questionamentos, surge a inquietação em saber


como elaboram seu planejamento de ensino (anual ou semestral), 50% dos
professores responderam que não fazem plano de aula. Os outros 50%
responderam que fazem os planos de ensino de forma semanal, e usam referências
como: sites, rede sociais, google, livros da editora FTD e livros de Educação Física
diversos. Contudo é possível refletir que é a partir dessas fontes. Os docentes
preparam suas aulas de maneira muito rasa, sem embasamentos teóricos
relevantes a formação humana.
49

Os professores não apontam fontes (título e autor) que estão usando como
referências para suas aulas, nem informam qual a contextualização histórica e
reflexiva do conteúdo trabalhado para que o aluno saiba porque ele está tendo
acesso a esse conhecimento, saber: onde surgiu, e qual o papel daquela temática
na sociedade.

E para isso, o professor precisar estar sempre atualizado, estudando e se


aperfeiçoando, buscando novos métodos e criando novas atividades e
dinâmicas que interajam com seus alunos, tanto no quesito educacional
quanto no âmbito individual, buscando sempre inovar em suas aulas.
(COSTA FILHO et al,2017, p.4)

Para planejar e lecionar aulas, o professor unidoscente deve ter uma


formação que dê subsídios suficientes para que o mesmo tenha total compreensão
do que está propagando, pois o processo de formação do aluno tem o professor
como instrumento de transmissão do conhecimento sistematizado, assim, se esse
professor não tiver instrumentos teóricos suficientes a partir do conhecimento
especifico daquela temática, invariavelmente ele não será capaz de garantir esse
conhecimento ao aluno pois, nenhum professor é capaz de ensinar o que não sabe.

Sabe-se que ser um professor unidoscente não é tarefa fácil, e para isso a
formação dos professores deve ter uma construção sólida e crítica para o trabalho
com as diversas disciplinas. Para tanto o professor deve estar qualificado para
desenvolver funções de acordo a sua formação, e a realidade do país faz com que o
professor unidoscente assuma diversos papeis como professor de Artes, música,
biologia, matemática e outros, sem que haja a devida qualificação. Em específico em
relação a formação na área da Educação Física, no Art. 8º das resoluções
curriculares para o curso de Educação Física (2004 p. 03-04) apud Conselho
Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior, Resolução n° 7(2004), diz
respeito aos conhecimentos especifico que o profissional deve ter em sua formação
na graduação.

Para o Curso de Formação de Professores da Educação Básica,


licenciatura plena em Educação Física, as unidades de conhecimento
específico que constituem o objeto de ensino do componente curricular
Educação Física serão aquelas que tratam das dimensões biológicas,
sociais, culturais, didático-pedagógicas, técnico-instrumentais do movimento
humano.
50

Esta realidade se reflete a partir da graduação, pois muitas instituições de


Ensino Superior não ofertam para o pedagogo, em sua grade curricular disciplinas
que envolvem a Educação Física, e por conta disso, o professor não tem o devido
suporte para o trato pedagógico que a disciplina necessita. Questionadas sobre a
importância da disciplina Educação Física nos anos iniciais, destacamos:

“Sim, para desenvolver melhor as habilidades motoras finas e


grossas (Professora 1 Elipaula) ”;“Sim, desde que seja
direcionado por um profissional licenciado, pois além de
auxiliar no desenvolvimento, promove a socialização do
aluno. (Professora 3 Dilvana) ”; “Sim possibilita aos alunos
desde cedo desenvolver habilidades corporais e com
qualidade. (Professora 4 Jaqueline) ”.

As informações dadas pelas professoras, destacam: “ as habilidades motoras


finas e grossas, auxilio no desenvolvimento e socialização do estudante. De fato
estas informações são parte dos benefícios proporcionados pela disciplina, contudo
não são suficientes para que possa ser tratada de maneira importante dentro do
currículo escolar.

A disciplina Educação Física, no âmbito escolar, deve tratar dos


conhecimentos que serão sistematizados, de forma pedagógica, através do
conhecimento cientifico, e que deve garantir a sua historicidade. Segundo
(COLETIVO DE AUTORES, 1992) o currículo deve fazer com que o aluno faça uma
reflexão pedagógica fazendo relação a compreensão da realidade social,
desenvolvendo assim uma lógica de fatos na qual o mesmo possa fazer uma leitura
do seu real papel na sociedade.

A professora 2 Dilvana; respondeu destacando que o ensino da Educação


Física tem que ser a partir do professor de Educação Física pois promover
desenvolvimento e socialização são práticas que derivam das temáticas da cultura
corporal pois através desse conteúdo que foram construídos historicamente pela
sociedade, onde os alunos devem analisar e questionar o conteúdo exposto assim
construído uma nova concepção do conhecimento como cidadãos críticos reflexivos.

É possível perceber que a percepção das professoras alvo da pesquisa é


limitada sobre a presença da disciplina Educação Física nos anos iniciais,
51

constatamos que nenhuma professora cita elementos como ontogênese,


historicidade uma maior consciência de sociedade a partir das temáticas das aulas,
ou seja, mesmo concordando com a importância da disciplina as professoras não
direcionam as aulas para um ensino que de fato tenha uma relevância na vida do
aluno.

Segundo Machado (2016) não adianta dizer que é importante se não sabe
com o que está lhe dando no trato com o conhecimento, pois para que o aluno seja
instrumentalizado de acordo a que esse conhecimento vá se ampliado fazendo com
que o aluno saia do estado de sincrese a síntese acerca do clássico e do atual nas
aulas de Educação Física.

Neste sentido, foi questionado sobre a importância do professor de


Educação Física no Ensino Fundamental I para lecionar as aulas. Obtivemos as
seguintes respostas:
“Todo setor necessita de um profissional capacitado que tenha
conhecimento na área de atuação e com o professor de Educação
Física não é diferente. (Professora 1 Elipaula); “Seria importante sim,
pois as aulas de Educação Física têm por finalidade contribuir com o
desenvolvimento físico e mental das crianças”. (Professora 3
Dilvana); “Um profissional licenciado proporciona a criança maiores
chances de desenvolvimento das capacidades perceptivas ajustando-
se ao comportamento psicomotor e psicossocial” (Professora 7 Vilma)
.

As professoras consideram importante a presença do professor licenciado em


Educação Física. A formação do professor se faz importante no processo de ensino
pois, ele primeiro se apropriará do conhecimento para depois transmiti-lo e para que
essa apropriação do professor se dê de forma especifica, tem que ser a partir de
uma formação inicial, e para que esse conhecimento seja atual, a formação
continuada é essencial. Para Taffarel (2014) esta disciplina requer por parte do
professor conhecimento suficiente para saber como acontece o processo de
aprendizado do aluno, saber organizar, sistematizar, selecionando e/ou distribuir os
conteúdos através do tempo pedagógico necessário para a apropriação de todos os
alunos.

O papel do professor de Educação Física na escola não deveria ser


substituído, contudo, a realidade das escolas dos anos iniciais no pais, desqualifica
52

a disciplina Educação Física como área do conhecimento, pois dá a impressão que


qualquer um sem fundamentação teórica e sem licenciatura pode lecionar a
disciplina. Segundo Fiorio (2012) está realidade é amenizada, na medida que, o
professor, graduado em Pedagogia, encontra-se habilitado para dar estas aulas,
contudo nem todos tiveram acesso a esta disciplina em sua formação.

Autores como Ruiz (2003), Resende (1997) e Machado (2016) destacam que
o professor ao estar como regente nas aulas de Educação Física deve ter formação
adequada e conhecimento para garantir que não seja prejudicado a formação e o
aprendizado do aluno. A Educação Física escolar, deve estar nas escolas nos anos
iniciais de forma completa, com professor licenciado.
53

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prática pedagógica nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental


se dá na maioria das vezes, por professores unidoscentes e que de maneira geral,
prioriza técnicas de execução e movimento e que reduz as aulas a meras atividades
lúdicas fazendo com que o aluno não desperte um olhar crítico para a realidade, em
que poderá correlacionar essas práticas com os fatos presentes com suas relações
e vivencias dentro e fora dela.

Iniciamos este estudo com o intuito de investigar a pratica docente das


professoras Unidocente das escolas do Ensino Fundamental I que lecionam a
disciplina Educação Física. Sabemos que o homem nasce como um animal
“inacabado” e através do conhecimento sistematizado que o homem terá sua
formação por completo pois assim, o mesmo acessará todo matéria histórico
produzido pela humanidade. A escola é a responsável pelo processo de
humanização do homem e o professor é responsável por garantir esse processo de
transmissão do conhecimento sistematizado, contribuindo para que o aluno assimile
esses conhecimentos e possa a partir dessa apropriação possa fazer uma leitura
dos dados da realidade.

Após a coleta de informações, foi possível constatar a falta de embasamento


teórico e formação continuada por parte dos professores Unidocente para ministrar
as aula de Educação Física. Apesar dos muitos anos de experiência em sala de
aula, estes não realizaram nenhuma formação continuada voltada para a área,
embora reconheçam a importância do ensino da Educação Física nas series iniciais
e da presença de um professor licenciado lecionando as aulas.

Os professores unidocente apresentaram como atividades trabalhadas em


sala de aula conteúdos como brincadeiras, jogos populares, esporte e os jogos,
contudo não demonstraram apropriação suficiente para trabalhar esses conteúdos
da cultura corporal nas aulas de Educação Física e pelo que foi possível verificar,
conduzem a disciplina em função da nomenclatura que a mesma se apresenta na
unidade escolar.
54

Percebe-se que a realidade dos professores unidoscentes, reflete as políticas


de educação do nosso pais que faz com que este professor assuma a qualificação
em ministrar esta disciplina, como as demais, de maneira coerente e dentro das
discussões que a mesma solicita. Estas políticas, devem primar por um professor
qualificado em sala de aula, assim se faz necessário a discussão para atuação
desses professores pois ninguém ensina o que não sabe.

Na pesquisa, parte das professoras demonstraram saber da importância de


se planejar a aula, e ter instrumentos adequados para esse ensino como a quadra, e
materiais para as aulas, porém deixaram de fora elementos como a luta, ginástica e
a dança fora das aulas, assim negando essas temáticas e sua historicidade e a
sistematização para fazer o ensino voltado a pratica pela pratica, deixando de lado
possibilidades de trabalhar com pesquisas, discussões e elementos da cultura local
como a capoeira , que englobam fundamentos das lutas, ginástica e da dança.

Destaca-se que o professor licenciado em Educação Física é o principal


instrumento qualificado para desenvolver um trabalho que possa assegurar uma
construção do conhecimento de qualidade para que o aluno tenha acesso aos
conteúdos da cultura corporal promovendo, um ensino critico reflexivo e participativo
nas aulas. A licenciatura garante ao professor licenciado a consciência do seu papel
na escola, de ser o propagador do conhecimento sistematizado da melhor forma
possível.

Estudos como este, espera-se que possa contribuir para que se aprofunde
mais discussões sobre o tema e se amplie o entendimento do ensino da Educação
Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como ampliar as discussões
sobre o trato pedagógico do professor unidoscente que ministra as aulas da
disciplina Educação Física, pois os mesmos devem buscar por qualificação e
conhecimentos teórico/metodológico como trato com o conhecimento através
daqueles que tem instrumentos suficientes para atender as demandas do ensino na
escola.
55

REFERÊNCIAS

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São


Paulo: Cortez, 1992.
Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP nº 1, de 15
de maio de 2006. Disponível
em:http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf . Acessado em 28 de maio
2019.

Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução n° 7,


de 31 de março de 2004. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf Acesso em: 28 de maio
de 2019.
COSTA FILHO, João Lino Da; et al. A Importância da Educação Física noEnsino
Fundamental 1. Revista Gestão Universitária. Fevereiro,2017.
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Ensino Fundamental: Um Olhar Sobre a Formação Profissional Em Um
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GAMBOA, Silvio Sánchez. II Jornada de Educação da FAMAM: Pesquisa e
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GOMES, Nathalia Chaves. Et al. O Conteúdo Das Lutas Nas Series Iniciais Do
Ensino Fundamental: Possibilidades Para a Pratica Pedagógica Da Educação
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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE-Cidades; Muritiba,2018.
Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/muritiba/panorama Acesso em:
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56

LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. 2ª ed. São Paulo: Centauro,


2004. Tradução de Rubens Eduardo Frias
MACHADO, Jamile Freire. A Educação Física nos anos iniciais do ensino
fundamental: uma investigação nas escolas municipais de São Felix-BA.
Faculdade Maria Milza. Governador mangabeira, Ba 2016.
MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. MARTINS, Ligia Marcia. Contribuições Da
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Critico e o Trato Com o Conhecimento Esporte Na Escola: Primeiras
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Curricular Para O Ensino-Aprendizagem Da Educação Física Na Escola: Um
Estudo De Caso. Revista Perspectivas em Educação Física Escolar. Rio de Janeiro,
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RUIZ, Maria José Ferreira. O Papel Social Do Professor. n. 33, set a dez 2003.
SAVIANI, Dermeval. Sobre a Natureza e Especificidade da Educação, Mesa
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In: Novas tecnologias, trabalho e educação. Petrópolis /RJ : Vozes, 1994.

SAVIANI, Dermerval. Escola e Democracia: Teorias da educação, curvatura da


vara, onze teses sobre a educação e política. 36ª ed. rev. Campinas, SP: Autores
Associados, 2003a. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo; vol. 5).
TAFFAREL, Celi NelzaZülke. PERSPECTIVAS E TEMAS ATUAIS DA PRODUÇÃO
SOBRE CORPO E CULTURA: Indícios da Realidade no Contexto Atual no Âmbito
da Educação Física. Revista Eletrônica da Escola de Educação Física e Desportos-
UFRJ. Volume 10. Rio de Janeiro,2014.
TOSTA, Matheus De Novaes. Um Estudo Sobre O Ensino Do Conteúdo Capoeira
Nas Aulas De Educação Fisica Anos Finais No Ensino Fundamental Do
Município De Muritiba-Ba. Faculdade Maria Milza, Governador Mangabeira –
BA,2017.
57

APÊNDICE (A)

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

VALDINEI VELOSO ESTRELA


Caro (a) Professor (a)
O presente estudo tem como título:Educação Física Nos Anos Iniciais Do Ensino
Fundamental: Uma Investigação Nas Escolas Municipais Na Cidade De
Muritiba-Ba contamos com a sua colaboração em responder este questionário
estruturado, a fim de identificar o trato pedagógico dos professores unidocentes do
Ensino Fundamental I, junto aos conteúdos da disciplina Educação Física nas
escolas municipais na cidade de Muritiba, BA.

Agradeço a sua contribuição ao passo que solicito a autorização da utilização das


informações prestadas.

Ano/Série________ Turno:_____________ Quantos anos atua na educação:


_______
Qual a sua formação: ( ) Magistério ( ) Pedagogia ( ) Outras
Já realizou alguma formação complementar: Especialização: Sim ( ) Não ( ).
Qual: _______
Na sua formação, você teve contato com a disciplina Educação Física? Sim ( )
Não ( ).
Qual o nome da disciplina? ____________________
Esta disciplina no Ensino Fundamental I acontece de que forma em sua pratica
docente?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________
Assinale quais as principais atividades realizadas em sala de aula:
( ) brincadeiras ( ) jogos cooperativo ( ) esportes ( ) jogos populares
Outros______________________________________________________________
_________
58

Você acha as atividades da Educação Física importante nos anos iniciais? Porque?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________
Como é planejado as aulas em geral?
( ) semanal ( ) mensal ( ) bimestral ( ) semestral ( ) anual
Você usa referências bibliográficas para o planejamento das aulas de Educação
Física?
Sim ( ) Não ( ) Não Lembro ( ). Quais?
_________________________________
Quais as principais dificuldades em ministrar as aulas de educação física?
Material de aula ( ) Quadra ( ) Rádio e cx de som( ) retroprojetor ( ) Outros (
)
Qual sua opinião sobre a presença de um professor licenciado em educação física
para lecionar as aulas no ensino fundamental I?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________
Quais materiais você usa nas aulas de educação física?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________
59

APÊNDICE (B)

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

VALDINEI VELOSO ESTRELA

Muritiba, 24 de abril de 2019


Prezado (a) Coordenador/ Diretor desta instituição.

Viemos por meio desta, solicita a vossa valiosa colaboração facilitando o


desenvolvimento do estudo intitulado: Educação Física Nos Anos Iniciais Do
Ensino Fundamental: Uma Investigação Nas Escolas Municipais Na Cidade De
Muritiba-Ba realizado pelo acadêmico Valdinei Veloso Estrela, graduando do curso
de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Maria Milza ( FAMAM) sob a
orientação da professora Ms. Elipaula Carvalho, cujo objetivo é: identificar o trato
pedagógico dos professores unidocentes do Ensino Fundamental I, junto aos
conteúdo da disciplina Educação Física nas escolas municipais na cidade de
Muritiba, BA.

Este estudo envolve a aplicação de um questionário para as professoras do Ensino


Fundamental I, portanto solicito autorização e colaboração de Vs, para a realização
deste estudo.

Att

_______________________________

Valdinei Veloso Estrela

_______________________________

Elipaula Marques da C. Carvalho

_______________________________

Assinatura e carimbo do responsável institucional

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