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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES


CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEAD
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR

Dacielle Antunes Santos

Maria Eva Rodrigues de Oliveira

EDUCAÇÃO FÍSICA NAS SÉRIES INICIAIS: desafio para os professores


regentes

Montes Claros - MG
Janeiro/2019
Dacielle Antunes Santos

Maria Eva Rodrigues de Oliveira

EDUCAÇÃO FÍSICA NAS SÉRIES INICIAIS: desafio para os professores


regentes

Trabalho apresentado ao curso de pós-


graduação lato sensu em Educação Física
Escolar, ofertado pela Universidade Estadual de
Montes Claros, no âmbito da Universidade
Aberta do Brasil – UAB – como exigência para
obtenção do grau de Especialista.

Orientador: Prof. Me. Marcelo de Paula


Nagem

Montes Claros - MG
Janeiro/2019
A EDUCAÇÃO FÍSICA NAS SÉRIES INICIAIS: desafio para os professores
regentes

SANTOS, Dacielle Antunes1.

OLIVEIRA, Maria Eva Rodrigues de2.

RESUMO

O presente artigo refere – se a uma abordagem acerca do ensino de educação física


mediado por docentes regentes de turma na condição de educadores físicos no âmbito
das series iniciais do ensino fundamental. A EDUCAÇÃO FÍSICA NAS SÉRIES
INICIAIS: desafio para os professores regentes, é uma temática que busca
problematizar quais são os desafios do corpo docente regente de turmas na condição de
educadores físicos em ministrar aulas nas Series Iniciais do Ensino Fundamental?
Realizar pesquisa bibliográfica, analisar a legislação existente que trata da legalidade da
atuação profissional na Educação Física Escolar. Discutir sobre as causas e efeitos das
aulas de Educação Física ministradas pelos professores regentes nos anos iniciais do
ensino fundamental e problematizar as dificuldades enfrentadas pelos professores
regentes que ministram aulas de Educação Física nos anos iniciais do ensino
fundamental são os objetivos específicos deste artigo. Este artigo apresenta uma
pesquisa de cunho bibliográfico buscando aprofundar na temática, por meio de autores
diversos que discutem o tema em questão. A partir da análise apresentada nesta
literatura, à luz do estudo bibliográfico pode - se afirmar que os desafios do corpo
docente regente de turmas na condição de educadores físicos em ministrar aulas nas
Series Iniciais do Ensino Fundamental de acordo com os autores é a falta de uma
formação adequada para que os professores regentes de turma, realizem atividades que
atenda às necessidades psicomotoras do educando. Neste sentido, é necessário que as
escolas valorizem a Educação Física como disciplina curricular, que merece o mesmo
respaldo das outras disciplinas.

Palavras-chave 1. Educação. Ensino. Educação Física. Formação docente

1
Aluna do curso de pós-graduação em Educação Física Escolar pela Universidade Estadual de Montes
Claros –Unimontes; graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB; e-mail:
daciellesantos@hotmail.com
2
Aluna do curso de pós-graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Montes Claros –
Unimontes; graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP; pós-graduada em
Alfabetização e Letramento pela Faculdade Integrada de Araguatins – FAIARA; pós-graduada em
Educação Especial Inclusiva pela Faculdade Verde Norte – FAVENORTE; e-mail:
oliveiraevinha5@gmail.com
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INTRODUÇÃO

A atividade física é importantíssima na vida de qualquer ser humano, daí a


importância da Educação Física (EF), principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental,
pois a atividade física permite habilidades de movimentos como: pular, correr, rolar, lançar,
etc..
De acordo com (BRASIL, 1998) compreende-se que a Educação Física como um
campo do conhecimento da cultura corporal de movimento e a Educação Física Escolar como
um componente curricular, favorece a introdução e integração do alunado na cultura corporal
de movimento, ao formar o indivíduo responsável por sua produção, reprodução e
transformação, ao instrumentalizá-lo para desfrutar dos jogos, dos esportes, das danças, das
lutas e das ginásticas em acrescimento de exercitar a criticidade da cidadania e do avanço de
uma vida mais saudável. Depreende-se a partir do exposto, a importância da cultura corporal
do movimento na formação e desenvolvimento das potencialidades dos alunos, melhorando
sua qualidade de vida e sua participação ativa e crítica na sociedade.
Nesse sentido, “integrar a personalidade do aluno na cultura corporal de
movimento requer consciência dos motivos-fins como valores incorporados à personalidade e
conhecimento/compreensão dos meios (jogos, esporte, ginástica, et.) [...]” (BETTI, 2009, p.
45).
É de conhecimento geral que a EF, de acordo com o Conselho Federal de
Educação Física (CONFEF), é uma área de conhecimento que tem como objeto de estudo o
movimento humano com foco nas diferentes formas de exercício físico, nas perspectivas da
prevenção e promoção da saúde (CONFEF, 2004).
Nesse sentido, de acordo com Ribeiro e Cavalli (2010) a disciplina de (EF)
envolve a cultura corporal e a instituição como âmbito social, classificando a importância no
processo de formação dos indivíduos.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) a saúde e a EF são
objetos de conhecimentos similares, uma vez que ambos envolvem a saúde e o cuidado do
corpo. Além disso, valorizam os conhecimentos relativos à autoestima, identidade pessoal,
vínculos afetivos e todas as implicações relativas à saúde da coletividade, as quais são
compartilhadas na atuação escolar (BRASIL, 2001).
Desse modo, precisa-se compreender que a EF deve ser trabalhada de forma a se
integrar com as demais disciplinas, e não de forma isolada, para que não seja excluída. Em
muitas escolas ela não é tida como matéria obrigatória, sendo ministrada em um horário
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diferente das aulas regulares gerando, portanto, falta de interesse dos alunos em frequentá-la.
Sabe-se que ler, escrever e fazer cálculos é muito importante, mas sem os
movimentos coordenados essas práticas não seriam possíveis. Quando uma criança ingressa
na escola muitos priorizam que a mesma deverá aprender a ler e escrever com habilidade e
esquecem que, para que isso ocorra, deve-se trabalhar a coordenação motora. Sendo assim, o
desenvolvimento psicomotor evolui de forma lenta, pois a falta de habilidade motora pode ser
devido à insuficiência da vivência corporal (OLIVEIRA, 2009).
Portanto, muitas dificuldades de aprendizagem das crianças “são decorrentes de
um todo vivido com seu próprio corpo, e não apenas problemas específicos de aprendizagem
de leitura, escrita, etc.”, ou seja, que os movimentos são primordiais e que a falta deles pode
gerar dificuldades na aprendizagem dos mesmos (NEGRINI, 1980).
De acordo com Caparroz (1997) a marginalização da EF vem ao logo da história
onde era encarada como uma disciplina de obediência e subordinação, enaltecendo apenas a
aptidão física dos alunos e que somente os alunos que destacavam eram valorizados.
Além disso, atualmente depara-se com o fato de que em muitas escolas a EF nos
anos iniciais ainda está sendo ministrada por professores regentes, desvalorizando os
profissionais com formação na área.
Nota-se, que os professores regentes têm dificuldades em trabalhar com a EF nos
anos iniciais do ensino fundamental, pois se trata de uma disciplina que exige formação
específica. Portanto, devemos considerar que o fato de não ter a formação adequada para essa
disciplina, poderá trazer problemas para o desenvolvimento físico, cognitivo e social dos
alunos. O mais importante é que a criança não seja privada da EF que tem direito, e que seja
entendida como ser integral, sem uma separação entre corpo e mente. Daí a necessidade de
um ensino competente (FREIRE, 1997).
Assim sendo, são vários os desafios e dificuldades encontrados pelos professores
regentes que lecionam nos anos iniciais do ensino fundamental, pois os mesmos não tem
formação específica na área de EF, dificultando assim, o planejamento da aula e gerando
desestímulo dos mesmos. Em muitas escolas os alunos também não têm interesse pela EF,
pois a mesma é repassada de forma aleatória como uma atividade recreativa e assim, não tem
o mesmo respaldo que as demais disciplinas (PERES, 2001).
Do mesmo modo, a escola quando for incluir a EF na sua grade curricular, deverá
também se estruturar para receber esse profissional, pois em muitas escolas não tem uma área
específica para realização das atividades como uma quadra por exemplo. Portanto, deve-se
adequar o currículo e o ambiente. Assim, haverá uma valorização da disciplina e do
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profissional, onde estes visam à aprendizagem do aluno. Ou seja, haverá a participação efetiva
do aluno e do professor, trocas de experiências, onde este relacionamento contribuirá para o
desenvolvimento d autonomia do educando, e consequentemente o professor desempenhará o
seu papel de educador (MATOS, 2008).
Diante desse cenário, e entendendo a importância da EF para o ser humano, desde
que desenvolvida de forma correta, e não somente como atividade recreativa, é que se decidiu
desenvolver essa pesquisa, pois a atividade docente para a EF nas séries iniciais do ensino
fundamental é um desafio a ser enfrentado quando a questão está voltada para o emprego das
técnicas de ensino. Assim, ensinar exige formação e perfil profissional, que levam ao
encontro de metodologias adequadas para serem aplicadas no ato do processo do ensino. É
viável acrescentar também, que ainda existem instituições educativas que não dispõem de um
profissional licenciado em EF para ministrar essas aulas, ficando as mesmas sob a
responsabilidade do professor regente de turma, que não dispõe de formação necessária para
tal fim.
Por conseguinte, faz-se necessário conhecer a realidade da Educação Física
Escolar (EFE) nos anos iniciais do ensino fundamental que possuem aulas ministradas por
professores regentes de turma. Como também, analisar a legislação existente que trata da
legalidade da atuação profissional na EFE; compreender as causas e efeitos das aulas de EF
ministradas por esses professores regentes; e também, apontar as dificuldades enfrentadas por
eles.
Para tanto, o presente estudo foi conduzido a partir de pesquisas de caráter
bibliográfico, e pesquisa realizada através de livros, consultas de trabalhos científicos, artigos
e teses disponibilizadas no Google Acadêmico e na base de dados Scielo. Como estratégia de
busca foi usada as seguintes palavras chaves: Educação Física Escolar; Professor de Educação
Física; Professor Regente; Ensino Fundamental I.
Sendo assim, quais são os desafios e dificuldades do professor regente que leciona
aulas de EF nos anos iniciais do ensino fundamental I?

A Legislação

A Educação Física Escolar, nos anos iniciais do ensino fundamental, ainda não
está sob a responsabilidade de professores licenciados em Educação Física, ao passo que, a
LDB de Lei nº 9.394/96, art. 26, parágrafo 3º, determina que “a educação física, integrada à
proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação infantil e do
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ensino fundamental, [...]” (BRASIL, 1996). Embora seja obrigatório, “a lei não determina
quem deve ser o responsável pelas aulas dessa disciplina, se um professor especialista na área
de Educação Física ou o próprio professor regente das aulas, denominado de professor
polivalente [...]” (PEREIRA; NISTA PICCOLO e SANTOS, 2009, p.343). A propósito, na
legislação é facultativo que tanto quanto os docentes de Educação Física como os professores
regentes de turma ministrem o componente curricular de Educação Física na Educação
Infantil e nos anos iniciais do fundamental” (BRASIL, 2013). A instituição educativa ou o
sistema de ensino decidem a preferência pela qualificação do profissional.
No contexto disciplinar acerca da educação física na escola, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, no artigo 26, parágrafo 3º, destaca que, “a Educação Física,
integrada a proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Escola Básica,
ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos
cursos noturnos” (BRASIL, 1996).
Nesta conjuntura, a EF escolar tem por escopo a promoção do desenvolvimento
das funções motoras e psíquicas das crianças, auxiliando-as a construírem uma percepção que
as ajudarão em seu dia a dia e, seu exercício deve basicamente fazer parte da escola, uma vez
que o ambiente escolar é o elemento educativo mais eficaz e eficiente para a concretização
deste aprendizado (SILVA, et al, 2011). “Se cabe à Educação Física introduzir e integrar o
aluno na cultura corporal do movimento, é imprescindível considerar que: i) a integração há
de ser do aluno concebido enquanto uma totalidade humana, com suas dimensões [...]”
(BETTI, 2009, p. 285). Conforme, Etchepare, Pereira, Zinn (2003) toda a ação pedagógica
necessita de planejamento e objetivos claros. Isto sugere que, a finalidade da Educação Física
no Ensino Fundamental não é o desenvolvimento de modelos motores, mas, a partir do
planejamento de atividades, favorecer o desenvolver de habilidades motoras, capacidades
perceptivas e motoras e capacidades físico-motoras (ZUNINO, 2008).
“Ressalta-se que é na escola que muitas crianças têm seu primeiro contato com
atividades físicas planejadas, daí sua importância como promotora de desenvolvimento e
aprimoramento “das esferas cognitivas, motoras e auditivas”[...]” (MIQUELIN et. al., 2015
p.6). A EF escolar promove o “fortalecimento do organismo”, melhorando a saúde física e
mental das crianças, “propiciando o desenvolvimento de habilidades úteis à vida, criando
hábitos culturais de higiene” (RODRIGUES, 2013 apud MIQUELIN et. al., 2015 p.6).
Neste sentido, acredita-se ser um enorme apoio na constituição de uma inovação
na sociedade onde perpétua o respeito ao ser humano, à vida, à natureza, como princípio e não
a ressalva. Reconhece-se que a tão almejada mudança social se concretizará pela escola, bem
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como por ela. Daí a relevância de abordar demandas sociais, que possibilitaria ao alunado ler
o mundo e realizar uma análise da conjuntura atual (BRASIL, 1997). Entende-se que, a escola
desempenha uma importante função para transformação da sociedade, interferindo
diretamente na formação de cidadãos críticos, reflexivos e ativos, ao exercerem a cidadania de
maneira construtiva.

A formação profissional em EF

Sabe-se que a preparação profissional em Educação Física passou por muitas


modificações. Assim, hoje deparamos com uma realidade diferente. Com a criação do
Bacharelado, houve uma reformulação nos currículos dos cursos de preparação profissional
em Educação Física, diferenciando e separando o Licenciado do Bacharel. Assim, o curso de
Bacharel foi instituído pela Resolução CNE/CES 07/2004 e pelo Parecer CNE/CES 058/2004.
Através da criação dos cursos de Bacharelado, um novo perfil de profissional também foi
criado, para atuar em clubes, academias, etc.
De acordo com Pellegrini (1988) a Educação Física, enquanto profissão, necessita
amparar-se em profissionais competentes que não têm somente a habilidade de execução, mas
a competência de repassar essas habilidades a outros com a finalidade de levá-las ao completo
aumento de suas aptidões motoras. Assim, para trabalhar como educador físico a excelência
profissional deve ser um requisito primordial para a construção do conhecimento do alunado.
Para Oliveira (1993), a EF necessita da produção de um conhecimento
sistematizado e comprovado, permitindo a qualquer pessoa mover - se de maneira particular
ou comum, dinâmico ou em harmonia, ao otimizar todas as suas potencialidades e
possibilidades. Nesta abordagem teórica, Imbernón (2001), ressalta a importância da inclusão
dos saberes essenciais na formação inicial para a construção de um conhecimento pedagógico
profissional, uma vez que se estabeleci no início da interação profissional e do levantamento
de conceitos e regras.
Contudo, é necessário enfatizar a necessidade de impedir a produção de uma
figura num molde profissional assistencial e voluntarioso que repetidamente induz a um
futuro papel de técnico-continuísta, representação de um tipo de educação que convém para
habituar-se de maneira acrítica as pessoas à camada social e transfigura os docentes frágeis ao
entorno econômico, político e social (IMBERNÓN, 2011). Diante do exposto, torna-se
imprescindível uma reflexão na formação inicial docente.
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De acordo com Demo (2007, p. 11) “investir na qualidade da aprendizagem do


aluno é, acima de tudo, investir na qualidade docente”. Pois, "não há ensino de qualidade,
nem reforma educativa, nem inovação pedagógica, sem uma adequada formação de
professores" (NÓVOA, 1992, p.9). Entende-se que a formação inicial do professor deve ser
pautada na excelência.
Alonso (1994) caracteriza o perfil do profissional docente nesta
contemporaneidade, como um especialista ativo, em oposição ao cumprimento corriqueiro de
tarefas e burocracias; esse profissional apresentará a visão de um indivíduo que não está
completo, consumido, contudo, em contínua formação; um profissional autônomo para
determinar sobre suas diligências e suas obrigações; uma pessoa que está continuamente a
procura de novidades para sua profissão e não puramente a cumprir afazeres e a execução
mecanizada de determinações de seus superiores e, por fim, alguém que olhe para o amanhã e
não para o ontem. Ao passar pelo processo inicial da formação acadêmica, o profissional
necessita ir em busca de formação continuada para ampliar o seu conhecimento. A busca pela
construção de saberes é incessante.
Nesse viés, Brzezinski (1992, p. 83) enfatiza que a formação continuada deve ser
"uma sólida formação científica, técnica e política, viabilizadora de uma prática pedagógica
crítica e consciente da necessidade de mudanças na sociedade brasileira".
A formação continuada na visão de Esteves (1993, p. 98), demanda profissionais
“conhecedores da realidade da escola, capazes de trabalhar em equipe e de proporcionar
meios para a troca de experiências, dotados de atitudes próprias de profissionais cujo trabalho
implica a relação com o outro [...]”. Neste sentido, “é certo que conhecer novas teorias, faz
parte do processo de construção profissional, mas não bastam se estas não possibilitam ao
professor, relacioná-las com seu conhecimento prático construído no seu dia-a-dia”.
(NÓVOA, 1995, p. 26). Para o mesmo autor, “a troca de experiência e a partilha de saberes
consolidam espaços de formação mútua, nas quais cada professor é chamado a desempenhar,
simultaneamente, o papel de formação do formando”. (NÓVOA 1997, p.26). Percebe-se que
no processo de ensino e aprendizagem há uma troca de vivências e conhecimentos. É na
relação com outro que os diversos saberes são construídos.
Nesta conjectura, entre a formação docente inicial e continuada, faz-se necessário
que todos os apontamentos citados anteriormente encontrem-se atuais nas duas etapas
formativas. Sabe-se que é um desafio para os profissionais resistentes a mudanças e
atualizações no processo de ensino e aprendizagem. Refletir sobre a formação do professor é
visar na qualidade do ensino.
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Considerando que a Educação Física Escolar, nos anos iniciais do ensino


fundamental, ainda não esteja sob a responsabilidade de professores especialistas, o tempo
destinado às aulas, em algumas escolas, se resume em duas aulas semanais na maioria das
escolas. Acerca das atividades conteudistas desenvolvidos na Educação Física nos anos
iniciais, de acordo com Buczek (2009) as atividades a serem desenvolvidas nas séries iniciais
no ensino fundamental são: jogos, esportes, dança e ginástica; mencionando os conteúdos que
são trabalhados nesses eixos: Psicomotricidade, Percepção do corpo no espaço, Coordenação
óculo-manual, Coordenação óculo-pedal, Orientação espacial, Organização espacial,
Estruturação espaço-temporal, Esquema corporal. São conteúdos baseados no currículo
escolar e que são trabalhados de forma obrigatório para atender as necessidades do educando.
E necessário entender que "a educação escolar não pode ser pensada como algo
neutro em relação ao mundo, mas como algo que produz na sua própria dinâmica, caminhos
diferenciados para a ação social concreta em função de interesses e necessidades dos próprios
educandos" (RODRIGUES apud BARCELOS, 1989: 39). Pois, "não basta levar à sala de aula
conteúdos criticamente selecionados e estrategicamente organizados, é necessário que
professores e alunos se transformem, no cotidiano de suas práticas, em sujeitos do seu ensinar
e do seu aprender do ato mesmo do ensino/aprendizagem" (MARQUES, 1989: 24).
Neste sentido, o professor em sua função precisa observar as particularidades e
vivências dos seus alunos, assim conseguirá envolve-los para que aconteça o desenvolvimento
de habilidades das quais serão oportunizadas somente dentro da escola. Acerca dos temas, na
educação, Kunz (1989: 65) defende que "a tematização [...] nas aulas de Educação Física deve
ser no sentido dos educandos poderem entender, compreender este fenômeno sócio - cultural,
o que não pode acontecer somente pela sua ação, mas principalmente pela ação reflexiva".
E essa reflexão, pode ser vista na pratica cotidiana; onde Souza e Ramos (2013)
acrescentam que a educação física não deve contemplar apenas o ensino das qualidades e
capacidades físicas, mas também de reflexão e cultura corporal. Dessa forma, o professor
“[...] varia os conteúdos ao longo do ano tentando explorar as diferentes manifestações da
cultura corporal de movimento (esporte, ginástica, danças, lutas e jogos). Em cada série é
realizado um trabalho pedagógico diferente mesmo quando explorado um mesmo tema ou
conteúdo” (SOUZA e RAMOS, 2013, p. 28).
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Os benefícios da EFE na formação dos educandos

No que se refere aos benefícios acerca da Educação Física para a formação dos
educandos do ensino fundamental, Zunino (2008) enfatiza, que a Educação Física é uma das
formas mais eficientes pela qual o indivíduo pode interagir e, também é uma ferramenta
relevante para a aquisição e aprimoramento de novas habilidades motoras e psicomotoras,
pois é uma prática pedagógica capaz não somente de promover a habilidade física como a
aquisição de consciência e compreensão da realidade de forma democrática, humanizada e
diversificada, pois nesta etapa educacional a Educação Física deve ser vista como meio de
informação e formação para as gerações.

A mesma autora argumenta de que, “o objetivo da Educação Física no Ensino


Fundamental não é desenvolver nos alunos padrões de desenvolvimento motor, mas, a partir
de atividades planejadas, favorecer o desenvolvimento de habilidades motoras, capacidades
perceptivo-motoras e capacidades físicas e motoras” (ZUNINO, 2008). As autoras, Daisy
Barros e Darcymires Barros em sua obra intitulada de Educação Física na Escola Primária,
enfatizam que para atingir este objetivo as atividades de correr, saltar, arremessar, trepar,
pendurar-se, equilibrar-se, levantar e transportar, puxar, empurrar, saltitar, girar, pular corda,
permitem a descarga da agressividade, estimulam a auto-expressão, concorrem para a
manutenção da saúde, favorecem o crescimento, previnem e corrigem os defeitos de atitudes e
boa postura. (BARROS e BARROS, 1972, p.16).

Nesta mesma perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs de 1997,


corrobora enfatizando que a Educação Física é de suma relevância nos anos iniciais do ensino
fundamental, pois através da sua prática, o aluno desenvolve e aprimora as habilidades
corporais, levando-o a interagir socialmente. Assim, através dessa interação social, o
desenvolvimento humano será mais rápido. Pode – se dizer que através da Educação Física, o
aluno aprenderá qual a importância da atividade física e como essa atividade contribuirá para
a sua vida, pois a mesma proporcionará vários benefícios para o seu crescimento,
desenvolvimento motor, cultura corporal, aptidões físicas, afetividade, sociabilidade,
cooperativismo, enfim estará contribuindo para a formação do cidadão. Neste sentido, “[...]
entende-se que a Educação Física como uma área do conhecimento da cultura corporal de
movimento e a Educação Física escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na
cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e
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transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das
lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da
qualidade de vida” (RODRIGUES, 2013). Pois, “[...] acreditamos ser uma importante
contribuição na formação de uma nova sociedade onde o respeito ao ser humano, à vida, à
natureza, seja regra e não a exceção. Reconhecemos que a tão sonhada transformação social
se dará pela escola, mas também por ela. Daí a importância da abordagem de questões sociais,
que permitiria ao aluno fazer uma leitura do mundo e uma interpretação da realidade”
(BRASIL, 1997).

A realidade da educação física anos iniciais das escolas públicas e particulares

A realidade da educação física como componente curricular empregada em escolas


Públicas e Particulares é totalmente diferente, em especial ao que diz respeito a infraestrutura
desses educandários. Sátyro et al, (2007) destaca que “a infraestrutura escolar pode exercer
influência significativa sobre a qualidade da educação” (p.3). Satyro e Soares (2007, p.07)
complementam que a falta de infraestrutura “afeta diretamente a qualidade da educação.
Prédios e instalações inadequadas, a inexistência de bibliotecas, espaços esportivos e
laboratórios, a falta de acesso a livros didáticos, materiais de leitura, a relação inadequada ao
tamanho da sala de aula e o número de alunos, são problemas que influenciam diretamente no
desempenho dos alunos”.

De acordo, Kimura (2008, p.20) “a existência e o consequente acesso a condições de


infraestrutura são considerados pelos próprios professores das escolas como um aspecto
dotado de importância fundamental para o desenvolvimento de seu trabalho”. No dizer de
Pereira (1997), “As escolas, com suas diferenças, tanto arquitetônicas, do tipo e do nível das
construções, bem como referentes aos componentes literários, instrumentais, docentes,
discentes e de pessoal de apoio, refletem as realidades sócio - culturais contextualizadas”.

É necessário compreender que “ausência e a pouca qualidade de espaço físico e de


instalações para o ensino da Educação Física pode ser compreendido sob dois aspectos: a não
valorização social desta disciplina e o descaso das autoridades para com a educação destinada
as camadas populares” (DAMAZIO & SILVA, 2008, p.193). Na ótica de Bracht (2003, p.
39), “A existência de materiais, equipamentos e instalações adequadas é importante e
necessária para as aulas de Educação Física, sua ausência ou insuficiência podem
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comprometer o alcance do trabalho pedagógico”. Franco e Bonamino (2005) apontam que é


inegável a relevância dos recursos escolares para a aprendizagem do aluno porque no Brasil
ainda há uma grande variabilidade nos recursos escolares disponíveis nas escolas, o que não
ocorre nos países desenvolvidos. As condições da sala de aula e os materiais apresentados
para a prática da educação física (instalações, material didático, espaço físico) muitas vezes
interferem de modo significativo nos trabalhos pedagógicos da disciplina de educação física.
(PIROLO, 2005). Neste sentido, é preciso avançar para proporcionar aos estudantes um
ambiente escolar com infraestrutura adequada aos propósitos de uma educação de qualidade,
especialmente pública, o que perpassa pela qualidade da infraestrutura escolar. Segundo
Libâneo (2008), espera-se que as construções, os mobiliários e o material didático sejam
adequados e suficientes para assegurar o desenvolvimento do trabalho pedagógico e favorecer
a aprendizagem.

O prejuízo das aulas de educação física ministradas por professores sem formação que
podem acarretar na formação dos seus alunos

A Educação Física Escolar beneficia o aluno quando é ministrada por professores


com formação específica para a área, mas quando essas aulas são ministradas por professores
não formados na área específica para aplicarem seus conhecimentos técnicos necessários
como: a lateralidade, a coordenação e outros aspectos referentes ao desenvolvimento, acaba
gerando prejuízo para os mesmos. Pois, a educação física é uma disciplina específica, que
exige conhecimento para trabalhar a coordenação motora, a lateralidade e outros aspectos
importantes para o desenvolvimento dos alunos onde os mesmos são ministrados por
professores polivalentes.

Some-se a esta informação, Quinan (1982), ao analisar as condições de


desenvolvimento da Educação Física nas séries iniciais por meio de professores polivalentes,
observou que estes professores, no curso de formação para o magistério, não receberam
treinamento adequado para ministrarem aulas de Educação Física. Aragão e Carmo (1983)
enfatizam que muitos dos problemas que envolvem o processo de ensino-aprendizagem em
Educação Física estão relacionados com a formação do professor desse componente
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curricular. Em contraponto, Vieira (1984) argumenta que a formação profissional em


Educação Física não pode se restringir a uma simples opção: generalista ou especialista; e
deixa claro que “[...] a função desse profissional é essencialmente docente que devem ser
compreendidos como educadores em quaisquer que sejam suas atuações” (VIEIRA, 1984, p.
113). Formosinho (2009, p. 75) afirma que é preciso “[...] formar profissionais mais
fundamentados, reflexivos, críticos capazes de conceber uma formação adequada aos
diferentes contextos [...]”.

1.1 Os Desafios e Dificuldades dos Professores Regentes Ministrando Aulas de Educação


Física.

A disciplina curricular de Educação Física tem sido caracterizada como um


componente que mais enfrenta conflitos e desafios diante de uma sociedade em constante
mudança. Segundo Silva et. al (2006), o professor quando formado depara-se com uma
realidade totalmente diferente de quando estão na universidade, pois existe uma expectativa
natural do recém formado. Onde o mesmo procura aplicar tudo aquilo que aprendeu no
decorrer de sua formação, porém, se depara com alguns contratempos, apontados por
Canestraro, Zulai e Kogut (2008), que são: “falam da falta de materiais, espaços inadequados,
falta de disciplina dos alunos [...]”. Neste mesmo contexto, Silva e Figueira (2009, p.10)
complementam apontando inúmeras dificuldades dos iniciantes na gestão de aula tais como
“não conseguir total percepção do ambiente da sala; perda do controle da turma; Falta de
preparo para confrontar comportamentos inadequados; lidar com os períodos de transição das
aulas e dificuldades para lidar com a dimensão de liderança que uma boa gestão de aula
requisita.

Souza (2013), denuncia argumentando que “existem carências no contexto das aulas
de Educação Física, não usufruem das condições necessárias para realizar uma boa pratica
pedagógica, sendo comum a falta de espaço físico e a precariedade dos materiais existentes,
levando assim o desinteresse do aluno”. Somariva et. al (2013), corrobora enfatizando que
“existe a falta de respeito para com os professores por parte dos alunos, existe também a falta
de espaço adequado para realizar as atividades necessárias, ainda existe a falta de vontade dos
alunos em fazer as aulas”.
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Pirolo (2005) e Magalhães (2004) concordam que existe essa dificuldade afirmando
que “a prática pedagógica é dinâmica e reflete os conflitos e as contradições sociais, estando
repleta de dificuldades dos profissionais em lidar com esta complexidade”. Materiais escassos
e ultrapassados acabam por trazer certa desmotivação, tanto para professores quanto para
alunos. (TEIXEIRA, 2013). É necessário lembrar que “[...] há um desgaste maior do professor
no sentido de providenciar recursos materiais, teóricos, frente a necessidade de coordenar
diferentes programações em diferentes turmas; as próprias limitações de formação
profissional do professor; e dificuldades em encontrar subsídios teóricos para desenvolver
discussões sobre as implicações do movimento nos níveis sociocultural, ou seja a inexistência
de material para o ensino[...]” (DARIDO, et al.1999, p.140).

3 METODOLOGIA

A metodologia aplicada neste capitulo fundamenta - se em uma pesquisa de cunho


bibliográfico de natureza descritiva, fazendo uma abordagem qualitativa, objetivando
demonstrar esclarecimentos acerca dos desafios enfrentados pelo corpo docente regente de
turmas da condição de Educador Físico nas séries iniciais do ensino fundamental e sua
possível atuação como docente na condição de educadores físicos no referido contexto atual
por meio de leituras, análises e reflexões da produção de autores diversos que discutem a
temática em questão.

A pesquisa bibliográfica de acordo com Gil (2010, p. 50), “é elaborada a partir de


material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente
com material disponibilizado na Internet”. Neste sentido, espera-se que as informações
obtidas nesta pesquisa nos permitam desenvolver e ampliar nossos conhecimentos acerca
desta temática. Ensinar é fazer aprender e, sem a sua finalidade de aprendizagem, o ensino
não existe. Porém, este fazer aprender, se dá pela comunicação e pela aplicação; o professor é
o profissional da aprendizagem e da regulação interativa em sala de aula. (PERRENOUD,
2001, p.260).

Ensinar nos dias atuais tem sido um desafio constante onde requer do profissional
docente uma formação de qualidade para repassar aos alunos uma serie de conteúdos
disponibilizados pelo referido currículo escolar. Ribeiro (1998, p. 54) faz uma alerta
enfatizando que “ entre os grandes problemas do ensino do país, a formação deficiente de
professores é um dos que mais incomodam. Profissionais mal preparados, todos reconhecem,
15

não podem ensinar o que não sabem”. Em outras palavras, “o professor de sala não consegue
dar conta das questões concernentes a essa área de ensino” (SANTOS et al 2008, p. 116).

Outra situação desafiadora acerca da pratica docente no espaço escolar, é a falta de


uma estrutura física adequada para que as aulas de Educação Física aconteçam. Além da falta
de estrutura física adequada, os professores não dispõem de materiais esportivos, jogos e
outros materiais respectivos à disciplina, para desenvolver as atividades. Tudo isso, gera a
falta de interesse dos alunos pela disciplina, que tem se tornado um desafio para o professor
regente que ministra aulas de Educação Física. Pirolo (2005), alerta que “as condições da sala
de aula e os materiais utilizados para a prática da Educação Física, como: instalações, material
didático, espaço físico..., interferem muito nos trabalhos pedagógicos da disciplina”. De
acordo com Rangel Betti (1999), um espaço pouco adequado pode ser o maior empecilho para
o desenvolvimento das aulas de Educação Física. Folle, Pozzobon e Brum (2005) apontam
que a infraestrutura e as condições ambientais são fatores que influenciam para uma boa ou
péssima aula e a consequência disto pode gerar a evasão e o desinteresse dos alunos. E
necessário “reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer,
reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão”
(BRASIL, 1997a, p. 33). Rodrigues (2013) enfatiza que a Educação Física na esfera escolar
tem contribuição importantíssima na melhoria da saúde física e mental dos alunos,
proporcionando desenvolvimento de habilidades úteis à vida, além de criar hábitos culturais
de higiene.

Esses benefícios fazem com que a Educação Física seja de suma importância na
matriz curricular escolar. Neste sentido, ser educador no atual contexto educacional, é estar
em constante processo de formação e informação. Carrascosa (1996) afirma que “a formação
de um professor é um processo a longo prazo, que não se finaliza com a obtenção do título de
licenciado, isto porque, entre outras razões a formação docente é um processo complexo para
o qual é necessário muitos conhecimentos e habilidades, impossíveis de serem todos
adquiridos no curto espaço de tempo da formação inicial.

Pellegrini (1988) contribui dizendo que: “… a Educação Física como uma profissão
deve se apoiar em profissionais que não possuem apenas a habilidade de executar, mas a
capacidade de passar essas habilidades a outras pessoas com o objetivo de levá-las ao pleno
desenvolvimento de suas capacidades motoras...”. Sendo assim, o prejuízo, que as aulas de
educação física ministradas por professores sem formação podem acarretar na formação dos
16

seus alunos não são somente com relação ao seu desenvolvimento físico, mas também o
desenvolvimento cognitivo e social dos alunos. A inserção do profissional em Educação
Física é garantida por lei uma vez que ela dá o direito de o educador exercer tal profissão para
atender as necessidades do educandário. Embora haja permissão para a pratica física na
educação, é necessário que o profissional busque sempre uma formação continuada para que
ele possa melhorar a sua pratica docente no espaço escolar.

4. CONSIDERAÇOES FINAIS

Partindo da concepção de que a educação física escolar é um componente curricular


que dispõem de importantes ferramentas para o uso; mediado pelo educador físico, é viável
dizer que as atividades físicas fazem parte de um conjunto de elementos integrados no
currículo. É necessário compreender que a Educação Física é um suporte pedagógico que
promove o desporto em diferentes âmbitos da Educação Básica, significando entender
também que esta disciplina deve estar fundamentada no compromisso de promover a
diversificação, a inclusão social, afetivo, cognitivo e cultural como processo formativo dos
estudantes. No decorrer da formação docente deste profissional, se depara com os vários
métodos para ensinar, que se contrastam entre teoria e pratica.

No entanto, existem outros profissionais que não são formados em educação física,
baseado em leis constitucionais são autorizados para ministrar aulas de educação física no
espaço escolar. São os profissionais regentes de turmas que são habilitados para ensinar
diversas disciplinas em um curto espaço de tempo. O desafio do professor regente de turma
está no pouco conhecimento das habilidades técnicas que dispõe da disciplina de educação
física, ministrando conteúdos fora do contexto psicomotor do educando prejudicando – o em
sua formação. A partir da análise dos dados apresentados nesta literatura, à luz do estudo
bibliográfico pode-se afirmar que os desafios do corpo docente regente de turmas na condição
de educadores físicos em ministrar aulas nas Series Iniciais do Ensino Fundamental de acordo
com os autores é a falta de uma formação adequada para que os professores regentes de
turma, realizem atividades que atenda às necessidades psicomotoras do educando.

Neste sentido, ao chegar ao fim deste estudo, pode-se admitir que os objetivos foram
alcançados de forma satisfatória. Enquanto profissional, poderei utilizar meios que orientem
os principais atores em geral para lidar com essa problemática. Sendo assim, é necessário que
17

as escolas valorizem os profissionais educadores físicos e da Educação Física como disciplina


curricular, para que além de ensinar exercícios físicos e práticas esportivas, também envolva
pesquisa, despertando no aluno a importância da mesma para o seu desenvolvimento físico,
cognitivo e social. É esperado que as ideias contidas neste artigo possam ser discutidas e
aprofundadas por educadores físicos e outros profissionais e acadêmicos da área educacional.

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