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ESTUDANTE
3º ANO
DOCENTE
Victor P. Semedo
BENGUELA /2022
SIGLAS OU ABREVIATURAS
HB - Hemoglobina
PP - Pesquisa de plasmódio
ADN – Ácido desoxirribonucleico
SOS – Se necessário
Cr/mim – Ciclos respiratórios por minuto
P/mim – Pulso por minuto
ML - Mililitros
MG - Miligrama
IV - Intravenosa
IM - Intramuscular
HRL – Hospital Regional do Lobito
INTRODUÇÃO
A enfermagem médico-cirúrgica é uma área de actuação ampla, e lida como
uma grande variedade de pacientes. Geralmente, estes profissionais irão actuar junto a
cirurgiões e médicos com especialidades em anestesiologia e cirurgia geral.
O estágio é a prática profissional que realiza um estudante para pôr em
prática os seus conhecimentos e as suas competências. O estagiário é o aprendiz que
leva a cabo esta prática com a intenção de obter experiência de campo, ao passo
que quem se encarrega de o orientar e formar é o tutor.
O objectivo do estágio, por conseguinte, é proporcionar experiência laboral
ao estagiário e prepará-lo para que se possa desenvolver no sector de actividade
associado à sua futura profissão. A remuneração que aufere pelo estágio é nula ou fraca,
o que, em muitos casos, é aproveitado pelas empresas para contratar mão-de-obra
barata.
O relatório é um documento que visa a apresentar um resumo de atividades
realizadas bem como informar os dados e resultados coletados com elas. Sua estrutura
apresenta: título, introdução, referências, desenvolvimento, conclusão e, em alguns
casos, sugestões.Quando se trata de um trabalho acadêmico, pode ser elaborado com
referência a pesquisa original, ou apresentar estudo bibliográfico. Visa comumente
apresentar o andamento de trabalhos junto a órgãos financiadores e fiscalizadores, pode
ser etapa de estágio ou pesquisa. Nesse caso, é submetido às comissões e conselhos dos
órgãos competentes, ou do evento, que decidem sobre o mérito.
OBJECTIVOS
Desenvolver habilidades para a Sistematização de Assistência de Enfermagem
(SAE) ao adulto em interferências cirúrgicas;
Realizar a assistência de enfermagem de acordo com as normas da Ordem dos
Enfermeiros;
Desenvolver habilidades para o trabalho em equipa através do reconhecimento
de normas, rotinas, técnicas e recursos humanos inerentes ao peri-operatório;
Desenvolver habilidades de comunicação e de gestão dos serviços de
enfermagem cirúrgica buscando a interdisciplinaridade;
Desenvolver a sua prática tendo em conta a responsabilidade, ética e deontologia
da profissão;
Empregar princípios - chave da prestação e gestão de cuidados;
Dispensar cuidados tendo aprendendo a promoção da saúde;
Conceder cuidados fundamentados numa metodologia científica (Processo de
Enfermagem);
Usar na prática, a comunicação apropriada;
Prestar cuidados estabelecidos em ambiente seguro;
Manifestar interesse pela evolução da aprendizagem;
Trabalhar em equipa.
CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE ESTÁGIO
Banco de urgência;
Bloco operatório
Cirurgia
Pequena cirurgia
Consultórios
Farmácia
Fisioterapia
Hemodiálise
Laboratório interno e externo
Ortopedia
Traumatologia (Pequena cirurgia)
Radiologia
Secretária
Tisiologia
A unidade hospitalar realiza consultas externas em várias especialidades como:
Oftalmologia
Dermatologia
Urologia
Neurologia
Para além das especialidades supracitadas também tem a área da psicologia
clínica, onde tem as seguintes subunidade que são:
Serviços administrativos:
Cozinha
Lavandaria
Oficina
Morgue
Centro de tratamento de água
Incineração
Refeitórios
INSTITUIÇÃO
O Hospital Regional do Lobito é uma instituição pública de 2º nível,
geograficamente está localizado na rua José Anchieta Zona Oeste do município do
Lobito, bairro do Compão, e está limitado a Norte pelo Instituto Superior Politécnico
Católica de Benguela, a Sul pelo bairro da Cassai, a Oeste pela Escola de Formação
Técnica de Saúde e a Este pela Escola do Segundo Ciclo do Ensino Secundário do
PUNIV, na província de Benguela.
Tem um total de 679 trabalhadores, nomeadamente 38 médicos, 437
enfermeiros, 88 técnicos de diagnóstico e terapeuta, 56 no regime geral e 60 na área de
apoio hospitalar.
ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS
O estágio na cadeira de Enfermagem Médico-cirúrgica e Especialidades II,
realizou-se numa das dependências do HRL (Hospital Sede – Compão) no município do
Lobito-Benguela. Teve inicio no dia 11 de Janeiro, com entrada as 08:00 e saída 15:00.
Durante o período de estágio realizou-se inúmeras actividades assistenciais tais
como:
Lavagem das mãos;
Aferição dos sinais vitais (Pressão Arterial, Pulso, Respiração, temperatura);
Realização de curativos;
Arrumação de cama;
Colecta de material para exames laboratoriais;
Administração de medicamentos (via oral, via intramuscular, via intravenosa);
Cateterismo vesical;
Lavagem do material após realização de curativos;
Participação na passagem de plantão;
Oxigeno terapia;
Triagem de pacientes;
Testagem rápida de Malária;
Educação para saúde.
DIFICULDADES ENCONTRADAS
Dificuldade de realizar alguns realizar alguns procedimentos no princípio do
estágio;
Falta de humanização por parte de alguns profissionais;
Falta de fármacos na secção que por vezes chegava tarde da farmácia;
Interacção com alguns profissionais de saúde, no princípio do estágio.
ESTUDO DE CASO
HISTÓRICO
Trata-se de um paciente que acorreu ao Banco de Urgência no dia
11/02/2022 pelas 12H:21min, sexo masculino com as iniciais A. F de 38 anos de idade,
solteiro, natural do Lobito, Província de Benguela, Residente no Bairro 17 de Setembro,
Lobito.
Reside numa casa, sozinho, a casa contém os seguintes compartimentos: 1
Quarto; 1 Sala; 1 Cozinha; 1 W.C com água canalizada, o mesmo refere ter energia
eléctrica em sua residência. Afirma o consumo de bebidas alcoólicas, e nega o uso de
tabaco e outras drogas.
Antecedentes Patológicos: paciente nega doenças crónicas ou recorrentes, com
excepção a malária.
Exame Físico Geral: paciente consciente, orientado no tempo, no espaço e em
pessoa, mucosas orais e conjuntivas coradas, escleróticas anictéricas, face hemisfério D,
é igual ao hemisfério E.
Tórax: com forma e tamanho normal, seguindo os movimentos respiratórios,
sem ruídos adventícios.
Abdómen: flácida e mole sem ruídos hidrogénios, cicatriz umbilical bem
localizada, com movimentos respiratórios normais.
Membros Superiores: simétrico, sem descontinuidade da pele,
Membros Inferiores: assimétricos, M. I.E e M.I. D sem descontinuidade da
pele, e sem edema.
EXAMES COMPLENTARES
HB: 13.0 g/dl
PP: Negativo (-)
HIPOTÉSE DIAGNÓSTICA
Abcesso Perianal
1ª Evolução de Enfermagem (13/02/2022)
Paciente do sexo masculino no seu segundo dia de internamento, com
diagnóstico Abcesso Perianal, calmo, colaborante, orientado nos 3 planos (tempo,
espaço e pessoa), acesso venoso, mucosa oral e conjuntivas coradas, referiu dor na
região da ferida, com dificuldade em deambular, ao exame físico sem nenhuma
alteração, com os seguintes parâmetros vitais: T/A: 100/80mmHG; Pulso: 70p/min;
Respiração: 19cr/min; Temperatura: 36 ºC
Dor relacionada Diminuir a dor do Diminuir a dor nas - Avaliar o nível da dor (EVA); Diminuição
ao processo paciente nas próximas horas; - Administrar analgésico da dor
lesivo próximas horas; conforme a prescrição médica;
Risco de infecção Diminuir o risco de Evitar infecção nos - Fazer assepsia no local do Infecção
relacionada ao infecção próximos dias; acesso venoso; prevenida
processo invasivo - Mudança de cateter após 72h;
Mobilidade física Restabelecimento Restabelecer Mobilidade
prejudicada da mobilidade mobilidade física; - Realizar curativos; física
relacionada a física - Aferir sinais vitais de 8/8h restabelecida
lesão
Integridade da Restabelecimento Restabelecer a - Evitar movimentos Cicatrização
pele prejudicada da integridade da integridade da pele desnecessários; do local da
relacionada a pele lesão
lesão
ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
Dor relacionada ao Diminuir a dor do Eliminar a dor - Avaliar o nível da dor Dor diminuída
processo lesivo paciente nas (EVA);
próximas horas - Administrar analgésico
conforme a prescrição
médica;
Mobilidade física Restabelecimento da Restabelecer - Realizar curativo; Mobilidade física
prejudicada mobilidade física mobilidade física - Aferir sinais vitais de restabelecida
relacionada a lesão 8/8h
Integridade da pele Restabelecimento da Restabelecer a - Evitar movimentos Cicatrização do
prejudicada integridade da pele integridade da desnecessários local da lesão
relacionada a lesão pele
Hipertermia Abrandar a febre do Eliminar a febre - Fazer arrefecimento Padrões de
caracterizada por paciente corporal em SOS; temperatura normal
pele quente, - Monitorar temperatura;
relacionada ao - Administrar antipirético,
aumento de
temperatura
- Administração e medicamentos
(I.M);
- Realização da medicação.
Dor relacionada ao Diminuir a dor do Eliminar a dor - Avaliar o nível da dor Dor diminuída
processo lesivo paciente nas (EVA);
próximas horas - Administrar
analgésico conforme a
prescrição médica;
Integridade da pele Restabelecimento da Restabelecer a - Evitar movimentos Cicatrização do
prejudicada integridade da pele integridade da desnecessários local da lesão
relacionada a lesão pele
Mobilidade física Restabelecimento da Restabelecer - Realizar curativo; Mobilidade física
prejudicada mobilidade física mobilidade física - Aferir sinais vitais restabelecida
relacionada a lesão 8/8h;
Hipertermia Abrandar a febre do Eliminar a dor - Fazer arrefecimento Padrões de
caracterizada por paciente corporal em SOS; temperatura
pele quente, - Monitorar normal
relacionada ao temperatura;
aumento de - Administrar
temperatura antipirético;
Controlar
13/02/2022 Dor SOS Julieta
13/02/2022 Infecção 8/8h Julieta
13/02/2022 Balanço hídrico SOS Julieta
13/02/2022 Tipo de tecidos no leito 8/8h Julieta
13/02/2022 Inflamação SOS Julieta
Puncionar
13/02/2022 Veia de maior calibre 72/72h Julieta
Realizar
13/02/2022 Curativo SOS Julieta
13/02/2022 Técnicas assépticas SOS Julieta
13/02/2022 Educação para saúde 24/24h Julieta
13/02/2022 Higienização do paciente SOS Julieta
Avaliar
13/02/2022 Sinais vitais 8/8h Julieta
13/02/2022 Nível da dor (EVA) 8/8h Julieta
13/02/2022 Tamanho da lesão 8/8h Julieta
13/02/2022 Actividades gerais SOS Julieta
Administrar
13/02/2022 Medicamentos 8/8h V.O Julieta
12/12h. I.M
I.V
Medidas terapêuticas
- Ceftriaxona (1g/5ml) 6H – 18H
- Amoxicilina (500mg) 6H – 14 – 22H
- Metronidadzol (500mg)
- Anaflan (500mg) 6H – 14H – 22H
- Ciprofloxacina (500mg/10ml) 6H – 18H
- Dipirona (5ml) 6H – 18H
- Vitamina C (5ml) 6H – 18H
FISIOPATOLOGIA
O abcesso anal, perianal ou anorretal, é a formação de uma cavidade repleta de
pus na pele da região ao redor do ânus, que pode provocar sintomas como dor,
principalmente ao evacuar ou sentar, aparecimento de um caroço doloroso na região
anal, sangramento ou eliminação de secreção amarelada.
Geralmente, o abcesso se forma quando bactérias infectam a região e provocam
intensa inflamação, com acúmulo de pus. O tratamento é feito pelo cirurgião, sendo
necessária a drenagem do abcesso e, em alguns casos, uso de antibióticos por alguns
dias.
CAUSAS
O abcesso perianal é provocado por uma infecção bacteriana da pele da região do
ânus e períneo, geralmente, devido a obstrução de glândulas que produzem o muco da
região anal, facilitando a instalação de bactérias. Algumas das condições que causam
risco á formação do abcesso são:
Doença inflamatória intestinal;
Hidradenite supurativa;
Infecções do recto, como amebíase, linfogranuloma, venéreo, tuberculose ou
esquistossomose rectal;
Fissura anal;
Câncer anorretal;
Imunidade comprometida;
Ter passado por uma cirurgia da região anorretal, como hemorroidectomia,
episiotomia ou prostatectomia.
SINTOMATOLOGIA
O principal sintoma do abcesso perianal é a dor na região do ânus e períneo,
principalmente ao evacuar ou sentar, podendo se tornar constante na medida que a lesão
piora.
Caso a localização do abcesso seja mais externa, também pode ser
observado um caroço na região anal, doloroso, quente e avermelhado, Em alguns casos,
pode haver sangramento e febre.
Quando o abcesso se rompe, pode haver saída de secreção purulenta, e com
isso, a diminuição da pressão da pele e da dor.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de abcesso anal é feito pelo cirurgião geral ou coloproctologista,
através da análise da região e exames como: anoscopia, ultrassonografia, tomografia
computadorizada ou ressonância magnética, que identificam o tamanho e a
profundidade da lesão.
Outros exames de sangue como: hemograma, podem ajudar a avaliar a gravidade da
infecção.
TRATAMENTO
O tratamento do abcesso anal é feito com a sua drenagem, pelo cirurgião ou
coloproctologista, de forma mais breve possível, pois a persistência do abcesso aumenta
o risco de infecção generalizada.
A depender do tamanho e localização do abcesso, a cirurgia de drenagem pode
ser feita com anestesia local ou com outras mais potentes como raqui ou peridural. Nos
abcessos grandes, pode ser necessário deixar um dreno por alguns dias no local.
Para tratar uma fístula, o médico poderá fazer um corte ou colocar um material
para estimular a cicatrização e fechamento do trajecto. Além disso, antibióticos podem
ser indicados se o abcesso for grande e com área inflamatória extensa, ou se o paciente
apresenta riscos de infecção generalizada como em casos de diabetes, obesidade ou
imunidade comprometida.
ASPECTOS FARMACOLÓGICOS
Fármaco Mecanismo de Acção Efeitos Adversos
Ceftriaxona (1g) Tem actividade bactericida, inibindo a - Eosinofilia (aumento de um tipo de
formação da parede celular glóbulos brancos que geralmente
indicam alergia ou infestação por
vermes;
Amoxicilina (500mg) Inibe a divisão celular e o crescimento, Enjoo, diarreia, erupções na pele,
produz lise e elongação de bactérias vómitos, coceira.
sensíveis, em particular as que se dividem
rapidamente, que são em maior grau, a
acção das penicilinas.
Metronidazol (500ml) Inibição da síntese de ácido Dor no estômago, náusea, vómito,
desoxirribonucleico e na degradação do diarreia, gosto metálico na boca,
DNA. tontura, visão dupla.
Vitamina C (5ml) Estimula a síntese do colágeno que é maior Diarreia, aumento da diurese, náuseas e
e mais importante proteína estrutural da vómitos, tontura ou desmaio.
pele, responsável pela firmeza e
elasticidade cutânea, sem afectar a síntese
de outras proteínas.
Ciprofloxacina Resulta da inibição da topoiomerase Reacções gastrointestinais (náusea,
(500ml) bacteriana do tipo II (ADN girase) e vómitos, diarreia, dor abdominal,
topoiomerase IV necessárias para a flatulência), sensação de cansaço e
replicação, transcrição, reparo e fraqueza, dores nas articulações,
recombinação do ADN. tontura, dor de cabeça, insónia, agitação
e alterações do paladar.
Dipirona (500ml) Inibição da síntese de prostaglandina. Dor no estômago ou intestino, má
digestão ou diarreia, coloração
avermelhada da urina, pressão baixa,
arritmias cardíacas, ardência ou urticária
na pele.
CONCLUSÃO
Durante o período de estágio, foram vivenciados vários desafios que
contribuíram para a minha formação académica.
Tive oportunidade de desenvolver procedimentos. Procedimentos estes que
alguns foram realizados pela primeira vez, e outros fui simplesmente aperfeiçoando.
Enfrentei vários desafios que contribuíram fundamentalmente para os meus
conhecimentos, permitindo desta forma, reflectir sobre várias situações e da melhor
maneira conduzi – lás.
SUGESTÕES
Mais humanização no atendimento ao paciente, por parte dos profissionais de
saúde;
Respeitar a privacidade do paciente;
Melhorar a comunicação entre o profissional de saúde, paciente e seus
familiares;
Melhorar a apresentação física de alguns estagiários;
Manter o sigilo entre profissionais de saúde;
Aumentar o nível de conhecimentos prático – teóricos dos profissionais de
saúde, para melhor assistência ao paciente.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA
HEATH HERDMAM, DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA NANDA,
definições e classificação, 2018 – 2020, 1ª ed. S. Paulo
www.bulas.med.br_reações_adversas
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www.portaldacoloproctologia.com.br