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limpos e desinfectados com hipoclorito de sódio 1% vírus; necessita de pelo menos 2 minutos de
ou álcool 70%. contato para liberação do iodo livre; tem pouca
• Desinfecção é o processo que destrói micro- ação residual e é alterado pela presença de
organismos patogênicos ou não, dos artigos e matéria orgânica;
instrumentos, por meios físicos ou químicos, C) Clorexidina → Encontrada em formulações
atingindo diferentes níveis: aquosas e detergentes a 4% e álcoolicas a
- Alto nível de desinfecção → se destrói todos os 0,5%; excelente contra bactérias gram-
micro-organismos, com exceção do alto número de negativas e vírus, pouca ação sobre M.
esporos bacterianos. Realizada com glutaraldeído tuberculosis e nenhuma sobre fungos; com
2% ou ácido paracético. excelente ação residual e não é alterado na
- Médio nível de desinfecção → elimina a maioria presença de matéria orgânica.
das bactérias vegetativas, fungos, vírus e • Para procedimentos em áreas altamente
micobactérias. Realizada com hipoclorito de sódio contaminadas, como o períneo, recomenda-se a
1%, álcool 70%, cloro orgânico e fenol sintético. higienização prévia do paciente, com banho de
- Baixo nível de desinfecção → elimina a maioria aspersão. A tricotomia deve ser evitada, quando
das bactérias vegetativas, alguns vírus e fungos, muito necessária deverá ser feita com tesoura,
sem eliminar micobactérias. Realizada com evitando ferimentos provocados por lâminas
hiplocorito de sódio 0,025%. cortantes, fontes de proliferação bacteriana.
• A rotina de esterilização deve ser rígida e os • É válido ressaltar a importância das medidas de
controle realizados sistematicamente. Diversos proteção pessoal do profissional e da equipe,
métodos de esterilização podem ser empregados. sendo que as precauções universais devem ser
A embalagem é escolhida conforme o método de adotadas por todos os profissionais de saúde em
esterilização. Os instrumentos podem ser contato com todos os pacientes. Recomenda-se
embalados individualmente ou agrupados evitar joias, adornos e acessórios individuais
conforme seu uso; na embalagem deve constar a desnecessários ao ambiente cirúrgico. Uso correto
data de esterilização e seu conteúdo. O prazo para de EPI’s.
uso do material varia conforme o método utilizado • O descarte do lixo deve ser feito de maneira
e a embalagem. Passado o prazo, os materiais adequada.
deverão ser novamente esterilizados, sendo que - Não contaminado: descartado em saco preto no
todo o material esterilizado deverá ser mantido em lixo comum.
ambiente limpo, seco e com temperatura estável - Contaminado: descartado em saco branco
para a preservação dos invólucros. identificado e recolhido separadamente.
• O preparo cirúrgico das mãos é imprescindível e - Perfurocortante: descartado em caixa de papelão,
deve ser realizado rotineiramente com soluções vedado e recolhido separadamente.
antissépticas antes de cirurgias e procedimentos - Medicamentos, ácidos e outras substâncias
invasivos, visando reduzir a microbiota residente e químicas: classificados quanto ao potencial de
transitória. O tempo recomendado é de 5 minutos. risco, acondicionados e transportados
Assepsia refere-se ao conjunto de medidas utilizadas para adequadamente.
impedir que determinado meio seja contaminado. Observações
Antissepsia trata-se do processo que leva a diminuição
DOSE DO ANESTÉSICO
das formas microbianas e diminuição ou destruição de
patógenos nos tecidos vivos. - com vasoconstritor: 7
- sem vasoconstritor: 4
AGULHAS
Degermação: redução dos germes – transitória (não é resistente)
- aspirar: 25 x 7
Antissepsia: redução dos germes resistentes – uso de
antissépticos - injetar: 13 x 4,5
Assepsia: medidas para impedir a contaminação (paramentação, - Reações adversas ao anestésico ocorrem devido a velocidade
esterilização, campos) de infusão → altera os órgãos de sentido (parestesia de lábio e
língua; distúrbios visuais; zumbidos; gosto metálico na boca)
Desinfecção: antissepsia de objetos inanimados, com uso de
desinfetante, na sala de cirurgia de 10 a 15 min - Lidocaína: efeito se inicia com 3s e perdura por 2 horas.
CAUTERIZAÇÃO
- Tempo para retirar a sutura: se o local aproxima com facilidade, 5- a pele é denominada “delgada”. A epiderme varia
7 dias; se o local aproxima com dificuldade, 10-14 dias. de 0,07 a 0,12mm de espessura. A espessura da
BISTURI hipoderme também varia, sendo que nas
superfícies extensoras, ombros e costas medem
- Lâmina 11: furar 5mm ou mais, enquanto nas superfícies flexoras e
- Lâmina 15: cortar pálpebras medem 1mm ou menos.
- Para cortar a pele, deve-se primeiro observar o eixo da lesão,
depois olhar as linhas de Langerhans (apertando a pele). → Epiderme
• Coloração BRANCA (não há vascularização).
• Possui quatro camadas: camada córnea, camada
3. Anatomia da pele granulosa, camada espinhosa e camada basal.
• 5 a 10 células de espessura.
• A pele, também chamada de cútis ou tegumento, é
• A célula mais abundante da epiderme é o
o maior e mais visível órgão do corpo humano e
queratinócito, que caracteristicamente apresenta
recobre-o externamente, correspondendo a cerca
os desmossomos.
de 20% da massa corporal total.
• Camada córnea: mais externa, em contato com o
• O conhecimento da estrutura, as funções e as
meio. Normalmente, não apresenta núcleos e tem
peculiaridades da pele são muito importantes, já
aspecto de “trançado de cesto”
que ela é a primeira barreira que deve ser
• Camada granulosa: tem dois ou três queratinócitos
atravessada em todas as cirurgias ambulatoriais.
de espessura que possuem grânulos de querato-
• A pele tem múltiplas funções: funciona como
hialina no seu interior.
barreira entre o meio interno e o externo,
• Camada espinhosa: é a mais espessa e fica entre
conservando os fluidos corporais, é impermeável a
a camada basal e a camada granulosa.
água e impede a penetração de microrganismos.
Além disso, tem capacidade de absorver radiação • Camada basal: mais interna, em contato com a
ultravioleta, participa na síntese de vitamina D, derme. Seus queratinócitos têm núcleos maiores e
contém vários receptores sensoriais e tem um mais densos, pois são as células responsáveis pela
papel importante nos mecanismos de regeneração da epiderme.
termorregulação e vigilância imunológica. • Em condições normais, um queratinócito da
• A superfície total da pele no adulto é de camada basal leva aproximadamente 28 dias para
aproximadamente 1,6 a 2,0m2, com uma espessura se diferenciar para uma célula totalmente
que varia de 1,5 a 4mm. cornificada.
• A pele se renova a cada 28 dias. • O principal marcador imunohistoquímico dos
queratinócitos é a queratina.
• Principais células: queratinócitos (camada basal)
• A junção dermoepidérmica é sempre nítida: a
• O curativo só precisa ficar 24h (epitelização)
epiderme é separada da derme pela membrana
• A pele é formada por duas camadas, a epiderme e
basal, que se cora positivamente pelo método
a derme, mas a hipoderme (tecido celular
“ácido periódico de Schiff” com digestão ou PAS-
subcutâneo, tecido adiposo que fica abaixo da
cd.
derme) é sempre incorporada ao seu estudo.
• Os melanócitos são as células que produzem
• A epiderme é a camada superficial, epitelial, sem
melanina e encontram-se na camada basal da
vasos sanguíneos, e a derme é a camada profunda,
epiderme. A quantidade de melanina, não o número
os tecidos conjuntivo e vascularizado que nutrem a
de melanócitos é que varia entre as raças
epiderme.
humanas. São células dendríticas, ou seja,
apresentam prolongamentos citoplasmáticos para
que a melanina seja distribuída para os
queratinócitos circunjacentes.
• Duas outras células são importantes na epiderme.
As células de Langerhans são os macrófagos
fixos da epiderme e são responsáveis pela
vigilância imunológica da pele: essas células têm a
capacidade de apresentar antígenos a linfócitos e
queratinócitos, provocando o início da resposta
inflamatória. As células de Merkel, células
neuroendócrinas, acredita-se que são células
epidérmicas modificadas, adaptadas à recepção
sensorial tátil, estão localizadas na camada basal e
são mais numerosas onde a percepção sensorial é
mais acurada, como nas polpas digitais. Elas se
ligam aos queratinócitos por desmossomos e estão
associadas às terminações nervosas
• Pele espessa: aquela que existe nas palmas e intraepidérmicas e dérmicas. Quando as células
plantas, em que a espessura da epiderme, e não são conectadas a estruturas nervosas,
principalmente da camada córnea, é muito maior acredita-se que tenham função endócrina.
que no restante do corpo; nas outras localizações,
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GLÂNDULAS SEBÁCEAS
• São as responsáveis pela secreção do sebo que
recobre os pelos e a superfície cutânea.
• A função do sebo ainda não está totalmente
esclarecida, mas sabe-se de sua atividade
bacteriostática, emoliente e de barreira.
• Embriologicamente, se originam a partir de um
→ Anexos cutâneos broto da bainha radicular externa do folículo piloso.
Todos os pelos são providos de uma glândula
PELOS
sebácea.
• É multilobulada e sua secreção é holócrina, isto é,
a célula inteira produz e torna-se repleta de
secreção enquanto se desintegra. No final, a
secreção e restos celulares são eliminados como
sebo para o ducto sebáceo que desemboca no
canal folicular.
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS (ÉCRINAS)
• São originadas de uma invaginação direta da
epiderme.
• Estão distribuídas em toda a superfície corporal,
exceto nos lábios e parte da genitália externa.
• O número de glândulas varia de 100 a 200/cm2 de
pele, sendo que a concentração máxima é
encontrada nas palmas e plantas, onde atingem
300/cm2.
• A parte secretora (ácinos) está situada
• Com exceção das palmas e plantas, superfícies profundamente, na parte mais alta da hipoderme ou
laterais das mãos e pés e ao redor dos orifícios junção dermo-epidérmica.
urogenitais, toda a pele é recoberta por pelos. • A parte excretora (ductos) atravessa a derma e a
• Embriologicamente, o folículo piloso se desenvolve epiderme, terminando entre as células da camada
a partir de uma invaginação das células córnea. A porção intra-epidérmica do ducto
epidérmicas para o interior da derme. excretor chama-se acrossiríngeo.
• Existem dois tipos de pelos: os terminais, que são • Ao redor das glândulas écrinas ficam diversos
grossos, longos e pigmentados, com os da barba, filetes nervosos que regulam a sua secreção.
couro cabeludo, genitais e axilas; e os pelos velos, • A composição química da secreção sudoral é
que são finos, curtos e menos pigmentados. semelhante ao ultrafiltrado sanguíneo, e contém
• Microscopicamente, são divididos em quatro cloreto de sódio, ácido úrico, ureia e amônio.
partes: • Em situação de stress emocional, palmas, plantas
e axilas são as primeiras a eliminar secreção.
Infundíbulo SEGMENTO SUPERIOR • Enquanto o controle térmico é colinérgico, a
Istmo (PERMANENTE) sudorese emocional é estimulada pela parte
adrenérgica do SNA.
Haste SEGMENTO INFERIOR
GLÂNDULAS APÓCRIMAS
Bulbo (CÍCLICO)
• São encontradas apenas na região axilar, mamilos
• Eles passam por períodos de crescimento divididos e região anogenital, sendo derivadas da mesma
em três fases: anágena (de crescimento); catágena invaginação epidérmica que origina os folículos
(de involução) e telógena (de repouso). pilosos no embrião.
• Normalmente são os pelos em fase telógena que • Sua função no homem não está definida, embora
caem, e, a partir disto, há o início da um novo ciclo, nos animais seja responsável pelo odor.
por modificações no segmento inferior do pelo. • São pequenas na infância e tornam-se maiores e
mais ativas na puberdade.
• Possuem a porção secretora na derme profunda ou
camadas superiores da hipoderme. A secreção
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Fase proliferativa
4. Cicatrização
• A cicatrização de feridas consiste em perfeita e 4-21 dias
coordenada cascata de eventos celulares,
• É constituída por quatro etapas fundamentais:
moleculares e bioquímicos, que interagem para
epitelização, angiogênese, formação de tecido de
que ocorra a reconstituição tecidual.
granulação e deposição de colágeno.
• 2 maneiras de ocorrer cicatrização:
• Esta fase tem início ao redor do 4º dia após a lesão
REGENERAÇÃO ou RESTAURAÇÃO. A
e estende-se aproximadamente até o término da
regeneração é voltar ao que era antes, trata-se de
segunda semana.
uma reconstituição perfeita (lesões superficiais). A
restauração é a construção de novo tecido, não • Epitelização: ocorre precocemente. Se a
volta a ser igual ao que era antes (cicatrizes). membrana basal estiver intacta, as células
epiteliais migram em direção superior e as
• A lesão tecidual coloca elementos sanguíneos em
camadas normais da epiderme são restauradas em
contato com o colágeno e outras substâncias da
três dias. Se a membrana basal for lesada, as
matriz extracelular, provocando degranulação de
células epiteliais das bordas da ferida começam a
plaquetas e ativação das cascatas de coagulação
proliferar na tentativa de restabelecer a barreira
e do complemento. Com isso, há liberação de
protetora.
vários mediadores vasoativos e quimiotáticos que
conduzem o processo cicatricial mediante atração • Angiogênese: é estimulada por TNF-α, e é
de células inflamatórias para a região da ferida. caracterizada pela migração de células endoteliais
e formação de capilares, essencial para a
cicatrização adequada.
Fase inflamatória • Formação de tecido de granulação: os fibroblastos
4 dias e as células endoteliais são as principais células da
fase proliferativa. Os fibroblastos dos tecidos
• Inicia-se imediatamente após a lesão, com a
vizinhos migram para a ferida, porém precisam ser
liberação de substâncias vasoconstritoras,
ativados para sair do seu estado de quiescência. O
principalmente tromboxano A2 e prostaglandinas,
fator de crescimento mais importante na
pelas membranas celulares.
proliferação e ativação dos fibroblastos é o fator de
• O endotélio lesado e as plaquetas estimulam a
crescimento derivado de plaquetas (PDGF). Em
cascata de coagulação. As plaquetas têm papel
seguida, é liberado o TGF-β, que estimula os
fundamental na cicatrização. A cascata de
fibroblastos a produzirem colágeno tipo I e a
coagulação é iniciada e grânulos são liberados das
transformarem-se em miofibroblastos, que
plaquetas que contêm TGF-β e outras substâncias
promovem a contração da ferida.
que atraem neutrófilos a ferida.
• O coágulo é formado por colágeno, plaquetas e TGF-β → fibroblastos (induz a formação de colágeno tipo 1)
trombina, que servem de reservatório proteico para TNF-α→ queratinócitos
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terciária (porção hidrofílica), unidos por uma cadeia • Alcalinização: pH ácido diminui a atividade dos AL.
intermediária. A cadeia intermediária pode-se unir Por isso, o bloqueio local de tecidos inflamados
ao grupo aromático por uma ligação do tipo éster torna-se mais difícil.
ou do tipo amida, o que permite a classificação dos • Opioides: aumentam a intensidade e duração dos
anestésicos locais em amino-amidas e amino- bloqueios centrais (raquianestesia e anestesia
ésteres. peridural), e de injeções intra-articulares. Não têm
Amino-amida: possuem a ligação amida e são metabolizados efeito para bloqueio de nervos periféricos.
no fígado pelo citocromo P450. São as mais utilizadas na • Agonistas α2: atualmente, na prática clínica, utiliza-
prática clínica. Alguns exemplos são a bupivacaína, lidocaína se cada vez mais a associação de drogas como a
e a ropivacaína. clonidina nos bloqueios centrais. Há intensificação
Amino-ésteres: possuem a ligação éster e são metabolizadas tanto do bloqueio sensitivo quanto motor.
pela colinesterase plasmática com a formação do PABA (ácido
para-aminobenzoico), o que lhes confere um poder maior de
desencadear reações alérgicas. Por isso foram abandonados Segurança na
da prática clínica em anestesiologia. Alguns exemplos são a
tetracaína e a procaína. anestesia local
• Algumas características dos anestésicos locais são
importantes no momento da escolha técnica • O objetivo da anestesia local é empregar
anestésica a ser empregada em diferentes anestésico local suficiente para promover
situações. anestesia de qualidade, porém sem atingir sua
I. Lipossolubilidade: aumenta a penetração dose tóxica. Entretanto, a concentração de AL no
dos anestésicos nas membranas tecido neural é muito difícil de ser determinada
biológicas, aumentando sua potência. devido a diversos fatores, como:
II. Ligação a proteínas plasmáticas: quanto - A proximidade entre o AL injetado e o nervo que
maior a ligação proteica, menor será a sua se pretende bloquear;
porção livre do anestésico local no sangue - O fluxo sanguíneo em torno do tecido neural;
e menor a sua filtração glomerular, - A difusão do AL através de barreiras orgânicas e
aumentando, assim, a durabilidade do AL. para dentro do nervo (presença ou não de mielina);
III. Constante de dissociação: são bases - A ligação de AL a tecidos não neurais da região
fracas pouco solúveis e instáveis. São como gordura, músculo etc.;
apresentados na forma de sais ácidos - Absorção para o sistema vascular sanguíneo ou
(cloridatos), o que melhora sua linfático.
estabilidade e solubilidade. • A dose máxima para a LIDOCAÍNA sem
vasoconstritor é 4mg/kg; a dose máxima com
vasoconstritor é de 7mg/kg. Deve-se atentar para
a solução comercial que vem numa apresentação a
2% e tem 20mg do anestésico por mL de solução.
➔ A lidocaína pode ser diluída em solução salina
LIDOCAÍNA → em solução a 1 e 2%, gel e spray isotônica até a concentração de 1%.
normalmente a 10% para uso tópico
BUPIVACAÍNA → geralmente na forma racêmica, que
possui bloqueio motor e analgesia prolongados, porém
de cardiotoxicidade elevada em relação aos outros AL.
A forma levogira (levobupivacaína) possui a
propriedade de ser menos cardiotóxica, porém tem seu
bloqueio motor prejudicado.
ROPIVACAÍNA → é atualmente a droga com menor
cardiotoxicidade, por isso seu uso está cada vez mais
frequente na prática clínica diária. Tem um poder de
vasoconstrição intrínseco, o que possibilita analgesia Metabolismo e toxicidade
mais prolongada sem o uso de vasoconstritores.
• As amidas são metabolizadas pelo sistema
microssomal hepático (citocromo P450), sendo a
Fatores que influenciam lidocaína o anestésico de mais rápida oxidação.
• Disfunções hepáticas por doenças (cirrose,
a atividade dos AL hipertensão portal, insuficiência hepática) ou
drogas (cimetidina, halotano, álcool, propranolol)
aumentam a concentração sistêmica do anestésico
• Epinefrina: aumenta a duração e melhora a
pela queda da sua metabolização, podendo causar
qualidade do bloqueio. Consegue isso diminuindo a
intoxicação por este anestésico de forma mais
absorção local do anestésico local, já que promove
rápida.
vasoconstrição local. Não utilizar quando em
• A toxicidade se dá quando o AL atinge outros
bloqueios de extremidades corporais (não dar
tecidos excitáveis (p. ex., SNC e sistema
vasoconstritor em periférico).
cardiovascular) em dose suficiente para causar
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ação, seja por injeção intravascular, absorção • Observar dor importante durante a injeção de
exagerada ou sobredose. anestésico. Podem ocorrer hematomas no local.
• Os sinais e sintomas da intoxicação sistêmica
dependem da sua concentração plasmática e da
velocidade com que essa concentração foi atingida FACE
➔ Formigamento da língua e dos lábios, • O nervo trigêmeo apresenta seus ramos sensitivos,
zumbidos, distúrbios visuais, abalos originados do gânglio de Gasser (semilunar ou do
musculares, convulsões, inconsciência, coma, trigêmeo). Dá origem a três ramos importantes e
parada respiratória e depressão que praticamente são os responsáveis pela
cardiovascular. inervação da face: nervo frontal, maxilar e
• Pode ocorrer também, toxicidade local pelo uso dos mandibular.
AL. Isso se deve a concentração do AL utilizada e • Podemos bloquear esses nervos em suas origens
presença de conservantes nas formulações ou depois de suas ramificações mais periféricas,
comerciais. A injeção direta em músculos pode com grande utilização nas cirurgias de face.
levar a uma micronecrose, principalmente quando
associado à adrenalina. As reações alérgicas são
muito raras.
• Os pontos mais importantes que se deve ter em
mente ao fazer uso de AL são:
-não ultrapassar sua dose tóxica
-evitar-se injeção intravascular, aspirando o êmbolo
da seringa antes da injeção do AL
-ficar atento para qualquer sinal de intoxicação
sistêmica
6. Bloqueios periféricos
• Os bloqueios são usados como técnica única ou
associados a vários graus de sedação e até
anestesia geral, para analgesia pós-operatória.
Ocorrem pela injeção dos anestésicos locais dentro • O bloqueio do nervo supraorbitário, quando
dos tecidos adjacentes aos nervos periféricos associado ao bloqueio do nervo supratroclear,
individuais ou aos plexos nervosos. propicia a anestesia da região frontal e ápice do
crânio.
• Praticamente todos os nervos periféricos podem
ser bloqueados com maior ou menor dificuldade. • Para bloquear o nervo supratroclear introduz-se
Esta técnica apresenta baixo custo, é pouco uma agulha fina debaixo da borda da órbita (ângulo
dolorosa, pode ser realizada ambulatorialmente e súpero-interno) e injeta-se de 1 a 1,5ml do
apresenta baixo risco de toxicidade pelo baixo anestésico local.
volume de AL geralmente empregado. • Para bloquear o nervo supraorbitário procura-se o
• Contraindicações absolutas dos bloqueios de forame supraorbital, situado a 2,5cm na linha média
nervos periféricos: (linha da pupila) na borda superior da órbita e
✓ Alergia injeta-se 1 a 1,5ml do anestésico local.
✓ Recusa verdadeira do paciente
✓ Infecção local
✓ Coagulopatia sistêmica grave
✓ Doença neurológica preexistente (doenças
demielinizantes)
• A cor na avaliação das feridas pode ser: numerosas, medem de milímetros a centímetros; e podem
✓ Avermelhada: pode indicar a impedir a marcha normal, pelo desconforto e dor.
predominância da fase inflamatória;
✓ Rosada: presença de tecido de
granulação;
✓ Amarelada: presença de fibrina que faz
parte da composição dos tecidos
desvitalizados.
Observação: - Diferença entre pápula, nódulo e mácula.
• Pápula = <1cm; Nódulo = entre 1 e 3 cm; Mácula = >3
cm;
Tratamento: possuem base estreita, podem ser cortadas com • O aparecimento súbito de muitas destas placas é o
uma tesoura curva e a hemostasia com a eletrocoagulação. chamado sinal de Leser-Trelat; isto pode ser um
→ Verruga genital ou condiloma acuminado: lesões sinal de câncer visceral.
vegetantes, porém não-ceratósicas, úmidas, isoladas ou
agrupadas, com aspecto de couve flor, atingindo, às vezes,
proporções gigantescas; localizam-se na área genital e
perigenital, geralmente em pessoas adultas. Pode haver
acometimento da mucosa uretral, retal ou vaginal.
Acrocórdones
• Começam como uma pequena excrescência oval,
marrom ou cor da pele, aderida por um pedículo
curto, largo ou estreito.
• Tratamento: retinoides sistêmicos, interferon, • São encontrados com mais frequência e em maior
crioterapia, laser de CO2. número em indivíduos obesos.
• A área mais frequentemente afetada é a axila,
seguida do pescoço e da região inguinal.
Ceratose seborreica
• São placas superficiais, céreas, marrom-escuras e
tamanhos variados, facilmente removidas. São
geralmente ásperas, podendo ser lisas em áreas de
atrito, como pregas cutâneas e cintura.
• Quando irritadas, podem adquirir tonalidade
avermelhada, ou escuro, e tornarem-se
pruriginosas.
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Dermatofibroma
• Nódulo dérmico hiperpigmentado nas pernas, em
geral resultante de pequeno traumatismo ou de
picada de insetos.
• As lesões são endurecidas, elevadas, e geralmente
assintomáticas.
• Adquirem sua cor pela captação de melanina e • Tratamento: eletrodessecção e curetagem, para
hemossiderina pelos macrófagos dérmicos, assim lesões pequenas, e a excisão e a sutura para
como pela proliferação vascular. tumores grandes são efetivas. Pacientes com
• Na patologia, encontramos aumento da fibrose múltiplas lesões podem ser tratados com
dérmica e histiócitos e vasos esclerosados. isotretinoína oral na dose de 0,5 a 1,0 mg/kg/dia,
durante 8 semanas. Os que recorrem após a
excisão cirúrgica ou aqueles em que a ressecção
resultaria em deformidade cosmética podem se
beneficiar da radioterapia.
Nevos melanocíticos
• São neoplasias benignas adquiridas ou congênitas,
de grande prevalência. São classificadas em
juncional, dérmico e compostos:
✓ Juncional → as células névicas localizam-
se no nível da camada basal da epiderme
• Tratamento: são encontradas mais comumente na ✓ Dérmico → no nível da derme
parte inferior das pernas, onde excisão e sutura ✓ Composto → há os dois aspectos na
podem resultar em cicatrizes antiestéticas. Uma mesma lesão.
das alternativas é fazer o shaving superficial, • Os de junção são geralmente maculosos, pouco
deixando cicatrizar por segunda intenção. A papulosos, porém de superfície lisa e sem pêlos, de
criocirurgia conservadora também pode eliminar o cor acastanhada com tendência para o negro; os
pigmento e parte do tumor. Em outras regiões do nevos palmares, plantares, genitais, de mucosa
corpo, a excisão e a sutura estão indicadas → são em geral os de junção e são os mais frequentes
estudo anatomopatológico quando não houver na infância.
certeza do diagnóstico. • Os nevos
intradérmicos em geral são
da cor da pele ou
Ceratoacantoma discretamente
acastanhados, com
• Tumor epitelial benigno de etiologia desconhecida. aspecto hemisférico, e
É uma doença do idoso (idade média 64 anos). quase sempre com alguns
Pode sofrer involução espontânea, mas se pêlos discretos; às vezes
assemelha do ponto de vista clínico e histológico ao há telangiectasias, sendo
carcinoma epidermoide. próprios dos adultos. Outro aspecto morfológico
• A lesão inicia-se por mancha eritematosa que se exclusivo dos adultos diz respeito a apresentarem
transforma em cúpula, da cor da pele, tendo na lesões pedunculadas ou polipoides, como saco
parte central uma rolha ceratósica. enrugados de aspecto idêntico ao fibroma mole.
• Tem como característica seu rápido crescimento • Os nevos compostos geralmente são
em algumas semanas. discretamente elevados e mais pigmentados do
• Pode ocorrer em qualquer superfície cutânea, que os intradérmicos, possuindo superfície
entretanto, os membros (particularmente as mãos papilomatosa.
e os braços) são a localização preferencial seguida • Algumas vezes os nevos podem sofrer alterações,
do tronco. devendo ser avaliados com frequência usando
• Incidência maior em imunodeprimidos. estes indicadores de malignização:
• A síndrome de Muir-Torres é uma genodermatose - Sensação de prurido
autossômica dominante rara onde existe a - Alteração do tamanho da lesão
presença do tumor de glândulo sebácea e - Alteração na superfície
ceratoacantomas, associado à neoplasia maligna - Inflamação
interna mais comumente de origem colorretal ou - Ulceração
geniturinário. - Sangramento
- Derrame de pigmento além das bordas da lesão (sinal de
Hutchinson).
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observadas nas virilhas, região perineal e Tratamento: consiste na excisão e na sutura das lesões.
inframamária. As primeiras manifestações surgem → Mucocele: é um falso cisto da mucosa oral, causado pela
como nódulos eritematosos idênticos a furúnculos, obstrução de um ducto da glândula salivar secundária. A parede
mas logo a seguir cistos e fístulas de drenagem mostra inflamação com mucina no centro.
passam a predominas. Suor excessivo, infecção
bacteriana, deficiência autoimune também podem Tratamento: excisão e sutura; excisão com cicatrização por
contribuir para a doença, além do sexo feminino. Se segunda intenção; crioterapia; eletrocirurgia.
for abscesso drenar com bisturi 11; se ocorrer → Cisto mucoso digital: pequeno tumor mole, nas imediações da
febre, prescrever antibiótico. articulação interfalangiana distal, o qual surge a partir de elementos
sinoviais.
Tratamento: faz-se punção e infiltração de corticoide, 1 a 2 sessões;
Cistos
se não resolver, será necessário a intervenção de uma cirurgia de
• São lesões circunscritas classificadas pela mão.
natureza histológica de sua parede e de seu Lipoma
conteúdo.
→ Cisto epidermoide: é o mais • É um nódulo subcutâneo macio, arredondado ou
encontrado na face, atrás da orelha e lobulado, isolado ou múltiplo, de tamanho variado,
região superior do tronco. Elimina um constituído de células gordurosas maduras.
material fétido e cascoso do seu interior • Os locais de predileção incluem pescoço, tórax,
por um orifício central, que é um folículo antebraço, coxas e nádegas. Quando localizado na
piloso. Se houver inflamação, é região frontal ou temporal podem ser
recomendável fazer antibioticoterapia submusculares.
sistêmica antes da cirurgia.
Carcinoma Basocelular
• É o câncer de pele mais comum, sendo o fator
etiológico mais importante a exposição crônica aos
Tratamento: podemos fazer incisão com o bisel de uma agulha e a raios ultravioleta; consequentemente, áreas mais
expressão do conteúdo. expostas, como cabeça e pescoço, são os locais
→ Cisto triquilemal: são duros e geralmente encontrados no mais acometidos.
couro cabeludo. Apresenta tendência a calcificar e a parede cística • O CBC é uma neoplasia maligna de células
simula a área triquilemal do folículo piloso, que forma ceratina sem epidérmicas, que apresenta crescimento lento e
achatamento das células ou da camada granulosa. invasibilidade local, ocorrendo principalmente em
Tratamento: a excisão e a sutura. pessoas de pele clara.
• A morbilidade do CBC está relacionada a sua
→ Cisto dermoide: é uma lesão congênita, geralmente estando capacidade de invasão tecidual, que ocorre que
presente no terço médio da face ou nas estruturas gonadais. forma tridimensional, sendo por vezes irregular,
Localizado ao redor das fendas embrionárias, região orbitária e principalmente em lesões com caracteres de
sacrococcígea. Sua cápsula é formada pela epiderme e anexos agressividade; metástase a distância é um evento
rudimentares. Podem conter todos os componentes epidérmicos, extremamente raro.
dérmicos e anexiais, e, ainda, osso, cartilagem, dentes e pêlos.
• O indivíduo que já apresentou CBC tem um risco
Tratamento: exérese a cicatrização por segunda intenção. maior de apresentar outra lesão.
→ Esteatocitoma: são os cistos sebáceos verdadeiros, ocorrem • O tipo mais frequente é o nodular, benigno, pápula
com mais frequência como lesões múltiplas, sendo de herança brilhante com telangiectasia.
autossômica dominante. São cistos amarelos, pequenos e
amolecidos, localizados na cabeça, tronco e genitália.
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Marcella Carvalho 2021.2
Melanoma
• O melanoma é uma neoplasia maligna dos
melanócitos, originando-se, na maioria das vezes,
na pele, embora possa ocorrer em mucosas ou
outras áreas.
• Apresenta alta capacidade de invasão e
disseminação, resultando em grande potencial
metastático. • O paciente deve ser acompanhado não só por uma
• O mais comum é o disseminativo superficial. possível recorrência, mas também pela
Raro acral lentiginoso. possibilidade do desenvolvimento de um segundo
melanoma primário.
• Os pacientes devem ser submetidos a um exame
clínico completo, com atenção especial às cadeias
linfonodais suspeitas, sendo avaliados a cada
trimestre no primeiro ano, semestralmente no
segundo ano e, após, uma vez por ano.