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Informações importantes:

Aula 02: Prescrição pré operatória.


Data: 28/08/2023.
Referências: Padro & Salim. Cap: 02.

Uma vez que o paciente necessite de uma cirurgia e ele esteja apto a passar por ela, o dentista poderá
prescrever diferentes tipos de medicações de forma prévia ao atendimento. É possível achar uma gama de
protocolos diferentes usados nas cirurgias, porém ocorre um debate maior para:
» Corticosteroides
» Analgesia preemptiva com anti-inflamatórios não esteroidais.
» Profilaxia antibiótica.

Antes de falarmos sobre os corticoides e anti-inflamatórios não esteroidais vamos revisar sobre o mecanismo
inflamatório e como ele ocorre:
Quando sofremos alguma injúria o nosso corpo
produz a fosfolipase A2, essa por sua vez irá
sintetizar e ácido araquidônico que irá gera
Enzima ciclo-oxigenase (COX 1 e 2).
Cada COXs é responsável pela produção das
prostaglandinas que irão atuar do seguinte modo:
COX 1 – Protege a mucosa gástrica e promove a
agregação plaquetária.
COX 2 – Promove os sintomas de inflamação dor
e febre.

Agem inibindo os genes inflamatórios e regulando os genes anti-inflamatórios, eles bloqueiam a produção
da fosfolipase, consequentemente das COXs.
Muitos estudos têm demonstrado benefícios no uso dessa classe antes dos procedimentos, especialmente nas
exodontias de terceiros molares inclusos, segundo molar com coroa parcialmente destruída já tratado
endodônticamente ou em procedimentos que ocorram edema, trismo e dor.
O uso prolongado gera muitos efeitos colaterais como: bochechas rosadas, hipertensão, fraqueza muscular,
cicatrização deficiente, braços e pernas finas, desordens psíquicas, estrias abdominais, aumento da gordura
toráxica, entre outros.
Ocorre uma grande utilização de dexametasona, alguns estudos afirmam que a administração IM permite
diminuição do edema em três dias, dor em 24h e o trismo em 3 dias.
Dosagem única → Dexametasona 8mg – 1 hora antes do procedimento (VO)
Os anti-inflamatórios não esteroidais podem ser de dois tipos: seletivos e não seletivos. Essa classe atua
inibindo as COXs, enquanto os seletivos inibem apenas cox 2, o não seletivo inibe cox 1 e 2.
Seletivos: Rofecoxibe, colecoxibe, valdecoxibe e etc.
Não seletivos: ASS, ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco, piroxicam e etc.

Controle da dor antes do seu início como um tratamento antinociceptivo.


 Bons resultados mostram redução significativa na dor pós-operatória nas primeiras 12h após o
procedimento com redução da necessidade de uso analgésico nesse período. Podemos usar: cetorolaco,
diclofenaco, ibuprofeno, paracetamol, naproxeno, colecoxibe, diflunisal, dentre outros.
 Os benefícios são maiores que os riscos.
 Não existe uma padronização

Antes de falar sobre profilaxia antibiótica é necessário debater os conceitos de:


Bacteremia: Bactéria ganha acesso aos vasos sanguíneos ou linfáticos e assim cai no sistema. Pode ocorrer
durante o procedimento odontológico no qual abrimos feridas e as vezes não conseguimos unir e fechar
100%.
 Prevenção: Adequação do meio, antissepsia do meio extra e intra e por meio do bochecho do digluconato de
clorexidina a 2%.
Endocardite bacteriana: Contaminação dos tecidos internos do coração, a bactéria entra nos vasos
sanguíneos e chega até paredes internas do coração. Além disso os riscos de morbilidade e mortalidade são
altíssimos.
 Prevenção: Profilaxia bacteriana.

:
a) Indicações: Antes de alguns procedimentos odontológicos em pacientes com risco de endocardite.
 Procedimentos que envolvam a manipulação do tecido gengival e região periapical.
 Perfuração de mucosa.
 Exodontias simples ou complexas.
 Procedimentos periapicais – Drenagem de abscesso, cirurgia periodontal, endodôntica, paraendodônticas.
Pacientes com:
» Próteses valvares ou material protético usado para » Defeito congênito reparado com material
reparo de valva cardíaca. protético há 6 meses ou menos.
» Endocardite prévia. » Paciente submetido a cirurgia cardíaca com
» Doença cardíaca congênita cianótica não defeito endotelial residual.
totalmente reparada. » Transplante cardíaco com doença valvar cardíaca.
Questão de prova. – indicações e quais procedimentos.

b) Profilaxia antibiótica em pacientes saudáveis: Não existe indicação para paciente totalmente saudável.
Nessa conduta existem riscos associados ao uso dos antibióticos como colaborar com a resistência
bacteriana, risco de toxicidade e reação alérgica.
Todavia, em casos clínicos de pericoronarite, exodontia com muito desgaste ósseo, sem adequação do
meio, odontosseção, tempo de cirurgia maior e paciente idosos, a profilaxia antibiótica deve ser usada.

c) Profilaxia contra infecções de próteses articulares.

01. As curetas periodontais são árticos semicríticos e devem ser esterilizados – Verdade.
Apesar de em teoria ser semicrítico pode ocorrer cortes, pois são materiais cortantes e assim ter contato
com sangue.
02. A descontaminação de instrumentais após o atendimento é realizada com álcool 70% - Falso.
O álcool não atua bem em biocargas, ou seja, em sangue. O correto é colocar de molho no detergente
enzimático e lavar posteriormente com detergente normal.
03. Paciente enquadrados no ASA III precisam ser tratados/direcionados para ASA II, para que possam
realizar o procedimento cirúrgico em segurança – Verdade.
04. Os únicos exames complementares que podemos solicitar para fins cirúrgicos são hemograma
completo e glicemia em jejum – Falso.
Podemos pedir coagulograma completo, hemoglobina glicada, tempo de sangramento, teste rápido, entre
outros.
05. Na utilização pré operatória de corticóides há um risco menor de efeitos colaterais – Verdade.
06. A analgesia preemptiva consiste no uso de analgésico antes do início da dor como tratamento
antinociceptivo – Verdade.
07. O uso de analgésicos antes do procedimento cirúrgico pode acabar diminuindo o consumo total de
medicamentos pelo paciente – Verdade.
08. A Raspagem e polimento coronoradicular é um procedimento que exige profilaxia antibiótica –
Verdade.
09. Pacientes com prótese articulares necessitam de profilaxia antibiótica – Falso.
Porém, de acordo com o ministério da saúde é correto.
10. A clindamicina é o medicamento utilizado em casos em que o paciente tem alergia a amoxicilina na
profilaxia antibiótica – Falso
11. A profilaxia antibiótica em pacientes sistemicamente saudáveis, mas que já tiveram pericoronarite é
obrigatória – Falso.

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