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UNIVERSIDADE TIRADENTES

CURSO ODONTOLOGIA
CIRURGIA ORAL

RESUMO DO CAPÍTULO DO LIVRO TERAPÊUTICA


MEDICAMENTOSA DE EDUARDO DIAS DE ANDRADE:
PREVENÇÃO E CONTROLE DA DOR

AMANDA NATALI CARVALHO DANTAS


GUSTAVO VALERIANO SANTOS DE MELO
MARIA RITA TEIXEIRA DE SOUZA
NATHALIA BATISTA DE ALBUQUERQUE

ARACAJU-SE
2022
Na clínica odontológica, a dor invariavelmente é de caráter inflamatório, podendo ser
classificada em aguda (curta duração) ou crônica (longa duração, em geral relacionada a
certos tipos de distúrbios da articulação temporomandibular. Toda intervenção cirúrgica
odontológica provoca destruição tecidual, gerando respostas inflamatórias agudas.
Nociceptores são receptores sensoriais que enviam sinais que causam a percepção da
dor. Os nociceptores envolvidos no processo da dor inflamatória são polimodais e de
alto limiar de excitabilidade. Entretanto, estes podem se tornar sensíveis ao receber um
estímulo que normalmente não provoca dor, condição esta denominada alodinia, ou, até
mesmo podem se tornar ainda mais sensíveis aos estímulos nociceptivos, estado que
recebe o nome de hiperalgesia, sendo essa decorrente de maior entrada de íons cálcio
nos nociceptores e a estimulação da adenilato ciclase no tecido neuronal, que propicia o
aumento dos níveis de AMPc. Como consequência, são gerados impulsos nervosos que
chegam ao sistema nervoso central (SNC), amplificando e mantendo a sensação
dolorosa.

Tipos de regimes analgésicos

A dor inflamatória aguda também pode ser prevenida, não apenas amenizada. A
prevenção da dor deve-se ter uma conduta muito mais inteligente e conveniente do que
tratá-la, após sua instalação. Essa dor aguda pode ser prevenida e posteriormente
controlada por meio de três regimes farmacológicos que são eles: analgesia preemptiva
(administração de analgésicos antes da ocorrência de estímulos dolorosos reduzindo ou
prevenindo a dor), analgesia preventiva (a primeira dose do fármaco é administrada ao
final do procedimento seguidas pelas doses de manutenção no pós operatório por curto
prazo), analgesia perioperatória (o regime é iniciado antes da lesão tecidual e mantido
no período pós operatório imediato).

CLASSIFICAÇÃO DOS ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS

Fármacos que inibem a cicloxigenase

Os anti-inflamatórios não esteroides (ou AINEs) compõe esse grupo. A substância


padrão do grupo é o ácido acetilsalicílico (AAS), que tem atividade analgésica e
antitérmica. A potência anti inflamatoria dos AINEs varia de acordo com sua meia-vida
plasmática e com a dose empregada. Os inibidores seletivos da COX 2, inibem a
produção de prostaciclinas pelas células endoteliais (pois a COX 2 seria responsável
pela produção de prostaciclinas no endotélio vascular), reduzem a defesa preliminar do
endotélio a hipertesão, reduzem a defesa preliminar da aterosclerose, reduzem a defesa
preliminar á agregação plaquetária além de promover um desequilíbrio a favor da
vasoconstrição. Pensava-se que quanto mais potente fosse a inibição exercida sobre a
COX-1 em relação à COX-2, maiores seriam as reações adversas do medicamento,
como a irritação da mucosa gastrintestinal ou altera- ções da função renal, entre outras.

Esses medicamentos são indicados para o controle da dor aguda de intensidade


moderada a severa, no período pós-operatório de intervenções odontológicas eletivas,
como a exodontia de inclusos, as cirurgias pe- riodontais, a colocação de implantes
múltiplos, os procedimentos de enxertias ósseas, etc. Tem alta eficácia naanalgesia
preventiva, de forma prática, a primeira dose é administrada ao final do procedimento
(paciente ainda sob os efeitos da anestesia local), seguida de doses de manutençaõ em
um intervalo curto de tempo e também podedndo ser útil no controle de dor já instalado.
Vale lembrar que o ibuprofeno é o único AINEs que pode ser usados em crianças. A dor
decorrente de procedimentos odontológicos cirúrgicos, em geral, por um período de 24
h, com dor extrema afetando entre 6 e 8 h pós-cirúrgicas. Da mesma forma, o edema
inflamatório atinge seu ápice após 36 h do procedimento, a duração do tratamento com
os AINEs deve ser estabelecida por um período máximo de 48 a 72 h. As
contraindicações e as precauções envolvem diversos fatores, por exemplo, é
contraindicado o uso de inibidores seletivos da COX-2 em pacientes que fazem uso
continuo de antiagregantes plaquetários, como a aspirina ou o clopidogre, todos os
AINEs podem causar retenção de sódio e água, diminuição da taxa de filtração
glomerular e aumento da pressão arterial sanguínea, particularmente em idosos, isso é
necessário ser observado e tomado os devidos cuidados, os AINEs podem também com
certos anti-hipertensivos precipitar uma elevação brusca da pressão arterial sanguínea,
evitar a prescrição dos inibidores da COX a pacientes com história de infarto do
miocárdio, angina ou stents nas artérias coronárias, pelo risco aumentado de trombose,
especialmente em idosos. No geral é de suma importância o que o cirurgião dentista
tenha ciência do histórico de saúde do paciente e que caso ele venha a ter doença
cardiovascular, disfunção hepática ou alterações renais, deve-se trocar informações com
o médico para avaliar o risco/benefício da prescrição dos AINEs.

O paracetamol também é um inibidor da COX mas é mais indicado como analgésico por
ser um fraco inibidor da COX 1 e COX 2, por esse motivo é empregado apenas em
procedimentos odontológicos em que há expectativa ou presença de dor leve ou
moderada para que não interfira na produção do edema.

Fármacos que inibem a ação da Fosfolipase A

São representados pelos corticoesteroides que agem concomitantemente após a lesão


tecidual, com a inativação da enzima fosfolipase A2 reduz a disponibilidade de ácido
araquidônico liberado das membranas das células que participam da resposta
inflamatória. Com menor quantidade de substrato, a subsequente ação enzimática da
COX-2 e da 5-lipoxigenase fica prejudicada, ou seja, haverá menor produção de
prostaglandinas e leucotrienos. A ação dos corticosteroides é conseguida de maneira
indireta. De forma simplificada, primeiramente eles induzem a síntese de lipocortinas,
um grupo de proteínas responsáveis pela inibição da fosfolipase A2. Com isso, irão
reduzir a disponibilidade do ácido araquidônico e, por consequência, a síntese de
substâncias pró-inflamatórias. Todo esse processo leva tempo, por esse motivo os
corticoides levam de 1 a 2 horas os efeito anti-inflamatório ser evidenciado. Outra
curiosidade desses fármacos é o controle da migração de neutrófilos, pois esta ação,
mesmo que indiretamente, resulta na menor produção de mediadores hipernociceptivos,
minimizando a dor inflamatória.

Uso de corticoides na clínica odontológica

São indicados para prevenir a hiperalgesia e controlar o edema inflamatório, decorrentes


de intervenções odontológicas eletivas, como a exodontia de inclusos, as cirurgias
periodontais, colocação de implantes múltiplos e enxertias ósseas, a dexametasona ou a
betametasona são fármacos de escolha, pela maior potência anti-inflamatória e duração
de ação. A analgesia indicada é a analgesia preemptiva (introduzido antes da lesão
tecidual). Em adultos, essa dose é, em geral, de 4 a 8 mg, administrada 1 h antes do
início da intervenção, já em crianças, no caso de intervenções mais invasivas, emprega-
se a solução oral em gotas de betametasona (0,5 mg/mL), obedecendo à regra prática de
1 gota/kg/peso corporal, em dose única, 1 h antes do procedimento.
REFERÊNCIAS:
1. ANDRADE, Eduardo. Terapêutica Medicamentosa em Odontologia.
3ª edição. Editora Artes Médicas Ltda, 2014.

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