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Universidade Federal da Paraíba

Centro de Ciências da Saúde

Departamento de Fisiologia e Patologia

Aluno: Túlio Leon Henrique Dourado

Matrícula: 20210086866

Estudo dirigido – I Estágio

Sobre a figura acima, responda.

1. Cite os componentes inatos de defesa, origem e funções.


R.: Os componentes da defesa dita inata são: barreiras físicas, como pele e pelos, e os
componentes químicos e celulares, como os neutrófilos, os macrófagos, as células dendríticas
e as células natural killers (NK). Todas possuem origem na medula óssea – neutrófilos,
macrófagos e células dendríticas através de um precursor da série mieloide de maturação, e a
célula NK através de um precursor linfoide –, apesar de haver diferentes sinalizações que
ativam a sua formação e posterior maturação, cada um com citocinas ativadoras específicas.
Os neutrófilos apresentam as citocinas GM-CSF e G-CSF como as ativadores do seu processo de
desenvolvimento, e possuem duas funções primordiais: função fagocítica e, ainda, ação de
eliminação de microrganismos (MOs) através de Armadilhas Extracelulares de Neutrófilos
(NETs), sendo estes os primeiros leucócitos a serem recrutados em um processo de inflamação
ou lesivo. Os macrófagos, por sua vez, são células residentes de tecidos, originados dos
monócitos – que são suas precursoras provenientes da corrente sanguínea, sendo possível,
portanto, apontar diversas semelhanças entre elas –, que podem se diferenciar em M1 (pró-
inflamatórios) ou em M2 (antiinflamatórios) de acordo com a quimiotaxia proferida e o
contexto do organismo. Estes dois tipos celulares irão disparar variados mecanismos que
culminam em suas funções: M1 libera citocinas inflamatórias mediante fagocitose do antígeno
e geração de espécies reativas de oxigênio (EROs), como TNF-alfa e IL-1-beta, atraindo outras
células pró-inflamatórias, enquanto M2 age fagocitando restos celulares e antigênicos do
ambiente, liberando citocinas antiinflamatórias, como IL-10 e TGF-beta. As células dendríticas,
por sua vez, também realizam a fagocitose, mas também possuem extrema importância na
apresentação de antígenos aos linfócitos T, produzindo IL-12. As células NK, por fim, atuam
através da liberação de substâncias citotóxicas na resposta imune inata, contribuindo para a
eliminação de células tumorais e/ou infectadas.
2. O mecanismo de defesa se desenvolve ao longo de dias e melhora sua eficácia após
reexposição a patógenos. Comente a afirmação.

R.: O mecanismo de defesa não se desenvolve ao longo dos dias, visto que se trata
de uma resposta inata do sistema imunológico, processo esse caracterizado pela
autolimitação e rapidez. Além disso, a sua eficácia não aumenta após a reexposição
aos patógenos, visto que esse mecanismo de defesa não induz o desenvolvimento de
memória imunológica.

3. De que maneira o macrófago colabora para o desenvolvimento da resposta imune acima?


Explique detalhadamente.

R.: O macrófago residente no tecido acometido possui receptores de reconhecimento de


padrão (PRR’s), como os Toll-Like Receptors (TLR), que conseguem reconhecer os PAMPs
associados ao antígeno, iniciando, assim o processo de fagocitose. Com a ocorrência dessa
fagocitose e consequente formação do fagolisossomo (antígeno + lisossomo), a enzima
NADPH-oxidase atuará formando espécies reativas de oxigênio (EROs), responsáveis por
destruir o antígeno. Com isso, o macrófago passa a secretar diversas citocinas pró-
inflamatórias (TNF-alfa, IL-1-beta, IL-12) e quimiotáticas (IL-8) para provocar o processo de
recrutamento de células de defesa, como os neutrófilos, a fim de desencadear a
continuidade do processo de combate ao antígeno.

4. Qual o nome da resposta imune ilustrada na figura e como se desenvolve. Descreva o


mecanismo celular e molecular.

R.: O mecanismo de defesa ilustrado acima é denominado de defesa inata. Se inicia


através do reconhecimento do antígeno pelos macrófagos do tecido. O macrófago
residente no tecido acometido possui receptores de reconhecimento de padrão
(PRR’s), como os Toll-Like Receptors (TLR), que conseguem reconhecer os PAMPs
associados ao antígeno, iniciando, assim o processo de fagocitose. Com a ocorrência
dessa fagocitose e consequente formação do fagolisossomo (antígeno + lisossomo), a
enzima NADPH-oxidase atuará formando espécies reativas de oxigênio (EROs),
responsáveis por destruir o antígeno. Com isso, o macrófago passa a secretar diversas
citocinas pró-inflamatórias (TNF-alfa, IL-1-beta, IL-12) e quimiotáticas (IL-8) que terá
dois efeitos complementares: sua atuação irá aumentar a permeabilidade vascular e o
calibre do vaso (vasodilatação); e o recrutamento de células da defesa inata. Com o
estímulo, o endotélio capilar passará a expressar a E-selectina e o neutrófilo – 1ª célula
a ser recrutada –, por sua vez, expressará a L-selectina. Com isso, ocorrerá ligações
instáveis entre as selectinas e seus respectivos receptores, caracterizando o
rolamento. Após esse processo, as integrinas nos leucócitos serão expressas para se
ligar ao endotélio de maneira mais forte, permitindo, posteriormente, a transmigração
celular denominada de diapedese. Com isso, o neutrófilo chega ao tecido acometido,
desempenhando sua função – já discutida na Questão 01.

5. Como ocorre a regulação deste mecanismo de defesa após a eliminação do processo


infeccioso?

R.: Após a eliminação do processo infeccioso, há a formação de aglomerados celulares


de neutrófilos junto dos antígenos destruídos, formando uma massa purulenta,
denominada de pus. Com isso, as células passam a expressar receptores para os
macrófagos M2 (antiinflamatórios), que realizam a esferocitose, de modo a remover
os restos celulares, além de liberar citocinas, como o TGF-beta e o IL-10, responsáveis
por retroceder o processo de vasodilatação e formação do tecido de reparo.

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