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Outra célula que também está relacionada à linhagem dos fagócitos são as
células dendríticas. Elas deixam o sangue e só terminam a maturação ao entrar
nos tecidos. Elas apresentam longas projeções membranosas e secretam
citocinas em resposta a micróbios. No entanto, a principal função da célula
dendrítica é apresentar antígenos a um tipo de linfócitos (os linfócitos T) e
iniciar a resposta mediada por células T efetoras. Outras células
apresentadoras de antígenos (APCs) como os macrófagos, também
apresentam antígenos aos linfócitos T, mas somente quando o linfócito já está
ativado. Dessa forma somente a célula dendrítica inicia a resposta imune
específica. Assim tanto macrófagos quanto células dendríticas possuem um
importante papel tanto na imunidade natural quanto na conexão entre a
imunidade natural e a adquirida (Abbas e cols., 2008).
Agora que já vimos todas as células que compõe o sistema imune vamos
conhecer a organização desse sistema em órgãos pelo corpo. Como dito, a
principal fonte das células imunes é a medula óssea dos ossos chatos. As
células da linhagem mielóide após deixarem a medula vão para o sangue e
ficam circulando até serem recrutadas para algum sítio de infecção ou de
lesão. No entanto as células da linhagem linfóide formam tecidos organizados
dentro de ambientes de células não linfóides, chamados de órgãos linfóides.
Uma vez que existe esse ambiente anatomicamente definido torna-se mais
eficiente o encontro entre os linfócitos e as APCs. Os tecidos linfóides são
classificados em primários, nos quais os linfócitos são gerados e atingem a
maturidade fenotípica e funcional; e secundários, nos quais as respostas a
antígenos estranhos são iniciadas e desenvolvidas (Abbas e cols., 2008).
Como foi demonstrado o sistema imune é composto por várias células, tecidos
e órgãos que se relacionam para garantir a defesa do organismo contra
agentes estranhos. Erros nesses mecanismos celulares podem levar a eventos
catastróficos para o individuo, como as doenças autoimunes, doença de
Alzheimer, esclerose múltipla, transtornos do espectro autista e tantas outras
enfermidades. Por isso é tão importante compreender os processos
imunológicos para que possamos encontrar soluções para essas questões.
Referências:
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