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Disciplina Imunologia - Farmácia

Prof. Fatima Adriana

1- O que é imunidade inata?


A imunidade inata representa uma resposta rápida e estereotipada a um número grande, mas limitado, de estímulos. É
representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células especializadas e moléculas solúveis, presentes em
todos os indivíduos, independentemente de contato prévio com imunógenos ou agentes agressores, e não se altera
qualitativa ou quantitativamente após o contato.

2- Quais são a principais células da imunidade inata?


As principais células efetoras da imunidade inata são macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural
Killer – NK, mastócitos, basófilos e eosinófilos.

3- Quais são os mecanismos de imunidade inata?


Fagocitose, liberação de mediadores inflamatórios, ativação de proteínas do sistema complemento, bem como síntese
de proteínas de fase aguda, citocinas e quimiocinas são os principais mecanismos na imunidade inata.

4- O que são TLRs?


São receptores de reconhecimento de padrões, sendo da família dos receptores Toll-like. Os TLRs se destacam por seu
papel central na ligação a patógenos e iniciação da resposta inflamatória. Esses receptores estão presentes
principalmente em macrófagos, neutrófilos e células dendríticas (DCs). Atualmente, 11 diferentes TLRs já foram
identificados, alguns localizados na membrana celular, outros no interior das células.

5- Diferencie a ativação da resposta inata e da resposta adaptativa.


A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo, com a qual ele já nasce. É uma resposta rápida, não
específica e limitada aos estímulos estranhos ao corpo. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas,
células e moléculas, presentes em todos os indivíduos. A resposta imune inata é capaz de prevenir e controlar diversas
infecções, e ainda pode otimizar as respostas imunes adaptativas contra diferentes tipos de microrganismos. É a
imunidade inata que avisa sobre a presença de uma infecção, acionando assim os mecanismos de imunidade
adaptativa contra os microrganismos causadores de doenças que conseguem ultrapassar as defesas imunitárias inatas.
Já a imunidade adquirida (adaptativa ou específica) não se encontra presente desde o nascimento. É adquirida. O
processo de aprendizagem começa quando o sistema imunológico de uma pessoa encontra invasores estranhos e
reconhece substâncias não próprias (antígenos). Então, os componentes da imunidade adquirida aprendem a melhor
maneira de atacar cada antígeno e começam a desenvolver uma memória para aquele antígeno. A imunidade adquirida
é também denominada específica porque planeja um ataque a um antígeno específico previamente encontrado. Suas
características são as capacidades de aprender, adaptar e lembrar.

A imunidade adquirida leva tempo para se desenvolver após a primeira exposição a um novo antígeno. Entretanto,
posteriormente, o antígeno é lembrado e a resposta subsequente àquele antígeno é mais rápida e eficaz comparada à
resposta que ocorreu após a primeira exposição.

6- O que são EROs e sua importância na fagocitose.


São espécies reativas do oxigênio (ERO) sendo moléculas instáveis e extremamente reativas capazes de transformar
outras moléculas com as quais colidem, ou seja, são compostos que tem maior facilidade em reagir com outras
substâncias podendo gerar uma cascata de reações. EROs são importantes para células fagocitárias pois esse composto
reativo é utilizado para eliminar certos agentes patogênicos.

7- Quais as principais características da resposta adquirida segundo o texto?


As principais características da resposta adquirida são: especificidade e diversidade de reconhecimento, memória,
especialização de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo.
8- Quais são as funções das células dendríticas?
As células dendríticas, especializadas na captura e apresentação de antígenos para os linfócitos, são consideradas uma
ponte entre a imunidade inata e a adaptativa, por serem atraídas e ativadas por elementos da resposta inata e
viabilizarem a sensibilização de LT da resposta imune adaptativa.

9- Quais são as funções dos neutrófilos?


Os neutrófilos são a primeira linha de defesa do organismo: fagocitam, matam e digerem fungos e bactérias além de
produção de citocinas e quimiocinas, capazes de ativar outras células envolvidas na eliminação de invasores. Os
fagócitos atuam na inflamação, processo no qual há resposta do tecido no local da lesão. Na inflamação há aumento da
permeabilidade vascular e, como consequência do aumento do líquido intersticial, células sanguíneas migram para o
local da inflamação. Depois que o neutrófilo fagocita uma bactéria, por exemplo, a interação dos grânulos específicos e
os azurófilos mata a bactéria e o neutrófilo morre. O acúmulo de neutrófilos mortos e bactérias forma o pus. Essas
células também sofrem degranulação, liberando três classes de grânulos no meio extracelular

10- Quais são os tipos de grânulos presentes nos neutrófilos?


1. Grânulos primários ou azurófilos, que contêm mediadores importantes como mieloperoxidase, defensinas, elastase
neutrofílica, proteína de aumento da permeabilidade bacteriana e catepsina G.
2. Grânulos secundários, que apresentam componentes secretados especificamente por neutrófilos, sendo a
lactoferrina o principal exemplo.
3. Grânulos terciários, cujas principais proteínas são as catepsinas e gelatinases.

11- O que são as NETs produzidas pelos neutrófilos, como atuam?


São armadilhas extracelulares neutrofílicas, formadas por substâncias dos grânulos e componentes nucleares capazes
de anular fatores de virulência e destruir bactérias extracelulares. As NETs estão presentes em grande quantidade em
sítios inflamatórios, atuando diretamente sobre os microorganismos e servindo também como barreira física que
impede sua disseminação.

12- Quais são as funções dos macrófagos?


Macrófagos são fagócitos eficientes, engolfando patógenos e debris celulares. Além de seu papel na imunidade inata,
processam e apresentam antígenos via moléculas de MHC, estimulando, assim, a resposta mediada por LT. Na
inflamação, os macrófagos atuam como APCs, potencializando a ativação de LT e LB pela expressão de moléculas
coestimuladoras, e liberam citocinas pro-inflamatórias e quimiocinas. Também produzem espécies reativas de
oxigênio (EROs).

13- Segundo o texto quais são as três sub-populações de macrófagos?


Macrófagos ativados, de reparo tecidual e reguladores.
Os primeiros seriam os macrófagos clássicos, com atividade microbicida e tumoricida, que secretam grandes
quantidades de citocinas e mediadores pro-inflamatórios, apresentam antígenos aos LTs e estão envolvidos com a
resposta imune celular.
O segundo tipo, ativado por IL-4, estaria basicamente envolvido no reparo tecidual, estimulando fibroblastos e
promovendo deposição de matriz extracelular. O terceiro tipo exerceria atividade reguladora mediante liberação de IL-
10, uma citocina antiinflamatória.

14- Como o M. tuberculosis atua?


São resistentes à ação microbicida e permanecem viáveis nos fagossomos de macrófagos por muito tempo. Esses
macrófagos se tornam grandes e multinucleados (células gigantes) e, juntamente com linfócitos e fibroblastos que se
acumulam a seu redor, formam os granulomas, que constituem a tentativa do organismo de impedir a disseminação do
patógeno.

15- Quais as funções e como atuam as células NK?


São uma importante linha de defesa inespecífica, reconhecendo e lisando células infectadas por vírus, bactérias e
protozoários, bem como células tumorais. Ademais, recrutam neutrófilos e macrófagos, ativam DCs e linfócitos T e B.
A citólise mediada pelas NKs ocorre pela ação das enzimas perforinas, que criam poros na membrana das células-alvo,
e granzimas, que penetram nas células, desencadeando morte celular por apoptose. As células NKs apresentam
receptores de ativação e de inibição, e o balanço entre os sinais gerados por eles determina sua ativação. Outra ação
efetora das NKs é a destruição de células revestidas por anticorpos, via, pelo mecanismo de citotoxicidade celular
dependente de anticorpos.

16- Quais são as funções dos mastócitos, onde amadurecem?


Da medula óssea, os progenitores migram para os tecidos periféricos como células imaturas e se diferenciam de acordo
com as características particulares do microambiente. Os mastócitos maduros distribuem-se estrategicamente junto a
vasos sanguíneos, nervos e sob o epitélio da pele e mucosas, são particularmente abundantes em áreas de contato
com o meio ambiente e desempenham papel primordial nas reações inflamatórias agudas. Os mastócitos apresentam
na superfície receptores de alta afinidade, ligados a moléculas de IgE, e são ativados pelo reconhecimento de antígenos
multivalentes pelas IgEs. Estímulos como produtos da ativação do complemento, substâncias básicas, inclusive alguns
venenos de animais, certos neuropeptídeos e diversos agentes físicos (trauma mecânico, calor e frio) podem ativar
mastócitos, independentemente da ligação de IgE. A ligação de componentes bacterianos aos TLRs e a outros
receptores específicos, como o CD48, também ativa os mastócitos, levando à liberação de mediadores.

17- Qual a ligação dos mastócitos e a reação alérgica?


A liberação desses mediadores induz a migração de células inflamatórias (neutrófilos e macrófagos), aumento da
permeabilidade vascular, secreção de muco, aumento da motilidade gastrintestinal e broncoconstrição, que
constituem os sinais e sintomas de alergia e anafilaxia.

18- Quais as funções dos basófilos?


Durante o combate a uma infecção em nosso corpo, os basófilos liberam duas importantes substâncias. A heparina,
que é um importante anticoagulante. A outra é a histamina, que atua como vasodilatadora nas alergias.

19- Qual o papel dos eosinófilos nas infecções parasitárias? Explique o processo.
Os eosinófilos são recrutados para sítios de infecções parasitárias e reações alérgicas por moléculas de adesão e
quimiocinas. Combatem infecções parasitárias por citotoxicidade mediada por células dependentes de anticorpos, com
participação de receptor. Durante esse processo, aderem aos patógenos revestidos com anticorpos IgE (ou IgA) e
liberam seu conteúdo granular após ligação dos receptores com a IgE ligada ao antígeno-alvo. Uma vez ativados, os
eosinófilos induzem inflamação, mediante produção e liberação do conteúdo dos grânulos catiônicos eosinofílicos. Os
principais componentes desses grânulos são: proteína básica principal, proteína catiônica eosinofílica, neurotoxina
derivada de eosinófilos e peroxidase eosinofílica, que têm grande potencial citotóxico sobre parasitas, mas também
podem causar lesão tecidual. A proteína catiônica eosinofílica e a neurotoxina são ribonucleases com propriedades
antivirais. A proteína básica principal apresenta toxicidade para parasitas, induz a degranulação de mastócitos e
basófilos, e ativa a síntese de fatores de remodelação por células epiteliais. A proteína catiônica eosinofílica cria poros
na membrana da célula-alvo, permitindo a entrada de outras moléculas citotóxicas, além de inibir a proliferação de LT,
suprimir a produção de anticorpos por LB, induzir a degranulação de mastócitos e estimular a secreção de
glicosaminoglicanos por fibroblastos. A peroxidase eosinofílica forma EROs e NO, promovendo estresse oxidativo
na célula-alvo e causando morte celular por apoptose e necrose.

20- Qual a importância do sistema complemento?


O Sistema Complemento (SC) é constituído por uma família de mais de 20 glicoproteínas plasmáticas, sintetizadas
principalmente no fígado, mas também por macrófagos e fibroblastos. Cada componente ativado no SC adquire
atividade proteolítica, ativando os elementos seguintes em cascata. Ao longo do processo, ocorre a produção de
diversos mediadores que alteram a permeabilidade vascular e contribuem para o desenvolvimento da resposta
inflamatória. Finalmente, ocorre formação do complexo de ataque à membrana (MAC), que promove a lise osmótica
da célula-alvo, favorecendo a eliminação do agente infeccioso.

21- Diferencie as vias de ativação e a importância de cada uma.


A ativação pela via clássica é dependente de Ac, ocorrendo quando C1 interage com Ag-IgM, ou agrega os complexos
Ag-IgG, ou independentes de anticcorpos, ocorrendo quando poliânions (p. ex., heparina, protamina, DNA e RNA das
células apoptóticas), bactérias Gram-negativas ou ligada a proteína C reativa reagem diretamente com C1. Essa via é
regulada pelo inibidor de C1 (C1-INH).
A ativação da via das lectinas é independente de anticorpos e ocorre quando a MBL, uma proteína sérica, se liga a
grupos de manose, frutose ou N-acetilglicosamina na parede celular bacteriana, parede de leveduras ou vírus. Essa via,
por outro lado, lembra estrutural e funcionalmente a via clássica.
A ativação da via alternativa ocorre quando componentes da superfície celular de microrganismos (p. ex., paredes
celulares de leveduras, lipopolissacarídeo bacteriano [endotoxina]) ou até Ig (p. ex., fator nefrótico e IgA agregada)
quebram pequenas quantidades do componente C3. Essa via é regulada por properdina, fator H e fator acelerador de
degradação (CD55).

22- Quais são os mediadores da resposta inflamatória e suas principais funções?


Os mediadores da resposta inflamatória são variados e derivam de precursores plasmáticos e celulares, podendo ser
classificados de acordo com suas propriedades bioquímicas em: aminas vasoativas, peptídeos vasoativos, produtos de
clivagem do SC, mediadores lipídicos, citocinas, quimiocinas e enzimas proteolíticas. Entre suas principais funções estão
a vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, ativação, aderência e quimiotaxia de leucócitos.

23- O artigo traz uma suposição para uma suposta mutação no receptor CCR5. Fale sobre isso.
Alguns receptores, entre eles o CCR5, são os principais correceptores para certas cepas do vírus da imunodeficiência,
uma deleção no gene CCR5, denominada CCR5-delta-32 reduz a expressão das proteínas membranares CCR5. Sem elas,
o HIV não encontra seu receptor e, portanto, não pode entrar e infectar a célula, tornando os pacientes resistentes ao
vírus.

24- A resposta inflamatória e benéfica ou maléfica? Explique.


A resposta inflamatória é, em geral, benéfica ao organismo, resultando na eliminação de microrganismos por
fagocitose ou lise pelo SC, diluição ou neutralização de substâncias irritantes ou tóxicas pelo extravasamento local de
fluidos ricos em proteínas, e limitação da lesão inicial pela deposição de fibrina. Em algumas situações, entretanto,
pode ter consequências indesejáveis, como, por exemplo, nas reações alérgicas e nas doenças autoimunes.

25- Fale sobre os 4 tipos de hipersensibilidade e diferencie cada uma.


26- De exemplos de doenças inflamatórias crônicas.
27- O que e o complexo principal de histocompatibilidade? Quais são os tipos?

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