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DIAGNÓSTICO

LABORATORIAL DAS
INFECÇÕES BACTERIANAS

Profa. Dra.Tatiana Elias Colombo


2018
Diagnóstico laboratorial das doenças bacterianas

Objetivo: fornecer diretrizes para a coleta e o transporte

adequados de diferentes espécimes, além de informações

gerais sobre o processamento dos espécimes no

laboratório.
Informações Básicas que Devem Constar da Requisição
Médica

• Identificação clara do paciente:


Informações relevantes para o diagnóstico do
processo infeccioso
• Dados gerais sobre o paciente:
Identificação da amostra

 O profissional responsável pela coleta será também


responsável por identificar de forma legível e correta o
material a ser encaminhado ao laboratório de
microbiologia.
 Na amostra devem estar identificados:
- nome e registro do paciente;
- leito ou ambulatório e especialidade;
- material colhido;
- data, hora e quem realizou a coleta.
Descrição da amostra
Hemocultura

• Um dos procedimentos mais importantes realizados no laboratório

de microbiologia clínica

• Fator importante que determina o sucesso da hemocultura é o

volume de sangue processado

O volume ideal corresponde a 10% do volume total do

frasco de coleta. Frascos que possibilitem uma coleta de

até 10 ml são os mais indicados em adultos. Exemplo:

frascos com 40 ml: coletar de 4 ml a 5 ml de sangue.


Hemocultura

Amostra coletada antes da antibioticoterapia!


Sangue

Cuidado com a desinfecção da pele do paciente

muitos pacientes hospitalizados são suscetíveis a

infecções por microrganismos que colonizam a

pele
Hemocultura

Coleta realizada em sistema fechado

Reduz a probabiblidade de contaminação da amostra


Sangue

Amostras de sangue - semeadas em frascos contendo


caldos nutrientes adequados para assegurar o isolamento
máximo de microrganismos importantes

O anticoagulante recomendado é o SPS

(Polianetolsulfonato sódico).
Sangue

• Bacteremia e fungemia – referidas como sepse


• Sinais clínicos: febre, calafrios e hipotensão
- Resposta à liberação de endotoxinas ou exotoxinas pelos
microrganismos
- Ocorrem pelo menos 1 hora após a entrada do
microrganismo no sangue
OBS: pouco ou nenhum microrganismo pode estar presente quando o
paciente apresenta-se febril. Por esta razão, é recomendado que 2 a 3
amostras de sangue sejam coletadas ao acaso durante um período de 24
horas.
Sangue

Frascos de caldo recebidos no laboratório incubados


a 37ºC e examinados em intervalos regulares para a
evidência do crescimento microbiano.
Estufa automatizada para cultura de sangue

- Hemocultura automatizada baseada na detecção de CO2 produzido


pelos microrganismos durante seu metabolismo

- Os frascos utilizados nesse sistema podem possuir resinas inibidoras


de antibióticos, aumentando significativamente a recuperação de
microrganismos.
Instrumento automatizado para cultura de sangue

1. Crescimento detectado
Instrumento automatizado para cultura de sangue

1. Crescimento detectado

2. Lâmina (coloração de Gram)


Instrumento automatizado para cultura de sangue

1. Crescimento detectado

2. Lâmina (coloração de Gram)

3. Frascos são subcultivados (incubar 5 – 7 dias, exceção:


microrganismos fastidiosos). Microrganismos
posteriormente isolados
Instrumento automatizado para cultura de sangue

1. Crescimento detectado

2. Lâmina (coloração de Gram)

3. Frascos são subcultivados (incubar 5 – 7 dias, exceção:


microrganismos fastidiosos). Microrganismos posteriormente isolados

4. Identificação bioquímica e testes de sensibilidade

* Testes moleculares
Líquido cefalorraquidiano (LCR) - Coleta

A coleta somente pode ser realizada por profissional


especializado

1-) Punção lombar (mais usada e causa menos riscos para o


paciente)

Contra-indicação para punção lombar: existência


de infecção no local da punção (piodermite)
Punção lombar
Líquido cefalorraquidiano (LCR) - Coleta

2-) Punção cisternal ou suboccipital

Vantagem sobre a lombar pois


não é descrita a ocorrência de
cefaléia pós-punção
Líquido cefalorraquidiano (LCR) - Coleta

3-) Punção ventricular


Líquido cefalorraquidiano (LCR) – Recomendações
coleta

• Recomenda-se jejum

• O paciente deve estar acompanhado por um adulto

• Apresentar, se houver, exames recentes como Tomografia e


Ressonância Magnética de Crânio e/ou Coluna

• Após a coleta do material o paciente permanecerá em repouso


alguns minutos no laboratório e deverá fazer repouso deitado em
casa por, no mínimo, mais 24 horas

• Ao transportar a amostra, nunca refrigerar!!!


SETOR HEMATOLOGIA
Tubo refrigerado
Exames citológicos: Testes adicionais
Contagem global e específica Tubo congelado

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SETOR MICROBIOLOGIA SETOR BIOQUÍMICA


Tubo TA Tubo congelado
Tubo centrifugado: sedimento Exames:
(micro) e sobrenadante (imuno) GLICOSE
Exames: PROTEÍNA
Bacteriologia e Bacterioscópico LACTATO
Trato respiratório superior - Coleta

swab - utilizado para coletar os espécimes de orofaringe

Solicitar ao paciente que abra bem a boca.


- Usando abaixador de língua e swab estéril,
fazer esfregaços sobre as amígdalas e faringe
posterior, evitando tocar na língua e na mucosa
bucal.
- Procurar o material nas áreas com hiperemia
próximas aos pontos de supuração ou remover o
pus ou a placa, colhendo o material abaixo da
mucosa.
Trato respiratório inferior - Coleta

Uma variedade de métodos pode ser usada para


coletar espécimes do trato respiratório inferior – expectoração,
broncoscopia, aspiração por punção direta através da parede
torácica.
Trato respiratório inferior - Coleta
• Orientar o paciente da importância da coleta do escarro e não da saliva.
As amostras de saliva são impróprias para análise bacteriológica, pois
não representam o processo infeccioso
• Colher somente uma amostra por dia, se possível o primeiro escarro da
manhã, antes da ingestão de alimentos
• Orientar o paciente para escovar os dentes, somente com água e
enxaguar a boca várias vezes, inclusive com gargarejos
• Respirar fundo várias vezes e tossir profundamente, recolhendo a
amostra em um frasco de boca larga
• Encaminhar imediatamente ao laboratório
• Na suspeita de infecção por micobactérias ou fungos, coletar pelo
menos três amostras, em dias consecutivos (somente uma amostra por
dia)
• Em caso de pacientes com dificuldades para escarrar, esta amostra
poderá ser induzida por inalação ou ser realizada coleta por aspiração
transtraqueal
Urina

• Espécime mais frequentemente submetido à cultura

• Pelo fato das bactérias patogênicas colonizarem a uretra –


coletar o jato médio

Primeira urina do dia???


Urina

• Os patógenos do trato urinário podem crescer na urina,


assim NÃO deve haver demora no transporte do
espécime para o laboratório

• Caso o espécime não puder ser cultivado imediatamente


(~20 minutos), ele deve ser refrigerado e semeado no
máximo em 24 horas
Exame direto do sedimento urinário

- 1 a 10µl do espécime - semeado em meio de cultura (não-seletivo e seletivo)


- Colocar em lâmina, deixar secar, fixar e corar pelo Gram
 CLED (Cistina Lactose Eletrólito Deficiente)

-Neste meio cresce tanto microrganismos gram-positivo, quanto


gram-negativo.

-Cor: Verde/azul

- Para o crescimento de colônias é necessário a utilização de alças


calibradas (1, 10, 100 microlitros)

-Feita a inoculação, deixar a 37°C de 18 a 24 horas e fazer leitura.

- Leitura

- Pode ser um fermentador de lactose:


Lactose positivo: cor amarela
Lactose negativo: sem alteração de cor
 Mac Conkey

- Um meio seletivo para microrganismos


gram-negativos

- Indica fermentação de lactose. Cor: Rosa

- Isolar colônias, usar temperatura de 37°C de 18 a 24 horas.

- Se houve crescimento: Bacterioscopia pós cultura + gram =


inocular em provas bioquímicas.

-Crescimento de colônias incolor ou marrom = não fermentador de


lactose.
- Crescimento de colônias rosa = fermentador de lactose
Semeadura em placa

- Alça calibrada

1μl = 1microlitro = 0.001ml = 1/1000ml

10μl = 10 microlitros = 0.01ml = 1/100ml

Semeadura em estrias Método de “esteira”


Contagem do número de colônias

- Alça calibrada 1μl = 1microlitro = 0.001ml = 1/1000ml

N = número de colônias x 1μl

N = número de colônias x 1000

- Alça calibrada 10μl = 10 microlitros = 0.01ml = 1/100ml

N = número de colônias x 10μl

N = número de colônias x 100


Alça calibrada 1μl

N = número de colônias x 1000

N = 100 X 1000 = 100.000 UFC/mL


Critérios interpretativos

 Até 9.000 UFC/mL = Sem significado clínico


 10.000 a 90.000 UFC/mL = Suspeita de Infecção
 Acima de 100.000 UFC/mL= Indício de infecção
Identificação microbiológica

Agentes etiológicos da ITU: Escherichia coli, Enterococcus


spp., Proteus spp., Staphylococcus saprophyticus e
Pseudomonas spp.

Bacilos Gram negativos


ESPÉCIME GENITAL
Espécime genital
URINA – Primeiro jato da micção espontânea é utilizado
Espécime genital

 Variedade de bactérias associadas a DST

 Meio seletivo

 Identificação demorada (crescimento lento)

 Biologia molecular (PCR)

Neisseria gonorrhoeae C. trachomatis


Espécime genital

Treponema pallidum

- Bactéria Gram-negativa

- Grupo espiroqueta

- Agente etiológico da sífilis

- Microrganismo não cultivado em laboratório

- Diagnóstico: microscopia e sorologia (VDRL)


Espécime fecal

Grande variedade de bactérias pode causar infecções


gastrointestinais
- 12 horas

(evitar alterações ácidas nas fezes –


metabolismo microbiano. Tóxicas para
microrganismos como Shigella)

Frasco com o meio de


transporte Cary Blair
Espécime fecal – Diagnóstico laboratorial

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