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Farmacologia aplicada à farmácia – UNIFAL-MG 1

FARMACOLOGIA APLICADA À FARMÁCIA UNIFAL-MG


Estudo Dirigido

Gabriele Pâmela Ferreira


Lara Nayane Da Rosa
Mariane Isabela Pereira
Paulo Henrique Ribeiro Dos Santos

ANTI-INFLAMATÓRIOS NAO ESTEROIDAIS

CASO 1

01. R.E.V, 21 anos, feminina, branca, solteira, estudante de medicina, residente em Niterói. Paciente procurou clínica de
ortopedia relatando dor em região cervical com limitação do movimento de rotação e lateralização da cabeça. A dor
apresentava intensidade moderada, sem irradiação para outras partes e evolução progressiva com início há 1 mês e meio.
Paciente afirma estresse nos últimos meses devido o início da faculdade e mudança de cidade (SIC). Ao exame: paciente
normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, eupineica e afebril. Sinais vitais: PA: 120x80 mmHg; FC- 89 bpm; FR- 17
irpm; Tax: 36,6°C. Foi solicitado RX de coluna cervical, torácica e lombar não apresentando alterações ósseas ou
musculares que pudessem explicar a dor. Diante disso, o ortopedista prescreveu Feldene® (Piroxicam) sublingual 20mg
de 12/12 horas durante 5 dias. No 3º dia de tratamento a paciente retornou ao ortopedista relatando ter suspendido o
uso do medicamento após início de dor epigástrica intensa em queimação, sendo prescrito protetor de mucosa e Arcóxia®
(etoricoxibe) 90mg 1 vez ao dia, durante 20 dias.

a) Justifique o surgimento da dor epigástrica relacionando-a ao uso do AINE Feldene® (Piroxicam).

A dor epigástrica pode ter sido um efeito adverso, que é causado devido a inibição não seletiva da COX. A COX-1 é
responsável pela produção das PGs citoprotetoras da mucosa gástrica, especialmente PGI² e a PGE², a inibição de sua
síntese, decorrente do uso do AINE deixa o estômago mais suscetivel a lesões pois o mesmo está desprotegido ,
levando a dor epigástrica relatada pela paciente.

b) Qual foi a intenção do ortopedista ao mudar o fármaco? Você acha que ele agiu corretamente?

Ao alterar para um fármaco seletivo para COX-2, como o eterocoxibe, impedirá que o estomago continue
desprotegido pois não ocorrera a inibição da COX-1, devolvendo a proteção gástrica do mesmo diminuindo o efeito
gastrico da paciente. Agiu corretamente pois reduz os riscos de efeitos adversos gastricos, levando a um melhor bem
estar para o paciente.

c) Quais outras manifestações clínicas a paciente pode apresentar durante uso da segunda prescrição? Explique.
Inibidores da COX 2 apresentam risco cardiovascular como infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico, hipertensão
sistêmica e pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva e morte súbita cardíaca. A supressão de PGs cardioprotetoras,
derivadas da COX-2, principalmente a PGI², que é um atenuador geral dos estímulos endógenos para a ativação de
plawuetas a proliferação e a remodelagem dos vasos sanguíneos, a hipertensão, a aterogenese e a função cardíaca.

CASO2

02- A Sra. D., uma mulher branca de 57 anos de idade, procura o médico com queixas de dores articulares e fadiga crônica.
A história revela rigidez e dores articulares generalizadas, sobretudo nas primeiras horas da manhã, e dor na articulação
metatarsofalangeana esquerda de 3 semanas de duração. O médico recomenda à Sra. D. tomar ibuprofeno quando
necessário, e esse medicamento produz alívio da dor durante algum tempo.

a) Por que o ibuprofeno controlou os sintomas de rigidez e dores articulares da Sra. D.?

Ele inibe a COX, e é a COX que produz as prostaglandinas que estão relacionadas com a dor. Ao inibir a cox, ele inibe
também a produção das prostaglandina, ou seja controla a dor. O farmaco em questão também reduz a inflamação,
controlando assim os sintomas de rigidez e dores.
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b) , é um AINE. Em qual dos seguintes aspectos a aspirina difere do ibuprofeno,assim como dos outros AINEs?
A. A aspirina é um inibidor da fosfolipase A2.
B. A aspirina é um inibidor seletivo da COX-1.
C. A aspirina é um inibidor irreversível da COX.
D. A aspirina infra-regula a atividade da COX-2.
E. A aspirina impede o desenvolvimento da síndrome de Reye.

O médico também está preocupado com a evolução recente da rigidez e dores articulares da Sra. D. e a encaminha a uma
clínica de reumatologia. A Sra. D. relata ao reumatologista que a dor vem progredindo, acometendo ambos os pés, as
mãos, os punhos, os cotovelos, o pescoço e o quadril esquerdo. Nesses últimos meses, a paciente percebeu certa
dificuldade em realizar tarefas domésticas básicas e tem evitado qualquer atividade física. As articulações
metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais de ambas as mãos estão inchadas, hipersensíveis e quentes. Há
nódulos cutâneos aparentes na superfície extensora de ambos os antebraços. Os exames de laboratório revelam elevação
da velocidade de hemossedimentação (VHS), hematócrito baixo e fator reumatoide positivo (um imunocomplexo
formado pela IgM e imunoglobulina G [IgG] reativa auto-imune produzido nas articulações). O aspirado de líquido sinovial
é notável pela leucocitose. Como esse quadro é compatível com um diagnóstico de artrite reumatoide, a Sra. D. começa
um ciclo de celecoxibe (um inibidor seletivo da COX-2), etanercepte (um antagonista do fator denecrosetumoral α[TNF-α])
e prednisona (um glicocorticoide). Nos próximos meses, a dor, a tumefação e a hipersensibilidade das articulações da Sra. D.
diminuem nitidamente. A função articular das mãos é restabelecida, e a Sra. D. é capaz de reassumir alguma atividade
física. A Sra. D. começou a tomar etanercepte, um antagonista do TNF-α, para tratar os sintomas de artrite reumatoide.

a) Qual a atividade do TNF-α no contextodessa doença?


A. O TNF-α é uma citocina que intensifica a produção de prostaglandinas e supra-regula a atividade COX-2.
B. O TNF-α é uma citocina que contribui para a gastropatia induzida pelos AINE.
C. O TNF-α é um isoprostano que intensifica a agregação plaquetária.
D. O TNF-αéumalipocortinaque amplifica aresposta inflamatória associada àsíntesedeprostaglandinas.
E. O TNF-α éuma citocina quepromoveo depósito excessivo decolágeno na doença articular inflamatória.

CASO 3

Em maio de 1999, a Merck & Co. recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA) para a comercialização do
rofecoxibe (Vioxx®) para o tratamento da dor e inflamação da artrite. O medicamento foi um sucesso no mercado para a
companhia, demonstrou ser muito eficaz no tratamento dos sintomas artríticos e tornou-se muito popular junto ao
público nos Estados Unidos. Em novembro de 2000, foram publicados os resultados do estudo VIGOR (Vioxx
Gastrointestinal Outcomes Research), sugerindo uma associação entre a incidência de eventos cardiovasculares e o uso
do rofecoxibe. Em fevereiro de 2001, o Arthritis Advisory Committee da FDA reuniu-se para discutir a associação entre o
rofecoxibe e os eventos cardiovasculares adversos. O comitê sugeriu um “estudo clínico mandatório para avaliar os riscos
cardiovasculares ou benefícios dos coxibes”. Em maio de 2001, a Merck publicou um documento para reconfirmar a segurança
cardiovascular favorável do Vioxx®, ressaltando também os efeitos cardioprotetores do naproxeno no estudo VIGOR. A
Merck havia gasto mais de 100 milhões de dólares anualmente em anúncios dirigidos para consumidores do Vioxx®. Em
abril de 2002, a FDA instruiu a Merck a incluir um aviso sobre o risco cardiovascular na bula do Vioxx®. Em setembro de
2004, o Vioxx® foi retirado do mercado nos Estados Unidos. Estima-se que mais de 80 milhões de pacientes o tenham
tomado. Os lucros anuais com a renda do Vioxx® ultrapassaram 250 bilhões de dólares. Em agosto de 2005, um júri do
Texas acusou a Merck & Co. como responsável pela morte de um homem de 59 anos de idade, que falecera em 2001 de
arritmia maligna. Era gerente de produção em uma loja da Wal-Mart, corredor de maratona e instrutor de aeróbica, que
havia feito uso do Vioxx® durante 8 meses para tratar a rigidez das mãos. O júri outorgou à viúva uma indenização punitiva
e compensatória de mais de 250 milhões de dólares. Este caso foi o primeiro de mais de 7.000 ações judiciais estaduais e
federais contra o Vioxx® aguardando solução nos Estados Unidos.

a) Explique o mecanismo de ação dos coxibes e como os mesmos podem contribuir para eventos trombóticos e
toxicidade cardiovascular.

Os coxibes são inibidores seletivos da COX-2, o que reduz a produção de prostaglandinas associadas à dor;
Entretando elas possuem relação também com a regulação do fluxo sanguineo renal, regução da agregação
plaquetária e dilatação de vasos. Ao inibir a COX2 pode alterar esse equilibrio, favorecendo a agregação e
aumentando os riscos trombóticos e toxicidade cardiovascular.

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