TUTORIA 0- PSICOLOGIA HOSPITALAR
Trilhando o Caminho da Saúde: Da
Antiguidade à Psicologia Hospitalar
Medicina Antiga e Moderna
→ A medicina nas civilizações antigas, como o
Egito, Grécia e Mesopotâmia, teve origens
distintas, mas todas compartilhavam algumas
características comuns e influenciaram-se
mutuamente ao longo do tempo.
a) Egito Antigo:
→ A prática médica era altamente
desenvolvida;
→ Os egípcios possuíam um vasto
conhecimento sobre anatomia, fisiologia e
tratamentos médicos.
→ Os médicos egípcios eram chamados de
"sábios" e eram altamente respeitados na
sociedade.
→ As evidências arqueológicas indicam que os
egípcios utilizavam uma variedade de
tratamentos, incluindo ervas medicinais,
cirurgia básica, e práticas religiosas associadas à
cura.
b) Grécia Antiga:
→ Hipócrates- "Pai da Medicina"
→ Influenciada pela filosofia e pela ciência.
→ Hipócrates desenvolveu a teoria dos
"humores", sugerindo que o equilíbrio dos
fluidos corporais (sangue, fleuma, bile amarela
e bile negra) era essencial para a saúde. Ele
também enfatizou a importância da observação
sistemática e da documentação clínica.
→ A Escola de Medicina de Cós, fundada por
Hipócrates, e a Escola de Medicina de
Alexandria, mais tarde, foram centros
importantes de aprendizado médico e pesquisa
na Grécia Antiga.
c) Mesopotâmia:
→ A medicina era praticada por sacerdotes-
curandeiros conhecidos como "asipu".
→ Acreditavam que as doenças tinham causas
sobrenaturais, como possessão demoníaca, mas
também reconheciam fatores naturais.
→ O "Código de Hamurabi" e os registros
cuneiformes de diagnóstico e tratamento,
revelam um entendimento rudimentar da
anatomia e uma variedade de tratamentos,
incluindo a prescrição de ervas medicinais e
práticas ritualísticas para a cura.
Saúde-Doença na Medicina Antiga
→ Influenciadas por uma combinação de
fatores religiosos, mágicos e naturais.
a) Egito Antigo:
→ A saúde era vista como um equilíbrio entre o
corpo e a alma (ka)
→ A doença era causada por desequilíbrios
nesse sistema, muitas vezes resultantes de
influências externas ou de violações de normas
religiosas e éticas.
→ Os egípcios atribuíam muitas doenças a
causas sobrenaturais, como punição de deuses
ou espíritos malignos. No entanto, eles também
reconheciam fatores naturais, como infecções,
lesões e desordens fisiológicas.
b) Grécia Antiga:
→ A compreensão da saúde e da doença estava
relacionada à filosofia natural e à racionalidade.
→ Eles rejeitavam explicações sobrenaturais
para doenças e propunham tratamentos
baseados na dieta, exercícios, repouso e higiene.
→ Em certos casos recorriam a rituais e práticas
religiosas.
c) Mesopotâmia:
→ A saúde e a doença estavam profundamente
ligadas à religião e à magia.
→ Doenças eram causadas por demônios,
espíritos malignos ou maldições divinas.
Práticas na Medicina Antiga
a) Egito Antigo:
→ Sistema médico sofisticado baseado em uma
combinação de observação empírica e crenças
religiosas.
→ Os médicos egípcios utilizavam tratamentos
que incluíam o uso de plantas medicinais, Por
exemplo, o papiro Ebers, cirurgias simples,
rituais religiosos e amuletos mágicos
→ A mumificação também estava intimamente
ligada às práticas médicas, pois os egípcios
acreditavam que preservar o corpo após a morte
garantiria a vida após a morte.
b) Grécia Antiga:
→ Observação empírica e a racionalidade na
prática médica.
→ Utilizavam uma variedade de tratamentos,
incluindo dieta, exercício, banhos e o
tratamento das doenças envolvia restaurar o
equilíbrio de humores por meio de dieta,
exercícios e outras intervenções.
→ Uso de plantas medicinais. Cirurgias eram
realizadas, mas geralmente eram consideradas
um último recurso.
c) Mesopotâmia:
→ Uma mistura de práticas médicas e
religiosas.
→ Sacerdotes, usavam rituais de cura,
encantamentos mágicos e oferendas para os
deuses como parte do tratamento.
Evoluções da Medicina Antiga
→ A evolução dos conhecimentos médicos ao
longo do tempo reflete um processo gradual de
acumulação de informações, avanços científicos
e mudanças culturais.
a) Medicina Greco-Romana:
→ Durante o período greco-romano, houve uma
expansão significativa do conhecimento
médico, especialmente com a disseminação das
ideias de Hipócrates e a fundação da Escola de
Alexandria.
→ Galeno, um médico grego-romano, fez
importantes contribuições para a anatomia e
fisiologia, além de desenvolver muitas práticas
médicas que influenciaram a medicina por
séculos.
→ A medicina greco-romana também viu
avanços na cirurgia, higiene e farmacologia,
bem como na organização de hospitais e na
prática médica profissional.
b) Medicina Medieval:
→ Durante a Idade Média, os conhecimentos
médicos foram preservados e desenvolvidos
principalmente pelos árabes.
→ Traduziram e expandiram os textos médicos
gregos e romanos.
→ A partir do século XI, houve um
renascimento gradual do interesse pela
medicina, com a fundação de universidades e o
ressurgimento do estudo dos textos médicos
antigos.
→ Avicena (Ibn Sina) e Rhazes (Al-Razi)
fizeram importantes avanços no campo da
medicina, contribuindo para o desenvolvimento
da farmacologia, anatomia e diagnóstico clínico.
Principais contribuições de Hipócrates
→ Pai da Medicina Ocidental
a) Escola Hipocrática:
→ Fundou a Escola Hipocrática de Medicina na
ilha de Cós.
→ Desenvolveu uma abordagem sistemática
para a prática médica afastando-se das
abordagens mágicas e religiosas para uma base
mais científica e empírica.
→ Observação cuidadosa dos pacientes, o
registro meticuloso dos sintomas e a
experimentação controlada com tratamentos.
ajudou a estabelecer as bases para a medicina
baseada em evidências.
b) Juramento de Hipócrates:
→ Este juramento estabelece os princípios
éticos que os médicos devem seguir em sua
prática profissional.
→ Entre esses princípios estão a melhor a fisiologia e patologia do corpo
confidencialidade do paciente, a abstenção de
danos intencionais e a prática da medicina com
integridade e honestidade.
c) Teoria dos Quatro Humores:
→ A saúde e a doença eram influenciadas pelo
equilíbrio dos fluidos corporais: sangue, fleuma,
bile amarela e bile negra.
→ Um desequilíbrio desses humores era
considerado a causa de muitas doenças.
* → Embora a teoria dos quatro humores tenha
sido posteriormente substituída por conceitos
mais precisos, como os avanços na anatomia e
fisiologia, ela foi fundamental no
desenvolvimento inicial da medicina ocidental e
influenciou a prática médica por séculos.
→ A abordagem psicossocial substitui a visão
puramente biológica das doenças, incluindo os
humores, por uma compreensão mais holística e
integrativa do paciente e de sua condição de
saúde considerando a interação complexa entre
fatores biológicos, psicológicos e sociais na
saúde e na doença.
Principais contribuições de Galeno
→ Um dos médicos mais influentes da história
a) Anatomia e Fisiologia:
→ Dissecções em animais e desenvolvendo
uma compreensão detalhada da estrutura e
funcionamento do corpo humano.
→ Descreveu muitos órgãos e sistemas do
corpo, incluindo o sistema cardiovascular,
nervoso, respiratório e urinário.
b) Medicina Experimental:
→ Experimentos em animais para entender
humano.
→ Experimentos para investigar a função dos
órgãos, a circulação do sangue e os efeitos dos
medicamentos.
→ Seus experimentos e observações empíricas
ajudaram a estabelecer uma base científica para
a prática médica e influenciaram o
desenvolvimento da medicina experimental.
c) Práticas Médicas e Terapias:
→ Desenvolveu muitas práticas médicas e
terapias que influenciaram a medicina por
séculos.
→ Escreveu extensivamente sobre diagnóstico,
prognóstico e tratamento de uma ampla gama de
doenças e condições médicas.
→ Contribuições incluem o desenvolvimento de
métodos de diagnóstico, prescrição de remédios,
técnicas cirúrgicas e terapias físicas, como
banhos terapêuticos e exercícios.
d) Filosofia Médica e Ensino:
→ Desenvolveu uma filosofia médica
abrangente, que combinava ideias da filosofia
grega, especialmente o estoicismo, com
conhecimentos médicos da época.
→ Professor de Medicina em Alexandria e
Roma e treinando uma geração de médicos que
levariam adiante suas ideias e métodos.
Principais contribuições de Avicena
→ Também conhecido como Ibn Sina
a) "O Cânone da Medicina":
→ Uma enciclopédia médica muito influente
abrangente que abordava diversos aspectos da
medicina, incluindo anatomia, fisiologia,
patologia, farmacologia e terapêutica.
b) Classificação de Doenças:
→ Classificação sistemática das doenças com
base em sua etiologia e sintomatologia.
→ Ele classificou as doenças em várias
categorias, como doenças contagiosas e não
contagiosas, agudas e crônicas, além de fazer
distinções entre doenças físicas e mentais.
c) Contribuições à Farmacologia:
→ Ele identificou e descreveu muitas
substâncias medicinais e seus efeitos
terapêuticos. Ele também desenvolveu técnicas
de preparação de medicamentos, incluindo
métodos de extração e destilação, que foram
utilizados em práticas médicas posteriores.
d) Abordagem Holística da Medicina:
→ Enfatizou uma abordagem holística da
medicina, que considerava o corpo humano
como um todo integrado e interdependente.
→ Reconhecia a importância de fatores como
dieta, estilo de vida, meio ambiente e saúde
mental na manutenção da saúde e tratamento
das doenças.
e) Contribuições à Psicologia e Neurologia:
→ Fez contribuições significativas para a
compreensão da psicologia e neurologia. Ele
descreveu muitas condições mentais e distúrbios
neurológicos, além de propor teorias sobre a
função do cérebro e dos nervos.
Influências nas Concepções Médicas
→ As influencias culturais e filosóficas como a
influencia da religião afetaram as concepções
médicas.
→ Nas civilizações antigas, como a
Mesopotâmia, Egito, Índia, China e Grécia, as
práticas médicas eram influenciadas por crenças
religiosas e filosóficas.
→ Durante a Idade Média na Europa, a
medicina estava fortemente influenciada pela
Igreja Católica. A teologia cristã moldou as
concepções sobre doenças e saúde, com a
crença de que as doenças poderiam ser castigos
divinos pelos pecados.
→ O Renascimento trouxe consigo uma
redescoberta do pensamento grego e romano,
incluindo a medicina de Hipócrates e Galeno.
Paralelamente, a Revolução Científica
questionou as noções tradicionais e religiosas
sobre a natureza, levando ao desenvolvimento
da medicina baseada em evidências e ao método
científico.
→ No período moderno, a medicina tornou-se
cada vez mais secularizada, separando-se da
influência direta da religião. No entanto, as
questões éticas e morais ainda são influenciadas
por valores culturais e filosóficos. Por exemplo,
eutanásia, aborto, reprodução assistida e
pesquisa com células-tronco continuam a
refletir diferentes visões éticas e filosóficas
sobre a vida, a autonomia do paciente e o papel
da medicina na sociedade.
→ Atualmente, práticas médicas tradicionais
continuam a ser influenciadas por crenças
religiosas e filosóficas. Por exemplo, a medicina
tradicional chinesa é fundamentada em
princípios filosóficos taoístas e confucionistas,
enquanto a medicina ayurvédica da Índia está
enraizada na filosofia védica
Avanços da Medicina Para Era Moderna
→ Durante a Renascença e o Iluminismo,
ocorreram avanços significativos na medicina
que foram fundamentais para o
desenvolvimento da ciência médica moderna.
→ Esses períodos foram marcados por uma
nova abordagem à investigação científica, com
ênfase na observação, experimentação e
racionalidade.
a) Renascimento: séculos XIV e XVI na
Europa e houve uma ressurgência do interesse
pelas artes, ciências e pensamento crítico que
resultou em avanços significativos na medicina.
→ Durante o Renascimento, os estudiosos
redescobriram e começaram a traduzir e estudar
as obras dos antigos médicos gregos e romanos,
como Hipócrates, Galeno e outros que foram
negligenciados na Idade Média.
→ Um dos avanços mais significativos durante
o Renascimento foi o estudo aprofundado da
anatomia humana, baseadas em dissecações
diretas em cadáveres humanos. Esse trabalho
desafiou muitas das ideias anatômicas errôneas
de Galeno, que haviam sido aceitas por séculos.
→ Durante o Renascimento, o médico e
anatomista inglês William Harvey fez avanços
significativos no entendimento da circulação
sanguínea.
→ Durante o Renascimento, houve uma
expansão significativa no conhecimento sobre
as propriedades das plantas medicinais e o uso
de drogas para tratar doenças.
b) Iluminismo: séculos XVII e XVIII na
Europa e houve uma ênfase renovada no
racionalismo, empirismo e na aplicação do
método científico à medicina.
→ Durante o Iluminismo, os médicos
começaram a adotar uma abordagem mais
sistemática e baseada em evidências para a
prática médica.
→ Durante o Iluminismo, houve avanços
significativos no entendimento das causas e
processos das doenças como estudo das
patologias e aperfeiçoamentos da fisiologia.
→ Durante o Iluminismo, houve melhorias
significativas na prática cirúrgica. O uso de
anestesia começou a se tornar mais comum,
com a introdução do éter e do clorofórmio como
agentes anestésicos durante procedimentos
cirúrgicos.
→ Durante o Iluminismo, foi introduzido o
conceito e prática de antissepsia, demonstrando
que a esterilização de instrumentos cirúrgicos e
a manutenção de um ambiente cirúrgico limpo
poderiam reduzir significativamente o risco de
infecções pós-operatórias.
→ Durante o Iluminismo, houve uma maior
ênfase na educação médica formal e na
padronização dos currículos de medicina.
→ Durante o final do Iluminismo e início do
século XIX, o desenvolvimento do microscópio
permitiu uma melhor compreensão dos
microrganismos e sua relação com doenças.
→ Durante o Iluminismo, houve um aumento
do interesse na higiene e saúde pública.
Médicos como John Snow, por exemplo,
realizaram estudos epidemiológicos pioneiros
sobre a propagação do cólera em Londres,
demonstrando a importância da água limpa e do
saneamento na prevenção de doenças.
Linha do Tempo
3500-1900 a.C.:
Civilizações antigas do Egito, Mesopotâmia e
Índia desenvolvem práticas médicas
rudimentares, incluindo o uso de plantas
medicinais e rituais religiosos.
460-370 a.C.:
Hipócrates, o "Pai da Medicina", desenvolve
uma abordagem racional e científica para a
medicina na Grécia Antiga.
300-200 a.C.:
A Biblioteca de Alexandria, no Egito, torna-se
um centro de estudos médicos, preservando e
disseminando conhecimentos médicos da
antiguidade.
100-200 d.C.:
Galeno, médico grego-romano, faz importantes
contribuições para a anatomia, fisiologia e
prática médica, influenciando a medicina por
séculos.
800-1000 d.C.:
Médicos árabes, como Avicena (Ibn Sina) e
Rhazes (Al-Razi), traduzem e expandem os
textos médicos gregos e romanos, contribuindo
significativamente para o conhecimento médico
na Idade Média.
1096-1291:
Durante as Cruzadas, os contatos entre o
Oriente e o Ocidente facilitam a transferência de
conhecimentos médicos, contribuindo para o
renascimento da medicina na Europa.
1348-1350:
A Peste Negra assola a Europa, levando a
avanços na higiene pública e epidemiologia.
1543:
Andreas Vesalius publica "De Humani Corporis
Fabrica", um tratado de anatomia que
revoluciona o entendimento da estrutura do
corpo humano.
1796:
Edward Jenner desenvolve a primeira vacina
contra a varíola, inaugurando a era da
imunização.
1846:
William Morton realiza a primeira operação
cirúrgica sob anestesia geral, transformando a
prática cirúrgica.
1865:
Joseph Lister introduz o uso de antisépticos na
cirurgia, reduzindo significativamente as
infecções pós-operatórias.
1928:
Alexander Fleming descobre a penicilina, o
primeiro antibiótico, marcando o início da era
dos antibióticos.
1949:
Hans Berger inventa o eletroencefalograma
(EEG), permitindo o registro das atividades
elétricas do cérebro.
1953:
James Watson e Francis Crick descrevem a
estrutura do DNA, lançando as bases para a
genética moderna.
1967:
O primeiro transplante de coração bem-
sucedido é realizado por Christiaan Barnard.
1980:
A varíola é oficialmente erradicada, tornando-se
a primeira doença erradicada por intervenção
humana.
2003:
O Projeto Genoma Humano é concluído,
fornecendo o mapa completo do genoma
humano.

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