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Pré-história
Inicialmente o ser humano era nômade, portanto estava em constante processo de busca de
alimento ou abrigo. Geralmente se estabeleciam em torno de rios ou em terras férteis, mas muitos
acabavam morrendo na peregrinação por causa de tempestades, ataque de animais e fraqueza por
falta de comida. Nesta época, a morte e as afecções possuíam explicações sobrenaturais e divinas.
Com o passar do tempo, os indivíduos passaram a se fixar em determinados terrenos, cultivá
los, domesticar certas espécies de animais, dividir terras e o trabalho (cada membro com uma
função para garantir a sobrevivência). Em função do excesso do que produziam, acabou dando
início às primeiras práticas de comércio e às disputas por território.
O sedentarismo acabou por culminar na poluição de fontes de água com fezes e outros detritos
e produção de lixo, atraindo insetos, adicionado ao fato de que o contato com outros grupos e
domesticação de animais propiciou o surgimento de doenças desconhecidas e disseminação das
mesmas.
Fonte: https://jornalavem.files.wordpress.com/2010/04/imagempaleoltico_1.jpg
Povos antigos
Com o desenvolvimento das civilizações, as
práticas de cura acabaram sendo desempenhadas por
determinados personagens e a medida em que se
especializavam, passavam a ser escritas. No Egito e
Índia (3000 a. C.), as patologias
eram explicadas como resultantes do desequilíbrio
de elementos que formavam o corpo. O
desequilíbrio seria influenciado pela interferência
do ambiente, astros, clima, insetos e outros
animais (saúde como um contexto mais amplo,
multifatorial).
Na Grécia Antiga, as doenças passaram a ser
entendidas a partir de preceitos mágicos,
relacionados aos deuses. Foram criados templos
de adoração, onde os enfermos repousavam a
espera de um sonho com a visão de sua cura.
Porém, a partir do século V a.C. rompeu-se essa Fonte: http://schoolworkhelper.net/ancient-egyptian
visão religiosa e o foco passou a ser em medicine-history-methods/
explicações “racionais”, ou seja, baseadas na
Idade Média
É reconhecido um grande retrocesso da humanidade na Idade Média, principalmente no que
tange os avanços que vinham sendo obtidos na área da medicina. O pensamento imposto pela Igreja
Católica transformou as concepções desenvolvidas pelos povos greco-romanos, passando a doença
e cura a serem agregadas as concepções religiosas de pecado/adoecimento como uma forma de
penitência. O bem-estar físico ficou secundário à
salvação da alma e os agentes da cura deixaram de
ser estudiosos para serem atribuídos aos mártires e
religiosos (dignos de devoção pelo seu
desprendimento).
As cidades eram aglomerados de residências,
com vielas escuras, estreitas, densamente povoadas
e sem o mínimo de saneamento. A população não
era adepta das práticas de higiene como o banho,
uma vez que o contato com o corpo desnudo era
tido como pecado. Os banhos ocorriam entre 3 a 4
vezes por ano, preferencialmente no mês de maio,
quando o clima era mais ameno (geralmente eram
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Fonte: http://www.issoebizarro.com/blog/wp Enfermagem em Saúde Coletiva II
contente
realizados casamentos neste período…). Era comum a prática de atirar os dejetos pelas janelas das
residências, assim como depositá-los nos rios, o que culminava na contaminação das fontes de água
para consumo.
Até fins do século XIII não se praticava a dissecação de cadáveres, pois, sendo o homem feito à
imagem e semelhança de Deus, abrir seu corpo seria de alguma forma uma violência para com a
Divindade.
Os estudos da medicina clássica ficaram restritos ao mundo islâmico. A partir do século XII,
com o ressurgimento do comércio e das cidades, iniciou-se uma retomada da medicina clássica,
porém essa era acessível apenas aos mais ricos, restando à maioria da população os heboristas
(comerciantes de ervas e produtos a base das mesmas), barbeiros (que arrancavam dentes e
executavam operações), adivinhos, etc.
A Idade Média também foi marcada por grandes epidemias também, principalmente a peste
bubônica (peste negra). Além dela, lepra, difteria, sarampo, tuberculose e carbúnculo (afecção de
pele) afetaram milhares, principalmente em épocas de baixa colheita.
Renascimento
A partir do século XV, com o início do antropocentrismo (homem no centro do universo) e das
grandes navegações, retomaram-se avanços em relação à medicina, incluindo o contato com novas
culturas e conhecimentos.
Século XVI
Nesse período, houve a chamada Revolução Científica,
com a observação, experimentação e método tomando o lugar
de antigas verdades absolutas impostas pela Igreja. A
descoberta da circulação do sangue foi um dos grandes
avanços que se observaram nesta época. Porém, com o
advento das grandes navegações, ocorreu também a
dizimação de comunidades nativas por agentes patógenos
antes desconhecidos por parte dos colonizadores. Estima-se
que a varíola matou entre 1/3 e metade da Através das obras escritas, houve a possibilidade
população nativa do Caribe. de
Fonte:
Século XVIII http://www.abcdamedicina.com.br/wp
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contato com o conhecimento de uma forma mais rápida, facilitando inclusive o aprimoramento de
novos conhecimentos em anatomia e fisiologia. Intensificaram-se estudos que propunham a análise
das atividades químicas para explicar o funcionamento do corpo humano, assim como seu
funcionamento comparado ao de uma máquina. Porém, em relação à prática terapêutica, somente a
partir do século XIX houve avanços, sendo que até a sua chegada, elixires e sangrias eram as
práticas até então adotadas.
No século XVIII deu-se ênfase às práticas de higiene militar, reforma sanitária urbana e criação
de novos hospitais. Foi o período de desenvolvimento dos registros de nascimento, morte e tipos de
doenças contagiosas, permitindo que se tivesse um maior conhecimento de como as doenças
afetavam determinadas regiões. Ocorreu também o surgimento da medicina social, que tinha como
objetivo não só a cura do indivíduo, mas sim a manutenção da saúde da população como forma de
manter o poder do Estado. Foi então que os hospitais deixaram de ser depósitos de doentes à espera
da morte e tornaram-se centros de tratamento médico, baseados na autoridade, nos conhecimentos
médicos e na intensa utilização de tecnologia de ponta.
Século XIX
Neste século, ocorreram as Revoluções Industriais, concomitantemente à exploração do
trabalho assalariado (nova forma de escravidão, esquecendo da questão da saúde do trabalhador).
Foi marcado pelo retorno de velhas epidemias conhecidas, como a cólera e a febre amarela, que
dizimaram principalmente os grandes centros urbanos.
Referências Bibliográficas
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desenvolvimento profissional de agentes locais de vigilância em saúde. Escola Politécnica de
Saúde Joaquim Venâncio (Org.). Informação e diagnóstico de situação. Guido Palmeira et. al. Rio
de Janeiro: FIOCRUZ/EPSJV/PROFORMAR, 2004.
2. POLIGNANO, Marcus Vinícius. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena
revisão. Cadernos do Internato Rural-Faculdade de Medicina/UFMG, v. 35, 2001.
3. SCLIAR, Moacyr. História do conceito de saúde. Physis, v. 17, n. 1, p. 29-41, 2007. Enfermagem
em Saúde Coletiva II
Coletiva II